Geochemical and tectonic fingerprinting of ancient oceanic lithosphere Yildirim Dilek & Harald Furnes, 2011 Introdução • Ofiolitos: fragmentos do manto superior e crosta continental incorporados à margens continentais durante colisões entre continentes e entre arcos e continentes, durante interações entre trincheiras e cadeias meso-oceânicas e em eventos de subducção e acreção. • São encontrados em zonas de sutura que marcam grandes margens de placas e terrenos amalgamados, registrando a história evolutiva de bacias oceânicas, de sua abertura até seu fechamento. • Definição clássica de ofiolitos (conferência Penrose): associação de rochas máficas e ultramáficas, composta por, da base para o topo, peridotitos, gabros acamadados, sheeted dikes, uma sequência vulcânica e uma cobertura sedimentar pelágica.
• Os autores propõe uma classificação de ofiolitos mais abrangente,
baseada nas suas diferentes estruturações internas, assinaturas geoquímicas e tectônica regional, associando com seu significado no contexto da tectônica global e dos pulsos de geração de ofiolitos durante a evolução da Terra. • “Fragmentos alóctones do manto superior e rochas da crosta oceânica que são tectonicamente deslocados de seu ambiente ígneo primário e incorporados à orógenos devido à convergência de placas.” Pulsos de geração de ofiolitos e tectônica global
• A distribuição temporal e espacial de ofiolitos em sistemas orogênicos
reflete períodos específicos de mais intensa geração e colocação desses corpos, coincidentes com grandes eventos orogênicos que precediam a formação de supercontinentes. Assinatura geoquímica de diferentes tipos de ofiolitos
• Os autores procuraram caracterizar, por meio de alguns diagramas, a
assinatura geoquímica dos diferentes tipos de ofiolitos.
• Devido à ação da alteração hidrotermal e do metamorfismo em
condições intraoceânicas, procurou-se utilizar elementos traço relativamente imóveis.
• A caracterização geoquímica permite distinguir em pelo menos dois
grandes grupos, um relacionado ou ao menos influenciado por processos de zona de subducção, e outro sem relação com subducção. Diagramas de SiOxMgO e SiOxTiO para rochas vulcânicas e diques:
• Ofiolitos relacionados à subducção: há
uma maior variabilidade nas concentrações de SiO e TiO para cada valor de MgO, com destaque para a grande variabilidade em ofiolitos do tipo backarc e forearc; e ofiolitos de forearc têm, invariavelmente, baixo conteúdo de TiO.
• Ofiolitos não-relacionados com subducção:
ofiolitos associados à pluma têm grande amplitude nos valores de MgO Diagramas multi-elementares normalizados para MORB
• Ofiolitos do tipo Margem continetal, MOR e pluma possuem padrões planos
entre V e Zr e um enriquecimento em relação aos elementos mais incompatíveis (Ba, Rb, Cs...)
• Ofiolitos associados à zonas de subducção têm variabilidade muito mais alta e
são em geral mais enriquecidos em elementos mais incompatíveis, com anomalias negativas de Ta e Nb e anomalias positivas de Pb e Sr. Diagramas Ti- V • Dados de ofiolitos do tipo margem continental, MOR e pluma encontram-se no gráfico entre valores de 20 e 50, típicos de MORB; há rara sobreposição entre ofiolitos de pluma e ofiolitos de margem continental/MOR.
• Dados de ofiolitos associados à subducção apresentam
variabilidade maior, com razões Ti/V entre <10 e >50; os de ofiolitos de forearc raramente ocorrem no mesmo campo que os de backarc, com grande dispersão de valores entre eles (devido à alta variedade de fontes de magmas em ambientes de subducção) Diagramas de Nb/Yb x Th/Yb • Dados de ofiolitos associados à margens continentais, MOR e plumas encontram-se no campo associado à fontes mantélicas;
• Dados de ofiolitos associados à zonas de subducção
apresentam um deslocamento em direção ao campo do arco das Marianas, fora do campo do manto. Petrogênese de ofiolitos em diferentes ambientes tectônicos • Ofioliotos sem relação com subducção: • Ofiolitos de margem continental são formados nas fases iniciais da evolução de bacias oceânicas, logo após a ruptura da crosta continental, representando a transição oceano-continente. • Em ofiolitos do tipo MOR, magmatismo do tipo MORB forma intrusões de diques gabróicos e derrames basálticos no fundo oceânico ao longo do eixo do rifte, produzindo crosta oceânica do “tipo Penrose”;
• A extensão pode não ser acompanhada de magmatismo basáltico,
resultando na exumação de peridotido serpentinizado do manto superior. • Ofiolitos de pluma podem ser formados próximos a centros de espalhamento oceânico ou como platôs oceânicos; • Fontes mais quentes resultam em maiores taxas de fusão que nos MORBs, com maiores teores de Mg, derrames basálticos maciços, pequena proporção de sedimentos pelágicos intercalados, e intrudidos por sills e plútons gabroicos a localmente ultramáficos. • Ofiolitos de zonas de suprasubducção (ZSS) possuem uma evolução que envolve a geração em sequência de MORB, toleiítos de arco de ilha e boninitos;
• O estágio inicial é representado por uma fusão parcial do manto fértil
por descompressão, com pouca ou nenhuma influência dos fluidos derivados da placa subductada, produzindo magma com composição semelhante ao MORB;
• A fase seguinte de magmatismo envolve fusão parcial do manto
metasomatizado, muito influenciada pelos processos de desidratação da placa oceânica subductada, produzindo toleiitos de arco de ilha que intrudem e formam derrames que sobrepõe a sequência de basaltos MORB; • Boninitos são produzidos na fase mais tardia, como consequência da fusão de rochas muito refratárias do manto — fases residuais dos processos anteriores de fusão parcial do manto — devido à interação prolongada com os fluidos derivados da placa subductada e do aumento da temperatura na cunha mantélica associado à subida diapírica da astenosfera. • Ofiolitos de arcos vulcânicos têm uma estrutura composta por: • Uma crosta inferior com plútons gabroicos e diabásio maciço representando uma litosfera oceânica mais antiga em sua base;
• Uma suíte de rochas tonalíticas a dioríticas de arco maduro, que a
sobrepõe;
• Rochas andesíticas a riolíticas na crosta superior, com intrusões de
diques e rochas piroclásticas associadas.
• Nesse tipo de ofiolito, a Moho representa um front de fusão, gerado à
medida que a crosta inferior máfica é produzida, deixando um restito peridotítico. • A evolução geoquímica dos ofiolitos de ZSS e de arcos vulcânicos caracteriza-se por uma fase inicial de magmatismo com depleção em elementos incompatíveis, seguida por uma fase tardia com enriquecimento nesses elementos em relação ao MORB;
• Essa evolução reflete consecutivos episódios de fusão parcial com
empobrecimento do manto devido à extração de MORB, seguido por um enriquecimento da fase residual do manto pela interação com fluidos derivados da placa oceânica subductada e da fusão dos sedimentos associados. Aplicação aos greenstone belts • O greenstone belt de Isua (3.8 Ga) na Groelândia é composto por duas unidades tectonoestratigráficas principais de anfibolitos, uma com todas as unidades litológicas típicas de um ofiolito clássico “tipo Penrose” e uma que representa uma sequência de arco de ilha imaturo. • Representa uma bacia de forearc em ZSS. • O greenstone belt de Wawa (2.7 Ga), na Província Superior do Canadá, possui komatiitos e rochas máficas vulcânicas e plutônicas comparáveis com basaltos de platô oceânico fanerozóicos, tectonicamente imbricados com basaltos de arco primitivo.
• Possui características de ofiolitos de pluma.
• O Complexo Jormua (1.95 Ga), no nordeste da Finlândia, é composto por pillow lavas, brechas vulcânicas, sheeted dikes, cumulados máficos e peridotitos do manto superior. Há partes em que a sequência vulcânica está colocada logo acima das rochas do manto superior.
• Essa estruturação assemelha-se à estrutura de uma crosta oceânica
cuja abertura teve baixas de espalhamento, sendo interpretada como um ofiolito de margem continental. Obrigado!
Unidades evaporíticas carboníferas do Depósito Potassífero de Autazes, região ocidental da Bacia do Amazonas: análises estratigráficas de sequências, geoquímicas, mineralógicas e paleoambientais