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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV


COLEGIADO DE HISTÓRIA

RESISTIR PARA (RE)EXISTIR: PROCESSOS DE TOMBAMENTO DO


PATRIMÔNIO NOS TERRITÓRIOS DO PIEMONTE E CHAPADA
DIAMANTINA

Discente: Cristiane de Jesus Brito


Orientação: Profa. Dra. Elisangela Oliveira Ferreira

Jacobina – Bahia
2022
SUMÁRIO

01 Introdução
Conceitos, objeto, e
motivações para o
03 Metodologia
Classificação e
delimitação da
estudo. pesquisa.
Considerações
05 finais

02 Objetivos
Geral e Específicos. 04 Resultados e
Discussões
Apontamentos
gerais sobre os
achados da
pesquisa.
1 INTRODUÇÃO

Os bens tombados, por meio do registro, possuem um caráter valorativo


(paisagístico, arqueológico, artístico ou histórico) para a sociedade e são, a
rigor, protegidos por legislações específicas.

Alves (2008, p. 66) clássica o tombamento como “uma espécie de


instrumento jurídico de proteção ao patrimônio natural e cultural –
inserido no sistema de proteção constitucional aos bens de reconhecido
valor histórico, político e cultural, relacionando-o com o direito de
propriedade.”
INQUIETAÇÕES...
Há atravessamentos no
desenvolvimento político, entre as
duas regiões, que reforcem a
valorização e engrandecimento da
cultura local de uma e, em contra
partida, a desvalorização e
negligenciamento do povo, da
memória e preservação cultural da
outra?
Problema de pesquisa

Quais circunstâncias promoveram a discrepância de valorização de bens e


celeridade no processo de tombamento de um patrimônio material entre as
localidades do Piemonte e Chapada Diamantina?
2 OBJETIVOS
O objetivo geral do presente artigo consiste na análise dos sites institucionais do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), além das leis municipais dos Territórios
de Identidade Chapada Diamantina e Piemonte da Diamantina.

Nos objetivos específicos, buscou-se estabelecer uma a descrição, de cunho comparativo,


dos processos de tombamento de cada autoridade pública. Em tempo, buscou
identificar as ideologias que permearam os processos de tombamento do patrimônio
cultural destes Territórios de Identidade com ênfase para o município de Jacobina.
3 METODOLOGIA

Abordagem: Qualitativa;
Instrumento para coleta de dados: Instituto do
Região de análise: Piemonte e
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),
Chamada Diamantina; Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
(IPAC) e leis municipais brasileiras.
Classificação: Exploratória.

Recorte Temporal

1958 2019
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O site do IPAC – como uma das fontes norteadoras da pesquisa – apresenta a definição
de patrimônio cultural como tudo aquilo que faz parte da construção histórica e
cultural do ser humano em um determinado espaço físico.

Segundo Benjamim (2012, p. 241-242), a história destes processos de tombamento do


patrimônio cultural presentes nos sites e nas leis municipais atuais demonstra que ainda
há, nestes espaços, a prevalência da história dos vencedores.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A análise dos sites IPAC e IPHAN mostraram que:

● A preservação do patrimônio material e imaterial das regiões vêm se apresentando


de várias formas;
● O IPAC apresenta uma abordagem mais aprofundada sobre cultura em comparação
com o IPHAN;
● A Lei 1.257/2014, de Jacobina, trata com mais subjetividade o patrimônio material e
imaterial em comparação com o IPAC;
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa identificou que:

● Há, no Piemonte e Chapada Diamantina uma grande variedade de patrimônio


cultural pendente de tombamento, tanto na esfera federal, quanto na estadual e na
municipal;
● O relatório sobre o Territórios de Identidade da Chapada Diamantina e do Piemonte
da Diamantina não contempla nenhum bem de natureza imaterial nas regiões em
análise
● A região do Piemonte da Diamantina, segundo o IPAC, apresenta apenas dois
tombamentos de bens imóveis e nenhum registro de bens móveis;
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Etapas do Tombamento na esfera Federal: Figura 1. Etapas de tombamento na esfera
Federal.

• Encaminhamento da solicitação para o IPHAN;


• Análise da solicitação pelo IPHAN;
• Avaliação técnica favorável;
• Expedição de notificação ao dono do bem;
• Avaliação da anuência ou impugnação pelo
proprietário;
• Encaminhamento e aprovação do pedido para o
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural;
• Direcionamento do processo para o Ministério da
Cultura para homologação e publicação no Diário
Oficial;
• Inscrição no Livro de Tombo.
Fonte: FUNDARPE (2011, p. 42)
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Etapas do Tombamento na esfera Estadual: Figura 2. Etapas de tombamento na esfera
Estadual.

• Encaminhamento da solicitação para o IPAC;


• Análise da solicitação pelo IPAC;
• Envio do dossiê para Secretaria de Cultura do Estado da
Bahia e Conselho Estadual e Cultura;
• Expedição do decreto de registro pela Secretaria de
Cultura;
• Elaboração do decreto de tombamento pela
Governadoria da Casa Civil;
• Publicação no Diário Oficial;
• Emissão de certidão ao proprietário e monitoramento do
bem pelo IPAC.

Fonte: IPAC (2017)


4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 3. Etapas de tombamento na esfera Municipal.

O Tombamento na esfera Municipal:

O tombamento de bens, independentemente do


tombamento federal ou estadual, poderá ser feito
por Lei municipal e terá efeitos do tombamento
pela legislação federal específica, aplicando-se
prazos, procedimentos e demais disposições
desta, no que couber.

Fonte: Jacobina (2012, p. 13)


4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A relação de dados coletados sobre os Territórios de Identidade da Chapada Diamantina e do


Piemonte da Diamantina evidenciou, de modo que só há rque todo o Patrimônio Cultural
Sob Salvaguarda do Estado da Bahia no Território da Chapada Diamantina se aplica ao
patrimônio materialegistro de bens de natureza material tombados nas regiões. Não foi
identificado no site do IPAC nenhum bem de natureza imaterial na região em análise.

Inclusive, no site do IPAC, na aba que se refere a patrimônio imaterial, há, forma genérica, a
apresentação do patrimônio imaterial registrado à nível de Bahia.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Achados importantes:

● A Chapada Diamantina possui zero bens móveis registrados e 17 bens imóveis


tombados. Em contra partida, a região do Piemonte da Diamantina apresenta apenas
02 tombamentos de bens imóveis e nenhum registro de bens móveis.

● O site do IPAC encontra-se desatualizado, de forma que as atualizações estão


datadas no ano de 2013.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Compilado de informações referentes aos tombamentos e registros contidos nos sites do


IPAC e IPHAN:

IPAC IPHAN

É válido esclarecer que foi o Movimento Modernista que incentivou o olhar etnográfico.
Desse modo, entende-se, nessa perspectiva, que ocorre os primeiros processos de
tombamento, de forma efetiva, dos Territórios de Identidade Chapada Diamantina e
Piemonte da Diamantina, especialmente na cidade de Jacobina.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Achados importantes: Quadro 1. Relação simplificada do patrimônio cultural sob salvaguarda


do estado da Bahia(por período).

A partir da análise do Quadro 1, nota-se que apenas a


partir do ano 2000 aparecem os primeiros dados
sobre bens registrados, que se fere ao patrimônio
imaterial, ainda assim extremamente distantes da
quantidade de tombamentos. Neste mesmo período,
é possível identificar a intensificação da quantidade de
tombamento. Fonte: Adaptado de IPAC (2016)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo transitou desde as vias técnico-jurídicas, questões políticas, teóricas, a fim de detectar ao
longo do processo de tombamento, nas três esferas – federal, estadual e municipal – a
implementação das políticas públicas voltadas para a preservação cultural brasileira. Tais políticas
demonstraram-se por demais defasadas e/ou omissas.

O município de Jacobina é o principal polo econômico da região do Piemonte da Diamantina.


Entretanto, mesmo com toda a sua importância histórica e econômica, não se tem no âmbito
federal, no âmbito estadual, nem tampouco no âmbito municipal, registros de bens imateriais.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O patrimônio cultural imaterial se configura pelo conjunto de expressão de vida e tradições,


herdadas pelos descendentes e fomentadas por gerações e vidas dentro de uma comunidade.
Tais patrimônios têm diversos aspectos de grande importância que estão relacionados às tradições
folclóricas, de linguagem e outros tipos diversos de manifestação.

Este patrimônio, conforme demonstrado, não é contemplado pelas políticas do patrimônio nas
regiões estudadas. Regiões estas riquíssimas em patrimônio imaterial, mas que estão nitidamente à
margem das políticas de incentivo e preservação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil, instrumentos de proteção ao patrimônio cultural foram incorporados no sistema de


normas de proteção ao patrimônio cultural apenas em agosto de 2000, com o advento do registro de
bens de natureza imaterial criado pelo Decreto n° 3.551.

Muito embora os sites pesquisados não apresentem registros de tais patrimônios na região do
Piemonte da Diamantina, mesmo depois de mais de 20 anos de ter entrado em vigor tal
dispositivo legal, o mesmo ainda é ignorado, inclusive pela legislação local (Lei no 1.116/2012).
BALANCE SHEET

It’s the 4K 8K Despite being


farthest planet red, Mars is
from the Sun a cold place

Venus has a Mercury


beautiful name, but is very close
it’s hot to the Sun
5K 6K
REFERÊNCIAS

FUNDARPE – Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco. Patrimônios de


Pernambuco: Materiais e Imateriais. 2a. Edição. Recife: FUNDARPE, 2011.

IPAC. Etapas para Tombamentos de Bens Culturais Materiais. 2012. Disponível em:
http://www.ipac.ba.gov.br/wpcontent/uploads/2012/04/organograma.Material.jpg, acesso em: 29 out.
2021.

JACOBINA. Lei n. 1.116, de 20 de dezembro de 2012. DOM – Diário Oficial do Município de


Jacobina. Publicado no D.O.M. 02 de dezembro de 2015. Disponível em:
http://www.jacobina.ba.io.org.br/diarioOficial/download/415/1313/0. Acesso em 22 out. 2021.
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JANUARY FEBRUARY MARCH APRIL

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