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Filo Porífera

Por: Eng. Badrodines Adamuge e Eng. Vasco Caixote


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Introdução
• Os poríferos, representados pelas esponjas, são tidos por alguns autores não como
animais propriamente ditos, mas como membros de um grupo denominado Parazoa.
• Como o próprio nome sugere os parazoários, apesar de serem multicelulares, são
considerados por alguns autores como um grupo próximo dos animais e que pode
muito bem ter sido um dos ancestrais dos actuais metazoários (Lima, 2015).

• Isto se deve a algumas razões (Lima, 2015):


• Não possuem órgãos nem tecidos verdadeiros;
• Suas células apresentam um grau considerável de independência umas das outras;
• São sésseis, e quando apresentam algum movimento, este é pouco detec- tável, ou se deve às
correntes de água;
• Ausência de sistema nervoso e órgãos sensitivos.
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Introdução (Cont…)
• São de todos, os animais os mais simples, não
apresentando ainda as suas células associadas em
tecidos (Lima, 2015).

• São aquáticos geralmente marinhos, são imóveis e


sempre fixos a um substrato submerso.

• A superfície do corpo é perfurada por numerosos


poros inalantes que permitem a passagem da água,
com partículas alimentares para cavidade
gastrovascular (Lima, 2015).
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Organização corporal das esponjas

• O corpo é constituído por duas camadas de células- animais diblásticos.


Estas camadas – ectoderme e endoderme- são separadas por uma camada
média gelatinosa, a mesogleia ou mesênquima (Lima, 2015).

• Entretanto é fato que toda essa construção também é influenciada graças


ao sistema de canais por onde a água circula (Lima, 2015).

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Estrutura das esponjas

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Fisiologia das componentes estruturais das esponjas
• Na camada celular interna da cavidade gastrovascular existem células
flageladas chamadas coanócitos, cujos flagelos fazem deslocar a água que
sai por um ou vários orifícios de maiores dimensões- os ósculos. (Lima,
2015)

• Algumas esponjas possuem um esqueleto constituido por espículas que se


formam na mesogleia (Lima, 2015).

• Outras não posuem espículas e o seu esqueleto é constituído por uma rede
de fibras fortes e flexíveis de espongina (Lima, 2015).

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Fisiologia das componentes estruturais das esponjas
• Mesohilo: algo semelhante ao tecido conjuntivo que ocorre nos metazoá-rios, onde se
fixam as células e elementos esqueléticos das esponjas;

• Pinacoderme: revestimento da esponja formado a partir de células deno- minadas de


pinacócitos;

• Coanócito: célula flagelada responsável pelo fluxo interno de água;

• Amebócito: célula de movimento amebóide responsáveis por fagocitar alimentos.


Alguns podem secretar as espículas, sendo então denominados esclerócitos, e outros são
chamados colêncitos por secretarem fibras de colágeno (Lima, 2015);
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Estrutura das esponjas
 Para uma melhor compreensão, tomasse
sempre como exemplo as esponjas do
tipo asconoide e siconoide, conhecidas
como as estruturas mais simples dentro
do grupo (Lima, 2015).

 As esponjas asconoides são


normalmente pequenas e de formato
tubular, com a superfície totalmente
tomada por pequenos poros (daí o termo
porífero, que significa portador de
poros).

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Fisiologia das componentes estruturais das esponjas

• Espongiocele: também chamada de átrio por alguns autores, é normalmen- te


o destino do fluxo direcionado de água. É nessa cavidade que gametas e
material metabolizado são lançados para serem lançados no meio externo;

• Ósculo: região de saída do fluxo de água do interior da esponja;

• Espícula: estrutura rígida formada a partir de esclerócitos, de natureza calcária


ou silicosa, constituinte do esqueleto das esponjas, e que também serve de
defesa para o animal, podendo provocar desde irritações até ferimentos.
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Formas corpóreas das esponjas
• As esponjas são encontradas sob basicamente três formas: asconoide,
siconoide e leuconoide.

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Caracteristicas das formas corpóreas das Esponjas
• As diferenças entre esses grupos podem ser observadas quando comparamos os
sistemas de canais internos.

• As asconoides basicamente não possuem canais internos, e a água passa pelos poros
diretamente ao átrio da esponja.

• As do tipo siconoide diferenciam-se das anteriores pelo fato de apresentarem uma parede
bem mais espessa, permitindo que ocorra a formação dos canais radiais, que são formados
por coanócitos que dirigem o fluxo de água para a espongiocele.
• É interessante saber que normalmente nas primeiras fases da vida, as esponjas siconoides
podem apresentar-se como asconoides, sendo os canais formados por evaginação posterior
da parede do corpo da esponja (Lima, 2015).
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Caracteristicas das formas corpóreas das Esponjas

Esponjas dos tipos asconoide (1), siconoide (2) e leuconoide (3).


As setas indicam o fluxo da água nas esponjas.
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Características das formas corpóreas das Esponjas
• As esponjas leuconoides podem ser consideradas como as mais complexas, pois
apresentam câmaras flageladas, e ampliam sensivelmente a superfície de contato com a
água, o que possibilita um melhor aproveitamento dela (Lima, 2015).

• É provável que esta seja a razão por normalmente este tipo de esponja apresentar
tamanhos maiores, e pela maioria das esponjas viventes serem desse tipo.

• Essas esponjas apresentam maior ramificação dos canais, apresentando o que se chama
de câmaras flageladas arredondadas. Devido à ramificação dos canais, o átrio
dificilmente ocorre nessas esponjas, entretanto podem ocorrer muitos ósculos nesses
animais (Lima, 2015).
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Fisiologia das esponjas (Nutrição e digestão dos espongiários)
• A fisiologia dos poríferos se deve em grande parte ao fluxo de água que ocorre
nesses animais, pois é através dele que os animais obtêm o alimento e oxigênio
para manutenção da vida, e também a remoção de detritos e libertação de
gametas para a reprodução sexuada (Lima, 2015).

• A corrente se dá pelo batimento das flagelas dos coanócitos, gerando um fluxo


em direcção às partes mais internas do animal.

• O material particulado que penetra pelos poros acaba servindo de alimento


para estes animais. Partículas grandes podem ser fagocitadas, e a digestão é
totalmente intracelular, sendo cada célula particularmente alimentada.
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Fisiologia das esponjas (Nutrição e digestão dos espongiários)
• Aliás, cada célula desempenha as funções vitais para a manutenção da vida na es-
ponja, pois ela não possuíem sistema excretor, nem digestório nem respiratório.

• Juntamente com a água que penetra pelos poros, chegam ao átrio partículas
alimentares microscópicas (algas, protozoários, plantónicos) e oxigénio dissolvido.
Estas partículas são ingeridas por fagicitos e formando-se no interior, vacúolos
digestivos (Lima, 2015).

• A digestão das esponjas é intracelular e os produtos úteis da digestão são


distribuidos a todas as células e as não digeríveis são eliminadas sendo carregadas
por fluxos de água para fora do animal (Lima, 2015).
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Reprodução dos poríferos
• Estes animais podem reproduzir-se tanto sexuada como assexuadamente.

• A forma assexuada mais comum é o que se chama de brotamento, onde


ocorre o crescimento de outra esponja que, com o passar do tempo, e com o
aumento, acaba por se destacar da esponja-mãe, vivendo totalmente
independente dela (Lima, 2015).

• É também comum que partes eventualmente arrancadas de uma esponja


possam fixar-se em alguma estrutura, vindo a formar outro indivíduo.
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Reprodução dos poríferos
• Outra forma é através da gemulação, sendo esta muito comum em esponjas
de água doce, que vivem em ambientes que possam secar (Lima, 2015).

• Nesse caso as gêmulas são constituídas por amebócitos que ficam protegidos
por uma camada de espongina e espículas.

• Com a morte da esponja-mãe, as gêmulas permanecem em estado dormente


até que surjam condições favoráveis à sobrevivência, quando “germinam” e
novamente surgem novas esponjas (Lima, 2015).

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Reprodução dos poríferos

• Já o processo de reprodução sexuada se dá pela participação de células


sexuais masculinas e femininas (gametas), sendo estes originados a partir de
coanócitos transformados (espermatozoides) (Lima, 2015).

• Oócitos desenvolvem-se através de coanócitos ou amebócitos.

• As esponjas são vivíparas, e o zigoto fica retido até que surja a formação de
uma larva ciliar denominada parenquímula ou anfiblástula, sendo esta
muito comum em esponjas calcárias (Lima, 2015).

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Reprodução dos poríferos

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Resumo
•  Animais conhecidos como esponjas.  Nutrição, excreção e trocas gasosas: A
•  Vivem no fundo do mar, apoiados sobre água que circula no interior do corpo traz
o fundo rochoso ou arenoso. partículas nutritivas. Os coanócitos
fagocitam as partículas nutritivas e a
•  Não apresentam folhetos embrionários digestão termina intracelularmente.
verdadeiros nem tecidos. Apenas tipos  Excreção: Exocitose e difusão.
celulares: porócitos, pinacócitos, amebócitos
e coanócitos (Lima, 2015).  Respiração: Difusão.
•  Partes do corpo: átrio, ósculo e poros.
• Três tipos básicos de estrutura  Reprodução: Assexuada (brotamento,
corporal das esponjas: asconóide, gemulação), sexuada (Indivíduos
siconoíde e leuconoíde (Lima, 2015). hermafroditas produzem espermatozoides e
óvulos. A produção desses gametas ocorre
• Sustentação corporal: Espículas em épocas diferentes então não há
minerais e filamentos fibrosos que auxiliam autofecundação).
na sustentação do corpo. UR - Montepuez 21
Sistemática das esponjas
• São conhecidas três classes de poríferos: Calcarea, Hexactinellida e Demospongiae.

• Como o próprio nome sugere, as calcárias, também conhecidas como Calcispongiae são aquelas
que apresentam espículas compostas por carbo- nato de cálcio e que são trirradiadas (com três
eixos) (Lima, 2015).
• Os Hexactinellida são conhecidos como esponjas-de-vidro, e ocorrem em águas profundas. Sua
composição é bastante rígida e quebradiça, espe- cialmente devido à formação de seu esqueleto a
partir da sílica (Lima, 2015).

• Os Demospongiae talvez sejam os mais conhecidos, sendo inclusive utilizados para o banho em
algumas localidades, embora tenham algumas espículas.

• Cerca de 955 das espécies viventes de esponjas pertencem a esta classe, onde todos são
leuconoides e marinhos (exceto a família Spongillidae) (Lima, 2015).
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Importancia das esponjas do Mar para o Homem
• Algumas pessoas acreditam que as esponjas servem apenas para a higiene
pessoal, entretanto as esponjas marinhas já há muito tempo vêm sendo
usadas nas pesqui-sas médicas para o fortalecimento do sistema
imunológico no combate a doençastipo câncer e AIDS (Lima, 2015).

• Recentemente pesquisas têm sido desenvolvidas com esponjasde água


doce do rio Amazonas, conhecidas como mãe-da-coceira, devido à
irritaçãoda pele ocasionada pelo contato da pele com as espículas (Lima,
2015).

• Estão sendo desenvolvidas pesquisas para a utilização dessas esponjas


inclusive no tratamento do mal deURAlzheimer
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(Lima, 2015). 23
Conhecimentos adicionais sobre a classificação dos animais

• Para facilitar nossa compreensão, há critérios utilizados para classificar os


animais. 
• Alguns deles são (Lima, 2015): 
• Formação de tecidos:​há os ​Parazoa​e os ​Metazoa​. 

• Folhetos embrionários: ​podem ser classificados em ​Diblásticos​ou ​Triblásticos​. 

• Celoma:​existem animais ​Acelomados​, ​Pseudocelomados​ou ​Celomados​. 

• Presença de Vértebras:​aqui temos os animais ​Invertebrados​e os ​Vertebrados​. 


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