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América pré-Colombiana

Prof.: Carmenio Gomes


Características Gerais
A era pré-colombiana incorpora todas as subdivisões periódicas na história e na pré-
história das Américas, antes do aparecimento dos europeus no continente americano,
abrangendo desde o povoamento original no Paleolítico Superior à colonização
europeia durante a Idade Moderna.
Muitas civilizações nativas ao continente estabeleceram no período Pré-Conquista
características e marcas que incluíam assentamentos permanentes ou urbanos,
agricultura, e arquitetura cívica e monumental e complexas hierarquias sociais.
Algumas dessas civilizações já tinham desaparecido antes da primeira chegada
permanente dos europeus (c. final do século XV - início do século XVI), e são
conhecidas apenas através de pesquisas arqueológicas. Outras foram
contemporâneas com este período e também são conhecidos através de relatos
históricos da época. Algumas, como os maias, tinham seus próprios registros
escritos. No entanto, a maioria dos europeus da época viam esses textos como
heréticos e muitos foram destruídos em piras cristãs. Apenas alguns documentos
secretos continuam intactos, deixando os historiadores modernos, com lampejos
dessas culturas e conhecimentos antigos.
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Assim como no continente africano na América existia civilizações em
diferentes estágios tecnológicos umas nômades que sobreviviam da coleta,
outras sedentárias descobrindo a agricultura principalmente o milho e
mandioca e por ultimo a formação dos grandes impérios que já manipulavam
metais preciosos e tinham uma complexa organização social.
Então a américa tem presença humana no continente americano data de
130.000 anos atrás, e não de 15.000, como se acreditava até agora,
segundo um estudo que deve revolucionar a História das populações no
Novo Mundo. Antes dos europeus chegarem neste continente grupos
humanos em diversas e diferentes organizações sociais agora vamos
estuda-las. Povos pré-colombianos são aqueles que viviam na América
antes da chegada de Cristóvão Colombo. O termo é usado para se referir
aos povos nativos da América Hispânica e da América Anglo-saxônica. Para
o Brasil se utiliza o termo pré-cabralino.
Entre as culturas pré-colombianas podemos encontrar incas, astecas, maias,
aimaras, tikunas, nazcas e muitas outras.

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Brasil pré-colonial
Antes da chegada de Cabral, o Brasil era habitado por povos de
diversificada cultura, que os portugueses achavam ser todos iguais.
Antes da chegada do portugueses em terras brasileiras, a região há
era habitada por milhões de nativos. Ainda assim, os colonizadores
conceberam a errônea ideia de uma uniformidade cultural.
Mas na verdade, as culturas no Brasil pré-cabralino eram complexas,
visto que apresentavam significativas características e tradições
próprias. O grande número de línguas e dialetos era uma prova da
diversidade de cada grupo étnico.

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Uma grande variedade nativa
Dentre todos os povos indígenas que habitaram o Brasil de norte a sul, podemos
destacar os grupos Pataxó, Nambikwara, Macro-jê e Aruaque. Os índios Pataxós e
Nambikwaras eram coletores no litoral de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Contudo, os tupis formaram o maior grupo indígena da época anterior ao
descobrimento, sendo que suas tribos iam desde o Rio Grande do Norte até o Rio
Grande do Sul. A contribuição específica desse grupo foi importante para a
formação da cultura brasileira, principalmente na influência sobre nosso idioma.
No total do território brasileiro, a família linguística tupi-guarani foi a que se
encontrava em maior número. Os tupis desenvolveram aldeias compostas por
uma população variando entre 500 e 800 habitantes. Além disso, plantavam
batata-doce, milho, pacova, abacaxi, mandioca, entre outras culturas.

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O Brasil pré-cabralino: cultura e sociedade
Os habitantes do Brasil pré-cabralinos viviam em tribos, sendo seu chefe
político o cacique. Havia também o pajé, que era o responsável pela vida
religiosa e tratamentos medicinais, através da cura com ervas, plantas e
rituais místicos.
Os nativos das terras brasileiras possuíam sua própria cultura, religião e
costumes, ao passo que viviam basicamente da caça, pesca e agricultura.
Confeccionavam objetos artesanais com elementos da natureza:
cerâmica, palha, cipó, madeira, dentes de animais etc. E a religião
indígena era baseada na crença em espíritos de antepassados e forças da
natureza.
Quando promoviam festas e cerimônias religiosas, dançavam, cantavam e
pintavam os corpos em homenagem aos antepassados e aos espíritos

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Trocos linguísticos
indígenas brasileiro
O tronco linguístico é um conjunto de línguas que têm a
mesma origem: uma língua mais antiga, que não é mais falada.
Como essa língua de origem existiu há milhares de anos, as
semelhanças entre as línguas que vieram dela são muito
difíceis de serem percebidas.
Os quatros principais trocos linguísticos do nativos brasileiros
são:
• Tronco Tupi:
Estas famílias são reconhecidas como aparentadas
geneticamente num nível mais remoto, constituindo um
conjunto de conjuntos, a que se chama tronco linguístico,
nesse caso o tronco Tupi. Essas dez famílias são as seguintes:
Arikém (AR), Awetí (AW), Jurúna (JU), Mawé (MA), Mondé (MO),
Mundurukú (MU), Puruborá (PU), Ramaráma (RA), Tuparí (TU) e
Tupi-Guarani (TG). A língua Tupi-Guarani é um grupo linguístico
que se divide em oito sub-grupos, e um deles pertence aos
Tupinambás, sendo suas características mais Tupi do que
Guarani. Prof.: Carmenio Gomes
• Troco macro - jê
Macro - jê é um tronco linguístico cuja constituição ainda
permanece consideravelmente hipotética. Teoricamente, estende-
se por regiões não litorâneas e mais centrais do Brasil, incluindo
partes de todos os seus estados com a exceção do Amazonas,
Amapá, Roraima e Acre no Norte. Também pode estar em pequenos
grupos em parte do Paraguai e da Bolívia.
• Troco Karib
Grupos indígenas que habitavam a região que hoje compreende os
estados do Amapá e Roraima, chamada também de Baixo
Amazonas. As principais tribos são os atroari e vaimiri - esses eram
muito agressivos e antropofágicos, isso significa que quando os
índios derrotavam seus inimigos, eles os comiam acreditando que
com isso poderiam absorver as qualidades daqueles que foram
derrotados.
O contato dessas tribos com os brancos ocorreu no século XVII,
com as missões religiosas e a dispersão do exército pelo território.
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• Troco Aruak
Suas principais tribos eram aruã, pareci, cunibó, guaná
e terena. Etavam situados em algumas regiões da
Amazônia e na ilha de Marajó.

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Os grandes impérios Americanos Pré- Colonial
As civilizações pré-colombianas mais estudadas são os incas, astecas e
maias. Eles formaram grandes impérios.
Estes três povos eram sedentários e viviam em cidades onde havia templos,
palácios, mercados e casas. Embora sejam muito diferentes entre si, podemos
destacar algumas características comuns das sociedades pré-colombianas.
As sociedade pré-colombianas eram extremamente hierarquizadas com o
imperador no topo da hierarquia, seguido pelos sacerdotes, chefes militares,
guerreiros e camponeses que cultivavam a terra.
A agricultura era a base de sua economia e plantavam milho, batata e abóbora,
entre outros. Praticavam o artesanato, especialmente a cerâmica, mas também
faziam peças de metais.
Igualmente, davam importância à vestimenta, na qual existia uma distinção
muito clara entre as roupas dos nobres e as das pessoas comuns.
Por fim, outra característica das sociedades pré-colombianas é o politeísmo.
Vários deuses ligados ao ciclo da vida eram
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Os maias se estabeleceram onde atualmente é o sul do México,
Maias

Guatemala, Belize e Honduras. Cultivavam algodão, milho, tabaco e


desenvolveram um sofisticado sistema numérico.
No entanto, o que mais nos chama atenção nos maias é sua
impressionante arquitetura. Até hoje sobrevivem pirâmides onde se
ofereciam sacrifícios humanos e de animais. Estas construções eram
ricamente decoradas com estátuas de animais e símbolos diversos.
Como eram excelentes astrônomos, criaram calendários onde podiam
conhecer as datas dos eclipses e estações do ano. Tudo isso era
fundamental para a realização das atividades agrícolas e dos rituais aos
seus deuses.

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Organização Política dos Maias
Os maias não chegaram a construir um império unificado, como os astecas
e os incas.
Organizavam-se politicamente em cidades-estados que, juntamente com
as aldeias, formavam unidades políticas independentes, cada qual com um
grau de desenvolvimento próprio.
Em cada estado a autoridade e o poder eram exercidos em nome de um
deus.
O chefe de governo das cidades era assessorado por um conselho e
auxiliado por um conjunto de funcionários públicos responsáveis pela
manutenção da ordem pública, como os chefes das aldeias, os chefes
militares entre outros.

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Economia Maia
A economia da civilização maia era basicamente agrícola. Cultivavam o
milho, produto considerado sagrado, o algodão, o cacau e o agave.
Completavam suas atividades econômicas com a caça, a pesca e o
artesanato. O modo de produção era coletivo, o solo não era propriedade
privada, teoricamente o Estado era o proprietário de todas as terras.
Enquanto membro da aldeia, todo camponês tinha o direito de usá-las e
delas tirar o sustento, com obrigação de pagar o imposto coletivo, cobrado
pelo Estado.
O Estado apropriava-se também da força de trabalho dos camponeses,
obrigando-os a trabalhar gratuitamente na construção de palácios, templos
e grandes obras de irrigação e represas.

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Sociedade e Cultura dos Maias
A grandiosidade da sociedade maia foi construída com o trabalho de uma
população controlada e disciplinada. A organização social era rígida. Existiam três
camadas sociais.
• A camada mais alta era a da família real, dos ocupantes dos principais postos
do governo e dos comerciantes.
• Na segunda camada estavam os servidores do Estado, como os cobradores de
impostos, os responsáveis pela defesa e os dirigentes das cerimônias.
• Na última camada estavam os trabalhadores braçais e os agricultores.
O grupo social mais poderoso, o dos sacerdotes, monopolizava a escrita e os
conhecimentos científicos, principalmente a astronomia e a matemática.
Os maias acreditavam que o destino da humanidade era regido pelos deuses,
por isso a religião esteve presente em todas as atividades culturais do povo.
Eles desenvolveram um sistema próprio de escrita, até hoje quase indecifrável,
baseava-se na representação de objetos e ideias. Sabe-se que possuía alto grau
de abstração. Prof.: Carmenio Gomes
Religião dos Maias
Os maias acreditavam que o destino era regido pelos deuses. Itzamna,
senhor do céu, era o deus mais importante. Eram cultuados ainda os deuses
da Lua, do Sol, da chuva, do vento, da morte e da vida, além das divindades
ligadas à agricultura e à caça.
Às divindades eram oferecidos diversos alimentos, sacrifício de animais e de
humanos, em cerimônias que incluíam danças e representações teatrais.
Eles acreditavam que no ano de 2012 o mundo iria acabar de acordo com o
seu calendário que era composto por 365 dias divididos em 18 meses de 20
dias e os cinco dias que sobram completam o calendário, não pertencem a
nenhum mês e são considerados desfavoráveis para a realização de certas
tarefas.

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Declínio da Civilização Maia
A partir do século IX começou o declínio lento e contínuo da civilização
maia. Várias são as hipóteses a respeito desse fato.
Alguns estudiosos acreditam que pode ter sido devido às guerras, lutas
internas, invasões ou a má administração em relação à exploração da
terra.
O esgotamento do solo teria tornado a produção insuficiente para às
necessidades de consumo e obrigado os maias a abandonarem suas
principais cidades.
O que se afirma, com certeza, é que quando os espanhóis chegaram à
América, a civilização maia não existia mais.

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Pirâmide e cidade maia

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA

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Astecas
Os astecas viviam, originalmente, no norte do atual México.
Imigraram para o centro deste território e foram submetendo vários povos
e, em 1325, se estabeleceram no meio do planalto mexicano onde
construíram sua capital, Tenochtitlan, no centro de um lago. Esta cidade se
tornou o centro do grande império e impressionou aos espanhóis com suas
ruas largas e limpas.
O povo asteca se organizava como um verdadeiro império e cobrava
tributos dos povos subjugados. Cultivavam amendoim, milho, tomate,
cacau (para fazer chocolate), feijão, abóbora, pimenta, melão, abacate e
comercializavam artesanato com as populações vizinhas.
Os astecas também aproveitavam as guerras para capturar bravos
guerreiros e assim oferecê-los aos deuses em rituais religiosos.

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Os astecas formaram uma das mais importantes civilizações que habitaram a
América pré-colombiana. Começaram a ocupar o planalto mexicano no final do
século XII, vindos da atual Califórnia, dominaram as outras tribos que viviam na
região e em pouco tempo construíram um grande império teocrático.
Quando os europeus chegaram à América havia dois tipos básicos de formação
social. As chamadas comunidades primitivas e as civilizações dos astecas e dos
incas. Os maias, outra grande civilização, já havia sido extinta.
Os astecas haviam construído um império com 500 cidades e 15 milhões de
habitantes. Dominavam uma área que se estendia desde o golfo do México até o
Oceano Pacífico. Tenochtitlán tornou-se o centro e a mais importante cidade do
Império Asteca. Em 1450, contava com cerca de 300 mil habitantes.

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Sociedade e Economia Asteca
A sociedade asteca era rigidamente dividida. Abaixo do imperador,
considerado semideus, encontrava-se uma aristocracia composta por
militares, sacerdotes e altos funcionários públicos. Na base da sociedade
estavam os artesãos, os comerciantes, os camponeses e os escravos.
Os camponeses tinham o direito de ocupar e usar a terra, mas estavam
sujeitos ao pagamento de um imposto coletivo e ao trabalho gratuito na
construção de obras públicas.
A base da economia era a agricultura, seguida pelo artesanato e pelo
comércio, que era intenso. O milho era o alimento básico. Como não existia
dinheiro usava-se a semente de cacau como referência de valor, a semente
era considerada símbolo de riqueza e poder.

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Cultura Asteca
A arquitetura foi a arte de maior expressão. A escultura, principalmente de
símbolos religiosos, a pintura, que retratava cenas mitológicas e históricas,
foram bastante desenvolvidas pelos povos astecas. Possuíam técnicas
avançadas na construção de palanques, rampas de transporte, represas e
obras de irrigação.
Dominavam a escrita pictórica, com desenhos de objetos e figuras: uma
pessoa falando, por exemplo, era representada com tiras de papel saindo
da boca. Usavam também a escrita hieroglífica, baseada em símbolos e
sons.
Possuíam profundos conhecimentos de medicina, matemática e
astronomia. Elaboraram um calendário solar e agrícola, no qual o ano era
dividido em 365 dias. Os sacerdotes observavam os astros e eram
consultados sobre os mais variados assuntos. O imperador os consultava
sobre guerras ou mudanças de tempo.
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Religião Asteca
Os astecas tinham grande devoção a Colibri Azul, deus do Sol do
meio dia. O culto ao deus Sol era acompanhado da devoção à
Coaticlue, mãe de Colibri Azul; ao Tezcatlipoca, deus da noite; ao
Quetzacoatl, deus da sabedoria; e ao Tlaloc, deus da chuva.
O templo de deus do Sol possuía 30 metros de altura e ao seu lado
foi construído outro templo para as outras divindades. A cada 52
anos, os astecas construíam um novo templo sobre o anterior para
agradecer aos deuses o fato de o mundo não ter acabado. A
oferenda de sacrifícios humanos aos deuses era parte muito
importante da cultura asteca.

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Destruição do Império Asteca
Em 1521, os astecas foram derrotados pelos conquistadores
espanhóis, comandados por Cortez. A cidade de Tenochtitlán foi
arrasada, Os templos foram destruídos, as peças de ouro foram quase
todas derretidas.

A cidade do México foi construída pelos espanhóis no mesmo lugar


onde estava localizada Tenochtitlán, que guarda um dos principais
patrimônios culturais referentes às sociedades pré-colombianas, as
ruínas no Templo Maior

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Cidade e pirâmide asteca
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Incas
Viveram na região onde estão os atuais Peru, Equador, parte do
Chile e da Argentina.
Os incas submeteram vários povos e estabeleceram uma rede de
impostos e contribuições de trabalho que atingia todo império.
Registravam a cobrança de tributos e acontecimentos num sistema
denominado quipo. Este consistia em uma série de fios coloridos
onde eram feitos nós de 1 até 9.
Plantavam milho, bata e coca, e domesticaram animais como a
lhana da qual obtinha lã, leite, carne, além de ajudar na carga de
mercadorias.
Assim como os demais povos pré-colombianos, os incas eram
politeístas e honravam a natureza. Para isso realizavam
cerimônias grandiosas a cada mudança de estação que incluíam
procissões, músicas, sacrifícios de animais e humanos.
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A sociedade inca desenvolveu-se nas
encostas da cordilheira dos Andes.
Hoje, essas terras compreendem o Peru, a
Colômbia, o Equador, o oeste da Bolívia, o
norte do Chile e o noroeste da Argentina.
Os incas, assim como os astecas e os
maias, formaram importantes civilizações
na América antes do domínio espanhol.

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Origem:
Até o século XI, os incas eram um clã da tribo dos quíchuas, localizado na
região de Cusco, no Peru.
No século XII, iniciaram a formação de um vasto e poderoso império,
dominando várias outras nações indígenas.
Pouco a pouco, num processo que durou até o século XV, a força e a
supremacia guerreira dos incas levou o Império a alcançar sua maior
extensão.
Para controlar seu vasto território, abriram duas estradas, uma no litoral, e
outra nas montanhas, que cortavam o território de norte a sul. Ambas
interligadas por transversais de leste a oeste.
Ao longo desses caminhos, havia guaritas com mensageiros
especialmente treinados para correr o mais depressa possível. Desta
maneira, os incas tinham um sistema de comunicação eficiente e que os
permitia saber o que acontecia nos seus domínios.
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Sociedade
O termo inca, que hoje designa um povo e uma sociedade, originalmente
significava chefe, título dado aos imperadores e aos nobres.
O Inca, filho do deus do Sol, misto de deus e imperador, reunia centenas
de tribos sob sua autoridade. O imperador era o guardião dos bens do
Estado, especialmente da terra e submetia a sociedade ao rigor de suas
decisões.
Abaixo do imperador estavam seus parentes, os nobres, e os escolhidos
para ocupar os postos de comando, como governadores de províncias,
chefes militares, sábios, juízes e sacerdotes.
A camada seguinte era formada de funcionários públicos e trabalhadores
especializados, como ourives, marceneiros, pedreiros etc. Na base da
hierarquia estavam os agricultores.

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Economia
A economia inca era baseada no trabalho coletivo e adaptado à idade de cada um. O
alicerce da economia era a agricultura, desenvolvida especialmente na zona
montanhosa dos Andes.
Lavouras se estendiam por encostas íngremes, com o sistema de terraços – espécie de
degraus construídos com paredes de pedras.
As terras estatais eram cultivadas por todos os campos e a produção era armazenada
para sustentar a nobreza, os sacerdotes e os militares.
Os excedentes eram estocados em armazéns instalados ao longo de todo o império e
repartidos em tempo de carência ou épocas de calamidades.
Para melhorar a produtividade da terra eram usados dois recursos: a adubação, feita
com esterco de lhama e de pássaros; e a irrigação, com tanques e canais.
Criavam a lhama, que serviam para o transporte, a alpaca e a vicunha, das quais
obtinham a lã e a carne. No litoral, as populações viviam principalmente da pesca.
Para prestar conta dos impostos recolhidos e controlar a produção era usado o quipu,
que significa nó, em quéchuca. O quipo consistia num cordão, no qual estava presa uma
série de pequenos cordões coloridos, pendurados em forma de franja e com vários nós.
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Política
O Império Inca tinha 4.000.000 de km, uma população de 15 milhões de
pessoas espalhadas em 200 povos diferentes e a capital era Cusco. Para
dar coesão a este vasto império, se impôs um idioma – o quéchua – e se
estabeleceu o culto ao deus Sol, Inti.
Igualmente, todos deveriam trabalhar para o sustento da família e isso
garantia que tivessem comida e roupas. Claro que o Imperador e seus
nobres tinham privilégios, mas na sociedade inca ninguém passava fome
e todos tinham trabalho.

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Cultura
A grandiosidade da arquitetura e da engenharia dos incas se apresentam
através de palácios, casas, templos, fortalezas, pontes, túneis, estradas,
canais e aquedutos.
Os incas não tinham escrita. Eles transmitiam suas ideias e conhecimentos
através da oralidade e dos desenhos.
A arte funerária com suas máscaras e oferendas também chegou até nós e
nos permite conhecer mais sobre as habilidades artísticas deste povo.

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Religião
A religião marcava grande parte da vida e da cultura inca. Adoravam diversos deuses, que
em geral eram associados a elementos da natureza, como o sol, a lua, o rio, a chuva etc.
As divindades recebiam oferendas, inclusive sacrifício humano, e esperavam dos deuses
um retorno em forma de chuva, proteção, boa colheita, etc. Em homenagem ao deus Sol –
Inti – foi construído um grande templo em Cusco.
Deuses Incas
Viracocha (ou Wiracocha) – deus criador e fundacional. Aquele que emergiu em forma
humana das águas do lago Titicaca para ordenar os homens sem leis. Organizou o mundo
em três níveis, deu função a cada um dos povos, criou as planta e animais. Uma vez
terminada sua missão, saiu caminhando pelo mar.

Inti (ou Apu Inti) – identificado como o deus Sol que seria o “servo de Viracocha”. Os fiéis
acudiam a Inti para pedir boas colheitas e o fim das doenças. Sua energia alimentava a
terra e seus seres que nela habitavam. Sua companheira e irmã era Mama Quilla,
indentificada com a lua, que eram pais dos imperadores incas.

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Mama Quilla – deusa identificada com a lua e principal deidade feminina.
Era servida por uma classe sacerdotal de mulheres e sua importância era
enorme em todos os assuntos femininos como os nascimentos,
casamentos, fertilidade, os ciclos das colheitas, etc. Irmã e esposa de Inti
e de cuja união nasceram os imperadores incas.
Pachamama – não é propriamente uma deusa criadora. Seu nome
significa pacha – terra e mama, mãe. É um mito entendido em toda a
América, pois se trata da própria terra, dos cultivos e pastos. A
Pachamama era reverenciada com uma parte das colheitas ou dos
animais que pastavam. Assim se estabelecia uma relação de
reciprocidade entre os fiéis.

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Fim do Império
O Império Inca começou a se desagregar no final do século XV, ao
enfrentar várias rebeliões internas.
Com a chegada dos espanhóis, estes se aliam aos inimigos dos incas e
terminam por conquistá-los em 1533.
O imperador Atahualpa foi executado e após sua morte os incas se
refugiaram nas montanhas, onde resistiram até 1571, quando foi
capturado e morto o último líder – Tupac Amaru.
Seu neto, Tupac Amaru II, liderou a última insurreição inca, mas
também foi assassinad.

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Cultura Inca Hoje
Ao contrário do que possa parecer, a cultura inca está viva e presente nas
sociedades andinas.
No Peru, especialmente na cidade de Cusco, é possível visitar vários
lugares e conhecer a cultura inca como:
Machu Picchu – situada no topo de uma montanha, a 2400 metros de
altitude, não foi encontrada pelos colonizadores; só foi descoberta em
1912, por um pesquisador norte-americano. Tratava-se, provavelmente, de
um santuário religioso.
Vale Sagrado – reúne uma série de cidades como Sacsayhuamán,
Ollantaytambo e Písaca. Ali se conservam costumes ancestrais, como
realizar transações comerciais pelo sistema de trocas, morar nas mesmas
casas de pedra construídas pelos incas, etc.

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Curiosidades
• O Imperador era considerado um deus, por tanto, todo o que dizia era
acatado. Geralmente, casava-se com uma irmã que também era vista
como a encarnação de Mama Quilla.
• Não importava a classe social: as casas não tinha móveis, somente
esteiras e tapetes.
• As Virgens do Sol eram mulheres selecionadas aos quatro anos pela sua
beleza e saúde. Aos 14 podiam decidir se ficariam servindo ao deu Sol -
o próprio Inca - ou se voltariam para casa.
• A distribuição de terras era feita de acordo com o tamanho da famíla.
Quanto mais filhos, mais terras. Assim, ninguém tinha problema de
alimentar sua prole.

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Cidade de Machu Picchu


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Bibliografia:
• https://www.todamateria.com.br/
• Rezende, Antonio Paulo-Rumos da História: história geral e do Brasil:
volume único: ensino médio/Antonio Paulo Rezende, Maria Thereza Didier-
2° ed.- São Paulo: Atual 2005.
• https://pt.wikipedia.org/

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