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Contratos Internacionais e

INCOTERMS
Prof. Msc. Estevani Oliveira
• Os contratos internacionais de compra e venda representam a manifestação de
vontade dos empresários envolvidos nas transações de importação e exportação.

• Já as negociações internacionais exigem uma atividade de controle público, que,


conforme vimos, se manifesta em três níveis: cambial, tributário e administrativo.

• O aspecto cambial determina que as partes informem aos respectivos países o


teor financeiro da negociação, pois os pagamentos são feitos, em geral, em moedas
distintas, com regras específicas de conversão e envio ao exterior.
• Sob o aspecto tributário, a entrada das mercadorias no país de destino enseja a
incidência de um ou mais tributos, cujo recolhimento será condição essencial para o
desembaraço aduaneiro, circunstância que inexiste nas transações internas
(conquanto as operações internas no Brasil impliquem pagamento de tributos, como
o ICMS e o IPI, por exemplo, isso não impede, a priori, a circulação das mercadorias,
até porque o efetivo desembolso fica diferido para período posterior à data da
operação).
• O controle administrativo verificará se a mercadoria importada atende, em
termosde adequação à legislação local, a diversos requisitos, relativos a embalagem,
rótulo, apresentação e tantas outras regras vinculadas à saúde pública ou ao direito
do consumidor.
Segundo tema relevante: Ordem Jurídica

• Cada país tem um regime juridico deferente,


sendo assim foi necessário regras de
uniformidade, previsibilidade e segurança:

• Foi aprovada, no âmbito das Nações Unidas (sob


a coordenação da UNCITRAL), a Convenção de
Viena sobre Contratos de Compra e Venda
Internacional de Mercadorias (CISG, na sigla em
inglês).
 obrigações do vendedor. De acordo com o INCOTERM eleito
 Prazo
 Quantidade
 Especificações das mercadorias
 Custos de transporte
 Seguros

• O vendedor será responsável por qualquer desconformidade


entre as mercadorias e o que foi estipulado no contrato, tanto
no momento da transferência ao comprador como na hipótese
de o problema ser apurado posteriormente, sem prejuízo das
regras relativas à garantia e assistência técnica.
• O comprador deve fazer a inspeção e comunicar - a
notificação tem prazo de DOIS ANOS.
• No caso de descumprimento das obrigações o comprador
poderá:

■ exigir outras mercadorias em substituição, nos casos de


desconformidade, devidamente notificados;
■ ainda em razão de desconformidade, reduzir proporcionalmente
o preço à diferença entre o valor das mercadorias efetivamente
entregues e o valor que teriam nos termos do contrato, salvo se o
vendedor sanar o problema;
■ rescindir o contrato, quando houver violação essencial ao seu
conteúdo (como a não entrega das mercadorias, em prazo razoável);
■ exigir indenização a título de perdas e danos, no montante do
prejuízo sofrido (que poderá ser apurada a preços correntes, como
no caso de commodities).
 Obrigações do comprador:
• No recebimento das mercadorias
• Pagamento do preço avençado.
• O pagamento deverá ser efetuado na data fixada pelo contrato e
após a inspeção das mercadorias pelo comprador.

 Caso o comprador descumpra suas obrigações, caberão ao


vendedor as seguintes medidas:

■ exigência do pagamento, ainda que em prazo suplementar ao


convencionado, fixado de comum acordo;
■ declarar o contrato rescindido, pelo não recebimento das
mercadorias ou falta de pagamento;
■ pleitear indenização por perdas e danos, em montante
equivalente ao prejuízo suportado, inclusive lucros cessantes.
• A Convenção de Viena prevê a exclusão da responsabilidade
nas hipóteses de caso fortuito e força maior,
• Desastres naturais,
• Epidemias,
• Guerras.

• No entanto, como a realidade do comércio internacional


proporciona situações muito variadas e complexas, o
principal objetivo das partes é o de garantir o equilíbrio
financeiro do contrato, de modo a protegê-lo de eventuais
alterações posteriores, decorrentes de circunstâncias
políticas, econômicas ou sociais que não poderiam ser
previstas ao tempo da celebração do acordo.
• Em caso do surgimento de risco e desequilíbrio
contratual:
• a cláusula de hardship enseja a possibilidade de
posterior modificação dos termos acordados.

■ a renegociação do objeto e das obrigações do contrato,


sempre em função do caso concreto, apurado de modo claro
e objetivo, no intuito de se evitar o uso abusivo do hardship;
■ a possibilidade de suspensão da execução do contrato,
quando a medida for justificável;
■ a remessa ao tribunal eleito pelas partes se não houver
consenso acerca da renegociação.
• Da rescisão poderão decorrer os seguintes efeitos:

■ a parte que tiver cumprido total ou parcialmente o contrato poderá


reclamar da outra a restituição daquilo que houver fornecido ou pago, nos
termos do contrato;
■ se o vendedor estiver obrigado a restituir o preço, deverá também
reconhecer os juros do período, calculados a partir da data do pagamento;
■ o comprador deverá reconhecer o valor aproveitado em razão da posse
das mercadorias, quando obrigado a restituí-las, no todo ou em parte ou,
ainda, quando for impossível a devolução no estado em que foram
entregues;
■ a parte que estiver de posse das mercadorias deverá adotar medidas
adequadas à sua conservação, até a resolução definitiva das pendências;
se as mercadorias estiverem sujeitas a deterioração, prazo de validade ou
risco de perecimento, a parte possuidora deverá providenciar, na medida
do possível, a venda.
• Surgiram, assim, em 1936, os chamados INCOTERMS
(International Commercial Terms), que representam, à luz da
regulamentação internacional, um conjunto de regras para a
interpretação de cláusulas comerciais presentes nos contratos
de compra e venda de mercadorias.
• Desde então, os INCOTERMS sofreram alterações periódicas
(1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000 e finalmente 2010, no total
de oito edições) no intuito de acompanhar o desenvolvimento do
comércio internacional, as novas formas de pagamento e as
inovações de caráter logístico (como o transporte multimodal,
por exemplo).
• O principal objetivo é adequar as cláusulas comerciais à evolução
tecnológica, não só dos meios de transporte mas também,
principalmente, da informática, devido à ampla utilização, nos
dias de hoje, do intercâmbio eletrônico de documentos
• Os INCOTERMS podem ser definidos como cláusulas contratuais
inseridas nos contratos de compra e venda de mercadorias.

■ os INCOTERMS cuidam apenas da relação jurídica entre comprador


e vendedor, nos termos pactuados; não interferem, portanto, nos
contratos de transporte das mercadorias, realizados com terceiros;
■ os INCOTERMS não alcançam a negociação de bens intangíveis ou
serviços;
■ os INCOTERMS estabelecem o nível de responsabilidade e as
obrigações que devem ser assumidas por compradores e vendedores
em relação às mercadorias negociadas; e
■ os INCOTERMS são condição necessária e suficiente para a
reclamação, em juízo oficial ou arbitral, de eventuais direitos
decorrentes do inadimplemento do contrato de compra e venda, no
que tange às condições de entrega.

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