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“Os mercados, tão comuns por todo o continente africano, na região da África
Central Ocidental, mais especificamente entre os umbundu, são designados de
kitanda, termo que deu origem, no Português, a quitanda. Um cronista que
viveu no século XVII em Luanda diz que chamam de quitanda "as feiras onde
se vende de tudo". No século XVIII, Silva Correa define quitanda como
"mercado e azendas, quinquilharias, fubás, fruta, verdura, peixe, óleo de
dendê, ginguba (pimenta), fritadas e guizados ao uso do país". Ao descrever as
atividades das negras quitandeiras de Luanda como um comércio pobre e de
mau odor que contaminava o ar da cidade, Correa manifestava já a
possibilidade de "transferir para um só lugar distante e ventilado" essa quitanda
que ficava no centro urbano” (p.46-47)
“Por volta de 1850, Luanda era uma cidade cheia de tabernas e de vários
pontos de venda de água; um grande número de quitandeiras se espalhava
pelas ruas. A esta paisagem se acrescentava um contingente de mestiços
presentes em todos os setores da vida da cidade. Havia uma década se
assistira à luta entre os que queriam o fim do tráfico de escravos e a resistência
por parte de uma secular estrutura montada em torno desse negócio. Perdida a
condição de maior entreposto do tráfico negreiro, Luanda levou algum tempo
para encontrar um novo rumo” (p.51-52)