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Colégio e Igreja de Santo Alexandre

Museu da Arte Sacra do Pará

Isaac Cardoso e Cianne Tavares


1ª 1653 – Em taipa

2ª 1668 – Colégio + Igreja

3ª 1719 – Reforma final

Construção da estrutura
O atual Museu de Arte Sacra do Pará foi
inicialmente construído no século XVII com a chegada
da Companhia de Jesus em Belém do Pará.
A priori, em 1652, os Jesuítas ficaram residindo
no Bairro da Campina, próximo ao convento das
mercês, contudo acharam muito periférico e decidiram
mudar-se para um terreno ao lado do Forte do Castelo.
Neste novo endereço eles construíram sob a
direção do Padre João de Souto-Maior, uma pequena
capela de taipa e folhas de palmeiras, esta que
permaneceu assim até ser substituída por outra sob a
direção do arquiteto Cristóvão Domingos, inaugurada
em 3 de Dezembro de 1668.

História

História
A Segunda Igreja, de 1668, foi dedicada a São Francisco Xavier, e é neste
momento que surge o Colégio de Santo Alexandre anexado pelo projeto à Igreja
de São Francisco Xavier.
A Igreja atual é resultado de
uma reforma feita à Igreja de
Cristóvão Domingos. Tal reforma
se deu a partir de poderes
devolvidos aos Jesuítas em 1686
pelo regimento das missões e
terminou em 1719.
Destaca-se que a última

História
reforma na estrutura deu à Igreja
algumas características barrocas
que ela conserva até hoje, dentre
elas estão principalmente

as obras de entalhe que o Padre João Xavier Traer


desenvolveu juntamente com os indígenas para ornamentação do Templo, como os
púlpitos, os retábulos, as imagens em madeira e outros detalhes.
Os indígenas eram ensinados nas obras de entalhe pelo Padre Xavier Traer nas
oficinas do Colégio de Santo Alexandre. Ponto relevante na visitação do local é a
característica indígena impressa na madeira, com rosto mais largo e barços e pernas
curtos e fortinhos.

História
Anjo Toucheiro entalhado pelos Indígenas Púlpito entalhado pelos Indígenas
Durante a reforma promovida
pela SECULT, três dos seis
retábulos entalhados em madeira
pelos indígenas foram reformados e
revestidos de argamassa, o que dá
aos mesmos a ideia de que foram
esculpidos em pedra.

História
Retábulo entalhado pelos Indígenas
A localização do edifício provocou polêmica
desde o início. Os militares clamavam inicialmente
que a igreja constituía um perigoso "padrasto" ao
forte. Seguiu‐se a disputa pelos terrenos vizinhos ao
edifício, que a fazenda real constantemente
requisitava para a instalação de armazéns, e os padres
pretendiam para ampliações do colégio.
Situado literalmente entre o forte e o porto, o
conjunto funcionava como elemento de articulação
entre as duas partes da cidade.
Após a expulsão dos jesuítas, em 1760, o próprio
prédio do colégio passou a ser disputado.

Antônio José Landi

Em 1761, António José Landi foi encarregado de transformar parte do edifício em


armazéns para armamentos. O bispado, às voltas com a obra nunca concluída do seu
paço episcopal, requisitou o edifício, que lhe foi atribuído, embora algumas partes

História
continuassem a ser utilizadas como armazéns de armas e para outros fins.
No século XIX, o colégio
funcionou como seminário. A
igreja passou por reformas em
1861. O conjunto foi
classificado pelo IPHAN em
1941, mas durante cerca de
cinquenta anos a igreja esteve
fechada ao culto e estava
bastante danificada. Em 1998
concluiu‐se o restauro da Igreja
e Colégio para lá se instalar o
Museu de Arte Sacra do Pará.

História
Museu de Arte Sacra do Pará
Em 1997, sob a gestão de Almir
Gabriel foi se instaurado um
projeto chamado “Feliz Luzitânia”,
este que visava restaurar o antigo
complexo de Belém e suas
edificações para fins culturais. A
SECULT ficou responsável por
efetuar tal reforma depois de um
período de 50 anos sem
funcionamento, reforma esta que
segundo a Folha de São Paulo,
custou na época R$ 9,5 milhões de
reais e que durou cerca de um ano,
após uma árdua tarefa de restauro.
O Museu de Arte Sacra do Pará foi
inaugurado em Outubro de 1998.
Tour pelo Museu
Nosso Tour pelo Museu tem 3 ponto principais:

1º Antiga Igreja de Santo Alexandre (Anexo ao antigo Colégio Jesuíta);

2º Exposição das obras sacras e utensílios;

3º Exposição itinerante e Exposição de Longa duração de Muiraquitãs.


Antiga Igreja de Santo Alexandre
Nossa visita à Igreja foi considerada uma ótima experiência. Utilizada
como espaço de ensino não formal, diversas escolas de Belém a visitam com
seus alunos para ter uma ideia mais expressiva do que seria o barroco ou então
como seriam as construções do período colonial.
Apesar de não promover mais missas, através de entrevista ficamos
sabendo que a Igreja ainda celebra ume especial no domingo de ramos e que
abre para casamentos, custando até então, dez mil reais por cerimônia.
O Tour pela Igreja tem como exposição as obras de entalhe da capela-mor
e dos retábulos em madeira feitas pelos indígenas sob a supervisão do Padre
Xavier Traer; A Sacristia; Uma imagem do Cristo Morto; As portas; Quadros
em alto relevo; Púlpitos; Piso de lajota de barro e as capelas laterais.
O Museu também é palco de concertos musicais, onde o espaço é cedido
pela SECULT.
Exposição de Longa duração
Imagens
O Tour pela exposição de Longa duração apresenta um conjunto de imagens
sagradas ao Catolicismo, dentre elas se destacam São Francisco de Bórgia (O
Santo do Pau Oco) e Nossa Senhora do Leite (Uma das três esculturas existentes).

São Francisco de Borja

Nossa Senhora do Leite


Prataria
A seção de Prataria fica dentro da Exposição Sacra de Longa-duração, e
expõe diversos artigos de metal feitos em cobre, prata ou ouro que eram utilizados
como utensílios para o ritual religioso ou até mesmo louça da era colonial. Nessa
exposição destacam-se as coroas usadas para consagração de santos.
Quadros
Exposição de itinerante
Encontramos também na Galeria Fidanza, dentro do Museu de Arte Sacra,
uma exposição itinerante que expunha alguns itens sagrados ao catolicismo e ao
Período Junino, com versões do Norte e Nordeste da Festividade, esta era gratuita.
Considerações Finais
Ao fim do nosso roteiro encontramos a seguinte síntese:
1º - O Museu de Arte Sacra nos carrega literalmente à era colonial e às memórias
jesuíticas. É um local maravilhoso para religiosos ou não, um lugar magnífico e
espiritual.
2º - Identificamos 03 banheiros no Museu, mas apesar da entrada do Museu contar
com uma rampa para cadeirantes, estes se limitam apenas ao térreo e não tem
acesso aos banheiros. Apesar de encontrarmos placas com braile, é proibido tocar
em qualquer exposição, o que o torna inoperante para deficientes visuais, e
nenhuma mediadora sabia se comunicar com surdos. Então, na questão de
acessibilidade, o Museu precisa de reformas.
3º - Apesar de ter seus problemas, o Museu de Arte Sacra é um ótimo local para
levar a família, ou aquele parente que mora em outro estado. O Ingresso custa R$
4,00 e alunos e professores não pagam.
COSTA, W. F. / MIRANDA C. S - O labirinto das memórias da antiga Igreja de Santo Alexandre:
símbolos integrados e contrastes da dinâmica do patrimônio sacro em Belém do Pará, USJT, arq.urb,
número 27, janeiro - abril de 2020.

IPHAN: Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil, volume II, pg.226. Disponível em:
https://www.ipatrimonio.org/belem-igreja-de-santo-alexandre-e-antigo-colegio-dos-jesuitas/#!/
map=38329. Acesso em 08/06/2023.

ARAÚJO, R. M. – Igreja e Antigo Colégio de Santo Alexandre, H.P.I.P – Patrimônio de Influência


Portuguesa. Disponível em: https://hpip.org/pt/heritage/details/663. Acesso em: 08/06/2023.

BELÉM: Ver-Belém – Santo Alexandre – Disponível em:


http://www.belem.pa.gov.br/ver-belem/detalhe.php?p=287&i=1. Acesso em: 08/06/2023.

SACRA, Museu de Arte – Painéis disponíveis no Museu para informação dos Visitantes – Complexo
Feliz Lusitânia. Consulta feita presencialmente em: 09/06/2023.

SÃO PAULO, Folha de – Belém Inaugura Museu de Arte Sacra – Edição 26 de Outubro de 1998.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq26109823.htm. Acesso em 11/06/2023.

Referências Bibliográficas

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