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CICLO CELULAR E

MITOSE

Prof. Luis Alberto Chavez Ayala


DAEBB. Departamento Acadêmico de Engenharia de
Bioprocessos e Biotecnologia- Utfpr-PG
Ciclo celular: Introdução

Capacidade de crescer e de se reproduzir é atributo


fundamental de todas as células
Células eucariontes, o processo básico de gênese de novas
células obedece a um padrão cíclico que começa com o
crescimento celular, determinado por um aumento quantitativo
coordenado dos milhares de tipos diferentes de moléculas
que a célula tem, inclusive de seu material genético, e culmina
com a partição de seu núcleo e citoplasma em duas células
filhas.
Este processo é denominado de ciclo de divisão celular ou,
simplesmente, ciclo celular.
Manter a vida em organismos pluricelulares
Gerar a vida em organismos unicelulares eucariontes
Corpo humano a partir do zigoto (cem trilhões de células)
Ciclo celular

Figura 1 A divisão de uma célula eucariótica


hipotética com dois cromossomos (um
vermelho e outro preto) é mostrada para ilustrar
como duas células-filhas geneticamente
idênticas são produzidas em cada ciclo. Em
geral, cada uma das células-filhas continuará a
se dividir, passando por ciclos celulares
adicionais.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


Os principais eventos do
ciclo celular.

Figura 2 Os principais eventos cromossômicos do ciclo celular


ocorrem na fase S, quando os cromossomos são duplicados, e na
fase M, quando os cromossomos duplicados são segregados em um
par de núcleos-filhos (na mitose), após o que a própria célula se
divide em duas (citocinese).

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


TIPOS DE DIVISÃO CELULAR
 PROCARIOTOS:

- Fissão binária: crescimento bacteriano se refere ao


aumento do número de bactérias, e não a um
aumento no tamanho das células individuais.

EUCARIOTOS:

 MITOSE:

 Crescimento, desenvolvimento e reparo;


 Reprodução assexuada (gera duas células
idênticas);
 Ocorre nas células somáticas.

 MEIOSE:

 Reprodução sexuada;
 Ocorre em células reprodutivas;
 Origina gametas.
Figura 3 Fissão
binária em bactéria.
FONTE: Tortora et al.
Micorbiologia, 2017.
CICLO CELULAR: INTERFASE E MITOSE

Divisão e expansão celular forma dos organismos multicelulares


crescerem
 Células filhas semelhantes à célula mãe e entre si;
 Células filhas herdam uma réplica exata da informação
genética;
 Cada célula filha herda metade do citoplasma da célula mãe.

DIVISÃO CELULAR: MITOSE E CITOCINESE

Mitose: ou divisão nuclear, um lote completo de cromossomos duplicados


previamente é alocado para cada um dos dois núcleos filhos;

Citocinese: processo que divide a célula inteira em duas novas células


(divisão do citoplasma).
TABELA 1 Tempo de duração de ciclos celulares de alguns
eucariotos

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


CICLO CELULAR: INTERFASE E MITOSE

É dividido em duas fases distintas: Fase M e Interfase.

A MITOSE + CITOCINESE são referidas como fase M

Interfase: é dividida em 3 fases:

- G1: Crescimento celular e preparação para a duplicação do


DNA
nuclear.
- S: Duplicação do DNA.
- G2: Crescimento da célula e duplicação completa do DNA.

G = Gap (intervalo) S = Síntese


As quatro fases do ciclo
celular.

Figura 4 Em muitas células, fases de intervalo


separam os principais eventos da fase S e fase
M. G1 é o intervalo entre a fase M e a fase S,
enquanto G2 é o intervalo entre a fase S e a
fase M.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia


Celular
EVENTOS DA INTERFASE
Produzir um suprimento de organelas e outros componentes citoplasmáticos em
quantidade suficiente para as duas células filhas e reunir as estruturas necessárias
para desencadear a mitose.

Replicar o DNA e sintetizar as proteínas associadas a este nos cromossomos;

FASE G1: intensa atividade bioquímica: célula dobra de tamanho são


ssintetizadas enzimas, ribossomos, organelas, sistemas de membranas
e outras moléculas e estruturas citoplasmáticas
 DEPENDE DE FATORES EXTRACELULARES.

 FASE S: duplicação do DNA e síntese de


histonas
 DEPENDE DE FATORES INTRACELULARES

FASE G2: fase que antecede a mitose, o principal evento é verificar se a


replicação do cromossomo se completou e se todo o dano ao DNA foi
reparado. Início da condensação dos cromossomos, ainda não visíveis.
O controle do ciclo celular

Figura 5 Um sistema de controle do ciclo celular desencadeia


os processos essenciais do ciclo – como a replicação do
DNA, a mitose e a citocinese. O sistema de controle é
representado aqui como um braço central – o controlador –
que gira no sentido horário, disparando processos essenciais
quando alcança transições específicas no mostrador exterior
(caixas amarelas). A informação sobre a realização dos
eventos do ciclo celular, assim como os sinais oriundos do
ambiente, pode levar o sistema de controle a interromper o
ciclo nessas transições.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


A transição de G1 para a fase S oferece à célula uma
encruzilhada

G1-Cdk: decisão da célula entrar ou não


em divisão e é ativado por fatores
extracelulares – VITAL NO CONTROLE
DE TUMORES

Figura 9 A célula pode prosseguir para completar outro


ciclo celular, pausar transitoriamente até que as condições
estejam adequadas ou interromper o ciclo celular
temporariamente em G0, ou permanentemente no caso de
células terminalmente diferenciadas.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


A B

Figura 10 Os principais estágios da fase m em uma célula animal – A)


DIVISÃO CELULAR E O CICLO CELULAR e B) INTERFASE

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


PRÓFAS
E
Cromatina se condensa gradualmente, formando cromossomos bem definidos (no
início aparecem como filamentos alongados dispersos pelo núcleo);

 A medida que a Prófase avança, os cromossomos tornam-se mais visíveis


(claramente evidenciando as duas cromátides);

 As cromátides irmãs mantêm-se unidas pelo centrômero;

 Aparecimento dos fusos mitóticos;

 Núcleo desaparece, a desorganização do envoltório nuclear marca o final da


prófase.
O fuso mitótico bipolar é formado pela
estabilização seletiva dos microtúbulos
que interagem entre si.

Figura 12 Novos microtúbulos crescem a partir dos dois centrossomos em diversas


direções. As duas extremidades de um microtúbulo (por convenção, denominadas
extremidades mais [+] e menos [-]) apresentam propriedades diferentes, e é a
extremidade menos (-) que está ancorada ao centrossomo. As extremidades mais (+)
livres são dinamicamente instáveis e mudam de maneira repentina de um crescimento
uniforme (setas vermelhas que apontam para fora) para um rápido encurtamento (setas
vermelhas que apontam para dentro). Quando dois microtúbulos de centrossomos
opostos interagem na região de sobreposição, as proteínas motoras e outras proteínas
associadas aos microtúbulos fazem o entrecruzamento dos microtúbulos (pontos pretos),
de forma que estabilizam as extremidades mais (+), diminuindo a probabilidade de sua
despolimerização.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


Figura 13 Os principais estágios da fase M em uma célula animal -
PRÓFASE

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


PRÓFAS
E

Célula vegetal Célula animal

O centrossomo em células de O centrossomo em células


plantas organiza os fusos sem a animais organiza os fusos com a
presença de centríolos. presença de centríolos e ásteres.

Figura 14 Os principais estágios da fase M em uma célula animal -


PRÓFASE
Figura 15 Os principais estágios da fase M em uma célula animal -
PROMETÁFASE

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


Os cinetócoros ligam os
cromossomos ao fuso
mitótico.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular

Figura 16 (A) Micrografia de fluorescência de um cromossomo mitótico duplicado. O DNA está corado com um corante fluorescente, e os
cinetócoros estão corados em vermelho com anticorpos fluorescentes que reconhecem as proteínas do cinetocoro. Esses anticorpos são de
pacientes que sofrem de escleroderma (uma doença que causa superprodução progressiva de tecido conectivo na pele e em outros órgãos),
os quais, por motivos desconhecidos, produzem anticorpos contra suas próprias proteínas do cinetocoro. (B) Desenho esquemático de um
cromossomo mitótico mostrando suas duas cromátides-irmãs ligadas aos microtúbulos do cinetocoro, que se liga ao cinetócoro por suas
extremidades mais (+). Cada cinetócoro forma uma placa na superfície do centrômero. (A, cortesia de B.R. Brinkley.)
Três classes de microtúbulos compõem o fuso mitótico

Figura 17 (A) Desenho esquemático de um fuso com os cromossomos ligados, mostrando os três tipos de microtúbulos do fuso: os
microtúbulos de áster, os microtúbulos do cinetocoro e os microtúbulos interpolares. Na realidade, os cromossomos são maiores do que o
mostrado, e normalmente múltiplos microtúbulos são ligados a cada cinetocoro. (B) Micrografia de fluorescência dos cromossomos na placa
metafásica de um fuso mitótico real. Nesta imagem, os cinetocoros estão marcados em vermelho, os microtúbulos, em verde, e os
cromossomos, em azul. (B, de A. Desai, Curr. Biol. 10:R508, 2000. Com permissão de Elsevier.)

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


METÁFASE

 Cromossomos se alinham no plano equatorial do fuso mitótico;

 Fuso mitótico: consiste nas fibras que são feixes de microtúbulos;

 Fuso mitótico se liga aos cinetócoros;

 Os cromossomos alinhados na placa equatorial ou placa da metáfase


marcam o final da metáfase.
Figura 18 Os principais estágios da fase M em uma célula animal -
METÁFASE

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


CINETÓCORO – estrutura proteica lateralmente associada ao centrômero
de cada cromátide.

 O disco mais interno se conecta ao centrômero e o mais externo aos


microtúbulos que compõem o fuso de divisão;

 Os cinetócoros dirigem a migração dos cromossomos


durante a divisão celular.

DISCO EXTERNO DISCO INTERNO


DISCO INTERNO
DISCO EXTERNO

CENTROMERO
MICROTÚBULOS
CENTRÔMERO

Figura 19 Esquema da estrutura do CINETÓCORO


ANÁFAS
Ecromátides irmãs junto aos centrômeros (agora
Inicia-se com a separação das
são chamadas cromossomos filhos);

Com o deslocamento dos cromossomos filhos através do cinetócoro em direção


aos pólos opostos da célula, os braços dos cromossomos parecem voltados para
trás;

Ao final da anáfase, os conjuntos idênticos de cromossomos moveram-se para


os pólos opostos;

O encurtamento dos microtúbulos se dá por perdas de subunidades de tubulina.


Existem também evidências de proteínas motoras que utilizam ATP no processo
para puxar os cromossomos ao longo dos microtúbulos para os pólos, enquanto
subunidades da tubulina são simultaneamente eliminadas junto ao cinetócoro.
As cromátides-irmãs se separam no início da anáfase

Figura 20 O fuso mitótico então puxa os cromossomos resultantes para os polos opostos da
célula.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


Figura 21 Os principais estágios da fase M em uma célula animal -
ANÁFASE

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


TELÓFAS
E ao redor de cada lote de cromossomos;
 Envoltório nuclear é reorganizado

As membranas desses envoltórios são derivadas de vesículas retículo


do endoplasmático;

 Os fusos desaparecem;

 Os cromossomos descondensam;

 Reorganização dos nucléolos;

 Quando a telófase está completa, os núcleos filhos entram em interfase.


Figura 24 Os principais estágios da fase M em uma célula animal -
TELÓFASE

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


O envelope nuclear é fragmentado e formado novamente durante a mitose

Figura 25 A fosforilação das proteínas do poro nuclear e das laminas promove a fragmentação do envelope nuclear na prometáfase. A
desfosforilação dessas proteínas na telófase reverte o processo.
FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular
Os eventos da divisão celular eucariótica vistos sob o
microscópio

Figura 26 Os processos facilmente visíveis de divisão nuclear (mitose) e divisão celular (citocinese), coletivamente chamados de fase
M, normalmente ocupam somente uma pequena fração do ciclo celular. A outra parte do ciclo, muito mais longa, é conhecida como
interfase, que inclui a fase S e as fases de intervalo. Os cinco estágios da mitose são apresentados: uma mudança brusca no estado
bioquímico da célula ocorre na transição da metáfase à anáfase. A célula pode fazer uma pausa antes desse ponto de transição, mas,
uma vez ultrapassado esse ponto, a célula continua até o fim da mitose e atravessa a citocinese, chegando à interfase.
Interfase Prófase Metáfase

Anáfase Telófase (início) Telófase (final)


CÉLULA ANIMAL

Yong Wan Lab

Figura 26 Eventos da divisão celular em uma célula animal


Duas estruturas transitórias do citoesqueleto realizam a fase M
nas células animais

Figura 27 O fuso mitótico é formado inicialmente para separar os cromossomos duplicados. A seguir, ocorre a formação do anel contrátil para
dividir a célula em duas. O fuso mitótico é composto por microtúbulos, ao passo que o anel contrátil é composto por filamentos de actina e
miosina. As células vegetais usam mecanismos bastante distintos para dividir o citoplasma, como consideramos adiante.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


CITOCINESE EM PLANTAS

 O núcleo deve deslocar-se para o centro da célula;

O complexo de Golgi origina microvesículas que se depositam na região


central do citoplasma;

 Essas microvesículas organizam-se do centro para a periferia celular,


culminando com a formação de uma placa denominada fragmoplasto;

A fusão das vesículas do fragmoplasto determina a formação de uma


membrana fina e elástica, constituída de pectatos de cálcio e
magnésio, que é denominada lamela média;

 Ao redor da lamela média ocorre deposição de celulose, de maneira


a
formar as paredes que acabam delimitando as duas novas células.
A citocinese em uma célula vegetal é organizada por uma estrutura especializada composta
por microtúbulos denominada FRAGMOPLASTO.

FONTE: Alberts et al. Fundamentos da Biologia Celular


Figura 28 No início da telófase, após a segregação dos
cromossomos, uma nova parede celular inicia sua reestruturação no interior da célula no equador do antigo fuso (A). Os microtúbulos interpolares do fuso mitótico que
permanecem na telófase formam o fragmoplasto e guiam as vesículas, derivadas do aparelho de Golgi, na direção do equador do fuso. As vesículas, que são preenchidas
com material da parede celular, fundem-se para dar origem à nova parede celular em crescimento, que cresce para fora até alcançar a membrana plasmática e a parede
celular original (B). A membrana plasmática preexistente e a membrana que envolve a nova parede celular (ambas mostradas em vermelho) se fundem, separando
completamente as duas células-filhas (C). Uma micrografia óptica de uma célula vegetal em telófase é mostrada em (D) no estágio correspondente a (A). A célula foi
corada para mostrar tanto os microtúbulos como os dois conjuntos de cromossomos-filhos segregados nos dois polos do fuso. A localização da nova parede celular em
crescimento está indicada pelas setas. (D, cortesia de Andrew Bajer.)
CITOCINESE

Célula animal Célula vegetal

Centrípeta Centrífuga
Figura 31 A diferença no estágio de citocinese em uma célula animal e vegetal

(Snustad & Simmons, 2001)


Referências bibliográficas
;
-Alberts, B.; Bray, D.; Hopkin, K.; Johnson, A.; Lewis, J.; Raff, M.; Roberts,
K.; Walter, P. 2011. Fundamentos da Biologia Celular. 3ª Edição
brasileira. Artmed, Porto Alegre.
- Junqueira, L. C; Carneiro, J. Biologia Celular e Molecular. Nona Edição. Editora
Guanabara. 2012.
-De Robertis, E.M. e Hib J. Biologia Celular e Molecular. 16ª Edição. Editora
Guanabara. 2016.

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