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Cristina Donza Cancela

A autora trata sobre dramas de amor e as representações de meninas


pobres envolvidas nos inquéritos policiais na última década do século XIX e
primeira década do século XX. Sobre as representações, a autora evidencia
através de autos de processos crimes as formas autônomas pelas quais as
envolvidas nos casos de crimes de defloramentos autodenominavam-se. Nas
longas páginas dos processos, a autora nos mostra ações de enfrentamento
diante de rotulagens morais do estado sobre o comportamento feminino. Por
esta lógica moral a forma em que mulheres deveriam se portar estava atrelada
a “mulher honrosa”, típico dos comportamentos conservadores da lógica
burguesa dos costumes. Essas meninas eram por vezes descritas através das
“vozes” dos oficiais da justiça ou das testemunhas. Os processos criminais
eram regidos pelo código penal (data) que previa condenação (no artigo tal) a
crimes de defloramentos. Basicamente, era a primeira cúpula carnal a qual o
homem “desvirginava” uma menor de idade. A menor idade nesse período era
de 21 anos. As características desses crimes, segundo o código penal, eram
práticas de seduções seguidas com juras de amor com a finalidade do ato
sexual.

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