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“Repensar a História do Trabalho”

Sílvia Petersen (PETERSEN, 2016)

 II Jornada de História do Trabalho na Amazônia (2015)


 “A história de baixo para cima”
 Historiadores marxistas britânicos (Edward Thompson, Eric
Hobsbawm e Raphael Samuel):

 Relação de sujeito e estrutura;


 Teórico e empírico;
 O tempo como um processo;
O que é a história social?
É a interpretação abrangente da história, da qual:
 Analisar o processo (do tempo e do espaço) histórico que
articula a totalidade com as partes:
 Vínculos de causalidades;
 As relações/associações entre as pessoas;
 As representações simbólicas;
 As relações de poder;
 Instituições e estruturas;
 Intercomunidade;
Categoria Trabalho inserida na
dimensão social

 Trabalho com profunda dimensão social, ontológica e ética;

 Evidenciar a submissão do trabalho ao capital; (trabalho de


subsistência e de reprodução social)

1. Precarização
2. Individualização das relações de trabalho
3. Inseguranças
4. Vulnerabilidade
OS TRABALHOS DE SUBSISTÊNCIA: LUTA PELA
SOBREVIVÊNCIA DE MULHERES POBRES
TRABALHADORAS NA CIDADE DE BELÉM (1900-1920)

Linha de pesquisa: História Social do Trabalho

Discente: Karoline Veloso de Oliveira


Orientadora: Lara Vanessa de Castro
 O tema versa sobre os trabalhos de subsistências e luta
pela sobrevivência de trabalhadoras pobres imigrantes, na
cidade de Belém, frente ao contexto do primeiro ciclo da
borracha e da primeira república com ideário de progresso
e civilização.

 Problemática: quais os processos históricos e as questões


dos quais geram estruturas da pobreza e da fome para
mulheres trabalhadoras pobres?
Objetivos
 a) Verificar como as trabalhadoras imigrantes se inseriam no “espaço
contraditório” da cidade de Belém;

 b) Demonstrar as suas lutas diárias pela sobrevivência frente ao projeto


modernizador;

 c) Evidenciar formas de resistências e possíveis contestações diante das


imposições do remodelamento de hábitos na cidade;

 d) Elucidar as maneiras pelas quais essas mulheres se inseriam na história tanto


com suas experiências subjetivamente como também coletivamente através de
tradições culturais;
Algumas Abordagens

 Trabalhos de subsistência:
“diversas atividades humanas que vão desde a gravidez, o nascimento
dos filhos, até a produção, o processamento e a preparação de alimentos,
roupas, cuidados com a casa, limpeza, bem como a satisfação de
necessidades emocionais e sexuais” (MIES in line, p. 356, 2013);

 Cidade – “desenrolam tramas, tensões, alegrias, lutas constituindo o


cotidiano da humanidade, esta cidade é sinônimo de sociabilidade (LE
GOFF, 1988, p. 119)
 Imigração - a investigação das experiências dos imigrantes pobres e
como por eles eram sentidas essas mudanças (LACERDA, 2006);
 Gênero e raça - Polos ativos que se articulam em hierarquias;
Referencial Teórico

 “toda história social um pouco ambiciosa e


preocupada em apreender o real na sua
totalidade deve ser também história cultural”
(PROST, p. 137, 1998)
Métodos
Fontes Judiciais

1) Processos Crimes (levantados no Centro de Memória da Amazônia, em


Belém);
2) Código de Conduta Municipal;
3) Código Penal de 1890 (ambas disponíveis na internet):

 Os julgamentos dos processos crimes, quando se tratava de crimes contra


mulheres, objetivavam a defesa de um sistema de normas dominantes
burgueses visto como universal e absoluto, essas normas estavam contidas
no Código Penal de 1890 (CHALHOUB, 1986). Eles eram feitos para julgar
não o criminoso em si, mas se o comportamento da vítima estava de acordo
com as condutas legítimas da ordem dominante.
Fonte Literária

 Belém do Grão Pará (1960) – Dalcidio Jurandir

A literatura é uma forma singular de retratar a realidade


como sugere o autor Valdecir Borges: “a literatura registra
e expressa aspectos múltiplos do complexo, diversificado e
conflituoso campo social no qual se insere e sobre qual se
insere” (BORGES, 2010, p.98).
Fonte Jornalística

 Jornais Folhas do Norte e Província do Para

As fontes jornalísticas precisam ser analisadas pela “história dos, nos e por meio
dos periódicos” (LUCA, p. 111, 2005 in PINSKY), que significa que devemos
saber a história daquele veículo de comunicação, quem está por traz das redações
desses periódicos, quais eram os contextos políticos e sociais em que esses
periódicos estavam inseridos e, por fim, fazer a pratica do oficio do historiador (a),
do qual é investigar o documento sempre por suspeição, pois nenhum é neutro e
tão pouco relata a história tal qual aconteceu.
Bibliografia
 BORGES, Valdeci Rezende. História e Literatura: algumas considerações. Goias: Revista de teoria da
história. Junho de 2010.

 CHALHOUB, Sidney. 1886. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no


rio de janeiro da belle époque. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2001.
 LACERDA, Franciane. Migrantes na cidade de Belém: faces da sobrevivência (1889-1916). Belém:
Editora Açaí, 2010

 LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: UNESP, 1988.

 LINDEN, Marcel van der. Trabalhadores do mundo: ensaios por uma nova história global do
trabalho. Campinas: Unicamp, 2013.

 LUCA, Tânia Regina. Fontes Impressas: história dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY,
Carla (org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005

 PETERSEN, Silvia. Repensar a história do trabalho. Paraná: espaço plural. Vol. 34, 2016

 PROST, Antonie. Social e cultural indissociavelmente. In: RIOUX, Jean Pierre. Sirinelli, Jean François.
Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998.
Obrigada!

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