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Fenômenos de Transporte III

Aula 4 – Concentrações, Velocidades


e Fluxos
Considerações Iniciais
• Até aqui nos concentramos em entender como um soluto
interage com o meio difusivo da transferência de massa.
• A partir de agora procuraremos expressar quantidades e
não mais uma molécula ou um átomo.
• Para que isso seja possível, admitiremos a hipótese do
contínuo, na qual é suposta a distribuição contínua da
matéria no espaço.
Concentração
• Em misturas multicomponentes, a concentração de uma
espécie molecular pode ser expressa de várias formas:
 Concentração mássica - massa total do sistema contido
em uma unidade de volume da mistura.

 Concentração molar - número de mols de “i” presentes


por unidade de volume da mistura
Concentração
 Fração mássica - concentração mássica da espécie “i”
dividida pela concentração mássica total.

 Fração molar - concentração molar da espécie “i”


dividida pela concentração molar total.
Fase Gasosa
• Quando relacionado com a fase gasosa em condições
ideais, as frações molares yi são expressas em termos de
pressões parciais:
Definições e relações básicas para uma
mistura binária
Definições Adicionais
Exemplo 1
• Determine a massa molecular da seguinte
mistura gasosa:
 5% de CO;
 20% de H2O;
 4% de O2;
 71% de N2.
• Calcule, também, as frações mássicas das
espécies que compõe essa mistura:
Velocidades
• Quando mencionamos velocidade, não será apenas de
uma molécula da espécie i, mas sim a média de n
moléculas dessa espécie contidas em um volume.
• Como a solução é uma mistura de distintas espécies
químicas, a velocidade com a qual escoa esta solução é
dada pelas seguintes equações:
• Velocidade média mássica:
Velocidades
• Velocidade média molar:

• Convém salientar que vi é uma velocidade absoluta, pois


diz respeito à espécie química i. Essa velocidade pode
estar referenciada a outro tipo de velocidade:

• O resultado oriundo das diferenças dos itens 2 e 3


denomina-se velocidade de difusão.
Velocidades
• Em um rio há diversas espécies de peixes
como lambari, traíra, pacu, etc. Existe uma
velocidade média absoluta inerente a cada
espécie que está associada ao seu cardume.
Por exemplo: a velocidade do lambari é a
velocidade do cardume de lambari e assim por
diante. Desse modo, se considerarmos o
cardume (espécie) “i” à do rio, teremos a
“velocidade de difusão da espécie i”.
Exemplo 2
• Sabendo que as velocidades absolutas das espécies
químicas presentes na mistura gasosa do exemplo 01
são: vCO,z = 10 cm/s, vO2,z = 13 cm/s, vH2O,z = 19 cm/s, vN2,z =
11 cm/s, determine:
a. A velocidade média molar da mistura;
b. A velocidade mássica da mistura;
c. A velocidade de difusão do O2 na mistura, tendo como
referência a velocidade média molar da mistura;
d. Idem ao item (c), tendo como referência a velocidade
média mássica da mistura.
Fluxo
• O fluxo mássico ou molar de uma dada espécie é uma
quantidade vetorial denominado através da quantidade
desta espécie em unidades mássicas ou molares, que se
deslocam em um dado incremento de tempo por uma
unidade de área normal ao vetor.
Fluxo
Retomando o exemplo do cardume de peixes
em um rio:
• Se considerarmos que os diversos cardumes de peixes
passem por debaixo de uma ponte, a qual está situada
perpendicularmente ao escoamento do rio, fica a
seguinte questão: que velocidade é esta associada ao
fluxo? (velocidade do rio, de difusão do cardume ou
absoluta do cardume?)
• Qualquer que seja a velocidade, o fluxo total do cardume
“A” referenciado a um eixo estacionário é dado por:
Fluxo – Contribuição Difusiva
• Velocidade de difusão = diferença entre a velocidade
absoluta da espécie “i” com a velocidade média (molar
ou mássica).
• No exemplo dos cardumes, implica a interação cardume
A/rio, portanto um fenômeno difusivo e o fluxo
associado será devido à contribuição difusiva:
Fluxo – Contribuição Convectiva
• Suponha agora que, ao invés de nadar, o cardume A
deixe-se levar pelo rio. O movimento do cardume será
devido à velocidade do meio. O fluxo associado, nesse
caso, decorre da contribuição convectiva.

• O fluxo decorrente do cardume A nadar na direção Z,


enquanto o rio estiver escoando é dado por:
Exemplo 3
• Sabendo que a mistura descrita no exemplo 2 está a 1 atm e
105 ◦C, determine:
a) O fluxo difusivo molar do O2 na mistura;
b) O fluxo difusivo mássico do O2 na mistura;
c) A contribuição do fluxo convectivo molar do O2 na mistura;
d) A contribuição do fluxo convectivo mássico do O2 na mistura;
e) O fluxo mássico total de O2 referenciado a um eixo
estacionário.
f) O fluxo molar total de O2 referenciado a um eixo
estacionário.
Lei de Fick da Difusão
• Considere um recipiente que contém 2 gases A e B (C A >>
CB),inicialmente separados entre si por uma partição.
Lei de Fick da Difusão
• Ao retirar-se a partição, os dois gases difundem um
através do outro até que a concentração de ambos seja
uniforme em todo o volume “V”.
Lei de Fick da Difusão
• Este fenômeno é regido pela primeira lei de Fick:

• O sinal negativo indica o decréscimo da concentração da


espécie A com o sentido do fluxo.
Lei de Fick da Difusão
Exemplo 4
• O diclorometano é um ingrediente comum em
decapantes de tintas. Além de causar irritações, pode ser
absorvido pela pele. Deve-se usar luvas de proteção
quando manipular este decapante. Usando-se luvas de
borracha butílica (0,04 cm de espessura), qual é o fluxo
de diclorometano através da luva? Dados:
• Coeficiente de difusão: 110x10-12 m2/s
• Concentrações superficiais: C1= 440Kg/m3 C2= 20 Kg/m3
Fluxo Molar Total

Considerando-se uma mistura binária (A + B):


Fluxo Molar Total
Fluxo Molar Total
1ª Lei de Fick
1ª Lei de Fick
Lei de Fick

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