Este documento discute o trabalho doméstico em Recife e Salvador entre 1870-1910. A autora explica que as cidades cresceram economicamente nesse período e atraíram muitos migrantes para trabalhos domésticos como cozinhar, lavar roupa e cuidar de crianças. Esses trabalhos eram feitos principalmente por ex-escravos e imigrantes fugidos da seca no Ceará. As relações de trabalho replicavam a estrutura escravista e eram baseadas na subordinação dos pobres marcados por cor, raça e
Este documento discute o trabalho doméstico em Recife e Salvador entre 1870-1910. A autora explica que as cidades cresceram economicamente nesse período e atraíram muitos migrantes para trabalhos domésticos como cozinhar, lavar roupa e cuidar de crianças. Esses trabalhos eram feitos principalmente por ex-escravos e imigrantes fugidos da seca no Ceará. As relações de trabalho replicavam a estrutura escravista e eram baseadas na subordinação dos pobres marcados por cor, raça e
Este documento discute o trabalho doméstico em Recife e Salvador entre 1870-1910. A autora explica que as cidades cresceram economicamente nesse período e atraíram muitos migrantes para trabalhos domésticos como cozinhar, lavar roupa e cuidar de crianças. Esses trabalhos eram feitos principalmente por ex-escravos e imigrantes fugidos da seca no Ceará. As relações de trabalho replicavam a estrutura escravista e eram baseadas na subordinação dos pobres marcados por cor, raça e
Domésticas criadas entre texto e práticas sociais: recife e salvador
Marciel Caneiro ao tratar do mundo dos trabalhos domésticos, no
cenário de Salvador e Recife (1870-1910), faz referência a diversidade socioprofissional dos postos de trabalhos nas cidades. Diante de que no século XIX, por conta da abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior, as cidades passam a aumentar suas dinâmicas comerciais. Desse modo, essa pulsão do mercado atrai para as cidades altas taxas de migrações, em que estes agentes migrantes são diversos. Além dos profissionais liberais, grandes proprietários de terras, comerciantes ricos e militares, as cidades eram palcos para os trabalhos de natureza doméstica:
dar recados, fazer compras nos mercados públicos,
cozinhar, lavar roupas, buscar água, amamentar seus filhos e demais atividades domésticas. Para as famílias ricas, uma criadagem numerosa servia como sinal de elevado status, para as famílias menos abonadas uma ou duas criadas no máximo livravam seus senhores e patrões de todo o trabalho manual. (pg. 39) Essas ocupações domésticas urbanas, segundo o autor, eram preenchidas principalmente pela mão de obra de libertos e imigrantes. Esses últimos, refugidos das rigorosas secas da segunda metade do século do XIX no Ceará. As relações de trabalho reiteravam as dinâmicas e a estrutura do período escravista colonial, cujas relações eram pautadas na subordinação dos pobres que traziam marcas e efeitos de cor, raça e gênero. Os trabalhos domésticos de mulheres pobres, foram postos ocupados por escravas, forras e libertas. As suas funções giravam em torno dos trabalhos de "governantas, amas de criação, amas de leite, cozinheiras, copeiras, mucamas, lavadeiras e engomadeiras" (pg. 35)