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FUNGOS

Classificação, morfologia,
características gerais e
reprodução
FUNGOS
1. Introdução

Ciclagem de nutrientes
1. Introdução

. Doenças em plantas
. Doenças em humanos e animais
. Produtores de toxinas em alimentos

. Aplicação industrial

. Controle biológico
. Degradação de poluentes
. Associações simbióticas
2. Características Gerais dos Fungos
• Eucariotos

• Cada célula tem vida independente; não há formação de tecido

• Parede celular composta principalmente por quitina (N-acetil


glicosamina)

• Substância de reserva é o glicogênio

• Temperatura ótima entre 25ºC e 30ºC (mesófilos)

• pH entre 4 e 7
Outras características

- A maioria dos fungos é aeróbia


- A luz não é requerida para o crescimento dos fungos
- Espécies unicelulares ou pluricelulares
- algumas apresentam dimorfismo

Candida albicans

- Todos os fungos são Quimiorganotróficos


Estratégias Nutricionais

a) Saprófitas
– decompõem resíduos em formas mais simples (ciclagem)

– fungos utilizados em processos fermentativos, decomposição de


poluentes (pesticidas), produção de alimentos

– degradação de materiais (couro, madeira, tintas, combustíveis,


alimentos), produção de micotoxinas, reações alérgicas, etc.

– Importância das enzimas extracelulares;

Laranja atacada por


Penicillium sp.
Micotoxinas

• OCRATOXINAS: Aspergillus ochraceus e Penicillium


viridicatum

• AFLATOXINAS: Aspergillus flavus e A. parasiticus. Estão entre


os agentes cancerígenos mais potentes que se conhece

• FUMONISINAS: Fusarium moliniforme


• Outras toxinas produzidas por Fusarium spp. e usadas como
armas biológicas na guerra do Vietnã e do Afeganistão.
b) Parasitas
- Em seres humanos, aumento preocupante de doenças causadas por
fungos em pacientes imunodeprimidos

- Agentes de controle biológico de pragas, de doenças e de plantas


daninhas

Nematóide aprisionado por anéis


constritores de um fungo entomopatogê-
Míldio da roseira (Sphaerotheca nico
pannosa)
c) Simbiontes

-Líquens

-Micorrizas

Arbusculares Ectomicorrizas
Associações com animais

Cultivo de fungo por cupim

Jardim de fungos de Atta cephalotes


3. Morfologia
3.1 Desenvolvimento vegetativo de um fungo filamentoso
Os fungos se desenvolvem a partir de esporos (sexuados ou
assexuados) ou de fragmentos de hifas vegetativas

Expansão radial de um fungo filamentoso


a partir de um esporo (centro da figura)
Estruturas e desenvolvimento de um fungo filamentoso

- Unidades básicas são filamentos tubulares (HIFAS) que constituem o


MICÉLIO. O corpo do fungo é conhecido como TALO.

- Hifas apocíticas (septadas) ou cenocíticas


3.2. APRESSÓRIO

- Estruturas de infecção especializadas, formadas na extremidade do tubo


germinativo ou de hifas crescendo na superfície do hospedeiro.

Apressório de um fungo fitopatogênico


sobre a superfície de uma folha. O apres-
sório se desenvolve na extremidade de
um tubo germinativo (GT) que cresce
sobre um estômato
3.3. HAUSTÓRIOS

- Estruturas típicas de parasitas obrigatórios

- Função: absorver nutrientes da célula invadida

- Estrutura similar aos arbúsculos de fungos micorrízicos

Haustório de Melampsora Haustório globoso Arbúsculos de FMA


lini no interior de uma
célula hospedeira
3.4. RIZÓIDES
Estruturas em forma de raiz que auxiliam no ancoramento
do fungo ao substrato e participam na absorção de
nutrientes

Estolão

Rhizopus stolonifer ou bolor do pão


3.1.5. RIZOMORFOS

- Estruturas semelhantes à raiz, com meristema apical

- Função: sobrevivência, disseminação e penetração do substrato

- Estrutura tubular, com camada externa de células de parede espessa,


sem citoplasma e geralmente rica em melanina

- Parte mais interna geralmente não possui células

A B

(A) Rizomorfos produzidos na parte inferior


de um tronco em decomposição;
(B) Rizomorfos de Armillaria mellea
produzidos em cultura
3.1.6. ESCLERÓDIOS (Esclerócios)

Estruturas de resistência, de forma globosa, formadas pela agregação


de hifas

Importantes para a sobrevivência de muitos fungos, incluindo


fitopatogênicos

Escleródios de S. Cevada com escleródios


Escleródios
sclerotiorum na haste de Claviceps purpurea
de tomateiro
• Padrão de Divisão celular e padrão de
Crescimento
• Fungo filamentoso:
»Hifas apocíticas
»Hifas cenocíticas.

• Fungo unicelular (levedura)


- Brotamento
-Fissão binária
Estruturas Reprodutivas Assexuadas

A. Tipos de esporos assexuados

A.1. Esporangiósporos (aplanósporos): esporos assexuados imóveis


formados no interior de esporângios a partir de esporangióforos

- esporos típicos do filo Zygomycota

Esporangiósporos
ESPORÂNGIO

Esporangióforo

Rizóides
A.2. Zoosporangiósporos (zoósporos): esporos assexuados móveis
formados no interior de zoosporângios, a partir de zoosporangióforos

- esporos típicos do filo Chytridiomycota

B Allomyces macrogynus – (A) talo com


zoosporângios produzidos na
extremidade dos zoosporangióforos; (B)
estádios na maturação de um
zoosporângio e liberação dos zoósporos.
A.3. Conidiósporos (conídios): esporos assexuados formados na
extremidade de conidióforos

- esporos típicos dos filos Ascomycota e Basidiomycota

- Conídios Blásticos: quando apenas parte da célula-mãe dos conídios dá


origem à célula conidiana

Célula-mãe (Fiálide)

Conidióforo e
conídios de Conidióforos e
Aspergillus niger conídios de
Penicillium sp.

Conidióforo Vesícula
Conídios Tálicos: quando toda a célula é formadora dos conídios
(inclusive a parede celular) dá origem à célula conidiana

-Artrósporos (oídios): conídios Clamidósporos: conídios terminais


produzidos pela fragmentação ou intercalares, de parede espessa,
dos conidióforos que têm função de sobrevivência

MEV de uma hifa fragmentando-se Clamidósporos de Candida


para dar origem a diversos albicans. Note as paredes
artrósporos celulares espessas desse tipo
de esporo assexuado
B. Conidióforos Complexos
- Agregados de conidióforos em estruturas complexas

Acérvulo Picnídio
Ostíolo

Sinêmio
Classificação dos Fungos
Somente a partir de 1969 passaram a ser classificados como
um grupo diferenciado

Originalmente incluídos em um único reino – FUNGI

Mais recentemente: representantes incluídos entre os


Chromista, Eumycota (Fungi) e Protozoa
Classificação dos Fungos – sete Reinos

Reino: EUMYCOTA (FUNGI)


Filo:Basidiomycota
Classe: Holobasidiomycetes
Ordem: Agaricales
Família: Agaricaceae
Gênero: Agaricus
Espécie: Agaricus brunnescens
Reino Filo Classe
Chromista Hyphochytriomycota
Labyrinthulomycota
Oomycota

Fungi Ascomycota Ascomicetos


Basidiomycota Basidiomicetos
Teliomicetos
Ustomicetos
Chytridiomycota
Zygomicota Tricomicetos
Zigomicetos

Protozoa Acrasiomycota
Dictyosteliomycota
Myxomycota Mixomicetos
Protosteliomicetos
Plasmodiophoromycota
Hawksworth, D. L., P. M. Kirk, B. C. Sutton, and D. N. Pegler. 1995. Ainsworth and
Bisby's Dictionary of the Fungi (8th Ed.). CAB International, Wallingford, United
Kingdom. 616p.
Reprodução Sexuada

- Processos sexuados básicos (plasmogamia, cariogamia, meiose)

FUNGOS HOMOTÁLICOS: órgãos masculino e feminino estão presentes


no mesmo talo

FUNGOS HETEROTÁLICOS: fase sexuada ocorre somente na presença


de dois talos sexualmente compatíveis
Tipos de Esporos Sexuados

A. Zigósporo: esporo sexuado resultante da fusão de gametângios


morfologicamente similares ou idênticos – Filo Zygomycota

Zigosporângio (ZS) de Gilbertella persicaria, no interior do qual estão os


zigósporos. O zigosporângio se desenvolve a partir de duas células
suspensoras (S)
B. Oósporo: esporo sexuado resultante da fusão de gametângios
morfologicamente distintos - Filo Chytridiomycota
C. Ascósporo: esporo sexuado produzido dentro de células
especializadas denominadas Ascos - Filo Ascomycota

asco

ascósporo

Exemplos de diversos tipos de ascos,


no interior dos quais são formados os
ascósporos
D. Basidiósporos: esporos sexuados produzidos em células especializadas,
em forma de clava, denominadas Basídios - Filo Basidiomycota

basidiósporo

basídio
Esporóforos Sexuados Complexos
(Corpos de Frutificação)
A. Ascocarpos
A.1. Cleistotécio: ascocarpo de forma globosa, totalmente fechado

- O himênio forra toda a parte interna da estrutura

ascósporos
A.2. Apotécio: ascocarpo aberto, em forma de taça

- O himênio forra toda a parte interna da estrutura

Ascos com ascósporos


A.3. Peritécio: ascocarpo de forma globosa, contendo um ostíolo por
onde os esporos são liberados quando maduros

Ostíolo

Ascos com
ascósporos
A.4. Ascostroma: ascos produzidos no interior de uma massa compacta
de hifas, denominada estroma (um pseudotecido)

Ascos com
ascósporos

Obs. Asco nu: ascos produzidos diretamente do himênio, não se


observando estruturas complexas envolvidas na sua formação

Ascos com
ascósporos
Células
hospedeiras
B. Basidiocarpos:
cogumelos, bufos, orelhas-de-pau.

cariogamia
meiose
esporos

basídio
Lâminas plasmogamia

esporo
+ esporo
-

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