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GEOGRAFIA

Cap. 07: Oriente Médio


Ensino Fundamental– 9° ano
Prof.: Alessandro Ramos
Oriente Médio – caracterização geral
IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO ORIENTE
MÉDIO

 IMPORTÂNCIA GEOGRÁFICA –
3
localizado no sudoeste asiático,
estrategicamente entre três
continentes: Europa, Ásia e
África.
 Pontos importantes:
1
1. Canal de Suez – ligação
artificial entre o mar 2
Mediterrâneo e o mar
Vermelho
2. Estreito de Ormuz –
liga o Golfo Pérsico ao
oceano Índico (rota
obrigatória dos petroleiros
dos países árabes)
3. Estreito de Bósforo –
liga o mar Mediterrâneo e
o mar Negro (passagem da
Europa para países
asiáticos)
ORIENTE MÉDIO – Petróleo  A sorte do Oriente Médio é
que lá cada uma dessas
etapas aconteceu no tempo
 Constituído por 17 países, geológico mais adequado.
mais o Estado Palestino  O choque entre as placas
 Há 40 milhões de anos, o
(ainda não reconhecido) teve outro efeito. “A
movimento das placas tectônicas
Península Arábica se
 Presença de o fechamento
contribuiu para importantesdos desprendeu da África e se
oceanos primitivos
jazidas da região.na
de petróleo deslocou para o norte. A
 Península
Essa água Arábica
evaporou e minúsculos
colisão entre as placas
vegetais marinhos se depositaram
 Dentre Arábica e Eurasiana criou
no fundoosdos
países
mares.do Oriente
muitas dobras nas camadas
 Médio, os maiores
Por meio produtores– e
de decomposição
do subsolo onde o petróleo se
de petróleo
também de aumentosão na Arábia
pressão e
deposita”
na temperatura,
Saudita, Irã, Iraque,o Kuwait,
material
orgânico desses
Emirados microorganismos
Árabes Unidos,
deu origem
Catar ao petróleo.
e Bahrain.
Geopolítica do Petróleo
Geopolítica do Petróleo

 É uma organização
intergovernamental
permanente, objetivando
administrar de forma
centralizada a política
petroleira dos países membros.
 A Opep atua como cartel dos
principais exportadores de
petróleo, controlando o volume
de produção, com o objetivo de
alcançar os melhores preços no
mercado mundial. É responsável
por desenvolver estratégias
geopolíticas na produção e
exportação do petróleo, além
de controlar os valores nas
vendas do produto.
Geopolítica do Petróleo – Primeira
grande crise - 1973
Causa específica e
geopolítica:
Estratégia do OPEP:  apoio dos norte-
Aumentar o preço do barril e reduzir americanos aos
a oferta. israelenses, os países
produtores de petróleo
Causas gerais: enfim compreendiam o
 a composição da base da poder político que
economia dos países da OPEP; tinham em mãos, e
 o preço extremamente baixo do como forma de pressão
barril, o consumo em aumento para um equilíbrio
constante em todo o mundo; maior na política das
 a grande dependência dos países potências em relação
não-produtores, que preferiam ao Oriente Médio,
importar a explorar possíveis resolveu-se pela
jazidas em seus territórios. primeira vez usar o
petróleo como
instrumento de
pressão política.
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Cap. 07:Oriente Médio


Conflito Israel - Palestina
Ensino Fundamental – 9° Ano
Prof.: Alessandro Ramos
História e diversidade étnica e religiosa
 Área de ocupação antiga, a
região recebeu influências de
diversas civilizações
(egípcios, civilizações da
Mesopotâmia – sumérios,
assírios e caldeus, hebraica,
fenícia e pérsa).
 Expansionismo árabe (séc. VII
a XV) e presença de do
Império Otomano (séc. VII a
XX).
 Após a I Guerra Mundial, as
áreas que então pertenciam
ao Império Otomano foram
repartidas entre França e
Reino Unido
 Berço das 3 maiores religiões
monoteístas – judaísmo,
cristianismo e islamismo.
A questão Palestina

 Pequena faixa de
terra localizada ao
longo do mar
Mediterrâneo, entre
o Líbano e o Egito
 Há60 anos tem sido
alvo de violenta
disputa entre árabes
e judeus
Judeus
 Descendentes dos hebreus (antigos habitantes da Palestina que
haviam sido expulsos pelos romanos no início da era Cristã
 Dispersos pelo mundo (diáspora), passaram a ser chamados de
judeus (hoje – israelenses)
 Alegam direitos históricos sobre a Palestina (longa ocupação da
região)
Árabes
 Ocuparam a região durante sua expansão (entre os séc. VII e XV).
 Permaneceram na região durante o domínio do Império Otomano e
do protetorado britânico.
 Também denominados de palestinos.
Início dos conflitos
 Movimento sionista – surgiu na Europa no final do séc. XIX, quando os
judeus elegeram a Palestina como a terra prometida para a construção de
seu respectivo Estado.
 A Inglaterra (responsável pela região na época) permitiu a entrada de
colonos judeus na Palestina.
 O choque com os habitantes locais (árabes) foram inevitáveis e cada vez
mais intensos.
 Durante a II Guerra Mundial, o fluxo migratório dos judeus para o Oriente
Médio aumentou, devido a perseguição a qual estes foram submetidos
pelos nazistas
 Com o final da II Guerra e a independência dos protetorados ingleses, a
situação entre árabes e judeus ficou insustentável
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Cap. 07:Oriente Médio


Conflito Israel - Palestina
Ensino Fundamental– 9° ano
Prof.: Alessandro Ramos
A partilha da Palestina

 Intervenção da ONU
 1947
 Divisão da região em
dois Estados:
 um Estado árabe
 um Estado judaico
A primeira Guerra entre Israel e
Palestina
 Inconformados com a
decisão da ONU, os
palestinos declararam
guerra aos israelenses,
com a intenção de
expulsá-los da região
 A guerra (1948/49)
terminou com a vitória
de Israel e o fim da
territorialidade árabe no
Estado que lhes fora
designado pela ONU
A Guerra dos Seis Dias

CAUSA CONSEQUÊNCIAS

Desde a criação do Estado de


Israel, em 1948, os estados  Palestinos (apoiados
árabes vizinhos ameaçavam pelo Egito, Síria e
acabar com o recém-fundado Jordânia)
estado judeu e a tensão era  Com a vitória, Israel
constante. A justificativa aumentou seu
para o conflito, iniciado por território com terras da
Israel, foi a antecipação a Síria (colinas de
uma possível invasão árabe. Golan), do Egito
(Faixa de Gaza e
Sinai) e Jordânia
(Cisjordânia)
Jerusalém
Guerra pela água
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Cap. 07:Oriente Médio


Conflito Israel - Palestina
Ensino Fundamental– 9° ano
Prof.: Alessandro Ramos
Guerra de Yom Kippur
 Teve início após um ataque súbito à Israel, organizado por Síria e Egito.
Resposta à Guerra dos Seis Dias.
 Guerra do Yom Kippur (1973) – realizada no Dia do Perdão
(comemorado pelos judeus), os países árabes fizeram uso político do
petróleo, restringindo a produção e diminuindo o fornecimento (“choques
do petróleo”)

OBSERVAÇÃO
Deflagração da Crise do
Petróleo. Tal crise se instalou
logo que os países árabes
integrantes da OPEP
(Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) se
negaram a vender petróleo aos
países que apoiavam o governo
israelense.
Acordo de Camp David
 Os acordos de paz
egípcio-israelenses Consequências - 1979
 Devolução da península
foram negociados em do Sinai ao Egito.
1978 e completados no  O Egito reconhece a
ano seguinte em Camp legitimidade do Estado
David, com mediação de Israel e se
decisiva do então compromete a não
presidente dos Estados mais atacá-lo.
Unidos, Jimmy Carter.
A reação palestina e a formação de grupos
terroristas
 1959 – o líder palestino Yasser Arafat cria o organização terrorista Al-Fatah, que passou
a lutar pela recuperação dos territórios palestinos
 Em 1964, a Al-Fatah transformou-se na OLP (Organização para a Libertação da
Palestina)
 Instalada na Jordânia, a OLP passou a atacar Israel e também a receber ataques
israelenses (apoiados pelos EUA)
 Em 1970, a OLP foi expulsa da Jordânia e migrou para Beirute, atacando Israel a partir
do sul do Líbano

DIÁLOGO ENTRE A OLP E ISRAEL

 Em 1982, devido aos intensos ataques de Israel ao Líbano, a


OLP deixou o país, instalando-se na Tunísia.
 Em 1988, a OLP mudou seu discurso e Arafat renunciou ao
terrorismo, aceitando dialogar com os representantes
israelenses.
 Início dos anos 90 – pequena esperança de paz na região
(líderes moderados assumiram o poder em Israel)
Mais tarde, em 1987, foi fundado outro
grupo extremista, o Hamas, que hoje é
formado por três frentes: um partido
político, um braço armado e uma
organização filantrópica pró-palestina.
Esse grupo é considerado por muitos
países como uma organização terrorista
(incluindo Israel e EUA). 

a OLP, sob liderança do Fatah de Yasser Arafat,


passou a não mais utilizar métodos de violência
para alcançar seus objetivos e também atuou no
sentido de reconhecer a existência do Estado de
Israel, reivindicando, no entanto, a criação do
Estado da Palestina e uma convivência harmônica
entre os dois povos, diferentemente do Hamas,
que não aceita a existência dos israelenses. Por
causa dessa configuração, a OLP passou a ser
reconhecida pelo Ocidente e pela ONU como a
única representante da frente árabe na Palestina.
Yasser Arafat
ACORDO DE OSLO
 1993 – assinatura de
histórico acordo de paz
(em Oslo) entre Arafat e
Israel (representado por
Yitzhak Rabin e Shimon
Peres)
 1994/95 – novos acordos
são assinados,
estabelecendo a gradual
devolução dos territórios
ocupados por Israel (Faixa
de Gaza e Cisjordânia) para
a criação do futuro Estado
palestino
Esses acordos fizeram com que os palestinos tivessem posse novamente de
um território – mesmo que sem um Estado constituído –, ao mesmo tempo
em que a OLP foi reconfigurada pela criação da Autoridade Palestina (AP).
Essa instituição ficou sob o comando de Arafat e ergueu a sua sede na
Cisjordânia, que foi devolvida, parcialmente, pelos israelenses juntamente à
Faixa de Gaza.

 1995 – assassinato de Rabin


por extremista israelense Év
erd
(que não aceitava que is s o a d e
“terras públicas” ?
israelenses fossem cedidas
aos palestinos)
 Acordo de Oslo (94) – o
Estado palestino deveria
ter sido instalado na Faixa
de Gaza e na Cisjordânia
(cujos limites definitivos
não foram estabelecidos
até hoje) até 1999 (o que
não ocorreu)
Configuração pós Oslo

 FAIXA DE GAZA – área de


363 Km², onde vivem 1
milhão de palestinos e 5
mil israelenses
 CISJORDÂNIA – com 5.400
Km² abriga 1,5 milhão de
palestinos e 100 mil
colonos judeus, situada à
40 Km de Gaza
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Cap. 07:Oriente Médio


Conflito Israel - Palestina
Ensino Fundamental– 9° ano
Prof.: Alessandro Ramos
Ariel Sharon no poder
 2001 – Ariel Sharon assumiu o poder em Israel, declarando
guerra ao terrorismo palestino e acusando Arafat de ser
conivente com tais práticas
 Sharon não reconheceu os antigos acordos, destruiu escritórios
da Autoridade Palestina e ordenou a invasão de cidades
palestinas
 Os palestinos responderam com atentados suicidas e invasões
de colônias israelenses
Seguem os atentados
 2003 – Acordo de Genebra – sem sucesso
 2004 - morte de Arafat
 2005 – Abu Mazen foi eleito comandante da Autoridade Palestina
 Novas negociações de paz entre Sharon e Mazen foram estabelecidas,
porém atentados terroristas continuaram ocorrendo
 2005 – Mahmoud Abbas vence as eleições e se torna o novo presidente da
Autoridade Palestina
Observação:
Em 2012, após uma série de debates e
resoluções no contexto da ONU, o Estado
Palestino passou a ser reconhecido como um
membro observador das Nações Unidas, o que
representa um reconhecimento implícito por
parte da comunidade internacional da
 Um da
existência anoPalestina
depois,sobdevido a divergências
comando árabe. com seu partido (Fatah)
Os EUAacusado de corrupção,
e Israel agiram como colabora para a vitória do movimento rival, o
ferrenhos
opositores
Hamasà nasproposta,
eleições porém foram palestinas, com Ismail Haniyeh
parlamentares
derrotados
chegandopelaao posto
Assembleia Geral da
de premiê
entidade.
 A vitória do Hamas levou a comunidade internacional a impor um
boicote à Autoridade Palestina, gerando crise interna e violência
Situação humanitária em Gaza

 Dos aproximadamente 1,5 milhão de habitantes,


metade vive abaixo da linha da pobreza e 45% da
população ativa está desempregada
 Mais da metade da população constitui-se de
refugiados das guerras contra Israel
 A população sofre com a escassez de alimentos,
remédios e outros suprimentos básicos
 Denúncias de violação aos direitos humanos
 Comunidade internacional pede o fim do conflito
Intifada – revolta das pedras
 Intifada (revolta)– revolta das pedras, a primeira Intifada teve
início nos anos 1980, a segunda iniciou-se em 2000.
 o termo representa a insurreição dos palestinos contra os abusos
promovidos pelos israelenses.

A Intifada surgiu como movimento palestino no ano


de 1987 quando, a partir do dia 9 de dezembro,
surgiram os levantes espontâneos da população A chamada Segunda
palestina contra os militares israelenses. A Intifada, ocorreu quando
comunidade palestina, saturada pela opressão, o líder israelense Ariel
combateu os militares de Israel fazendo uso apenas Sharon caminhou pela
de paus e pedras, tal movimento caracterizou a Esplanada das Mesquitas
chamada Primeira Intifada. e pelo Monte do Templo,
ambos locais sagrados
para judeus e
muçulmanos. No dia 29
de setembro de 2000 os
palestinos eclodiram
uma nova insurreição.
Jerusalém – pomo de discórdia

 PALESTINOS – presença
das mesquitas do Domo
da Rocha e de Al-Aqsa
(sagradas) na porção
oriental, onde o profeta
Maomé subiu aos céus,
conforme a crença Vista de Jerusalém
muçulmana
 ISRAELENSES – única
capital e centro da vida
judaica quando esse povo
habitava a Palestina,
onde vivia o rei Davi e
onde está o Muro das
Lamentações Torre de Davi
Extremismo

 Grupos radicais de ambos os lados não aceitam os acordos


estabelecidos por seus respectivos líderes, não admitindo a
convivência de um Estado palestino com um Estado judeu
 Árabes – Hezbollah (Partido de Deus), Hamas e Jihad não
aceitam a representação da OLP e os acordos de paz
 Israel – Kach, Yesha e Eyal
 Fanatismo religioso
 Atentados terroristas – homens-bomba
 Jihad – guerra santa
Muro de Israel

 Em 2002, os israelenses
começaram a construir
um muro entre Israel e
Cisjordânia, visando
proteger seu território
contra ataques terroristas
palestinos
 A construção gerou
tensões políticas internas
e muitas críticas
palestinas e da
comunidade internacional
Situação atual

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