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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO
SOLO

Dinâmica do nitrogênio no solo sob tabaco


com diferentes manejos de fertilizantes no sul
do Brasil
Thais de Marchi Soares , Fabricio Silva Coelho , Vando Braz de Oliveira , Oscar Pontes , Paulo Sergio
Pavinato
Discentes: Magna Pereira dos Santos
Wandercleyson da Silva

Fortaleza - 2022
Introdução

Nicotiana tabacum L.
• O N é o nutriente mais eficaz para a obtenção de boa produtividade e qualidade
Cultura • Maturação das folhas;
do fumo • Deficiência – folhas pálidas
• excesso – estimula a produção de brotos laterais, folhas mais escuras

• Clorofila; Alcalóides; Hormônios; Enzimas; Vitaminas


• Fertilização excessiva
Nitrogênio
• Faz parte da molécula de nicotina, compreendendo ~13% desse composto
específico nas folhas de tabaco
Introdução

• Mineralização Grande quantidade


Fertilizantes
• Volatilização exigida pela maioria
Nitrogenados
• Lixiviação das culturas

Tabaco absorve Lixiviação Volatilização


apenas 20,9% do N Estações chuvosas Temp e umi
aplicado NO3- Amônia

Estratégias que possibilitem o uso


• Aumento da produtividade
eficiente do N para a sustentabilidade a
longo prazo • Manter fertilidade do solo
Hipótese
• Uma melhor adoção de manejo para fontes de fertilizantes nitrogenados e
método de aplicação pode reduzir as perdas de N por lixiviação e
volatilização

• O fertilizante nitrogenado natural, como o salitre chileno, é mais eficaz na


manutenção do N inorgânico no perfil do solo em comparação com a
uréia.
Objetivo
Quantificar as perdas potenciais de N por lixiviação e volatilização e a
consequente produção de tabaco sob fontes/manejo de fertilizantes
nitrogenados no sul do Brasil
Material e métodos
Local do experimento

Variedade de fumo CSC4704 – Virginia Período Agosto/Setembro


Condições semelhantes Variando ano agrícola

Transplantio – mudas

Tabela 1 . Localização dos municípios com seus portes, safra agrícola e classes de solo (Taxonomia do Solo e Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos - SiBCS) onde os experimentos foram realizados.
Município Temporadas Classe de solo

Vale do Sol – RS 2013/2014 Ultisol (Argiloso Vermelho Amarelo)


2014/2015

Ituporanga – SC 2014/2015 Inceptisol (Cambissolo Háplico)


2015/2016

São Lourenço do Sul – RS 2014/2015 Entisol (Neossolo Regolítico)

Imbituva – PR 2015/2016 Inceptisol (Cambissolo Húmico)


Material e métodos

Tratamento e estabelecimento das culturas

Fontes de Ureia – 45% N


Blocos cobertura O N total aplicado foi ajustado com as
de N Salitre chileno – 15% N recomendações para o fumo
casualizados
Nitrato de amônio – 27% N
Fertilizante 10–16-10 (N-P2O5-K2O)
Métodos Incorporada - IU
6 tratamentos de Proporção de 600 kg ha
4 Repetições aplicação
Veiculada à superfície – SU Cobertura
distintos
para ureia • Primeira aos 15-20 dias
• Segunda aos 30-35 dias
Taxas Dose completa - CS • Terceira aos 50-55 dias
Parcelas distintas
6 linhas x 7 plantas/linha para salitre NPK foi aplicado na mesma quantidade
42 plantas (1,3x0,45) chileno Meia taxa - CS1/2 total em cada local
Material e métodos

Tratamento e estabelecimento das culturas

Tabela 3 . Quantidade de fertilizante aplicada no estabelecimento dos experimentos de fumo e fontes de nitrogênio utilizadas como tratamentos para
aplicação em cobertura ao longo do ciclo da cultura

Tratamento Dose (10-16-10) kg ha-1 N-P2O5-K2O kg ha-1 Fontes de nitrogênio

Controle Sem fertilizante - -


CS 600 60 -96 - 60 salitre chileno
CS1/2 300 30 -96 - 30 Meia dose de salitre chileno
SU 600 60 -96 - 60 Ureia de superfície
A 600 60 -96 - 60 Nitrato de amônio
IU 600 60 -96 - 60 Ureia incorporada
Material e métodos

Tratamento e estabelecimento das culturas

Vale do Sol 2013/2014 Centeio - Secale cereale

2014/2015 Capim Sudão - Sorghum sudanense


Crotalaria - Crotalaria juncea
Ituporanga 2014/2015 Capim Sudão - Sorghum sudanense
Centeio - Secale cereale
2015/2016 Capim Sudão - Sorghum sudanense

São Lourenço 2014/2015 Centeio - Secale cereale


do Sul

Imbituva 2014/2015 Centeio - Secale cereale


Material e métodos

Quantificação de perdas de N por volatilização

Araújo et al., 2009


• Câmara estática semi-aberta – garrafa PET de 2L, Absorvente
• Espuma de poliuretano (H2SO4 + glicerina 2%) – trocados 1, 3, 5, 9
Amônia
e 15 dias após a fertilização
(N-NH )
Kamogawa e Teixeira, 2009
• N-NH3 total volatizado foram baseadas na concentração em solução
e no volume total em cada aglomerado de espuma lavada
Material e métodos

Avaliação do nitrogênio na solução do solo e no perfil do solo

Lisímetros de tensão – -80 kpa


Concentração na solução
• Profundidades: a 20, 40 e 60 cm

Amônia • Foram instaladas a 15 cm de distância das plantas


(NH4+) • A solução do solo foi coletada um dia após a aplicação de tensão (~15 ml)
• Coleta foi realizada sempre um dia após a chuva, ou um dia após a irrigação
Nitrato
(NO3-)
movimento no perfil
• Profundidades: a 20, 40 e 60 cm
• Coleta: 0 e 20, 40, 60, 80, 100 e 120 dias após o transplante
• Utilizando-se um trado holandês
Material e métodos
Produção de tabaco, teor de N e nicotina nas folhas

Após a cura
• Teor de N foliar-
Folhas em Digestão ácida (Tedesco et al., 1995)
maturidade • Teor de nicotina no tecido foliar
Cromatografia gasosa com detecção de
ionização por chama (GC/FID)
Material e métodos

Analise estatística

Todos os resultados de foram testados para identificar qualquer homogeneidade de


variância e a normalidade de dados antes de realizar uma análise de variância (ANOVA).

Quando o efeito do tratamento foi significativo pelo teste F ( p < 0,05) na ANOVA, as
médias foram comparadas pelo testede Tukey ( p < 0,05). Todas as análises estatísticas
foram realizadas no programa estatístico SISVAR versão 5.6.
Resultado e discussão
Perdas de nitrogênio por volatilização de NH3
Tabela 4 . Perdas totais de N por volatilização de N-NH3 durante o cultivo do fumo sob diferentes fontes
de fertilizantes nitrogenados e métodos de aplicação em seis experimentos no sul do Brasil.

● A uréia emitiu a maior


quantidade de N-NH 3
para a atmosfera.
● As emissões de N-NH 3
dos tratamentos de
salitre chileno e Nitrato
de Amônio foram muito
pequenas em
comparação com o
controle. Menos nocivo
Ambiente
Resultado e discussão
Percolação de N inorgânico na solução do solo

Fig. 1 . Teor de N mineral (mg L −1 ) na


solução do solo em função das fontes
de fertilizantes nitrogenados no Vale
do Sol-RS em duas safras
consecutivas ( A) 2013/2014.

❑ Aumento Nitrogênio 20cm


❑ 3ª e 4ª coleta > início do cilco
❑ Apenas o Salitre Chileno foi capaz
de manter o teor de N ao longo do
tempo;
❑ 40cm destaque Salitre chileno
❑ 60 cm pequena variação nas
primeiras coletas
❑ caracterizando movimento
descendente
Resultado e discussão
Percolação de N inorgânico na solução do solo
Fig. 1 . Teor de N mineral (mg L −1 ) na
solução do solo em função das fontes de
fertilizantes nitrogenados no Vale do Sol-
RS em duas safras consecutivas (B)
2014/2015.

❑ Todos os tratamentos
promoveram um maior teor de N
em relação ao controle para 20
cm da 2ª a 7ª amostragem
❑ A partir da 3 amostragem todos
os tratamentos se diferenciaram
do controle para 40 cm.
❑ Para 60 não houve variações
significativas quando comparada
ao controle.
Resultado e discussão
Percolação de N inorgânico na solução do solo
Fig. 2 . Teor de N mineral (mg L
−1 ) na solução do solo em
função das fontes de fertilizantes
nitrogenados em Ituporanga-SC
em duas safras consecutivas:
(A ) 2014/2015 .
❑ Os valores mais expressivos foram
medidos entre a terceira e a quinta
amostragem na profundidade de
20 cm em relação ao controle
❑ O mesmo comportamento foi
observado a 40 cm
Resultado e discussão
Percolação de N inorgânico na solução do solo
Fig. 2 . Teor de N mineral (mg L
−1 ) na solução do solo em
função das fontes de fertilizantes
nitrogenados em Ituporanga-SC
em duas safras consecutivas (B)
2015/2016 ( n = 4).

Foi relatada uma mudança


significativa no teor de N da solução
para todos os tratamentos em
relação ao controle, principalmente
entre a terceira e a quinta
amostragem a 20 cm e 40 mas com
leve atraso
Resultado e discussão
Percolação de N inorgânico na solução do solo
Fig. 3 . Teor de N mineral (mg L −1 ) na
solução do solo nas profundidades 20
cm (I), 40 cm (II) e 60 cm (III) em
função das fontes de adubação
nitrogenada em São Lourenço do Sul-
RS na safra 2014/ 2015 (A) e em
Imbituva-PR na temporada 2015/2016
(B) (n=4).
Resultado e discussão
Percolação de N inorgânico na solução do solo
Fig. 3 . Teor de N mineral (mg L
−1 ) na solução do solo nas
profundidades 20 cm (I), 40 cm (II)
e 60 cm (III) em função das fontes
de adubação nitrogenada em São
Lourenço do Sul-RS na safra 2014/
2015 (A) e em Imbituva-PR na
temporada 2015/2016 (B) (n=4).
Resultado e Discussão

Teor de N inorgânico acumulado no perfil do solo


Fig. 4 . Teor de N mineral (mg kg −1 ) nas camadas do solo 0–20 cm (I), 20–40 cm (II), 40–60 cm (III)
sob fontes de fertilizantes nitrogenados e manejos em fumo, para a produção na Vale do Sol-RS ciclos
2013/2014 (A) e 2014/2015 (B) (n = 4).

A distribuição do N inorgânico
(NH 4 + + NO 3 − ) no perfil do
solo variou amplamente
Maiores na camada superficial
0-20 cm em relação às camadas
mais profundas
Resultado e Discussão

A partir de uma visão geral dos resultados, pode-se deduzir que a maior parte
do N dos fertilizantes permanece na solução do solo, principalmente no
período entre 20 e 60 dias após o transplante do tabaco, o que é um indicador
persuasivo para retardar o tempo de aplicação de cobertura, uma vez que a
demanda da cultura é menor nestes estágios iniciais, com conseqüente maior
risco de lixiviação
A partir de uma visão geral dos resultados, pode-se deduzir que a maior parte do N
dos fertilizantes permanece na solução do solo, principalmente no período entre 20
e 60 dias após o transplante do tabaco, o que é um indicador persuasivo para
retardar o tempo de aplicação de cobertura, uma vez que a demanda da cultura é
menor nestes estágios iniciais, com conseqüente maior risco de lixiviação
Resultado e discussão
Produção de tabaco, teor de nitrogênio e nicotina nas folhas
Tabela 5 . Produção de tabaco, teor foliar de N e nicotina sob diferentes fontes de fertilizantes
nitrogenados e métodos de aplicação em cinco experimentos ao longo de três safras no sul do Brasil.
Resultado e discussão
Produção de tabaco, teor de nitrogênio e nicotina nas folhas
Tabela 5 . Produção de tabaco, teor foliar de N e nicotina sob diferentes fontes de fertilizantes
nitrogenados e métodos de aplicação em cinco experimentos ao longo de três safras no sul do Brasil.
Resultado e discussão
Produção de tabaco, teor de nitrogênio e nicotina nas folhas
Tabela 5 . Produção de tabaco, teor foliar de N e nicotina sob diferentes fontes de fertilizantes
nitrogenados e métodos de aplicação em cinco experimentos ao longo de três safras no sul do Brasil.
Conclusão
O salitre chileno apresentou as menores emissões de amônia, e foi o mais eficaz na manutenção
do N inorgânico na solução do solo.
Houve maior volatilização da amônia sob aplicação de uréia, principalmente na superfície do solo
Tanto a lixiviação quanto a volatilização do N foram diretamente afetadas pela temperatura e
incidência de chuvas durante o ciclo da cultura. Devido à não incorporação do fertilizante no solo,
a maior volatilização da amônia ocorreu em altas temperaturas e baixa pluviosidade
imediatamente após a aplicação do fertilizante.
A resposta do tabaco à fonte/manejo de fertilizantes nitrogenados não foi significativa em todos
os tratamentos
como resultado prático, é altamente recomendável dividir as doses iniciais de N em aplicações
posteriores para minimizar o acúmulo de solo e, consequentemente, as perdas por lixiviação,
principalmente em solos arenosos.

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