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TEXTOS DE GEOGRAFIA
Aluno(a) : ___________________________________________________
(nome completo e legível)
Série/Ano: .......................... Turma: ............... Data: / / 20
Professor: EDVAN ALMEIDA
3o Bimestre
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a nacionalização do combustível e criou a Companhia Nacional
Iraniana de Petróleo (NIOC). As potências anglo-saxãs não CICLO REVOLUCIONÁRIO
aceitaram perder seus benefícios e impuseram um embargo.
Temendo a ascensão de um governo comunista e para Em 1978, a deterioração da situação social, política e
retomar o fornecimento de petróleo, EUA e Grã- Bretanha econômica era patente e o governo intensificou sua ação anti-
derrubaram Mossadegh com a Operação Ajax que foi oposição. A cidade iraniana de Qom foi palco de
compartilhada entre os serviços secretos CIA (agência norte- manifestações contra o Xá, que terminaram com mais de mil
americana) e MI6 (agência britânica). Os norte-americanos e mortos. Em setembro, na capital Teerã, ocorreu mais uma
os britânicos restituíram todo o poder ao Xá Mohammad Reza violenta repressão, que ficou conhecida como Sexta-Feira
Pahlev, que era visto como um aliado do ocidente. Negra (reivindicação contra o regime do Xá). Além das
Mohammad, por sua vez, adotou um regime mais repressivo, constantes reclamações populares, greves gerais minavam a
simbolizado pela criação da polícia secreta Savak, em 1957. sociedade e as finanças iranianas.
A oposição ao Xá reunia diversos grupos sociais, entre liberais,
A REVOLUÇÃO BRANCA E A "GRANDE CIVILIZAÇÃO DO socialistas e o clero islâmico, cuja influência crescia
IRÃ" exponencialmente sob a liderança do exilado Aiatolá Khomeini.
Dentre os opositores ao Xá, encontravam-se os mujahedin
Em 1963, mais uma crise abalou o Irã: a Revolução Branca, (combatentes que praticam a Jihad, a luta islâmica) e a
uma tentativa de Mohammad Pahlev de modernizar o país, guerrilha Fedayin-e-Khalk (de ideologia marxista e islâmica) e
que incluía a reforma agrária e o voto feminino, aprofundou a a burguesia (bazaar). O clero islâmico supria com seu discurso
secularização e ocidentalização. Por causa dessas medidas, o e o carisma populista de Khomeini, elemento unificador que
Xá ficou conhecido como o "inimigo do Islã". As relações com faltava e que mesmo os religiosos moderados apoiaram.
as potências anglo-saxãs, em particular os EUA, cresceram. Do rural ao urbano, o projeto islâmico era simbolizado pela
Até mesmo de Israel o Irã se aproximou. Porém, a voz dos autonomia política e a recuperação da identidade e orgulho a
clérigos levantou-se, com inúmeros protestos na cidade partir da religião. Os vícios ocidentais e da modernidade
sagrada de Qom, além de greves gerais violentamente seriam superados pela adoção da sharia (lei islâmica),
reprimidas. O movimento foi comandado pelo Aiatolá (o mais permitindo a construção de uma sociedade mais justa, que
alto dignatário na hierarquia religiosa islâmica) Ruhollah respeitasse os preceitos fundamentais do Islã amparados pelo
Khomeini (1900- 1989), que acabou sendo preso e exilado de Alcorão. De acordo com o plano islâmico, o Irã não seria mais
1965 a 1978, no Iraque (e um breve período na França). explorado, tornando-se responsável por seu destino e recursos
Depois desses conflitos, o Irã viveu relativa estabilidade devido estratégicos.
ao aumento dos preços do petróleo por conta da OPEP. Isolado, o Xá deixou o Irã em janeiro de 1979, falecendo pouco
Outros setores industriais expandiram-se gerando urbanização tempo depois no exílio. Em uma tentativa de contornar a crise,
e crescimento populacional, sem correspondente melhora nas o país foi deixado sob o comando do então primeiro-ministro
condições de vida. O sistema manteve- se fechado e o projeto Shapour Bakhtiar (1915-1991). Porém, a tentativa de manter a
do Xá, de modernização e fortalecimento, amparado pela mesma administração da dinastia Pahlev falhou e, em
compra de armamentos norte-americanos e a política pró- fevereiro de 1979, o retorno do Aiatolá Khomeini do exílio
regimes autoritários do presidente norte-americano Richard significou o fim do antigo regime.
Nixon (1913-1994), da década de 1970, somente acentuava as
contradições internas. Os EUA toleravam durante a TEXTO 03
bipolaridade abusos aos direitos humanos, desde que o país Guerra Irã-Iraque: Contra o Irã, EUA se aliaram a Saddam
fosse definido como aliado e "pilar da estabilidade regional". Hussein
O Xá vislumbrava a construção da "Grande Civilização do Irã":
o maior poder do Oriente Médio e quinta maior potência Em 1980, Irã e Iraque iniciaram uma guerra sangrenta, que
econômica do mundo. Um dos marcos da irracionalidade foi, teve forte motivação no fundamentalismo religioso e na
em 1971, a gigantesca celebração em Paris em homenagem à presença dos EUA no Oriente Médio. O conflito, que terminou
dinastia Pahlev, enquanto a população carecia de salários, no dia 20 de agosto de 1988, sem vencedores, é um fato
infraestrutura e serviços básicos de educação, alimentação e histórico que ajuda a entender importantes conflitos posteriores
saúde. A situação agravou-se com a primeira crise do petróleo, no Oriente Médio, a exemplo da Guerra do Golfo (1991) e da
em 1973, tendo como um de seus fatores a guerra do Yom Guerra do Iraque (2003).
Kippur (dos Estados árabes contra Israel), o declínio dos EUA Até 1979, o Irã era um dos maiores aliados dos Estados
e a recessão das economias desenvolvidas. Essa política Unidos na região - estratégica por abrigar a maior parte das
encontrou seu limite entre 1976 e 1977, com a crescente reservas mundiais de petróleo. Neste ano, o país sofreu a
oposição da população e a perda de apoio dos EUA. Jimmy Revolução Islâmica, que resultou na deposição do Xá
Carter, presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981, (imperador) Reza Pahlevi e na posse do aiatolá (chefe
reverteu as políticas de Nixon, privando o Irã de ajuda. Nesse religioso) Ruhollah Khomeini como líder máximo do país.
meio tempo, o estado de saúde do Xá piorou com a posterior
confirmação de seu câncer. Nesse contexto caótico, abriu-se o Xiitas no poder
caminho para a revolução.
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O Irã deixava de ser uma monarquia alinhada ao Ocidente de ver o Irã como uma ameaça a seus interesses. Mesmo
para se tornar uma brutal ditadura fundamentalista islâmica. O assim, o ditador manteve sua política agressiva para com seus
fato de a população ser de maioria xiita (islâmicos radicais) vizinhos. A próxima vítima de Saddam foi o Kuait, invadido e
explica a maciça adesão à revolução. Khomeini defendia a anexado em 1990. A ação acarretou a Guerra do Golfo em
expansão da revolução, o que criou atritos com outras nações 1991, opondo o Iraque a uma coalizão liderada pelos EUA, o
do Oriente Médio, e criticava abertamente os EUA, acusando- ex-aliado. Mas essa é outra história.
os de corromper os valores islâmicos.
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-ira-
Consequências da Revolução Islâmica iraque-contra-o-ira-eua-se-aliaram-a-saddam-hussein.htm
Uma das principais consequências da revolução foi o
rompimento do Irã com os Estados Unidos, que desde então TEXTO 04
não mantêm relações diplomáticas. Os americanos se viram
sem um de seus maiores aliados. Para compensar a perda do Guerra do Golfo: Saddam Hussein começa a incomodar os
Irã, os EUA se aproximaram do país vizinho, o Iraque, onde o EUA
jovem vice-presidente havia tomado o poder recentemente por
meio de um golpe de estado. Seu nome? Saddam Hussein. O conflito com o Irã trouxe graves problemas financeiros para
Pois é. Inicialmente, o ditador iraquiano foi um aliado o Iraque, governado por Saddam Hussein. Mesmo com o
estratégico dos americanos no Oriente Médio. apoio norte-americano, o Iraque enfrentava nas décadas de 80
A guerra começou em 1980 por um motivo que, teoricamente, e 90 uma séria crise que se aprofundou em função da baixa
não seria suficiente para iniciar hostilidades entre Irã e Iraque: dos preços do petróleo. O governo iraquiano responsabilizava
o controle do Chatt-el-Arab, um canal que liga o Iraque ao o Kwait pelo problema, afirmando que o país vendera cotas de
Golfo Pérsico, por meio do qual é escoada a produção petróleo superiores às estabelecidas pela OPEP (Organização
petrolífera do país. Embora a margem oriental do canal fosse dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) e, por essa
controlada pelos iranianos, qualquer embarcação podia razão, invadiu o Kwait.
atravessá-lo sem problemas rumo ao Iraque. Mesmo assim, Vários países do Ocidente que compravam regularmente
Saddam Hussein reivindicou o controle total do estreito. Diante petróleo do Kwait passaram a temer um acirramento das
da recusa iraniana em ceder seu território, tropas de Saddam tensões na região, o que poderia comprometer o
invadiram o Irã e destruíram o que era então a maior refinaria abastecimento do produto e elevar seus preços. Pressionada
de petróleo do mundo, em Abadã. pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, a ONU estabeleceu um
E assim dois países pobres, altamente dependentes da prazo para que o Iraque se retirasse do Kwait, ao que Saddan
exportação do petróleo, mantiveram um conflito que se dava Hussein respondeu que só cumpriria a exigência da ONU caso
principalmente por meio de batalhas de infantaria, custando a uma outra decisão da instituição fosse cumprida: a criação do
vida de milhares de soldados e das populações das regiões Estado Palestino. Dessa forma, Hussein procurava aliados
fronteiriças. O Iraque, que sofreu um pesado contra-ataque entre os árabes para enfrentar as potências ocidentais. O
iraniano em 1982, foi apoiado principalmente pelos EUA e por plano do governante iraquiano, porém, fracassou e ele ficou
outras nações do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, cujas isolado para enfrentar as tropas que se deslocaram para a
elites não viam com bons olhos a expansão do região.
fundamentalismo islâmico, representado pelo Irã.
Operação Tempestade no Deserto
Massacre dos curdos Em janeiro de 1991, expirado o prazo estabelecido pela ONU,
O conflito, travado majoritariamente em solo iraquiano, se o então presidente dos Estados Unidos George Bush, deu
caracterizou por vitórias alternadas de ambos os lados, início à operação Tempestade no deserto, ação militar contra o
configurando um equilíbrio entre os beligerantes, embora o Irã Iraque que partia de bases instaladas na Arábia Saudita.
tivesse uma população três vezes maior. Em 1985, o Iraque Iasser Arafat, líder da OLP, manifestou seu apoio a Saddam
teve de enfrentar a sublevação da minoria étnica dos curdos, Hussein e este aproveitou para convocar a "guerra santa"
concentrada principalmente no norte do país. Para evitar um contra o Ocidente. Seu principal alvo foi Israel que foi atacado
conflito em duas frentes, Saddam resolveu liquidar os por mísseis sem poder revidar.
separatistas curdos, inimigo mais fraco que os iranianos, de Depois de seis semanas de combate o Iraque desocupou o
maneira rápida e definitiva. Para isso, usou armas químicas, Kwait e foi severamente sancionado pela ONU. Todavia, o
que mataram cerca de 5 mil habitantes da aldeia de Halabja. responsável pelo conflito, Saddam Hussein, permaneceu até
Completamente esgotados, Irã e Iraque cessaram fogo em 2003 como o chefe de Estado iraquiano, incomodando até
1988, por sugestão da ONU (Organização das Nações pouco tempo as potências vitoriosas do conflito.
Unidas). As fronteiras permaneceram exatamente as mesmas
de antes do conflito. Desta forma, é possível afirmar que as http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-do-golfo-
vítimas da guerra -cerca de 300 mil iraquianos e 400 mil saddam-hussein-comeca-a-incomodar-os-eua.htm
iranianos- morreram em vão.
Depois da guerra, Saddam não obteve mais apoio logístico ou
financeiro dos EUA e dos outros países árabes, que deixaram
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