REINO ANIMAL – FILO PORÍFERA – Fabio Diamantino – 3º ANO 1
FILO PORÍFERA evita a recirculação de água á qual já foram retirados
alimento e oxigênio e adicionados resíduos. Acredita-se que os primeiros animais que surgiram A parede do corpo das esponjas delimita uma na face da Terra tenham sido os poríferos. Várias são as cavidade central, o átrio ou espongiocélio. Em certas hipóteses sobre a origem dos animais. Uma das mais esponjas mais complexas não existe apenas uma aceitas propõe que eles teriam derivado de protistas cavidade central, mas um labirinto de canais e câmaras flagelados coloniais, dando origem primeiramente à cobertas de células flageladas – câmaras vibráteis. A linhagem dos parazoários (sub-reino Parazoa), respiração e a excreção são feitas diretamente por difusão representada pelos poríferos, e depois à linhagem dos com o meio aquático, pelo que as esponjas não suportam eumetazoários. águas estagnadas. Todas as esponjas são fixas na fase adulta e coloniais, vivendo em meio aquático (água doce ou A parede do corpo das esponjas é formada por diversos salgada), geralmente da linha da maré baixa até tipos de células, sustentadas por elementos esqueléticos profundidades que atingem os 5500 metros. Crescem de vários tipos: sempre aderidas a substratos imersos, como madeira, conchas, rochas, etc. Muitas apresentam um aspecto quase vegetal (tendo sido consideradas plantas durante muitos séculos), embora possam ser brilhantemente coloridas. Os Poríferos se desenvolvem somente até a blástula, portanto não formam folhetos embrionários, não possuem tecidos verdadeiros e são acelomados, ou seja, não têm o celoma. A simplicidade da estrutura das esponjas é tal que, se forem trituradas e passadas por uma peneira, de modo a separar as suas células, estas poderão reagrupar-se e formar novamente uma esponja, em tudo semelhante á original. As células do corpo das esponjas apresentam mesmo um certo grau de independência, sem coordenação por células nervosas. Não apresentam, portanto, tecidos verdadeiros, nem sistemas de órgãos. Outro aspecto intrigante da biologia das esponjas é o fato de serem os únicos animais - Pinacócitos – células achatadas de revestimento da cuja abertura principal do corpo é exalante. No entanto, a parte externa, formando uma espécie de epiderme maioria das esponjas reage ao toque, especialmente em designada pinacoderme (embora não seja um verdadeiro volta da sua abertura principal, embora os estímulos sejam tecido); conduzidos lentamente, provavelmente célula a célula. - Coanócitos– células flageladas com uma expansão As esponjas são organismos imóveis, mas membranosa em forma de colarinho, que revestem o capazes de movimentar a água em seu redor. As espongiocélio e outras câmaras vibráteis internas das partículas alimentares em suspensão penetram no corpo esponjas. O movimento dos seus flagelos cria a corrente da esponja através de poros microscópicos – poros de água que traz nutrientes e gases. Os nutrientes são inalantes - na sua parede lateral e a água filtrada é filtrados pelo “colarinho” da célula, que não é uma retirada através de uma abertura maior – ósculo – na estrutura sólida, mas antes um conjunto de pequenos zona oposta á base. Em certas espécies, o ósculo pode bastonetes erectos e separados por espaços. Qualquer ser lentamente fechado. partícula orgânica ou microrganismo plantônico aprisionado no colarinho é encaminhado para baixo, em direção ao corpo celular e endocitado, ocorrendo uma digestão intracelular, em vacúolos digestivos. Posteriormente os nutrientes são difundidos para a mesogleia ou célula a célula. - Amebócitos– células livres de vários tipos que se deslocam por movimentos amebóides, presentes no mesênquima ou mesogleia (substância gelatinosa localizada entre as camadas de pinacócitos e coanócitos) e que são responsáveis pelo crescimento e capacidade de regeneração, pois podem originar todos os restantes tipos O ósculo encontra-se quase sempre acima do de célula (exceto os coanócitos) e produzir as espículas resto do corpo do animal, uma adaptação importante, pois do esqueleto. Estas células podem, ainda, transferir os nutrientes presentes na mesogleia para as restantes REINO ANIMAL – FILO PORÍFERA – Fabio Diamantino – 3º ANO 2 células e retirar os produtos de excreção para o Os óvulos têm origem em amebócitos e os espongiocélio. São, ainda, responsáveis pela formação espermatozóides podem ter origem em amebócitos ou dos gametas; coanócitos. Se estes espermatozóides encontrarem outra - Porócitos– células dotadas de um poro central, esponja da mesma espécie, ocorrerá a fecundação e designado poro inalante, que as atravessa de lado a lado. formar-se-á um zigoto. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da A fecundação é geralmente interna. O zigoto vai esponja, sendo através delas que a água penetra no originar uma larva nadadora designada anfiblástula, não espongiocélio. Estas microscópicas aberturas podem ser mais que uma pequena bola de células flageladas do tipo reguladas pelo animal. coanócito. Esta larva liberta-se do corpo da esponja-mãe e Os elementos esqueléticos das esponjas podem sai pelo ósculo, acabando por se fixar a um substrato e ser de dois tipos básicos: sofrer uma inversão, em que as células flageladas migram - Fibras proteicas – formadas por uma proteína córnea para o interior da bola e as achatadas para o exterior. designada espongina, uma substância insolúvel e Por este motivo, diz-se que o desenvolvimento é indireto resistente á digestão por enzimas proteolíticas. A neste filo. espongina dispõe-se irregularmente no mesênquima; - Espículas minerais– estes elementos podem ser Reconhecem-se três tipos estruturais de compostos por dois tipos de minerais: esponjas: ascon, sicon e leucon, que diferem entre si - Carbonato de cálcio– espículas formadas por CaCO3, pela complexidade da parede do corpo. podem apresentar formas variadas, desde simples eixos - Ascon – é a forma mais primitiva dos espongiários. A rectos a formas complexas e ramificadas; parede é formada por duas camadas celulares; entre as - Sílica– espículas formadas principalmente por H2Si3O7, duas camadas celulares, há um mesênquima gelatinoso. são geralmente complexas e podem fundir-se, originando Possui poros inalantes que se abrem diretamente na uma estrutura relativamente sólida nas chamadas espongiocela. esponjas-de-vidro. - Sicon – a parede do corpo é formada por dobramentos , formando canais flagelados. Identificam-se dois tipos de A reprodução das esponjas pode ser assexuada, canais: os inalantes e os radiais. A água penetra pelas por brotamento ou gemulação, originando colônias de camadas radiais, indo para a espongiocela. Os canais grandes dimensões. radiais são revestidos internamente por coanócitos. A superfície externa e os canais inalantes são revestidos pela camada dermal, formada por pinacócitos. O mesênquima gelatinoso é bem mais desenvolvido do que no áscon, contém amebócitos e espículas. - Leucon – é o tipo mais complexo; o átrio é reduzido, enquanto a parede do corpo é bastante desenvolvida e percorrida por um complicado sistema de canais e câmaras. Os coanócitos encontram-se revestindo câmaras esféricas, também denominada câmaras vibráteis, interpostas num sistema de canais. Os canais partem dos poros e atingem as câmaras transportando água e são denominadas inalantes. Das câmaras saem os canais exalantes que atingem a espongiocela. Os coanócitos só aparecem nas câmaras vibráteis. Essas gêmulas, formadas principalmente em épocas de condições ambientais desfavoráveis, são verdadeiras formas de resistência - persistem longo tempo no ambiente e ficam em estado de repouso metabólico até que as condições externas ambientais voltem ao normal. A reprodução por brotamento é a forma mais comum de reprodução assexuada. A partir desse processo, uma esponja produz brotos, que se desenvolvem a partir da esponja-mãe. Esses brotos podem ficar ligados uns com os outros, organizando uma colônia. As esponjas podem ser monóicas (hermafroditas) ou dióica (sexos separados), permanecendo os óvulos na mesogleia e sendo os espermatozóides libertados para o espongiocélio e daí para o exterior.