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AGLOMERANTES1: asfalto, cal,

gesso.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Nota EHD-04
Estas notas de aula têm por objetivo o direcionamento dos
estudos em sala de aula, não substituindo livros sobre o tema.
O aluno deve utilizar as fontes bibliográficas constantes no
plano de ensino da disciplina.

Advertência
Estas Notas de Aula foram elaboradas com base nos textos
referenciados ao final de cada capítulo, não constituindo
material original. Dessa forma, este texto não deve ser citado em
artigos, dissertações, teses ou monografias. As referências
devem ser feitas aos textos originais utilizados para elaboração
destas Notas.

1
excetuando-se o cimento Portland artificial que, por sua importância, será
estudado em aula subsequente
1
Conceitos iniciais
 Aglomerantes: material ativo, ligante, em geral
pulverulento (ARAÚJO, RODRIGUES & FREITAS, s.d)
 principal função é formar uma pasta que promove a
união entre os grãos do agregado
 Usos: obtenção das argamassas e concretos, na forma da
própria pasta e também na confecção de natas
 Pastas: misturas de aglomerante com água (ARAÚJO,
RODRIGUES & FREITAS, s.d)
 pouco usadas devido aos efeitos secundários causados
pela retração
 rejuntamentos de azulejos e ladrilhos
 Natas são pastas preparadas com excesso de água
(ARAÚJO, RODRIGUES & FREITAS, s.d)
 natas de cal são utilizadas em pintura e as de cimento são
usadas sobre argamassas para obtenção de superfícies
lisas
2
Classificação dos aglomerantes
 aéreos: são os aglomerantes que endurecem
pela ação química do CO2 no ar (OLIVEIRA,
2000)
 Exemplo: a cal aérea.
 hidráulicos: são os aglomerantes que
endurecem pela ação exclusiva da água
(OLIVEIRA, 2000)
 Exemplo: a cal hidráulica, o cimento Portland,
etc.
 Este fenômeno recebe o nome de hidratação.
 poliméricos: são os aglomerantes que tem
reação devido a polimerização de uma matriz.
(OLIVEIRA, 2000)

3
Asfalto

4
ASFALTOS
 matéria hidrocarbonada1, de cor preta, presente em muitos
petróleos crus, nos quais se encontra dissolvido. (OLIVEIRA,
2000).

 Sendo os óleos solventes removidos do petróleo cru, por


evaporação ou destilação, obtém-se o asfalto (OLIVEIRA,
2000).

 Os diferentes processos de tratamento industrial desse


material proporcionam uma variedade de produtos.
(OLIVEIRA, 2000).

 depósitos naturais onde o asfalto se encontra impregnado


em rochas porosas são conhecidos como rochas
betuminosas. (OLIVEIRA, 2000).

5
ASFALTOS
 poderoso ligante, rapidamente adesivo,
altamente impermeável e de longa
durabilidade (OLIVEIRA, 2000)
 consistência plástica: flexibilidade
controlável às misturas feitas com
agregados minerais (OLIVEIRA, 2000)
 os concretos asfálticos
 elevada resistência ao ataque pela maioria
dos ácidos, álcalis e sais. (OLIVEIRA,
2000)

6
ASFALTOS

7
ASFALTOS - Classificação
 a. Cimentos asfálticos. (OLIVEIRA, 2000)
 materiais termoplásticos,
 consistência de firme a duro, em temperaturas normais, e
 devem ser aquecidos até atingir a condição de fluidos,
conveniente ao seu emprego.
 b. Asfaltos líquidos. (OLIVEIRA, 2000)
 a fase semi-sólida de materiais se encontra dissolvida em
óleos de grau de volatilidade variada, conforme sejam as
variedades de cura lenta, média e rápida.
 c. Emulsões asfálticas. (OLIVEIRA, 2000)
 misturas homogêneas de cimentos asfálticos e água,
 com uma pequena quantidade de um agente emulsificador
 normalmente usado como ajuda no processo de fabricação.

8
CAL
 A argamassa: massa colocada nas paredes,
antes da pintura, geralmente composta de cal
hidratada, areia e água, muito usada no
"acabamento" das obras.

As pastas são, portanto, misturas de aglomerante


com água.
São pouco usadas devido aos efeitos secundários
causados pela retração.
Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de azulejos
e ladrilhos. (ARAÚJO, RODRIGUES & FREITAS,
s.d)

9
CAL
 produto muito fino  reduz o atrito entre os grãos
da areia presentes na argamassa  boa "liga" à
massa, ainda fresca.

 A calcinação da rocha calcária pura resulta na


produção de óxido de cálcio puro.

 Nas rochas calcárias naturais, o carbonato de


cálcio é frequentemente substituído, em menor
ou maior proporção, pelo carbonato de magnésio,
que não constitui impureza propriamente dita.

10
CAL
 rochas calcárias e como matéria-prima à produção de
cal: depósitos de resíduos de esqueletos de animais
(ex: sambaquis) (OLIVEIRA, 2000)
 Reações Químicas:
 na calcinação do calcário natural, o carbonato de
cálcio, submetido à ação do calor à temperatura
aproximada de 900° C, decompõe-se em óxidos de
cálcio e anidridos carbônicos (OLIVEIRA, 2000)

CaCO 3  calor (9000 C)  CaO  CO 2 . cal viva : estrutura porosa e


formatos idênticos aos dos
calcáreo  calor  cal virgem  gás carbônico grãos da rocha original

11
CAL - Extinção
 A cal viva não é ainda o aglomerante utilizado em
construção. (OLIVEIRA, 2000)
 O óxido deve ser hidratado, transformando-se em
hidróxido, que é o constituinte básico do
aglomerante cal. (OLIVEIRA, 2000)
 A operação de hidratação recebe o nome de
extinção, e o hidróxido resultante (OLIVEIRA, 2000)
 denomina-se cal extinta - Hidratação no canteiro;
 cal hidratada - extinção se processa na fábrica
A cal extinta é utilizada em
CaO  H 2 O  Ca(OH) 2 . mistura com água e areia, em
proporções apropriadas, na
cal virgem  água  cal extinta  calor elaboração de argamassas

12
Cal - Argamassas
 Argamassas: têm consistência mais ou menos plástica, e
 endurecem por recombinação do hidróxido com o gás
carbônico presente na atmosfera, reconstituindo o carbonato
original, cujos cristais ligam de maneira permanente os grãos
de agregado utilizado. (OLIVEIRA, 2000):
 Esse endurecimento se processa com lentidão e ocorre, de fora
para dentro, exigindo uma certa porosidade
 que permita, de um lado, a evaporação da água em excesso e, de
outro, a penetração do gás carbônico do ar atmosférico
 cal aérea : mecanismo do endurecimento depende do ar
atmosférico
 cal hidráulica : endurece principalmente por ação da água
 Reação de carbonatação:

reação ocorre na temperatura


ambiente e exige a presença de água.
Verificou-se que o gás carbônico seco
Ca(OH) 2  CO 2  CaCO 3  H 2 O.
não combina satisfatoriamente com
cal extinta  gás carbônico  carbonato de cálcio  água o hidróxido

13
Cal - Argamassas
 Reação de carbonatação (OLIVEIRA, 2000):
 processo é lento
 pode ser acelerado pelo aumento da
proporção de gás carbônico presente na
atmosfera.
 Resultado não satisfatório  a aceleração
conduz ao desenvolvimento insuficiente
dos cristais de carbonatos  resulta no
enfraquecimento final do produto.
 variedades de cal aérea : composição
química básica e o do rendimento em
pasta.
14
Cal aérea: composição química básica
 a cal cálcica: com um mínimo de 75% de CaO,
 a cal magnesiana: com 20% no mínimo de MgO
 devendo sempre a soma de CaO com MgO ser
superior a 95%. (OLIVEIRA, 2000)
 Os componentes argilosos SiO2, Al2 O3 e Fe2O3
devem somar no máximo 5%. (OLIVEIRA, 2000)
 A proporção residual de CO2 (OLIVEIRA, 2000)
 deverá ser inferior a 3%, quando a amostra for
tirada do forno de calcinação, e
 inferior a 10%, quando a amostra for retirada de
outro local.
15
Cal aérea: rendimento em pasta
 rendimento em pasta: o valor do volume de
pasta de cal obtido com uma tonelada de cal
viva (OLIVEIRA, 2000)

 produto comprado: a cal viva e o produto


utilizado: a pasta de cal.
 cal gorda: rendimento em pasta maior do que
1,82 m3/ton
 cal magra rendimento em pasta menor do
que 1,82 m3/ton

16
Cal : Propriedades
 Cal viva: produto de cor branca (OLIVEIRA, 2000)
 sob a forma de grãos de grande tamanho (densidade
média  0,85) e estrutura porosa, ou em pó (densidade
média  0,50) (OLIVEIRA, 2000).
 cal hidratada: flocos ou pó de cor branca, (densidade
aparente de 0,5). (OLIVEIRA, 2000).
 a. Plasticidade : menor ou maior facilidade na aplicação
das argamassas como revestimento (OLIVEIRA, 2000).
 Se ela é arrastada por se agarrar à colher, conduz à
produção de trincas ou mesmo desgarra da parede 
não-plástica
 Cal magnesiana produz argamassas mais bem
trabalháveis do que as variedades cálcicas. (OLIVEIRA,
2000)

17
Cal : Propriedades
 b. Retração: a carbonatação do hidróxido realiza-
se com perdas de volume  produto sujeito à
retração  aparecimento de trincas nos
revestimentos. (OLIVEIRA, 2000)
 A proporção da pasta de cal na argamassa deve
obedecer a um limite mínimo, abaixo do qual
deixa de ser trabalhável. (OLIVEIRA, 2000)
 A proporção determina a capacidade de
sustentação de areia da pasta de cal. (OLIVEIRA,
2000)
 cal cálcica tem maior capacidade de sustentação
de areia do que a variedade magnesiana.
(OLIVEIRA, 2000)

18
Cal : Propriedades
 c. Rendimento: consistência arbitrária, determinada
pelo abatimento de um cilindro de 5 cm de diâmetro e
10 cm de altura, que se deforma para 8,7 cm pela
remoção do molde. (OLIVEIRA, 2000)
 Cal de variedade cálcica oferece melhores
rendimentos que cal magnesiana. (OLIVEIRA, 2000)
 d. Endurecimento: necessária a absorção de CO2
do ar para o endurecimento da cal aérea, esse
material não endurece debaixo da água (OLIVEIRA,
2000)
 camadas espessas permanecem fracas no seu
interior durante longo período de tempo (OLIVEIRA,
2000)
 aplicar as argamassas em camadas, geralmente
com um intervalo de 10 dias entre uma e outra
operação

19
Cal : Propriedades
 endurecimento ainda continua durante o tempo
em que a argamassa permanece em contato com
o ar (OLIVEIRA, 2000)
 endurecimento da cal se dá também pela
combinação do hidróxido com a sílica finamente
dividida que se encontra, eventualmente, na
areia que constitui a argamassa. (OLIVEIRA,
2000)
 Um produto de elevada dureza e valor ligante é
o que resulta da combinação da cal com a sílica.
(OLIVEIRA, 2000)

20
Extinção
 A hidratação: uma reação altamente
exotérmica, acompanhada de considerável
aumento de volume. (OLIVEIRA, 2000)
 Uma vez finda a operação de extinção, a pasta deve
ser envelhecida, para que a hidratação se
complete inteiramente. (OLIVEIRA, 2000)
 A pasta de cal obtida pela extinção de cal em pedra
deve envelhecer de 7 a 10 dias; (OLIVEIRA, 2000).
Pode-se utilizar a pasta obtida pela extinção de cal
em pó depois de 24 horas. (OLIVEIRA, 2000)
 Pastas obtidas pela extinção de cal de variedades
magnesianas devem ser envelhecidas por período
mais longo, até duas semanas. (OLIVEIRA, 2000)

21
Cal Hidratada - Vantagens
 maior facilidade de manuseio, transporte e
armazenamento. (OLIVEIRA, 2000)
 produto pronto para ser utilizado, eliminando em
canteiro a operação de extinção e de
envelhecimento (OLIVEIRA, 2000)
 maior facilidade de mistura na elaboração das
argamassas do que a pasta de cal resultante da
extinção da cal viva (OLIVEIRA, 2000)
 não está sujeito aos riscos provocados pela
hidratação espontânea da cal viva e por
incêndios, que poderão ocorrer durante o seu
transporte ou armazenamento (OLIVEIRA, 2000)
22
Cal Hidratada - Desvantagens
 plasticidade das argamassas preparadas com cal hidratada é
ordinariamente inferior à das argamassas feitas com pasta de
cal resultante da extinção da cal viva. (OLIVEIRA, 2000)
 Do mesmo modo, o rendimento econômico é menor, assim
como a capacidade de sustentação de areia. (OLIVEIRA,
2000)
 Muita cal hidratada, por defeito no processo de fabricação,
 apresenta tão baixa proporção de colóide que sua
plasticidade é extraordinariamente reduzida. (OLIVEIRA,
2000)
 qualidade da cal hidratada: necessário que esse produto sofra
alguns ensaios padronizados pela ASTM: de consistência e de
plasticidade.
 consistência : medida por um ensaio de penetração de
agulha.
 Plasticidade: determinada por ensaios de uma pasta de
consistência standard no plasticímetro Emey.

23

Fabricação
calcinação do calcário: instalações rudimentares ao ar livre
(OLIVEIRA, 2000)
 medas: constituídas por camadas alternadas de calcário e carvão
vegetal, dispostas horizontalmente (OLIVEIRA, 2000)
 volume hemisférico, assente sobre uma fogueira de lenha
 e revestido exteriormente com uma camada impermeabilizante de
argila furada no ponto mais alto para tiragem
 fornos de campanha: amontoam-se os fragmentos de calcário no
interior de um poço cavado no terreno (OLIVEIRA, 2000)
 formando o volume de uma fornalha na sua parte interior, onde a
lenha é empregada como combustível
 Outros: fornos intermitentes; contínuos verticais e horizonatis

Fig. 2.6. Forno de campanha para cal. Fonte: OLIVEIRA (2000).


Fig. 2.7. Medas para fabricação de cal. Fonte: OLIVEIRA
24 (2000).
GESSO
 termo genérico de uma família de aglomerantes simples,
 constituídos basicamente de sulfatos ± hidratados e anidros
de cálcio (OLIVEIRA, 2000);
 obtidos pela calcinação da gipsita natural
 constituída de sulfato biidratado de cálcio geralmente
acompanhado de uma certa proporção de impurezas, como
sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e
magnésio.
 total das impurezas: varia desde uma proporção muito pequena
até um limite máximo  6%

Figura 1 – Gipsita. Fonte:


DICIONÁRIO LIVRE DE Figura 2 – Fabricação do gesso. Fonte:
25
GEOCIÊNCIAS (2007). MINERAÇÂO PERNAMBUCANA (2007).
GESSO
 desidratação da gipsita por calcinação, no limite das
temperaturas[1] e pressões correntes na operação
de cozimento forma os sulfatos (OLIVEIRA, 2000):
 - entre  100°C e 180°C: duas variedades de semi-
hidratos - SO4Ca e 1/2 H2O - denominados alfa e
beta; gesso rápido ou gesso estuque;

CaSO 4  2H 2 O  calor  150 0 C  CaSO 4  ½ H 2 O


[1] O gesso é um aglomerante de baixo consumo
energético.
Enquanto a temperatura para processamento do
cimento Portland ( 1450 0C), cal (800 - 1000 0C),
gesso não ultrapassa 300 0C. (ARAÚJO,
RODRIGUES & FREITAS, s.d)
26
GESSO
 - entre  100° C e 300° C: duas variedades de sulfato-anidro
solúvel — SO4Ca
- derivados, respectivamente, dos dois semi-hidratos e também
denominados alfa e beta; gesso anidro solúvel;
CaSO 4  2H 2 O  150 0 C  calor  300 0 C  CaSO 4
 - em t > 300° C: sulfato-anidro insolúvel; gesso anidro insolúvel;
CaSO 4  2H 2 O  Calor  300 0 C  CaSO 4
 Os semi-hidratos e os sulfatos-anidro solúveis, colocados em
presença da água, em temperatura ordinária (OLIVEIRA, 2000)
 reconstituem rapidamente o sulfato biidratado original
 produção de uma fina malha cristalizada, interpenetrada,
responsável pela coesão do conjunto  pega do gesso
 elevação de temperatura  hidratação: reação exotérmica

27
GESSO Tabela 2.3. Valores para os Gessos Americanos. Fonte: OLIVEIRA (2000).

Fibra de Madeira
Gessos para Construções
Puro Com areia

 O sulfato-anidro insolúvel
> 66% > 66% > 66%
não é suscetível a reidratação CaSO 12 H O 4 2

rápida - praticamente inerte Fibra de madeira


Areia
1%
-
-
-
-
1,9 l kg
(OLIVEIRA, 2000), Início de pega 1,5 h 2h 1,5 h
Fim de pega 16 h 32 h 8h
  participa do conjunto como Resistência à 8,5 MPa 5,2 MPa 2,8 MPa
material de enchimento, compressão

como a areia na argamassa


Tabela 2.4. Valores para os Gessos Franceses. Fonte: OLIVEIRA (2000).
 Classificação / critérios
Gessos para Construções
(OLIVEIRA, 2000): Grosseiros Finos
 proporção de sulfato semi- Refugo na peneira 30
Refugo na peneira 27
5-20%
< 50%
<2%
< 18%
hidratado, Início de pega 2-15 min 2-15 min
Fim de pega 10-40 min 10-40 min
 na finura, 2h 0,1 MPa 0,15 MPa
Resistência à 24 h 0,2 MPa 0,25 MPa
 na definição de proporções compressão 7 d 0,3 MPa 0,35 MPa
retidas em determinadas 28
60-70% semi-hidratos
d 0,4 MPa 0,45 MPa

peneiras e 40-30% sulfato-anidro


Peneira 30 (AFNOR) - 0,80 mm
Peneira 27 (AFNOR) - 0,40 mm

28
GESSO
 Classificação (continuação):
 nos tempos de início[1] e fim[2] de pega

[1] Início de pega de um aglomerante hidráulico é o período


inicial de solidificação da pasta. É contado a partir do
lançamento da água no aglomerante, até ao início das reações
químicas com os compostos do aglomerante. Esse
fenômeno é caracterizado pelo aumento brusco da viscosidade
e pela elevação da temperatura da pasta. (ARAÚJO,
RODRIGUES & FREITAS, s.d)

[2] Fim de pega de um aglomerante hidráulico é quando a pasta


se solidifica completamente, não significando, entretanto, que
ela tenha adquirido toda sua resistência, o que só será
conseguido após anos. (ARAÚJO, RODRIGUES & FREITAS,
s.d)nosso mercado é encontrado em sacos de 50 a 60 kg com os
Em
nomes de gesso, estuque ou gesso-molde. (OLIVEIRA, 2000)
29
Gesso - propriedades
 o gesso é um pó branco, de elevada finura
 a. Pega.
 gesso misturado com a água começa a endurecer em
razão da formação de uma malha imbricada, de
finos cristais de sulfato hidratado.
 Após o início da pega, como os outros materiais
aglomerantes, continua a endurecer, ganhando
resistência, num processo que pode durar semanas
 velocidade de endurecimento das massas de gesso
depende:
 — temperatura e tempo de calcinação;
 — finura;
 — quantidade de água de amassamento;

30
Gesso - propriedades
 — presença de impurezas (diminui muito a velocidade
de endurecimento) ou aditivos
 retardadores: cola, serragem fina de madeira, sangue e
outros produtos de matadouro em proporção de 0,1 a
0,5%)
 sal de cozinha ou mesmo o gesso hidratado, são
aceleradores
 calcinação em temperaturas mais elevadas ou
durante tempo mais longo  material de pega mais
lenta e maior resistência (OLIVEIRA,2000)
 gesso de Paris (constituído de semi-hidrato puro), dá
pega em poucos minutos : 2- 5 min. (OLIVEIRA,2000)

31
Gesso - propriedades
 gessos obtidos em segunda cozedura, constituídos
principalmente de sulfato-anidro solúvel, podem ter pega
tão lenta quanto se desejar (OLIVEIRA,2000)
 Material supercozido (predominância de sulfato-anidro
insolúvel), não dá pega, é sem valor aglutinante
(OLIVEIRA,2000)
 Gessos de elevada finura dão pega mais rápida e
atingem maiores resistências  aumento da superfície
específica, disponível para a hidratação
(OLIVEIRA,2000)
 quantidade ótima de água de amassamento: se aproxima
da quantidade teórica de água necessária à hidratação:
18,6%. (OLIVEIRA, 2000)

32
Gesso - propriedades
 b. Resistência mecânica (OLIVEIRA, 2000):
 pastas de gesso, depois de endurecidas, atingem
resistência à tração 0,7 - 3,5 MPa e à compressão 5 - 15
MPa.
 argamassas com proporção exagerada de areia alcançam
resistência à tração e compressão muito mais reduzida.
 c. Aderência (OLIVEIRA, 2000):
 pastas e argamassas de gesso aderem muito bem ao tijolo,
pedra e ferro, e aderem mal às superfícies de madeira.
 aderência ferro-gesso, embora traduza uma compatibilidade
físico-química entre os dois materiais, é instável, permitindo a
corrosão do metal.
 Não se pode fazer gesso armado como se faz cimento
armado. Todavia, a estabilidade é alcançada quando se faz a
armadura com ferro galvanizado
33
Gesso - propriedades
 d. Isolamento. (OLIVEIRA, 2000):
 pastas endurecidas de gesso possuem
excelentes propriedades de isolamento térmico,
 isolamento acústico e impermeabilidade ao ar
 condutibilidade térmica é muito fraca (0,40
cal/h/cm2/0C/cm),  1/3 do valor para o tijolo
comum
 confere aos revestimentos considerável
resistência ao fogo

34
Gesso - Fabricação
 calcinação da gipsita: processos primitivos das medas e
fornos de campanha (OLIVEIRA,2000)
 fornos de marmita: a gipsita pulverizada é aquecida em um
grande recipiente com capacidade entre 10 e 20 ton
(OLIVEIRA,2000). O material é agitado e aquecido por fogo
indireto (OLIVEIRA,2000)
 Entre 100 e 110°C, a umidade superficial é eliminada,
ocorrendo a desidratação entre 120 e 150°C
(OLIVEIRA,2000). A água de hidratação é eliminada sob a
forma de vapor, com uma agitação violenta que se assemelha
à fervura. (OLIVEIRA,2000)
 Esta continua até que a desidratação de 1 e 1/2 mol de água
se complete, ocasião em que o material entra em repouso
 O gesso, neste estágio de produção, é denominado de primeira
cozedura e se constitui principalmente de semi-hidratos

35
Gesso - Fabricação
 continuidade ao processo mediante a
elevação das temperaturas até 190 ou
220°C  eliminar-se-á o restante da água
de hidratação e nova fervura no cozimento
(OLIVEIRA, 2000)
 O material de segunda cozedura, Figura 13 - Vista da boca da descarga e do caixão estabilizador do forno marmita
descontínua. Fonte: Pérola Gessos e Artefatos (2007).
constituído quase que exclusivamente de
sulfato-anidro solúvel, será de pega mais
rápida (OLIVEIRA, 2000)
 gesso de primeira cozedura pode adquirir
qualidades semelhantes às do de
segunda cozedura, através processo de
envelhecimento ao ar atmosférico
(OLIVEIRA, 2000) Figura 14 - Sistema de Queima e alimentação do forno rotativo contínuo. Fonte:
Pérola Gessos e Artefatos (2007).

36
Gesso – Fabricação / Aplicações
Uma variedade bem conhecida de gesso de acabamento é o
chamado cimento Keene. Esse gesso é produzido por calcinação
dupla de gipsita muito pura. Após a primeira calcinação em
temperatura elevada, o sulfato-anidro resultante é imerso numa
solução de 10% de alúmen, depois é recalcinado e, finalmente,
pulverizado num moinho de bola (OLIVEIRA, 2000)

 Aplicações (OLIVEIRA,2000):
 especialmente em revestimentos e decorações interiores
pasta obtida pelo amassamento do gesso com água, ou em
mistura com areia
quase que exclusivamente com argamassas de cal e areia :
duas ou três camadas
polimentos excepcionais.
O material não se presta, para aplicações exteriores por se
deteriorar em consequência da solubilização na água.

37
Exercícios
 1) Cite duas funções da pasta nos concretos.

 2) Cite os requisitos principais de um aglomerante mineral? Quais


características determina este material?

 3) Quais as diferenças entre aglomerante aérea e o hidráulico

 4) Esquematize o ciclo da cal, citando o nome das reações químicas e o nome


comercial dos seus produtos.

 5) O que é o gesso? Como é produzido?

 6) Cite 2 aplicações do gesso na construção civil.

 7) Porque proporções de magnésia são indesejáveis na constituição do concreto?

 8) Como se classifica os asfalto?

 9) Quais as características do ensaio de penetração?

 10) O que significa os prefixos dos tipos de asfalto líquido?

38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BT/PCC/83. São Paulo. Disponível em: <http://publicacoes.pcc.usp.br/lista.htm#boletins%20técnicos>. Acesso em 22 de jan de 2007.
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22 de jan de 2007.
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 _____. (1995). Redação e apresentação de normas brasileiras. São Paulo: ABNT. (DIRETIVA p. 03.)
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