Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
954/0001-85
CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO - IESI
CURSOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Unaí/MG
2
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
• Refletir sobre o ensino dos elementos que caracterizam a formação cultural
brasileira, bem como desenvolver a visão crítica em relação às singularidades
relativas aos elementos culturais dos povos afrobrasileiros e indígenas.
Objetivos Específicos
• Conhecer um pouco da história da África;
• Conhecer um pouco da religiosidade Afrobrasileira;
• Entender a história e características da arte africana;
• Refletir sobre a História e historiografia da escravidão no Brasil;
• Identificar as práticas pedagógicas da construção da identidade nacional;
• Reconhecer a importância de se estudar a história e cultura afro-brasileira e
indígena na educação básica e superior;
• Perceber o Currículo, Escola e Relações étnico-raciais;
• Identificar os fundamentos Sócio-antropológicos do racismo e da etnicidade;
• Reconhecer o Preconceito no Brasil;
• Entender a presença do negro e indígenas na mídia e corporeidade;
• Identificar os desafios do ensino da cultura afro-brasileira e indígena;
• Perceber a importância da formação docente para o ensino da cultura afro-
brasileira e indígena.
3
3. JUSTIFICATIVA
sabemos que há ainda uma carência em curso e espaços que façam proposição
para a elaboração de recursos e metodologias adequadas para o ensino desta
temática.
A formação continuada do professor tem na atualidade relevância para a
sua atuação na escola inclusiva e especificamente na sala de aula, lugar por
excelência para o ensino-aprendizagem. Deste modo, justifica-se a necessidade
do curso História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, para desenvolver atividades
e elaborar recursos didáticos para trabalhar com alunos da educação básica.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1 HISTÓRIA DA ÁFRICA
1.2 Pré-história
Norte de África
Cronologia
partir do século VII.. As línguas bantu só começaram a ter a sua escrita própria,
quando os missionárioseuropeus
europeus decidiram publicar a Bíblia e outros documentos
religiosos naquelas línguas, ou seja, durante a colonização do continente, pelo
menos, da sua parte subsaariana.
subsaaria
Colonização europeia
Sociedades africanas
A África Subsaariana, isto é, ao sul do deserto do Saara, costuma ser
dividida em três grandes áreas: Ocidental, Centro-Ocidental e Oriental. A África
Ocidental compreende os territórios entre os rios Senegal e Cross. Além desses,
estão localizados nessa região os rios Gâmbia, Volta e Níger, todos considerados
os mais importantes meios de comunicação desaguando no oceano Atlântico.
Também se insere nessa área as terras ao redor do lago Chade. Quanto à
vegetação, a parte ocidental africana abarca uma faixa de estepes, ao sul do Saara,
conhecida como Sael, às savanas (campos de poucas plantas rasteiras) e, em
direção ao interior do continente, as florestas.
A África Centro-Ocidental é entendida como a área que se estende entre o
rio Congo e o rio Cuanza, cujas nascentes estão localizadas no interior de Angola e
na floresta equatorial central, lançando suas águas também no Atlântico. E, por fim,
a África Oriental abrange os territórios entre os rios Limpopo e o Zambeze, que
deságuam no oceano Índico. Essas duas regiões são compostas por savanas e
cerrados.
O povo Berberes
Os povos que viviam no Sael (território de savanas ao sul do Saara) eram
conhecidos como sudaneses, pois essa área também era conhecida como Sudão
(Bilad al-Sudan, que em árabe significa terra dos negros). Eram bons agricultores,
plantavam milhete (espécie de milho de grão miúdo), sorgo (cereal semelhante ao
milho), arroz e cereais. Também caçavam, pescavam e criavam gado. Conheciam a
metalurgia, confeccionando pontas de lanças, enxadas e flechas com o ferro.
9
Império de Gana
Gana era um desses reinos sudaneses, consolidado a partir do século IV.
Era formado por várias comunidades soninkés, isto é, povos do grupo linguístico
mandê, que habitavam a região ao sul do deserto do Saara, entre as bacias do alto
Níger e do Senegal. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um
grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.
Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma
região povos do deserto (berberes). A região de Gana tornou-se com o tempo, uma
área de intenso comércio.
Mali
Um dos reinos mais importantes da savana ocidental, sobretudo entre os séculos
XII e XV, era o Mali, localizado no alto do Níger. A origem desse reino está nos
povos de língua mandê, que viviam em um kafu – conjunto de aldeias cercadas por
terras cultivadas no vale do Níger, que formavam pequenos estados, governados
pelo famas -, donos da terra descendentes dos primeiros habitantes da região.
Expandiram-se, estendendo o território até o deserto e a floresta, incluindo
províncias conquistadas e vassalos semi-independentes.
Songai
Os denominados songais tem como origem a dominação das comunidades
de agricultores (dás) ou de caçadores (gôs) da margem do rio Níger pelos sorcos,
vindos da região de Dendi, entre as atuais Nigéria e a República do Benin. Assim
como os de Gana, os songais centralizaram o poder politico, estimulados pelo
controle do comércio com os berberes. Cuquia era a capital de Songai no século VII
e Gaô era, nos séculos VIII e IX, um importante ponto de comércio transaariano de
escravos e ouro, trocados por cobre, cavalos, tecidos, vidro, oriundos do Magrebe,
do Egito, do Marrocos e da Europa.
Songai foi sucessor do reino do Mali, expandindo-se 2.000 km ao longo do
10
vale do Níger. Na segunda metade do século XV, o chefe Soni Ali fez com que
Songai atingisse o seu apogeu, explorando a agricultura e o comércio com as
cidades de Jenné e Tombuctu. Depois de sua morte, os membros da família real e
da nobreza militar enfrentaram-se em conflitos pela sucessão, provocando a divisão
do Estado.
Os bantos
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países
Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos berberes, os bantos eram
agricultores. Viviam também da caça, da pesca, da pecuária e da metalurgia.
Utilizavam também a cerâmica (tigelas e enfeites), cobre e ferro.
Como conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo
na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino (reino do
Congo) que dominava grande parte do noroeste do continente.
Na região localizada entre os rios Zambeze e Limpopo, havia muitas jazidas
de ouro, datando do século XIII os primeiros indícios da exploração desse metal. O
trabalho era realizado em poços com mais de 30 metros de profundidade, com a
participação de homens, mulheres jovens e crianças.
Os povos Iorubás
A tradição oral dos vários reinos e cidades-estados formados por povos
conhecidos como iorubas conta que este foram fundados pelos descendentes de
Odudua, como Akure (cidade-estado e entreposto comercial do Benin) , Irê, o reino
de Ondo e o país dos ijexás.
O reino de Oió também teria sido criado por Oraniã, o já citado descendente
de Odudua, mas com a participação dos baribas e dos nupes.
No final do século XV, Oió já era um grande reino com influência sobre
diversas cidades-estados, como Igobon, Ajasse-Ipo e Iresa, obtida por meio da
guerra ou em troca de proteção dos ataques dos nupes e baribas. Além da
importância comercial, Oió era grande especialista em trabalhos em couro. A
organização política baseava-se na linhagem patrilinear. Cada linhagem formava
uma comunidade de moradias delimitadas fisicamente por muros. O conjunto de
várias comunidades compunha uma espécie de bairro com um chefe. O cargo de
11
rei, provavelmente, era em parte controlado pelos chefes das linhagens mais
importantes, que elegiam.
Os haúças
Os povos de língua haúça ocupavam, no século XI, a faixa que abarcava o
Air até o planalto de Jos, a curva do rio Kaduna até o vale do Gulkin-Kebbi.
Em cada comunidade haúça, o poder político estava concentrado no chefe
da linhagem. À medida que ocorria a expansão das aldeias com a incorporação de
novas pessoas, o poder tendia a se concentrar nas mãos de um chefe. Um dentre
todos os chefes das aldeias, era escolhido como autoridade maior, tendo como
critério a descendência do fundador da comunidade.
A civilização dos haúças começoua ser construída por volta do século XI, no
Sudão central. Os haúças eram, na verdade, diversos povos que falavam uma
língua semelhante. Eles vivam em cidades-estados localizadas no centro e no
noroeste de onde hoje está a Nigéria. Alguns hauças eram seguidores do
islamismo.
2 RELIGIOSIDADE FROBRASILEIRA
O Estado brasileiro é laico. Isso significa que ele não deve ter, e não religião.
Tem, sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5º, inciso VI, da
Constituição: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e as suas liturgias”. A liberdade religiosa é um dos
direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, da qual somos signatários.
A pluralidade, construída por várias raças, culturas, religiões, permite que
todos sejam iguais, cada um com suas diferenças. É o que faz do Brasil, Brasil.
Certamente, deveríamos, pela diversidade de nossa origem, pela convivência entre
os diferentes, servir de exemplo para o mundo. No Brasil de hoje, a intolerância
religiosa não produz guerras, nem matanças.
Entretanto, muitas vezes, o preconceito existe e se manifesta pela
humilhação imposta àquele que é “diferente”. Outras vezes o preconceito se
manifesta pela violência. No momento em que alguém é humilhado, discriminado,
12
agredido devido à sua cor ou à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais,
seus direitos humanos violados.
Invadir terreiros de umbanda e candomblé, que, além de locais sagrados de
culto, são também guardiães da memória de povos arrancados da África e
escravizados no Brasil; desrespeitar a espiritualidade dos povos indígenas, ou
tentar impor a eles a visão de que sua religião é falsa; agredir os ciganos devido à
sua etnia ou crença. Tudo isso é intolerância, é discriminação religiosa.
As religiões afro-brasileiras ocupam posição marcante na vida de várias
cidades brasileiras desde o século XIX, acompanhado as mudanças histórico-
culturais no país, renovando-se e criando novas estruturas de culto e, por que não
dizer, “tradições”. Como religiões de transe são fenômenos eminentemente
urbanos, voltados para o culto aos deuses africanos, ancestrais e entidades de
diferentes procedências.
Se as religiões, como as ciências e outras práticas institucionais, são fontes
organizadas de significados pela vida, códigos de comportamento, ou linguagens de
interpretação do mundo, as comunidades afro-religiosas são capazes de oferecer a
seus seguidores algo diferente daquilo que a religião dos orixás e dos voduns, em
tempos mais antigos, podia certamente propiciar, quando sua presença significava
para o escravo a ligação afetiva e mágica ao mundo africano do qual fora arrancado
pela escravidão. Quando estas religiões se organizaram no século XIX, permitiram
ao iniciado a reconstrução simbólica, através do terreiro, da sua comunidade tribal
africana perdida e a manutenção de seu ethos cultural. De cultos escravos africanos
de diferentes etnias, passaram a ser considerados cultos negros da terra,
alcançando uma dimensão pluricultural e multiétnica como religião de conversão
universal. Atualmente, todo e qualquer grupo – independente de suas origens
étnica, cor, classe social ou posição social – pode nelas ingressar.
Essas religiões formam o núcleo principal de preservação dos valores
civilizatórios africanos, como por exemplo: religião como visão de mundo, ethos,
oralidade, ancestralidade como fato de construção identitária, padrão estético,
padrão moral, etc. Nessas comunidades religiosas são repassadas experiências
místicas e são transmitidos saberes e conhecimentos que mantiveram vira a
memória da cultura africana. Nelas também estão contidas a história de mais de
meio século de lutas pelo direito à história, a uma religião não cristã, a uma
13
2.1 Candomblé
A instituição candomblé:
...centenária e fortalecida, polariza não apenas a vida religiosa, mas
também a vida social, a hierarquia, a ética, a moral, a tradição verbal e não
verbal, o lúdico e tudo, enfim, que o espaço da defesa conseguiu manter e
preservar da cultura do homem africano. (LODY, 1987, p. 10).
5. CONTEÚDOS
• A história da África;
• A religiosidade Afro-brasileira;
• A história e características da arte africana;
• História e historiografia da escravidão no Brasil;
• Práticas pedagógicas da construção da identidade nacional;
• A importância de se estudar a história e cultura afro-brasileira e indígena na
educação básica e superior;
• O Currículo, Escola e Relações étnico-raciais;
• Fundamentos Sócio-antropológicos do racismo e da etnicidade;
• O Preconceito no Brasil;
• A presença do negro e indígenas na mídia e corporeidade;
• Os desafios do ensino da cultura afro-brasileira e indígena;
• A importância da formação docente para o ensino da cultura afro-brasileira
e indígena.
6. METODOLOGIA
plataforma moodle, onde recebe um login e senha para ter acesso ao curso,
podendo acessar o material didático, atividades e interagir com professor-tutor e
demais alunos do curso.
O processo metodológico deste curso se dará por meio de estudos, pesquisas,
leituras, análise e discussão de textos visando uma maior apreensão do conteúdo
estudado, através de:
• Problematização e abordagem da temática sobre soroban, no contexto
educacional da atualidade, em apostilas, material complementar, artigos e
livros de domínio público e gratuito disponibilizados aos alunos no ambiente
virtual de aprendizagem;
• Estudo e pesquisa nos textos com resolução de atividades individuais;
• Utilização do ambiente virtual para acesso ao material didático e interação
entre professores/tutores e alunos, alunos entre si, e entre alunos em fóruns,
seminários e chat;
• Momentos de leitura e reflexão acerca dos conteúdos selecionados e
indicados no referencial teórico do curso com socialização no ambiente
virtual de aprendizagem.
CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO
VERIFICAÇÃO DE
VAP
APRENDIZAGEM
INTEGRADA
INTEGRADA
ATD1
ATIVIDADES
DISCIPLINARES
(ATD1 e ATD2)
ATD2
17
AD
Avaliação a
Distância
AVALIAÇÕES Início
(AD, AF e EX) AF 15/06
Avaliação Á
Final 27/06
EX
Exame
(Recuperação)
8. AVALIAÇÃO
Avaliação
O processo de avaliação será desenvolvido através de estudo do conteúdo do
curso, das atividades propostas no ambiente virtual. A avaliação deverá ser
realizada durante todo o processo de aprendizagem, sendo, portanto contínua,
qualitativa, cumulativa e integradora, adaptando-se às novas diretrizes
institucionais para avaliação discente.
Serão utilizados como instrumentos de avaliação no ambiente virtual:
• atividades individuais com questionários de múltipla escolha que foquem o
conteúdo estudado. Visa avaliar de forma diagnóstica o que foi estudado
durante o curso. O aluno terá a oportunidade de realizar a avaliação e após
o término, verificar o que acertou e o que errou e poderá assim, descobrir
onde errou, por que errou e refazer a avaliação. Prevalecerá a nota maior.
• atividades individuais questões discursivas que tenham como foco o
conteúdo estudado, podendo apresentar seu ponto de vista, confrontar
ideias de autores renomados, expor suas experiências;
• debates nos fóruns com temas relacionados ao curso, onde alunos e
18
Valoração e Certificação
As atividades propostas de estudos serão valorizadas mediante a sua
execução no curso. O cursista deverá realizar as atividades no decorrer dos
tópicos estudados. Ao final é feito um somatório de todas as avaliações feitas. A
média final cujo valor mínimo para aprovação é de 7,0 (sete) pontos.
9. REFERÊNCIAS
ANDREWS, George Reid, Negros e Brancos em São Paulo (1888-1988). Bauru:
EDUSC, 1998.
APPIAH, Kwame A., A Casa de Meu Pai. A África na Filosofia da Cultura, Rio de
Janeiro: Contraponto, 1997.
GOMES, Nilma Lino. A mulher negra que vi de perto. Belo Horizonte: Mazza
Edições, 1995.