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História no Brasil.

Por volta de 1960 a Rhodia trouxe para o Brasil as primeiras amostras de


linhas de filamentos de poliamida (nylon).

Como a Rhodia nesta época estava iniciando a produção de fios de nylon


de alta tenacidade no Brasil, a mesma tinha interesse em encontrar fabricantes de
linhas de costura que se dispusesse a desenvolver e criar este novo mercado no
Brasil, mercado este já bastante estável na Europa.

Até então no Brasil só se conhecia a linha de algodão glacê, ou seja, linhas


de algodão escovadas e engomadas com fécula de batata.

Os primeiros anos foram dificílimos, pois a tarefa de vencer resistências por


parte dos fabricantes de calçados era pesada e árdua, uma vez que os preços dos
sintéticos eram superiores aos dos vegetais e, além disso, problemas quanto aos
desgastes das máquinas de costura, problemas com acabamentos. Porém pouco a
pouco foi se consolidando a qualidade, resistência e durabilidade das linhas de nylon,
de tal forma que hoje é 100% sua participação no mercado.
• Tipos de Linhas
• Naturais: Algodão, seda.
• Artificiais: Viscose.
• Sintéticas: Nylon (poliamida), Poliéster.

• Algodão: É uma fibra natural que confere á linha pouco alongamento e
memória, além de ma baixa resistência á tração, comparada ás linhas sintéticas.
Tem o uso restrito a costuras domésticas de roupas. No entanto, na indústria
calçadista pode-se encontrar esse tipo de fibra em linha de diâmetro bem maior
empregado para costuras á máquina do tipo Black (blaqueada ou Ponteado).

• Viscose: São linhas de origem celulósica por processos químicos e
físicos associados, com essa transformação as linhas adquirem características
como: aumento do brilho, aumento da capacidade de absorção (corantes),
aumento da intensidade da cor e maior resistência á tração. Tem sua utilização
destinada á bordados á máquina e em costuras de adornos (com linhas mais
grossas) em cabedais de couro.
• Para identificação das linhas de viscose e algodão, observa-se que esses
tipos de fibras não se fundem com calor excessivo, no entanto carbonizam
exalando odor característico de papel queimado.
• Poliamida Nylon: É a linha ideal para a confecção de calçado. É mais elástica
do que a de poliéster, por isso, também é mais resistente. É uma linha mais
frágil á ação do calor e dos raios ultravioletas (nas autoclaves a linha de nylon
de cor branca amarela com o calor). É mais Barata.
• Para identificar se uma linha é composta de poliamida devem-se atingir os
seguintes resultados com as experiências especificadas abaixo:
• - Derreter ou fundir com calor excessivo.
• - Ao colocar um pedaço de linha dentro de um tubo de ensaio com uma
solução do ácido clorídrico (concentração 50%), esta linha deverá dissolver-
se em 5 min. Para confirmação do resultado deverá aparecer um precipitado
branco leitoso após adição de algumas gotas de água.
• Poliéster: A linha poliéster resiste mais às altas temperaturas e á ação dos raios
ultravioletas. É uma linha menos elástica, por isso é menos resistente. É mais
cara. Geralmente é usada a linha de poliéster branca, em modelagens que vão
para a autoclave.
• É uma linha com bom aspecto visual, assemelhando-se com a seda,
tem o seu emprego intenso na confecção de roupas já que tem pouco
alongamento e assim evita enrugamentos ou aumento do perfuro da agulha no
material.
• Para identificar se uma linha é composta de poliéster devem-se atingir
os seguintes resultados com as experiências especificadas abaixo:
• - Derreter ou fundir se com calor excessivo
• - Ao colocar um pedaço de linha dentro de um tubo de ensaio com uma solução
de hidróxido de sódio (concentração 40%), está linha deverá dissolver-se em 10
min sob temperatura de ebulição.
• As linhas para calçados são compostas por fibras ou filamentos
contínuos, unidos por efeito mecânico de torção, podem ser naturais ou
sintéticas, sendo em cada caso empregadas segundo suas características.
• Torção da linha
• Existem dois tipos de torção:
• Torção “Z” (para esquerda): para a direita abre suas fibras.
• Torção “S” (para direita): para a esquerda abre suas fibras.
• A torção mais usada é a “Z”, porque o maior número de máquinas exige
está torção.
• Dependendo do giro da lançadeira a linha de torção “S” é usada em máquinas de
2 agulhas e zig-zag.
• As linhas durante o seu processo de fabricação são torcidas e retorcidas, com
objetivo de conferir à linha, características como: resistência à tração, resistência
ao atrito e ao calor. A torção é dividida em
• Binagem: realizada com vários fios, que dá origem aos cabos, esta
primeira torção é realizada geralmente para a direita, denomina-se torção S.
• Retorção: realizada após a binagem, com dois ou mais cabos, dando
origem à linha. Esta segunda torção (retorção), sempre será o inverso da
primeira (binagem), ou seja, a retorção tem torção esquerda, denomina-se torção
Z.
• Tingimento: após o processo de binagem/retorção, as linhas são
enroladas em suportes especiais, para posterior tingimento em autoclaves
(câmara de alta pressão e temperatura) com corantes específicos ao tipo da
fibra. Após são centrifugadas e secas.
• Encolagem: tratamento à base de poliamida, que tem como objetivo,
fixar a torção da linha, dificultando a distorção ao costurar. A poliamida ocupa os
espaços vazios entre os cabos da linha.
• Plastificação: é um tratamento superficial à base de silicones que tem
como objetivo facilitar o deslizamento da linha nos orifícios e passadores das
máquinas de costura, além de contribuir para a fixação da linha.
• No entanto as linhas usadas para costura de ponto celeiro recebem
um tratamento á base de parafina, com o objetivo de travar a linha, evitando
assim a abertura dos pontos efetuados neste tipo de costura
• Pontos a observar:
• A maioria das linhas utilizadas na indústria calçadista tem torção final
esquerda (Torção Z). Quando se utiliza máquinas de costura com duas
agulhas e a lançadeira for para a esquerda, neste caso utiliza-se linha com
torção S.
• Defeitos das linhas
• Raramente se encontra defeito em linhas, os que podem aparecer
são:
• Na torção: sujeiras, desfiado, variação da torção.
• Na tintura: tonalidade, mancha e o excesso de tinta.
• Na embalagem: emendas e má distribuição no cone.
• Cuidados com a linha
• - Evitar o acúmulo de sujeira.
• - Não apertar os discos de tensão em excesso.
• - Verificar as condições do suporte, por onde passar a linha.
• - Sempre que possível guardar os cones que não estão sendo
utilizados.
• Relação espessura x cor do cone
• Existem linhas com diversas espessuras para serem usadas de acordo
com o tipo de material ou modelo.
• As linhas são representadas por números (10, 20, 30, 40, 60, 120...).
Nos números menores as linhas são mais grossas, conforme o número for
aumentando, a linha fica mais fina. Podemos identificar a espessura das linhas
pela cor do cone:
• Cone azul: linha 20
• Cone verde: linha 30
• Cone vermelho: 40/120
• Cone amarelo: 60/16
• As cores das linhas são identificadas pelo número que está na etiqueta de cada
cone.
• Vida útil da linha

200 gramas
100 gramas

25 gramas

• A vida útil da linha é medida através de teste de elasticidade:

• Nylon: elasticidade 35%


• Poliéster: elasticidade 24%
• Seda: elasticidade 15%
• Linho: elasticidade 10%
• Algodão: elasticidade 4,5%

• Hoje não temos dados que dizem quanto tempo a linha vai durar,
mas temos teste de elasticidade que diz qual a linha mais elástica e qual
ocorre menor risco de rompimento.
• Regulagem da Tensão de Linha

• Puxando linha para cima: Afrouxar (para a esquerda)


• Puxando linha para baixo: Apertar (para a direita)
• Puxando linha para cima e para baixo: Mecânico.
• Falhando ponto: Linha enrolada na agulha, desenfiada do passador da barra da
agulha ou agulha mal posicionada.
• Lubrificação: A cada troca de bobina, colocar uma gota de óleo na lançadeira.
• Obs.: Antes de regular a tensão da linha, verificar se ela está enfiada
corretamente na máquina.
• Adesivos
• Adesivos são polímeros formulados a base de resina epóxi,
endurecedores e vários outros compostos que depois de misturados transformam-
se em um produto único de características irreversíveis.

• Estes adesivos foram desenvolvidos de tal forma que no momento da
reação química, por polaridade, ancoragem e ligação química, fixam-se nos
materiais que estão tendo contato, podendo ser materiais da mesma espécie ou
materiais diferentes, fazendo com que esta solda tenha características mecânicas
que permitam fazer que dois corpos transformem-se em um corpo só.
• Para que isto aconteça os adesivos devem atender alguns requisitos:
• - O coeficiente de expansão térmica dos materiais a serem colado,
exemplo do vidro e cobre que ao absorver calor distendem-se de forma
diferenciada.
• - O ataque químico que sofrerá a peça a ser colada
• - A resistência mecânica que a peça irá sofrer e o estudo do tipo
de força atuante como compressão, flexão, descascamento, cisalhamento
trativo, etc.
• - A resistência térmica que deverá resistir.
• - Fadiga do material (stress), bem como o tempo de vida estimado
daquela peça.
• - Processo de aplicação, manual, mecanizado.
• - O estado físico a ser oferecido como, por exemplo, líquido,
sólido, e suas variações como viscosidade, tixotropia (propriedade de não
escorrer).
• A escolha de um adesivo é muito importante, por isso a melhor
escolha é o adesivo indicado para o tipo de material a ser colado.
• Regras:
• - Não colar se ambas as partes não estiverem secas e sem resíduos de
graxa (material oleoso) ou poeira.
• - Não colar sempre que o ambiente esteja muito úmido ou muito frio.
• - Ler as recomendações de fabricante e segui-las á risca.
• - Respeitar as normas de segurança especificadas nas embalagens.
• - Não esquecer que a maioria das colas são inflamáveis, algumas são tóxicas e
podem irritar a pele e os olhos, trabalhe sempre em lugar ventilado e longe do fogo.
• Utilização de adesivos no calçado:
• •Entretelas ao forro ou cabedal
• •Forros ao cabedal
• •Avessos ao cabedal
• •Couraças ou contraforte ao forro ou cabedal
• •Peças do cabedal entre si
• •Espumas ao forro ou palmilhas
• Agulhas / Pontas de agulha / Relação linha x agulha
• A agulha é uma pequena e fina haste de aço com um cabo numa
extremidade e um orifício na outra, por onde se coloca a linha para costurar.
Lembrando, que as medidas das agulhas podem variar de acordo com a
máquina que vai utilizá-la.
• A agulha tem sua origem a partir da necessidade que o homem possui
de vestir-se somado a sua vaidade e individualidade, é conhecida desde a mais
remota antiguidade. Registros datam sua origem há 2800 anos antes de Cristo,
feitas inicialmente de pedras, ossos, espinhas de peixe e por muito tempo não
possuindo orifício. Foram encontradas no antigo Egito, agulhas feitas de pedras,
e nas ruínas de Pompéia (Roma) feitas em ferro e bronze. A agulha, na sua
forma atual, é atribuída aos chineses.
• Atualmente as agulhas para máquinas de costura são fabricadas em inumeráveis tamanhos,
formatos e acabamentos de acordo com os fins a que se destinam, sendo o universo das
agulhas para máquinas de costura bastante extenso e complexo, a escolha da agulha
adequada é de extrema importância para garantir a qualidade e produtividade do processo
dentro da Indústria da Confecção (roupas e calçados).
• No mundo da costura a agulha não deve ser considerada como um mal necessário,
mas sim como uma ferramenta de altíssima precisão, às vezes a escolha errada da agulha
pode afetar diretamente o produto comprometendo seu visual e durabilidade.
• Finalidades básicas de uma agulha para máquina de costura
• - Penetrar no material.
• - Produzir um furo para que a linha possa passar de um lado para outro do material.
• - Levar a linha da agulha através do material até a posição onde o mecanismo
formador de ponto (lançadeira ou looper) possa entrar na laçada, então produzida no seu
devido tempo.
• - Entrar na laçada do looper (em máquinas de ponto corrente) ajudando assim na
formação do ponto.
• Partes da agulha e suas finalidades
• Cabo ou canhão: Extremidade superior da agulha que é fixada pelo parafuso na
barra da agulha da máquina, tem por finalidade manter firme a agulha.
• Cone: É a sequência do cabo da agulha, que vai afinando, para a formação da
lâmina da agulha.
• Tronco, lâmina ou haste: Fica entre o cabo e o olho da agulha, é onde esta situada a
canaleta (ranhura), região por onde passa a linha sendo a área mais sujeita a fricção
ao atravessar o material.
• Cava ou Chanfro: Desbaste localizado junto ao olho da agulha e tem por finalidade
permitir a passagem da lançadeira ou looper o mais perto possível da agulha.
• Ranhura longa ou canaleta longa: Cavidade localizada ao longo da haste (lâmina ou
tronco) por onde passa a linha, e tem por finalidade proteger a linha ao atravessar o
material, tendo influência direta na abertura de laçada.
• Ranhura curta ou canaleta curta: Cavidade localizada acima e abaixo do olho (furo)
da agulha do lado em que a lançadeira pega a linha e tem por finalidade proteger a
linha quando a agulha penetra no material.
• Olho ou furo: Orifício que atravessa a canaleta longa de um lado e a
canaleta curta do outro da agulha e tem por finalidade servir de passagem
para a linha na formação do ponto
• Ponta: Extremidade inferior da agulha, podendo ser encontrada nos mais
variados formatos e acabamentos para atender sua finalidade. Proporciona
a penetração mais conveniente da agulha no material segundo sua
natureza couro, tecidos ou sintéticos.
• Agulha e sua embalagem
• É de extrema importância que levemos em conta a embalagem aonde
vêm acondicionadas nossas agulhas, pois elas podem variar de acordo com o
fabricante e normalmente possuem informações importantes sobre a agulha
facilitando o reconhecimento das principais características da agulha como
podemos ver no exemplo abaixo do fabricante da marca Schmetz.
• Características da Agulha Quanto a Construção da Ponta
• No mercado podemos encontrar os mais variados tipos de pontas de
agulhas de acordo com o material e o efeito que se procura no produto, vale
salientar que a escolha correta da ponta a ser utilizada pode ser determinante
na qualidade e produtividade do processo produtivo já que cada tipo de ponta foi
desenvolvido para determinado tipo de material.
• Agulhas ponta redonda
• Estas agulhas têm por sua finalidade penetrar no material afastar as
fibras (sem rompê-las), para dar passagem à linha e assim formando o ponto.
Sem danificar o material.
• Agulha R: Vale salientar que R não tem origem na palavra redonda,
mas sim na palavra regular, hoje é a mais utilizada dentre as agulhas de ponta
redonda na costura de tecidos, malhas, elástica e sintética.
• Agulha SPI: Agulha ponta de bola pequena (fina) utilizada para costura
de tecidos de grande densidade no entrelace de suas fibras (jeans).
• Agulha SES: Agulha ponta de bola média utilizada para costura de
malhas de pequena densidade no entrelace de suas fibras, costuras em trecho
e lycra.
Agulha SUK: Agulha ponta de bola grande (grossa) utilizada para costura de
malhas de grande densidade no entrelace de suas fibras, elásticos e outros.
• Agulha SKF: Agulha ponta de bola utilizada para costura de maiôs,
biquínis, tecidos elásticos, rendas e malhas.
• Agulha SKL: Agulha ponta de bola utilizada para costura de lingeries e
tecidos elásticos.
• Agulhas pontas cortantes
• Estas agulhas têm por finalidade penetrar no material cortar as fibras
(rompê-las), para dar passagem à linha e assim formando o ponto. Estas pontas
cortam as fibras do material (couro).
• Agulha S: Agulha utilizada para costura decorativa em couros extremamente reta com linha
grossa e poucos pontos/cm.
• Agulha P: Agulha utilizada para costura tipo luva (fechar traseiro) em couro, pois
permite um grande número de pontos/cm.
• Agulha LR: Agulha utilizada para costura decorativa em couros proporcionando um
corte no material inclinado para direita enquanto que a costura ficará inclinada para
esquerda. Utilizada como costura decorativa.
• Agulhas LL: agulha proporciona um corte no material inclinado para esquerda
enquanto que a costura ficará reta, apesar de muitas pessoas acharem que a costura ficará
inclinada para a direita.
• Agulha SD1: muitos a confundem com uma agulha de ponta redonda, mas sua
ponta é cortante com formato triangular, muito utilizada em sintéticos (kanebo, couro com
tecido, couro com sintético).
• Agulha DI: Costuma ser chamada de ponta de diamante devido ao formato do corte
que faz no material, é utilizada em costuras decorativas em couros extremamente duros.
• Agulha VR: agulha utilizada para costura decorativa em couros extremamente
duros, proporcionando um corte no material inclinado para direita enquanto que a costura
ficará inclinada para esquerda.
• Possíveis problemas causados pelo mau uso da agulha ou definição da
agulha errada
• É preciso observar que a definição erronia de um tipo de agulha para
determinado material ou linha pode causar vários problemas de qualidade,
produtividade no processo, além de possibilitar o aumento do custo de
manutenção das máquinas.
• Problema na definição do diâmetro da agulha
• É muito comum romper as fibras do material em caso da definição de
agulhas muito grossas para determinado tipo de material, acontecendo o
rompimento das fibras do mesmo.

Influência de uma agulha com a ponta danificada (rombuda)


• Influência da temperatura de trabalho da agulha e possíveis agentes causadores
de problema.
• Como podemos observar na figura 25 durante uma costura a agulha
pode atingir temperaturas que vão de 250 a 340ºC em diferentes posições da
mesma. Para agulha este fator não representa um grande risco, mas vale
salientar que os fios (linhas) de costura trabalham melhor em temperaturas que
variam de 230 a 250ºC no máximo.
• Podemos concluir que qualquer outro agente que possa estar
aumentando a temperatura de trabalho da agulha deve ser eliminado
(velocidade excedente, linha de má qualidade, agulha tocando em partes da
máquina).
• É muito comum utilizar-se de sistemas de refrigeração para manter a
agulha em temperaturas aceitáveis, pois caso isso não aconteça teremos o
rompimento do fio (linha) ou até mesmo do material.
• Tabelas de Relação Agulha X Linha X Furo da Chapa de Ponto.
• Essa tabela está ligada à identificação correta da agulha para
determinado tipo de linha e o diâmetro furo da chapa de ponto correspondente à
agulha escolhida.
Diâmetro do
Linhas Linhas Número furo da chapa
Nylon Poliéster da agulha ponto
***** 120 60 a 65 1,2 mm
90 ***** 70 a 90 1,2 a 1,6 mm
***** 90 70 a 80 1,2 a 1,6 mm
60 ***** 80 a 100 1,6 mm
***** 70 75 a 80 1,2 a 1,6 mm
***** 60 80 a 90 1,6 mm
40 ***** 100 a 120 1,6 a 2,2 mm
***** 50 90 a 100 1,6 mm
***** 40 100 a 110 1,6 a 2,2 mm
30 ***** 100 a 140 1,6 a 2,2 mm
***** 30 100 a 110 1,6 a 2,2 mm
***** 24/25 100 a 110 1,6 a 2,2 mm
20 ***** 120 a 160 2,2 a 2,6 mm
***** 20 110 a 130 2,2 mm
***** 18 120 a 130 2,2 mm
• Fita de reforço
• São materiais de reforço utilizados nas bordas da boca da gáspea,
virados e reforços em costuras de certas partes do cabedal. Suas característica
são:
• - Largura superior a 2 mm
• - Apresenta base tecida;
• - Contém adesivos sensíveis à pressão (PSA – pressure sensitive
adhesive) em um dos lados;
• -Tem os fios de trama cortados, em função desde material ser produzido
em bobinas de aproximadamente 1 metro de largura e, após cortadas na largura
desejada. As fitas estão divididas em: base tecido (poliamida, poliéster, algodão e
mista), não-tecido, papel e cadarço.
• Nas últimas décadas, o couro, principal componente utilizado na
fabricação de calçados, por se tratar de um produto natural, sofreu uma grande
queda na qualidade em virtude da proliferação de parasitas, como carrapatos,
bernes, mosca do chifre, além dos nossos conhecidos arames farpados.
• Por esse motivo, essa matéria-prima vem registrando um significativo
aumento de preços, tornando complicada a sua utilização. A saída de alguns
fabricantes foi a opção pelo sintético, que hoje, com a evolução tecnológica,
tornou-se um material bastante equiparado ao couro, visualmente e até no cheiro.
• Quem optou por continuar empregando o couro no seu processo produtivo teve que
se enquadrar à realidade e procurar alternativas para manter a qualidade e a
competitividade do seu produto final.
• Uma alternativa foi buscar couros que antes eram considerados refugos.
Hoje, os curtumes conseguem dar acabamento e toque a esta matéria-prima,
mesmo que tenha partido de um couro verde de baixa qualidade. Sabe-se que a
queda na qualidade do couro traz problemas sérios como a parda de resistência, de
alongamento espessura, entre outros fatores que precisam ser compensados de
alguma forma e é ai que entra a importância da fita de reforço.
• Este componente apresenta vários tipos de composições com destaque
para o poliéster, algodão, poliamida, now hoven, entre outros, cada qual destinado a
um tipo diferente de aplicação.
• No calçado masculino, por exemplo, apesar de a fita não aparecer, é
indispensável a sua utilização para a união das peças, reforço das costuras e do
vivo, perfuro de ilhoses etc.
• As tiras de uma sandália, a armação de tiras em pé e a armação de canos de
botas de couro sintético, dentre outras aplicações, não aguentariam muito tempo
sem uma fita de reforço.
• A fita pode ser aplicada manual ou em máquina. Hoje existem
equipamentos específicos para a sua aplicação, que apresentam ganhos na
produção e na qualidade final. Quando aplicada é necessário que a costura
pegue por cima da fita para que esta fique travada e sustente o cabedal dos
sapatos.
• Zíper

• O zíper, também conhecido como fecho, é um fecho de correr utilizado
em roupas e em artefatos de couro como bolsas, carteiras e calçados. É feito de
dois cadarços com dentes metálicos, que se encaixam por ação de um cursor.
• O consumo no mercado nacional está assim dividido:
• 70% destinado ao fechamento de calças
• 20% para uso em artefatos de couro e similares e apenas
• 10% são usados como detalhes de roupas e calçados
• Velcro

O velcro consiste em duas camadas: o lado do gancho, que é um


pedaço de tecido coberto por pequenos ganchos plásticos; o lado da volta, que
é coberto por menores pedaços de voltas plásticas. Existem variações para o
sistema que incluem, por exemplo, ganchos em ambos as camadas. Quando os
lados são pressionados os ganchos envolvem as voltas e as peças são
mantidas juntas.
• Elástico
• É um tipo de tecido com propriedades elásticas que retorna à sua
forma original após ser deformado, esticado ou comprimido.
• O elástico pode ser produzido através de um trançado de algodão ou
outros fios têxteis juntamente com fios de borracha. Contudo, ainda pode ser
fabricado a partir de fibras sintéticas com propriedades semelhantes àquelas
dos elásticos à base de fios de borracha. As fibras sintéticas são chamadas de
elastômeros e as melhores delas são mais resistentes que a borracha.
• No calçado utilizamos o elástico como facilitador, geralmente usado
em sandálias nas tiras de fivela e em calçados fechados na região da boca da
gáspea, facilitando o calce e também como enfeite.
• Aproximadamente em 1750 surgiu a primeira máquina de costura da marca
WEISENTHAL na Inglaterra.
• Com o passar dos tempos, a fabricação de máquinas desenvolveu-se
pelo mundo todo, com o mesmo princípio de funcionamento, porém com
aperfeiçoamentos no acionamento, no transporte, regulagem do ponto,
acionamento e desenho da lançadeira, o acionamento da agulha e o tensor de
linha.
• As máquinas mais usadas na indústria de calçados atualmente são de
ponto fixo.
• Há vários modelos de acordo com as finalidades específicas, ou seja,
trabalho constante e pesado, além de suportarem altas velocidades.
• Funcionamento da máquina de costura
• A força do motor é transmitida à máquina através de uma correia,
quando o acionamento do mesmo. A polia do motor liga-se a uma embreagem
(fricção), que deve estar regulada no ponto nem apertada e nem frouxa, de modo
a permitir a obtenção de várias velocidades á medida em que se aumenta a
pressão no pedal.
• A transmissão de força ocorre em duas direções, a dois eixos, sendo
que um movimenta a agulha e o controle da linha e o outro movimento o
transportador e a lançadeira.
• Pelo movimento da máquina a agulha atravessa o material e, segundo o
tipo de costura, realizada pontos com um dois fios, unindo os dois ou mais
materiais, ou simplesmente, realizando costura sobre um único material (adorno).
• As máquinas de costura podem ser classificadas conforme a sua
estrutura.
• Partes básicas da máquina de costura
• As partes básicas da máquina de costura são aquelas comuns a
quaisquer modelos e com as quais é aconselhável que o operador esteja
familiarizado para que possa operá-las.
• Barra da agulha: Tem a função de fixar a agulha á máquina, segurando-
a em posição adequada á costura.
• Chapa de ponto: É uma placa de metal com um orifício para passagem
da agulha e aberturas para o transportador. Ela tem a função de sustentar o
material que esta sendo costurado.
• Calcadores: Os calcadores têm a função de segurar o material na
posição adequada, enquanto a agulha o penetra e auxilia no seu transporte.
Destacam-se os calçadores tipo sapata e de rodízios.
• Joelheira: A joelheira é uma alavanca operada pelo joelho. Sua função é
levantar ou soltar a o rodízio. Desta forma, o operador fica com as mãos livres
para remover ou movimentar o material. Atualmente existem máquinas com
levantamento automático do calçador acionando pedal.
• Motores: O motor é responsável pelo acionamento da máquina de
costura. Ele determina a velocidade de trabalho da máquina e o nível de
automatização ou de adaptação de acessórios
• Os motores utilizados nas máquinas de costura podem ser:
- Motores elétricos (de “arranque”)
- Motores de indução com embreagem e freio acoplados (mecânica e eletromagnética)
• - Motores síncronos acionados diretamente por uma caixa de comando eletrônico.
• Correia: Correia é uma peça cuja função é transmitir a força do motor para o volante.
• Volante: Volante é uma manivela que, uma vez acionada, transmite movimento aos
demais elementos mecânicos da máquina. Seu acionamento é realizado pela
correia, que lhe transmite o movimento do motor. O volante permite o
posicionamento da agulha para cima ou para baixo, enquanto a máquina está
parada.
• Regulador do tamanho do ponto: É um elemento que permite ajustar o tamanho do
• ponto em função da necessidade do modelo.
• Os reguladores do tamanho do ponto podem ser mecânicos ou eletrônicos.
• Pedal: Pedal Controla o início e a parada do trabalho da máquina e permite regular
sua velocidade.
• Caixa da bobina ou cápsula: Sua função é guardar a bobina e permitir que a
lançada da linha da agulha passe á sua volta. É ela que faz com que a bobina
desenrole-se na hora certa e com a tensão necessária á perfeição do ponto.
• Bobina: A bobina consiste de uma carretilha, em que é enrolada a linha
inferior.
• Lançadeira: Têm por função básica permitir o enlaçamento da linha
inferior (que está na bobina) com a linha superior (que é conduzida pela agulha).
Consiste de dispositivo dotado de uma ponta em forma de gancho, e de uma
cavidade capaz de armazenar uma bobina com linha.
Conjunto de tensão da linha superior: O conjunto de tensão da linha superior é
também conhecido por tensor da linha. Ele tem a função de controlar o
fornecimento de linha para a agulha, de modo a atingir os seguintes objetivos.
• - Permitir o movimento da linha por estica - fio
• - Proporcionar um enlace firme entre os sistemas de linhas e o material
que está sendo costurado
• - Estabilizar o percurso da linha.
• Para tanto, apresenta um botão regulador que permite ajustar a tensão
da linha.
Estica fio: O estica - fio consiste em uma alavanca, cuja função é fornecer a
quantidade exata da linha á agulha durante a formação do ponto. Desta forma, solta
uma quantidade de linha no início do ponto, e estica o excesso ao final de sua
formação.
Estante de linha: O porta - cone consiste em um suporte para os cones de linha.
Normalmente é acoplado á bancada da máquina.
Transportadores: Tem a função de empurrar o material durante a costura, de sua
ação dependerá o comprimento do ponto.
Podem ser de vários tipos e podem ser utilizados individualmente ou em conjunto.
Ente os mais utilizados estão:
- De dentes. - Diferencial de dentes. - De agulhas. - De rodízios.

Rodízio: Tem a função de segurar e transportar a peça.


Arco da lançadeira: Tem a função de formar o ponto.
Sub- cápsula: Tem a função de dar suporte para a caixa da bobina.
Proteção da lançadeira: Função de proteger a lançadeira.
Bobinador: Tem a função de encher a bobina. Devemos sempre ter uma
bobina cheia para a troca.
Guia: Função de guiar a peça para ficar uma borda bem feita.
Óleo: Tem a função de lubrificar a máquina para evitar uma possível quebra
da mesma.
• Área de trabalho: Coluna
• Quantidade de agulhas: Uma agulha.
• Formação de pontos: Uma lançadeira vertical rotativa à direita
da agulha.
• Transporte: Triplo inferior por dente e superior por agulha e rodízio.
• Tipo de costura: Fixação, gaspeação e adorno.
• Lubrificação: Manual e periódica.
• Velocidade: 3200 p.p.m
• Área de trabalho: Coluna.
• Quantidade de agulhas: Duas agulhas.
• Formação de pontos: Duas lançadeiras verticais rotativas.
• Transporte: Duplo inferior por dente de transporte e superior por
rodízio.
• Tipo de costura: Fixação, adorno.
• Lubrificação: Manual e periódica.
• Velocidade: 2500 p.p.m.
• Área de trabalho: Braço cilíndrico.
• Quantidade de agulhas: Uma agulha.
• Formação de pontos: Uma lançadeira horizontal rotativa.
• Transporte: Triplo, inferior por dente de transporte, superior por
agulha e dois calçadores alternantes.
• Tipo de costura: Debruação, costura de palmilha e gola.
• Lubrificação: Manual e periódica.
• Velocidade: 2200 p.p.m.
• Área de trabalho: Plana.
• Quantidade de agulhas: Uma agulha.
• Formação de pontos: Uma lançadeira horizontal rotativa, à
direita da agulha.
• Transporte: Simples inferior por dente de transporte.
• Tipo de costura: Fechar traseiro, fixação e adorno.
• Lubrificação: Central na lançadeira.
• Velocidade: 3200 p.p.m.
• Área de trabalho: Plana.
• Quantidade de agulhas: Uma agulha..
• Formação de pontos: Uma lançadeira horizontal rotativa a direita
da agulha.
• Transporte: Simples inferior por dente de transporte.
• Tipo de costura: Zig-zag, fixação.
• Lubrificação: Central na lançadeira.
• Velocidade: 2500 p.p.m.
• Máquina de virar cortes

• A máquina de virar, como o próprio nome diz, é um equipamento que tem a


finalidade de virar bordas de calçados para conseguir uma qualidade de acabamento
com aspecto mais bonito e fino.
• Esta máquina veio suprir uma antiga necessidade: eliminar a "viração à
mão", que era demorada e dispendiosa, sem comprometer a qualidade do virado.
• Esta máquina vem evoluindo ano após ano, desde as máquinas de virar
com as regulagens simples com recursos limitados, ao ponto de termos no mercado
sofisticadas máquinas automáticas de virar cortes.
Tipo de peça Finalidade

Guia do virado:
- Dar a largura do virado
- Servir de encosto do material a ser virado.
- Guia de 3mm para virar 3mm, 4mm para 4mm.
Eixo excêntrico + Dedo virador:
- Virar a borda das peças para dentro com
movimentos excêntricos.
- Aumenta e diminui a largura.

Pezinho:
- Distribuir o adesivo no virado
- Prender o material contra a trava de corte.

Tesoura:
-Entalhar a borda das peças em curvas fechadas
-Nas curvas para dentro vai a Tesoura
-Nas para fora não vai a navalha, é usado a redução.
Suporte da tesoura
- Ser o suporte para a fixação da tesoura.
- Servir como guia para encostar o material contra o
guia.
- Servir de guia para o reforço.
Trava de corte:
- Prender o material contra o pezinho (quando o
martelo estiver aberto).
- Soltar o material (quando o martelo fechar para
rebater e transportar).
Bigorna:
Martelo - Apoio do material a ser rebatido
- Auxilia o martelo no transporte e nas pregas.
Martelo:
- Rebater o virado
- Transportar o material
Bigorna - Fazer as pregas nas curvas externas pela redução
do avanço.
Cava:
-Auxilia no transporte
Cava -Alojar o material durante a formação das pregas nas
curvas convexas.
• Tecnologia de costura
• Tipos de costura (ponto fixo e corrente: luva, seleiro, zig-zag, overlock)
• Luva: Consiste em costurar dois materiais, flor contra flor.
• Ponto seleiro: Costura manual utilizando linha encerada 6 ou 8. Utilizada como
adorno para embelezar o calçado.
• Zig-Zag: Consiste na união de 2 materiais através da costura na máquina de zig-
zag, costura elástica com pouca resistência, fazem-se normalmente costuras em
emendas de laterais de tênis e traseiro de gáspeas.
• Costura overlock: É a união da palmilha e cabedal principalmente de calçados
ensacados. É utilizada com maior frequência em calçados esportivos.
Nervura: consiste em um tipo de costura realizada em máquina específica, a qual
se utiliza um cordão no lado carnal que peça, que após a costura, proporciona alto
relevo.
• Tipos de preparação e acabamento de bordas.
• No setor de costura existem diversos tipos de preparação e acabamento de
bordas empregadas no calçado. Os tipos de acabamentos são:
• Virado: consiste em dobrar parte do material, podendo ser em 4 mm ou superior,
pode ser feio a mão ou à máquina.
• Virado luva: consiste em costurar um material de corte e um de forro na borda,
após aplicar adesivo, virá-lo como se fosse um virado normal, pode ser feito a mão
ou a máquina.
• Virado com luva escondida: consiste em costurar 2 materiais de cabedal um
chanfrado para virado, outro para sobreposto, costurar nos pontos do sobreposto,
após virar como se fosse virado normal.
• Vivo ou vivado: consiste em um tipo de borda, utiliza-se uma tira de 14 até 16 mm
de largura, vira esta tira em 4 mm ou 5 mm e cola-se na borda da gáspea ou tiras
deixando em torno de 1,5 mm.
• Debrum francês: consiste num tipo de borda, corta-se uma tira de 14 até 16 mm
de largura, costura-se esta tira na borda da gáspea, boca do calçado, entre outras
peças, após faz-se o virado à mão ou à máquina.

• Debrum simples: consiste num tipo de borda, corta-se uma tira na largura que
desejar, costura-se na borda da gáspea ou de outras peças, em máquina de
costura de debruar com guia na mesma largura da tira, Obs.: muito utilizado em
bolsas.

• Emenda cega: consiste na preparação de 2 peças de cabedais ou forro que não
são costurados, faz-se um chanfro sobreposto mais que o normal e mais fino,
aplica-se adesivo PU fria e prensa-se com gabarito.

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