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Disciplina: Greenstone Belts

Aluno: Gabriel Angelo Barbosa Silva


Profª Catarina Labourè Bemfica Toledo

Ophiolite genesis and global tectonics:


Geochemical and tectonic fingerprinting
of ancient oceanic lithosphere
Yildirim Dilek & Harald Furnes, 2011
Introdução
• Ofiolitos: fragmentos do manto superior e crosta continental
incorporados à margens continentais durante colisões entre
continentes e entre arcos e continentes, durante interações entre
trincheiras e cadeias meso-oceânicas e em eventos de subducção e
acreção.
• São encontrados em zonas de sutura que marcam grandes margens
de placas e terrenos amalgamados, registrando a história evolutiva de
bacias oceânicas, de sua abertura até seu fechamento.
• Definição clássica de ofiolitos (conferência Penrose): associação de
rochas máficas e ultramáficas, composta por, da base para o topo,
peridotitos, gabros acamadados, sheeted dikes, uma sequência
vulcânica e uma cobertura sedimentar pelágica.

• Os autores propõe uma classificação de ofiolitos mais abrangente,


baseada nas suas diferentes estruturações internas, assinaturas
geoquímicas e tectônica regional, associando com seu significado no
contexto da tectônica global e dos pulsos de geração de ofiolitos
durante a evolução da Terra.
• “Fragmentos alóctones do manto superior e rochas da crosta oceânica que
são tectonicamente deslocados de seu ambiente ígneo primário e
incorporados à orógenos devido à convergência de placas.”
Pulsos de geração de ofiolitos e tectônica global

• A distribuição temporal e espacial de ofiolitos em sistemas orogênicos


reflete períodos específicos de mais intensa geração e colocação
desses corpos, coincidentes com grandes eventos orogênicos que
precediam a formação de supercontinentes.
Assinatura geoquímica de diferentes tipos de ofiolitos

• Os autores procuraram caracterizar, por meio de alguns diagramas, a


assinatura geoquímica dos diferentes tipos de ofiolitos.

• Devido à ação da alteração hidrotermal e do metamorfismo em


condições intraoceânicas, procurou-se utilizar elementos traço
relativamente imóveis.

• A caracterização geoquímica permite distinguir em pelo menos dois


grandes grupos, um relacionado ou ao menos influenciado por
processos de zona de subducção, e outro sem relação com subducção.
Diagramas de SiOxMgO e SiOxTiO
para rochas vulcânicas e diques:

• Ofiolitos relacionados à subducção: há


uma maior variabilidade nas
concentrações de SiO e TiO para cada valor
de MgO, com destaque para a grande
variabilidade em ofiolitos do tipo backarc e
forearc; e ofiolitos de forearc têm,
invariavelmente, baixo conteúdo de TiO.

• Ofiolitos não-relacionados com subducção:


ofiolitos associados à pluma têm grande
amplitude nos valores de MgO
Diagramas multi-elementares normalizados para MORB

• Ofiolitos do tipo Margem continetal, MOR e pluma possuem padrões planos


entre V e Zr e um enriquecimento em relação aos elementos mais
incompatíveis (Ba, Rb, Cs...)

• Ofiolitos associados à zonas de subducção têm variabilidade muito mais alta e


são em geral mais enriquecidos em elementos mais incompatíveis, com
anomalias negativas de Ta e Nb e anomalias positivas de Pb e Sr.
Diagramas Ti-
V
• Dados de ofiolitos do tipo margem continental, MOR e pluma
encontram-se no gráfico entre valores de 20 e 50, típicos de
MORB; há rara sobreposição entre ofiolitos de pluma e ofiolitos
de margem continental/MOR.

• Dados de ofiolitos associados à subducção apresentam


variabilidade maior, com razões Ti/V entre <10 e >50; os de
ofiolitos de forearc raramente ocorrem no mesmo campo que
os de backarc, com grande dispersão de valores entre eles
(devido à alta variedade de fontes de magmas em ambientes de
subducção)
Diagramas de Nb/Yb x Th/Yb
• Dados de ofiolitos associados à margens continentais, MOR e
plumas encontram-se no campo associado à fontes
mantélicas;

• Dados de ofiolitos associados à zonas de subducção


apresentam um deslocamento em direção ao campo do arco
das Marianas, fora do campo do manto.
Petrogênese de ofiolitos em diferentes
ambientes tectônicos
• Ofioliotos sem relação com subducção:
• Ofiolitos de margem continental são formados nas fases iniciais
da evolução de bacias oceânicas, logo após a ruptura da crosta
continental, representando a transição oceano-continente.
• Em ofiolitos do tipo MOR, magmatismo do tipo MORB forma
intrusões de diques gabróicos e derrames basálticos no fundo
oceânico ao longo do eixo do rifte, produzindo crosta oceânica do
“tipo Penrose”;

• A extensão pode não ser acompanhada de magmatismo basáltico,


resultando na exumação de peridotido serpentinizado do manto
superior.
• Ofiolitos de pluma podem ser formados próximos a centros de
espalhamento oceânico ou como platôs oceânicos;
• Fontes mais quentes resultam em maiores taxas de fusão que nos
MORBs, com maiores teores de Mg, derrames basálticos maciços,
pequena proporção de sedimentos pelágicos intercalados, e
intrudidos por sills e plútons gabroicos a localmente ultramáficos.
• Ofiolitos de zonas de suprasubducção (ZSS) possuem uma evolução
que envolve a geração em sequência de MORB, toleiítos de arco de
ilha e boninitos;

• O estágio inicial é representado por uma fusão parcial do manto fértil


por descompressão, com pouca ou nenhuma influência dos fluidos
derivados da placa subductada, produzindo magma com composição
semelhante ao MORB;

• A fase seguinte de magmatismo envolve fusão parcial do manto


metasomatizado, muito influenciada pelos processos de desidratação
da placa oceânica subductada, produzindo toleiitos de arco de ilha
que intrudem e formam derrames que sobrepõe a sequência de
basaltos MORB;
• Boninitos são produzidos na fase mais tardia, como consequência da
fusão de rochas muito refratárias do manto — fases residuais dos
processos anteriores de fusão parcial do manto — devido à interação
prolongada com os fluidos derivados da placa subductada e do
aumento da temperatura na cunha mantélica associado à subida
diapírica da astenosfera.
• Ofiolitos de arcos vulcânicos têm uma estrutura composta por:
• Uma crosta inferior com plútons gabroicos e diabásio maciço
representando uma litosfera oceânica mais antiga em sua base;

• Uma suíte de rochas tonalíticas a dioríticas de arco maduro, que a


sobrepõe;

• Rochas andesíticas a riolíticas na crosta superior, com intrusões de


diques e rochas piroclásticas associadas.

• Nesse tipo de ofiolito, a Moho representa um front de fusão, gerado à


medida que a crosta inferior máfica é produzida, deixando um restito
peridotítico.
• A evolução geoquímica dos ofiolitos de ZSS e de arcos vulcânicos
caracteriza-se por uma fase inicial de magmatismo com depleção em
elementos incompatíveis, seguida por uma fase tardia com
enriquecimento nesses elementos em relação ao MORB;

• Essa evolução reflete consecutivos episódios de fusão parcial com


empobrecimento do manto devido à extração de MORB, seguido por
um enriquecimento da fase residual do manto pela interação com
fluidos derivados da placa oceânica subductada e da fusão dos
sedimentos associados.
Aplicação aos greenstone belts
• O greenstone belt de Isua (3.8 Ga) na Groelândia é composto por
duas unidades tectonoestratigráficas principais de anfibolitos, uma
com todas as unidades litológicas típicas de um ofiolito clássico “tipo
Penrose” e uma que representa uma sequência de arco de ilha
imaturo.
• Representa uma bacia de forearc em ZSS.
• O greenstone belt de Wawa (2.7 Ga), na Província Superior do
Canadá, possui komatiitos e rochas máficas vulcânicas e plutônicas
comparáveis com basaltos de platô oceânico fanerozóicos,
tectonicamente imbricados com basaltos de arco primitivo.

• Possui características de ofiolitos de pluma.


• O Complexo Jormua (1.95 Ga), no nordeste da Finlândia, é composto
por pillow lavas, brechas vulcânicas, sheeted dikes, cumulados
máficos e peridotitos do manto superior. Há partes em que a
sequência vulcânica está colocada logo acima das rochas do manto
superior.

• Essa estruturação assemelha-se à estrutura de uma crosta oceânica


cuja abertura teve baixas de espalhamento, sendo interpretada como
um ofiolito de margem continental.
Obrigado!

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