Você está na página 1de 14

Micorrizas

Andrea V. Crespo
Bruno C. Polverini
Micorrizas
• Associaçã o simbió tica, geralmente mutualística, entre
um fungo e as raízes de uma planta vascular

(Adaptado de Deacon, J. W. , 1997)


Aspectos Gerais
• Sã o encontrados em três classes:
Basidiomycota, Ascomycota e
Zygomycota

• Plantas com micorrizas possuem


maiores chances de sobrevivência;

• Formam-se quando as hifas do


fungo invadem as raízes das
plantas;

• Rede de Hartig (apenas alguns


tipos): rede de hifas que se
estendem até a raiz penetrando
entre as células epidérmicas e http://www.agrobeta.com/agrobetablog/2012/10/
fitosanitarios-ecologicos-cannabis-mycorrizas/
corticais. Principal lugar de troca. #.Uz74Q_ldWT8
Associaçã o
• Tipos de Micorrizas: 6 tipos baseados na estrutura de
associaçã o, características do fungo e planta hospedeira:
 Micorrizas ericó ides,
 Micorrizas arbutó ides,
 Micorrizas orquidó ides,
 Micorrizas monotrepó ides,
 Micorrizas arbusculares,
 Ectomicorrizas

Mais frequentes: ectomicorrizas (ECM) (a),


micorrizas arbusculares (AM) (b), micorrizas
ericó ides (c), micorrizas orquidá ceas (d),
micorrizas arbutó ides (e), micorrizas
monotrepó ides (f) e arbú sculo (ar), “arbutó ides”
(arb), célula cortical (cc), esporo (e),
enrolamentos (er), “haustó rios” (ha), manto (m),
micélio extrarradicular (me), novelos (nov) e rede
de Hartig (rH) (Azul 2002, modificado a partir de
Deacon 1997)
Associaçã o
• Micorrizas Ericóides (EM) – Estã o • Micorrizas Arbutóides –
presentes nas raízes de plantas da Estabelecem-se entre plantas da ordem
ordem Ericales. Endó fitas e presença Ericales e os fungos Ascomycota e
intracelular de estruturas enroladas, Basidiomycota, sem aparente
localizadas sobretudo nas células especificidade. Caracterizam-se pela
epidérmicas. Os fungos simbiontes presença de manto, de rede de Hartig e
pertencem à s classes Ascomycota e de hifas intracelulares que formam
Basidiomycota. estruturas enroladas - os “arbutó ides"
(Smith e Read, 1997).
Associaçã o
• Micorrizas Orquidóides –
▫ família Orchidaceae + fungos Basidiomycota.
▫ Endó fitas. Hifas densamente enroladas, nas
células corticais do tubérculo da orquídea.
▫ O fungo simbionte coloniza as sementes no
início da germinaçã o da planta e suporta
todos os gastos energéticos (protocormo)
através da translocaçã o de hidratos de
carbono adquiridos via saprofítica, ou
parasita, ou a partir de outras micorrizas
(Wilcox, 1991).
▫ Normalmente a planta adulta também se
encontra micorrizada. A planta adulta pode
manter o seu comportamento mico-
heterotró fico no caso de nã o possuir
clorofila, ou receber do fungo apenas
nutrientes minerais, se possuir clorofila.
Associaçã o
• Micorrizas Monotrepóides –
▫ família Monotropaceae
(plantas sem clorofila) +
fungos Basidiomycota.
▫ Apresentam um manto
espesso, rede de Hartig e
estruturas intracelulares,
ramificadas e designadas por
“haustó rios“ (absorçã o de
nutrientes)

Os principais tipos de micorrizas (adaptado de Deacon, 1997)


Associaçã o: Endomicorrizas
(Micorrizas Arbusculares)
• O fungo (Zygomycota) coloniza as raízes da
planta hospedeira de forma intracelular
• Sã o encontradas em todo o mundo na maior
parte das plantas cultivadas, plantas herbá ceas,
á rvores e algumas brió fitas e pteridó fitas – baixa
especificidade
• Podem ter contribuído na transiçã o da vida
aquá tica para a terrestre. (Raízes primitivas
teriam muita dificuldade em mobilizar P em
meio terrestre sem pelos radiculares, hifas de
fungos exerciam essa funçã o (Pirozynski &
Malloch, 1975)). Geosiphon pyriformis e
cianobactérias tem sido apontada como uma das
possíveis origens da simbiose micorrízica
Associaçã o: Endomicorrizas
(Micorrizas Arbusculares)
• Penetram as raízes com hifas especializadas:
apressó rios hifas crescem entre as células
corticais e penetram individualmente nas células
da raiz formando arbúsculos – troca entre fungo
e hospedeiro
• Pesquisas recentes apontam que elas são
capazes de aumentar a solubilização de fosfato
 mineral no solo, cuja correção com este tipo de
nutriente é extremamente problemática nos
solos tropicais altamente intemperizados.
Micorrizas Arbusculares
Interesse Ecológico/Econômico:
 da superfície de contato da raiz
permite maior absorção de nutrientes
 necessidade de insumos
 assimilação de nutrientes: fósforo
 grau de infecção de patógenos

Representaçã o esquemá tica de endomicorriza


(adaptado de www.ces.purdue.edu/extmedia/FNR/images/FNR-104.fig4.gif).
Associaçã o: Ectomicorrizas
Ectomicorrizas
•Tanto em coníferas como folhosas, de clima temperado.
• Simbiose entre as raízes da á rvore e um
fungo Basidiomycota (formando cogumelos comuns nas
florestas: Amanita, Boletos, Laccaria, etc.) ou, com menos
frequência, Ascomycota (as trufas,Tuber spp., por exemplo).

Representaçã o esquemá tica de ectomicorriza (adaptado de APS Education Center) Amanita muscaria
Associaçã o: Ectomicorrizas
Ectomicorrizas
•  Denso manto micelial envolvendo as raízes e invasã o intercelular
das células corticais da raiz pela hifa fú ngica – Rede de Hartig
• Supressã o dos pelos radiculares – todos os nutrientes passam pelo
fungo
• Resistência a solos calcá rios e pató genos – proteçã o, barreira física

raízes cobertas de micélio (Kendrick 2003)


corte transversal da raiz micorrizada onde se observa o
manto do fungo (camada exterior acastanhada)
(Kendrick, 2003)
Importâ ncia Econô mica
• Trufas – Fungos subterrâ neos em simbiose com algumas plantas lenhosas.
• 20 gêneros na Europa:
 - Tuber nigrum: Trufa negra ou do Perigord muito apreciada em todo o mundo –
Associaçã o com inú meras espécies lenhosas; as mais comuns: a Azinheira (Quercus
ilex), ao Carvalho-cerquinho (Quercus fagínea), ao Carvalho-roble (Quercus roble), à
Avelaneira (Corylus avellana).
 -Tuber brumale: trufa negra muito semelhante a T. nigrum mas de qualidade inferior.
 - Tuber magnatum: trufa branca da Itá lia muito apreciada  Preços elevadíssimos. 

Tuber nigrum Tuber brumale Tuber magnatum


Referências
• AZUL, A.M., AGERER, R., FREITAS, H. (2001) “Quercirhiza ectendotrophica” + Quercus suber L. Descriptions
Ectomycorrhizae. 5, 67-72. 
• BONFANTE-FASOLO, P., GIANNINAZZI-PEARSON, V. (1979). Ultrastructural aspects of endomycorrhiza in the
Ericaceae I: Naturally infected hair roots of Calluna vulgaris L. Hull. New Phytologist, 83, 739-744.
• DEACON, J.W. (1997). Modern Mycology. 3ª ed. Blackwell Science, EUA.
• FERROL, N.; BAREA, J. M.; AZCON-AGUILAR, C. Mechanisms of nutrient transport across interfaces in
arbuscular mycorrhizas. Plant and Soil, The Hague, v.244, n.1/2, p.231-237, 2002.
• GERDEMANN, J. W. Vesicular-arbuscular mycorrhizae. In: TORREY, J. G.; CLARKSON, D. T. (Eds.). The
development and function of roots. London:Academic Press, 1975. p.575-591.
• KENDRICK, B. (2003). The Fifth Kingdom – all about fungi. (CD-ROM) www.mycolog.com
• McCORMICK, M. K., LEE TAYLOR, D., JUHASZOVA, K., BURNETT, R. K., WHIGHAM, D. F. and O’NEILL, J. P.
(2012), Limitations on orchid recruitment: not a simple picture. Molecular Ecology, 21: 1511–1523
• RAVEN, P.H, EVERT, R.F., & EICHHORN, S.E.(2005). Fungi. In Biology of plants (pag. 268-269). New York: W.H.
Freeman and Company.
• SMITH, S. E; READ, D.J. Mycorrhizal Symbiosis, 1997.  Elsevier Ltd. (pag. 323-34)
• ZAMBOLIM, L.; SIQUEIRA, J. O. Importâ ncia e potencial das associaçõ es micorrízicas para a agricultura. Belo
Horizonte:EPAMIG, 1985.
• WILCOX, H.E. Mycorrhizae. In: Waisel Y, Eshel A, Kafkafi U, editors. Plant Roots: the Hidden Half. New
York: Marcel Dekker; 1991. p. 731-765. 

Você também pode gostar