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MARGINAL
(repertório)
Percurso histórico
Ana Cristina Cesar
Nos vidros que se embalançam,
Nas plantas que se desdobram.
Chove
A chuva cai.
Chove nas praias desertas,
Os telhados estão molhados, Chove no mar que está cinza,
Os pingos escorrem pelas vidraças. Chove no asfalto negro,
O céu está branco, Chove nos corações.
O tempo está novo.
A cidade lavada.
Chove em cada alma,
A tarde entardece, Em cada refúgio chove;
Sem o ciciar das cigarras, E quando me olhaste em mim,
Sem o jubilar dos pássaros, Com os olhos que me seguiam,
Sem o sol, sem o céu.
Chove. Enquanto a chuva caía
A chuva chove molhada, No meu coração chovia
No teto dos guarda-chuvas. A chuva do teu olhar.
Chove. – Ana Cristina Cesar, em “Inéditos e dispersos”.
A chuva chove ligeira,
Nos nossos olhos e molha. [organização Armando Freitas Filho]. São Paulo:
O vento venta ventado, Editora Brasiliense, 1985.
manhã de primavera
para todas as flores
dia de estreia
(Alice Ruiz)
a gaveta da alegria
já está cheia
de ficar vazia
(Alice Ruiz)
Tem os que passam
e tudo se passa
com passos já passados
aprendi
naquele dia
a morte é relativa
aos olhos
prada
de quem vê
(Jarid Arraes)
Na favela Canindé
Sua vida foi sofrida
A maior luta diária
Era a busca por comida
Era vida esfomeada
Sempre muito deprimida.
Carolina ainda tinha
Três filhos para cuidar
Todos de pai diferente
Ela nunca quis casar
Pois queria a liberdade
Pra fazer seu desejar.
O que mais ela gostava
Era ler, era escrever
Sendo maior passatempo
E registro do viver
Nas palavras mergulhava
Para assim sobreviver.”
(Trecho do cordel Carolina Maria de Jesus, de Jarid Arraes)
LUBI PRATES
para este país
para este país
eu traria
• Temas sociais
• 3 minutos
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