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Marcio Couto Henrique

Estradas líquidas, comércio sólido: índios e regatões na Amazônia

Regatões: atividades flutuantes

“filhos da aventura” (p. 57)

“Elementos típicos das paisagens amazônicas” (p. 57)

Amazônia: “estradas líquidas: rios, lagos, furos e igarapés” (p. 57)

A ineficiência do projeto de catequese e civilização

Os regatões como alvos da regulamentação do trabalho na Amazônia, porque atendiam a uma


forma de trabalho móvel que remete ao clima sazonal amazônico. Este clima sazonal, é que
direciona as seculares atividades alternativas econômicas na Amazônia.

Além disso, eram empecilhos ao desenvolvimento do comércio regional e inimigos da


catequese, segundo a visão das autoridades.

Os regatões tinham um aspecto fundamental que era a mobilidade, porque a atividade se dava
no comércio móvel pelos rios da floresta.

O trabalho móvel era um empecilho ao formar um trabalhador sedentário. Por conta disso,
houve esforços do próprio estado imperial em proibir esse tipo de comércio. As implicações
econômicas em torno das atividades comerciais dos regatões, dava-se pelo fato da atividade
fugir do controle do estado provincial na arrecadação dos impostos.

Houve muitos debates das autoridades do período oitocentista acerca desse tipo de atividade.
Enquanto uns defendiam a regulamentação, pois assim atrairia pessoas honestas para
executarem essas atividades; outros falam sobre impedir de uma vez por toda, porque
impediam a catequização dos indígenas, visto que por conta da mobilidade era fácil a entrega
de recados de uma comunidade indígena para outra.

O comércio era feito, então, com base em redes de relações sociais


tecidas com quilombolas, pequenos produtores, comerciantes locais e
indígenas, constituindo relação comercial alternativa ao abastecimento
da população. (COUTO, p. 54)

Os portos formam o circuito mercantil, do qual a produção que vinha dos interiores era
destinada. Os interiores localizavam-se a oeste do Pará como Óbidos, Santarém e Itaituba.
Nessas regiões, segundo Couto, era onde havia grande extração de produtos silvestres que
alimentavam o comércio na Amazônia, cuja mão de obra era essencialmente indígena.

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