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Da
Freguesia
O Autor:
JOSÉ GAMEIRO
(José Rodrigues Gameiro)
Subsídios para a história
de
FICHA TECNICA:
Titulo:
SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DE FOROS DE SALVATERRA:
Fotos da Capa: -
Mapa da Freguesia de Foros de Salvaterra * 1936 -Construção da Barragem de Magos *Casamento, Transporte em
carroça
NOTA PRÉVIA
Setembro: 2010
O Autor
JOSE GAMEIRO
(José Rodrigues Gameiro)
1
FOROS DE SALVATERRA
( Subsídios para da História da Freguesia)
************
(1) - Durante muitos anos, existiu o sítio do Vale do Grou
2
A POSSE DA TERRA
anos mais tarde, existiu a discussão do projecto de lei 343/IV que, foi aprovado,
e saiu como lei contemplando a legalização da Várgea Fresca e Califórnia. O povo
dos Foros de Salvaterra, conquistava assim um desejo que, durava à muitas
dezenas de anos. O progresso vinha chegando, e o primeiro ramal de
electrificação de algumas zonas, aconteceu no dia 24 de Outubro de 1981, para
comemorar o acontecimento o executivo da Junta de Freguesia, promoveu um
programa com muitos festejos.
BARRAGEM DE MAGOS
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de um sistema de bombagem, beneficiando toda sua vasta área de terreno
areno-arenoso com calhau e alguma argila.
A AGRICULTURA
Uma nova etapa, começou nos terrenos que, durante centenas de anos, davam
sementes de sequeiro, como: o grão, a fava, o milho e o trigo, eram agora
aproveitadas na batata, tomate e cenoura. Estas três culturas agrícolas, estavam
agora a mostrar serem mais produtivas.
O ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO
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Pelas 15,00 horas, um grande corrupio de passageiros, dava para encher
algumas camionetas, nos transportes públicos. A maioria ficava no Estanqueiro.
Mais tarde, naquela época do ano, era no Mercado de Marinhais, que a roupa
e o calçado eram comprados para vestir a família, aproveitando também para a
compra de um porco para a engorda.
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As entranhas, do animal eram todas limpas e aproveitadas. Algumas, serviam
logo para o primeiro petisco, caso das tripas, fígados. Quando a matança, era
no Outono, aproveitava-se, para a prova do vinho/ou água-pé.
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HINOS À NATUREZA
Nos anos 70, segundo uma recolha que fiz, especialmente na zona de Moita
Paredes e Lagoa, as gerações mais antigas de Foros Salvaterra, conservavam
ainda no seu rico vocabulário, “hinos à natureza”, como:
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espaços para armazém de viveres e adega. Na habitação, muito pobre de
construção, era usado o adobe (terra negra de aluvião e palha) com o reboco das
paredes em massa de cal.
Por perto viviam os animais de trabalho, aquartelados em estábulos
precários. O burro, era a besta mais utilizada, como meio de transporte,
enquanto o gado vacum, além do leite dava a força para o amanho da terra.
A casa com divisões pequenas, cujo estilo de construção, ainda durava nos
anos 50, deste século agora a findar, deu-lhes um lugar típico na Lezíria
ribatejana. O telhado com telha de canudo (a chamada telha portuguesa), era a
cobertura primitiva, dando lugar anos depois, a uma outra de desenho plano, a
Marselha. A entrada da casa, com espaço largo, servia de sala de receber as
visitas e funcionava como cozinha e lugar das refeições.
No fundo uma chaminé de construção junto ao chão, com uma grande boca,
onde durante o dia uma fogueira de lenha se mantinha acesa. Panelas grandes,
de ferro fundido com tripé, ali eram colocadas, para a cozedura das refeições
familiares e também dos animais. A meia altura da empena da chaminé, um
suporte (prateleira), construída em cimento ou madeira, suportava os potes de
barro, com água potável, para a bebida da família.
Na chaminé no início do
fecho do pescoço, no
interior, algumas
peças em ferro, suportavam
os enchidos, na sua cura de
fumeiro Uma outra divisão,
usada como quarto do
casal, tinha a completar,
um outro mais pequeno,
para agrupar as camas dos filhos, enquanto pequenos, consoante os sexos.
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1934 - Início da construção da Barragem de Magos
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AS TRADIÇÕES NO CASAMENTO
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(1)- Solão=Saibro de Aluvião
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Por necessidade de deslocação à Igreja Matriz da vila, os noivos e padrinhos
e restantes convidados eram transportados em vistoso cortejo.
Um dia, João Pereira (Jope), que de vez enquanto para lá enviava um artigo,
me abordou, entregando-me o texto seguinte:
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(1) – Francisco Câncio
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para o ar. Ao iniciarem o caminho, os nubentes tomavam o lugar na última
carroça do cortejo, de costas voltadas para o condutor, e acenavam alegremente
para a assistência que no percurso lhes desejavam muitas felicidades.
Antes da entrada no local da boda, uma boa mesa de vários pratos, à base de
carnes e doces, os esperava, com algumas garrafas de vinhos licorosos.
O acordeonista, tocava algumas modas, onde todos os convivas dançavam
durante alguns minutos. Durante a tarde, até à hora de jantar, novamente a
dança ocupava o tempo dos convidados, especial dos mais novos.
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(1) - Cruzamento Salvaterra/Coruche/Santarém
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As mulheres, essas em grupo, entretinham-se a saber e contar das novidades
locais!
Pela noite dentro e, com o jantar a decorrer, as músicas não paravam, a
convidar sempre um pé de dança, num baile que, durava até sol fora do dia
seguinte. Os noivos, não arredavam pé e, de vez enquanto a pedido, tinham de
dar a sua graça no bailarico.
A ENTREGA DA CHAVE
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por vezes lá se matava um coelho e também carne de cabrito, ou carneiro, que
era muito raro, nestas últimas.
Eram animais criados em casa, para se comer algum dia diferente, como,
doença, ou do nascimento de um filho (fazia-se uma canja com arroz). O dia de
Ano Novo, já não tinha grande importância, mas se tinha sobrado alguma coisa
do Natal, servia para a refeição do almoço.
Dois, ou três dias antes do Natal, depois da jorna do trabalho, noite dentro,
algumas vizinhas ou raparigas familiares, juntavam-se em casa de uma delas, e
ali faziam “velhozes” e arroz doce. Os bolos, era coisa desconhecida para
aquele povo rural. Um ou outro, mais endinheirado, lá comprava uns bolos
diferentes.
Como havia cozedura de pão, também se faziam umas “caralhotas” que as
crianças gostavam muito (massa do pão, azeite, canela e açúcar), aliás era um
doce que era feito todo o ano, sempre que o forno era quente e havia pão cosido
de fresco. Ao cair da noite da véspera de Natal, e sempre que o tempo
convidava, todos os vizinhos do canto onde viviam, em grande “ajuntamento”,
a pé com lanternas (umas com velas outras já com petróleo), acesas, lá iam por
estradas de areia – que eram os carreiros das carroças e das manadas de
animais, atravessando pinhais, fazia-mos a entrega de lembranças aos nossos
familiares mais próximos, especialmente aos mais idosos. A romaria, era feita
pelas mulheres e raparigas que cantavam e, no grupo sempre havia um homem
que tocava gaita de beiços, adoçando as “goelas” com uns golos de vinho doce,
ou aguardente (1)
ELEVAÇÃO A FREGUESIA
***************
(1) – In Blogue “historia de Salvaterra
O PROGRESSO
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A povoação conheceu melhores dias, após a revolução de Abril de 1974, tanto
o comércio e prestação de serviços muito se desenvolveu.
O abastecimento de água que, até ali era o reservatório do poço, foi
desenvolvido e numa primeira fase foram enterrados numa vasta zona, cerca de
70 kms de canalização para o abastecimento domiciliário.
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NOTA:
Quando da venda, em 1845, pela Junta da Paróquia de Salvaterra de Magos, dos terrenos
que, foram da Coutada real, estes em grande parte adquiridos por lavradores e proprietários
agrícolas de boas posses, da região, como: As Casas Cadaval, Roquette, Costa Freire, Roberto,
Porfírio Neves da Silva, Rebello de Andrade, Sousa Vinagre, Eugénio de Menezes, entre outros.
A maioria destes terrenos foi sujeita, após a compra a uma colonização expontânea, por
famílias que, ali se instalaram, para transformarem solos bravios, em terras produtivas, de
regime de cultura intensiva. Para a exploração directa dos cultivadores, foram usados os
sistemas; Aforamento, Venda, Arrendamento, e numa pequena escala a Parceria.
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Ainda na primeira metade do séc. XX, vários foram os Dec.Leis, publicados, autorizando a
então criada, Junta de Colonização Interna, a comprar em vário pontos do país, terrenos aos
primitivos donos, para uma colonização intensiva.
De modo a sua posse pelos usuários, fosse menos penosa na aquisição, a entrega aos
“colonos/foreiros”, dos terrenos era feita através de escritura de venda/compra, com pagamentos
mensais e durante vários anos
Nos Foros de Salvaterra, alguns terrenos foram assim transaccionados, ao abrigo daquelas
primeiras leis, e só muitos anos depois, em 1987, alguns casos foram solucionados, entre eles os
terrenos da “Califórnia”, na zona da Várzea Fresca, nome que recentemente tinha aparecido na
linguagem do povo.
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BIBLIOGRAFIA USADA:
Documentos do Autor :
* SALVATERRA DE MAGOS E O SEU CONCELHO:
Freguesia de Foros de Salvaterra
* OS FOREIROS DA CALIFÓRNIA E VÁRGEA FRESCA
Uma Luta de muitos anos !
* FOROS DE SALVATERRA “HISTÓRIAL”
(Texto oferecido pelo autor, e usado no livro de publicidade das Festas dos
Foros de Salvaterra, no ano 1994, pela sua Comissão),Também foi usado,
pela Câmara Municipal, no livro: “Salvaterra, Paladares Antigos.
* FOROS DE SALVATERRA “Uma terra abençoada pela natureza !”
* Texto da rubrica: - Já sabia, Que !
(Rubrica semanal, que o autor, tinha na rádio de Marinhais-1990)
*Natal de Outros Tempos ! – Autor *** In Internet “História de Salvaterra”
Blogue: http://www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt
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FOTOS USADAS:
- Pág 3 Monda de Arroz, no Paul de Magos .. 1936 <<<<<<.. a/d
- Pág.3 Construção da Barragem de Magos <.1936 <<<<<<. a/d
- Pág.4 Fazendo a vindima <<<<<<<<1936 <<<<<<. a/d
-Pág.4 Lavrando a terra, com Junta de bois <.1936 <<<<<<. a/d
-Pág.5 Mulheres Foreiras, entrando para as camionetas de transporte
Público <<<<<<<<<<<<<<1960 <<<.. Foto autor
- Pág.5 Francisco Libório e António (Casaquita), este com o burro
Junto à taberna do Leopoldino em Salvaterra, 1967, Foto E.Gageiro
-Pág.7 Rancho Folclórico de Foros de Salvaterra .. 1975 <<<<. a/d
- Pág.7 Casa tradicional de família Foreira<<1950 <<<<<< a/d
- Pág.8 Cama/quarto, Família Foreira<<<< 1950 <<<<<< a/d
-Pág 9 – Família Foreira <<<<<<<<<.. s/d <<<<<<< a/d
-Pág.10 Igreja Matriz e Taberna do Morais <.. s/d <<<<<<< a/d
- Pág.10 Carroças do cortejo de um casamento em Salvaterra <<..a/d
–Pág.13 Uma viúva Foreira e filha, na EN118 (Vale Queimado) 1967
Foto Eduardo Gageiro * Revista Século Ilustrado
-Pág. 15 Grupo de de homens transportando cestos com uva 1936 a/d
Pág. 15 Construção da Barragem de Magos<<<<<<<<<<. a/d
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As Fotos do Anexo, foram retidas da edição: Práticas e Saberes das Avós no
Cuidar das Crianças (Pág. 91,92,93) – Autor: João Paulo Vieira Rodrigues
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Dedico este livro:
A minha esposa,
Maria da Conceição,
nascida nos Foros de Salvaterra,
Nesta data, minha companheira
de 50 anos!
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Edição do Autor
Online
Publicado:
http://www.historiasalvaterra.blogs.sapo.pt