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Por volta do século XVI os escravos da África estavam sendo trazidos para o Brasil através

do Oceano Atlântico, e é estimado que nesse século cerca de 100 mil escravos haviam chegado no
Brasil, e até o século XIX esse número aumentou para cerca de 4 e 5 milhões de pessoas.
Os escravos eram trazidos da África nos navios negreiros, também chamados de tumbeiros,
que com a variação de seu tamanho podiam transportar de 80 a 600 cativos de uma vez. Entre os
compradores, os escravos mais desejados eram homens jovens, tendo entre 10 e 30 anos de idade.
Nos navios negreiros os escravos viviam em uma condição precária, eles permaneciam em
porões lotados e para dormir tinham que se amontoar uns nos outros, maior parte do tempo eles
estavam acorrentados e aqueles que morressem durante a viagem tinha seus corpos jogados ao mar.
De acordo com alguns estudos realizados, cerca de 50% dos prisioneiros morriam durante as
viagens, outros 20% morriam por conta da adaptação tendo que viver longe de casa ou mesmo nos
entrepostos e nas feiras de comércio africano.
No fim do século XVI o cultivo de cana-de-açúcar cresceu, principalmente nas capitanias de
Pernambuco e Bahia, de início a mão de obra vinha do povo indígena, mas com o tempo a mão de
obra dos escravos foi priorizada, a maior parte do trabalho era realizado nos canaviais pois o cultivo
e colheitas eram atividades que precisavam de muitas pessoas.
Os escravos realizam muitas atividades diversas, algumas delas sendo construir cercas, furar
poços, cortar lenha, atividades nas áreas da pecuária, pesca, lavoura, pesca, transporte de produtos,
coleta. Em relação ao cultivo de cana-de-açúcar os escravos realizavam atividades de plantio,
preparação e processamento do açúcar.
No fim do século XVII surgiu a legislação que permitiria que os escravos tivessem um dia
de folga para que pudessem cuidar de suas plantações nos lotes que foram fornecidos pelos
senhores de engenho, para garantir uma maior eficiência eram estabelecidas metas, e quando os
trabalhadores cumpriam suas metas eles estavam lives para cuidar de suas roças, essa relação é
chamada de “brecha camponesa” por alguns historiadores.
A fabricação do açúcar necessitava de uma certa especialização da que tinham que ser
aplicadas técnicas específicas, os escravos que realizavam essa tarefa eram supervisionados por
outros cativos.
O trabalho na moenda consistia na inserção da cana-de-açúcar em uma engrenagem muito
perigosa que servia para moer a cana, nas casas de purgar o caldo da cana era fervido, engrossado e
colocado em firmas nas quais se tirava o açúcar, as crianças trabalhavam na condução de carros de
boi que transportavam as canas.
Os homens tinham o costume de se empenhar em tarefas mais pesadas e as mulheres nas
mais leves, as mulheres realizam trabalho como preparo de variados tipos de alimentos, e o cultivo
de algodão, que se originavam roupas, lençóis, sacarias e etc, elas também trabalhavam com lã que
vinham dessas manufaturas, podiam fazer mantas, cobertores e roupas. Nessas manufaturas existia
marca da arte africana.
O trabalho no engenho representava grande perigo para quem estivesse trabalhando, um
simples descuido era o bastante para causar um acidente grave, como o decepamento de um
membro ou uma queimadura, e por isso a morte era algo comum e que poderia acontecer a qualquer
momento.
Cada engenho era necessário de 60 a 80 escravos que se dividiam em dois turnos, todas as
atividades dos engenhos eram viradas para aumentar a produção de açúcar, do qual parte era levado
aos portos e outra era destinada aí comércio interno da colônia.
Após a descoberta do ouro no final do século XVII, as áreas mineradoras sofreram grande
crescimento populacional, o que acabou estimulando também a aquisição de escravos. As condições
de trabalho eram muito duras e em muitos casos encontrarem minério as pessoas mantenham os pés
na água grande parte do tempo. No século XIX, começou a utilizar-se o trabalho escravo em
grandes fazendas de café no sudeste, começando a jornada de trabalho deles de madrugada nos
cafezais. O trabalho escravo não se limitou somente a grandes latifúndios e em áreas mineradoras,
nas grandes cidades, a escravidão também era abundante, podendo ser encontrada em várias
atividades, perto de centros urbanos e em pequenos sítios onde os estravas produz para o comércio
local e também produziam. Nas áreas urbanas, havia também os escravos de ganho e os de aluguel.
No primeiro caso, o proprietário negociava com os cativos uma quantia em dinheiro que lhe era
entregue diariamente, proveniente das vendas que realizavam; o excedente podia ser utilizado pelos
escravos para seu próprio sustento. No segundo caso, os proprietários deixavam: seus escravos com
outras pessoas, negociando o valor do pagamento pelo trabalho. Século XVII, foi possível instaurar
ações judiciais contra os proprietários que praticavam maus-tratos.

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