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08/10/2010

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E DA NATUREZA


CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL
DISCIPLINA – PROCESSOS UNITÁRIOS DA INDÚSTRIA QUÍMICA I
PROFESSOR – IRINEU VIEIRA DA SILVA JÚNIOR

Carbonato de Sódio
(Barrilha)

Rafael Groetaers Figueira - Química Industrial


Felipe Thiago Lima - Engenharia Ambiental
1. Introdução

O Carbonato de sódio também conhecido como barrilha ou soda de fórmula


molecular Na2CO3 é um sal branco e translúcido. Ele endurece e se agrega quando
exposto ao ar devido à formação de hidratos, pode ser produzido por cristalização
adequada de seus depósitos naturais (trona; natro; ranksita; pirsonita e gailussita).
O carbonato de sódio é usado em fotografia, em limpezas, no controle do pH da
água, no tratamento têxtil, como aditivo alimentar, na fabricação de vidros, sabão,
tintas, papel, corantes, no tratamento da água de piscinas e principalmente na fabricação
de vidro comum.
Pode ser obtido na natureza ou artificialmente, antes pelo Leblanc, e atualmente
pelo método Solvay.

2. História

O Carbonato de sódio era tradicionalmente produzido na Europa através da


extração das cinzas de várias plantas, até meados do século XVIII, quando o
desmatamento tornou este método inviável, o que levou à necessidade da sua
importação de diversos países. Dadas estas circunstâncias, em 1783, o Rei Luís XVI da
França, junto a Academia Francesa de Ciências ofereceu um prêmio de 2400 libras para
aquele que desenvolvesse um método de produção de Carbonato de Sódio a partir do sal
marinho.

Assim, em 1791, Nicolas Leblanc patenteou uma solução e deu início a


construção de uma planta industrial em Saint-Denis, com produção de 320 toneladas por
ano. Porém, com a revolução francesa, esta foi estatizada e os trabalhos de Leblanc
foram transformados em domínio público. Napoleão a devolveu em 1801, mas, sem
fundos para repará-la e sem condições de competir com os outros produtores já
estabelecidos, Leblanc terminou por cometer suicídio em 1806.
Essa indústria cresceu principalmente na Inglaterra, chegando ao seu ápice na
década de 1870. Porém, sendo extremamente poluente, com produção de cerca de 7
toneladas de descarte sem valor comercial e 5,5 toneladas de Ácido clorídrico para cada
8 toneladas de produto, acabou por sofrer fortes pressões por parte da população e do
parlamento. Até o surgimento do Processo Solvay, que a suplementou completamente,
uma vez que produzia apenas Cloreto de Cálcio, que pode ser descartado no mar, e
utilizava matérias-primas mais baratas, utilizado até hoje.
3. Características
3.1 – Características Gerais
Carbonato de Sódio é o nome químico, seu nome comercial é Barrilha, também
conhecido como soda calcinada ou soda sal. A barrilha é uma substancia alcalina, de cor
branca e sem cheiro. Ele endurece e se agrega quando exposto ao ar devido à formação
de hidratos. Ela pode ser leve ou densa. Barrilha leve é aquela em forma de pó, e
barrilha densa é aquela em forma de grão.
A Barrilha é um produto higroscópico, ou seja, absorve umidade lentamente
quando exposta a atmosfera, sendo responsável pela aglomeração do produto. A
Barrilha não é um produto inflamável ou explosivo. A Barrilha é um material
relativamente inofensivo.
É estável sob corretas condições de uso e armazenamento. Suas soluções
formam bases fortes. Quando aquecido se decompõe em óxido de carbono e óxido de
sódio. A polimerização do produto não ocorre.
É incompatível com flúor, alumínio, pentóxi fosforoso, ácido sulfúrico, zinco,
lítio, umidade, hidróxido de cálcio e 2,4,6-trinitrotoluene. Reage violentamente com
ácidos para formar gás carbônico.

3.2 – Características Físico-Químicas


Fórmula molecular: Na2CO3
Massa molar: 105,989 g/mol (anidro)
Aparência Sólido: branco e translúcido
Densidade: 2.54 g/cm3
Ponto de fusão: 851 ºC (anidro)
Ponto de ebulição: 1600 ºC
Solubilidade em água: 30g/100ml (20 ºC)
Solubilidade: insolúvel em álcool
Entalpia padrão de formação ΔfHo298 -1102 kJ/mol
Entropia molar padrão So298 135 J/mol·K
Classificação UE: Irritante (Xi)
Ponto de fulgor: Não Inflamável
4. Matérias primas utilizadas na obtenção do Carbonato de
Sódio (Na2CO3)

4.1 – Cloreto de Sódio


O cloreto de sódio, popularmente conhecido como sal ou sal de cozinha, é uma
substância largamente utilizada formada na proporção de um átomo de cloro para cada
átomo de sódio. A sua fórmula química é NaCl. O sal é essencial para a vida animal e é
também um importante conservante de alimentos e um popular tempero.
O sal é produzido em diversas formas: sal não refinado (como o sal marinho),
sal refinado (sal de cozinha), e sal iodado. É um sólido cristalino e branco nas condições
normais.
No processo de produção da barrilha, o cloreto de sódio é usado como salmoura
(NaCl + H2O).

4.2 – Carbonato de Cálcio


Substância química de fórmula CaCO3. É o principal componente de casas como
os calcários. Tem características alcalinas (ou seja, é um sal com características básicas,
e possui pH alto quando em solução aquosa ), e é resultado da reação do óxido de
cálcio ( cal virgem ) com dióxido de carbono.
CaO + CO2  CaCO3
Quando em solução aquosa sofre uma hidrólise salina, produzindo uma base
forte.
CaCO3 + H2O  CO2 + Ca(OH)2
O Carbonato de Cálcio possui importante função no processo
Solvay, Pois ao ser aquecido libera CO 2 e CaO. O CO2 é utilizado em várias
partes do processo e o CaO é utilizado na recuperação da amônia.

4.3- Dióxido de Carbono


O dióxido de carbono, ou gás carbônico é um composto químico constituído por
dois átomos de oxigênio e um átomo de carbono. A representação química é CO2.
O CO2 e o NaCl são os principais reagentes no processo Solvay, pois juntos são
os responsáveis pela produção do carbonato CO3-.
Pode ser obtido pelo aquecimento do carbonato de cálcio ou através da
decomposição térmica do bicarbonato de sódio no final do processo.

4.4 - Amônia
A amônia de fórmula NH3, é muito utilizada em sistemas de refrigeração. No
processo Solvay a Amônia tem por função promover, como intermediário, outras
reações, não sendo considerado como reagente, pois o mesmo é reciclado no final do
processo e suas perdas, quando comparadas com o produto final são mínimas.

5. Subprodutos
5.1- Cloreto de Cálcio
Cloreto de cálcio é um composto químico formado por cálcio e cloro. É
extremamente solúvel em água. É um sal que se apresenta no estado sólido à
temperatura ambiente e comporta-se como um típico haleto iônico. Tem muitas
aplicações comuns como em salmoura para máquinas de refrigeração, controle de pó e
gelo nas estradas, e no cimento. Por causa de sua natureza higroscópica, deve ser
mantido em contêineres bem selados.

6. O Processo Solvay

O processo Solvay consiste em bombear CO2 na parte inferior de uma torre, enquanto
uma salmoura saturada com amônia é introduzida pelo topo.
O bicarbonato de sódio precipita preferencialmente da mistura reacional, em
temperaturas abaixo de 15 °C, por ser menos solúvel (solubilidade a 0ºC = 0,82 mol L -1)
do que as outras combinações possíveis, NH4Cl (5,5 mol L-1), NaCl (6,1 mol L-1) e
NH4HCO3 (1,5 mol L-1). A presença de íons amônio na mistura faz com que
predominem íons bicarbonato, em detrimento dos íons carbonato, que são bases de
Bronsted muito fortes. O sólido que se forma é separado por filtração e contém NaHCO 3
(cerca de 76%), Na2CO3, NH4HCO3, NaCl, NH4Cl e H2O. A decomposição térmica
deste material libera gás carbônico, amônia e vapor d’água, produzindo carbonato de
sódio, cuja principal impureza é o cloreto de sódio, com resultados analíticos da ordem
de 99,6% de Na2CO3 e 0,15% de NaCl. Em 1863, Ernest Solvay fundou, com seu irmão
Alfred, a Societé Solvay & Cie., em Bruxelas. A primeira fábrica, construída em
Couillet, na Bélgica, iniciou suas atividades em 1865. As dificuldades técnicas surgidas
nos primeiros anos foram resolvidas uma a uma, graças à persistência e engenhosidade
de Ernest Solvay, até o processo tornar-se rentável.

Fig. 1 - Ernest Solvay

Solvay foi inovador também em seus métodos, ao estabelecer controles rigorosos a cada
estágio da fabricação. Em 1897, diversificou a empresa, instalando a primeira unidade
de eletrólise de salmoura. O êxito empresarial permitiu a Solvay criar inúmeras obras
sociais e instituições científicas. Foi o patrocinador das Conferências Solvay, a primeira
das quais se realizou em 1911, reunindo alguns dos cérebros mais privilegiados da
Ciência.

6.1- Processos Unitários da Obtenção de Carbonato de Cálcio


,

Fig. 2 – Planta do Processo Solvay, desenvolvido por Ernest Solvay, em 1863.

O Processo Solvay é resumido pela equação global:

CaCO3 + 2NaCl Na2CO3 + CaCl2

6.2- Operações Unitárias Sucessivas


A equação global na qual o processo Solvay pode ser resumido não representa
uma reação que possa ser realizada na prática. Efetivamente, a produção de carbonato
de sódio segundo o processo Solvay abrange oito operações sucessivas:
1ª: Preparação de uma salmoura depurada e saturada em cloreto de
sódio:
(NaCl + H2O).
2ª: Absorção do amoníaco - a salmoura é saturada em amoníaco (NH3),
recuperado originando assim uma salmoura amoniacal:
(NaCl + NH4OH).
3ª: Carbonatação da salmoura amoniacal - a salmoura amoniacal é trazida ao
contato com o dióxido de carbono (CO2), proveniente da calcinação do calcário.
O dióxido de carbono e o amoníaco, em solução aquosa, originam o bicarbonato de
amónio:
NH4OH + CO2  (NH4)HCO3
O bicarbonato de amónio e o cloreto de sódio entram então em decomposição, para
formarem o cloreto de amónio e o bicarbonato de sódio:
(NH4)HCO3 + NaCl  NH4Cl + NaHCO3
O bicarbonato de sódio, sendo pouco solúvel neste meio, é finalmente obtido no estado
sólido.
4ª: Filtração - o bicarbonato de sódio é separado da solução (águas mães) por
filtração.
5ª: Calcinação - o bicarbonato de sódio (NaHCO3), aquecido num secador,
decompõe-se em carbonato de sódio (soda leve), água e dióxido de carbono:
2 NaHCO3  Na2CO3 + H2O + CO2
O dióxido de carbono que se liberta é reenviado para a instalação de carbonatação.
6ª: Calcinação do calcário - o calcário é decomposto num forno de cal, dando o
dióxido de carbono e cal viva (CaO), de acordo com a equação:
CaCO3  CaO + CO2
sendo o dióxido de carbono enviado à instalação de carbonatação.
7ª: Hidratação da cal - a cal viva produzida na operação anterior é hidratada e
diluída em excesso de água:
CaO + H2O  Ca(OH)2
8ª: Regeneração do amoníaco - faz-se reagir o cloreto de amónio em solução,
proveniente das aguas mães de filtração, com o leite de cal. Esta reacção produz
amoníaco e cloreto de cálcio:
2 NH4Cl + Ca(OH)2  2 NH3 + CaCl2 + 2 H2O
O amoníaco é recuperado por destilação e reenviado para o absorvedor.
9ª: Densificação - a soda densa é obtida por recristalização da soda leve em
carbonato de sódio monohidratado (Na2CO3.H2O) e secagem posterior.

O Processo Solvay, pode ser exemplificado através de 9 etapas distintas:

(1) CaCO3(c)  CaO(C) + CO2(g)


(2) C (amorfo*) + O2(g)  CO2(g)
(3) CaO (s) + H2O (l)  Ca(OH)2 (c)
(4) NH3 (g) +H2O (l)  NH4OH (aq)
(5) 2NH4OH (aq) + CO2(g)  (NH4)2CO3 (aq) + H2O (l)
(6) (NH4)2CO3 (aq) + CO2(g) + H2O (l)  2NH4HCO3
(7) NH4HCO3 + NaCl  NH4Cl + NaHCO3
(8) 2NaHCO3 (c)  Na2CO3(c) + CO2(g) + H2O(g)

7. Processo alternativo (Trona)


A produção de barrilha a partir de depósitos naturais de trona excede, nos dias
de hoje, a produção da soda amoniacal. O processo sintético tem sido prejudicado por
altos custos e por problemas de poluição e já desapareceu dos Estados Unidos sendo
ainda usado em alguns países que não possuem importação do Carbonato de Sódio
natural.
A partir da Segunda Guerra Mundial houve um rápido aumento da soda natural
vendida nos mercado. Esta produção desenvolveu-se principalmente pela abertura de
minas para exploração do sesquicarbonato de sódio (trona),encontrado em jazidas na
Green River Basin, no Wyoming sul-ocidental, que produz cerca de 10 bilhões de
toneladas desse minério numa camada de 3m de espessura média por 2300 Km2.
O Carbonato de Sódio proveniente da trona é feito por decomposição térmica de
acordo com a seguinte reação global:
2Na2CO3. NaHCO3. 2H2O  3Na2CO3 + CO2 + 3H2O

Produção Processo Solvay


Produção a partir da Trona (T)
Ano (T)
1948 4.575 289
1965 4.900 1.400
1968 4.596 2.043
1971 4.275 2.865
1972 4.305 3.128
1974 3.480 4.048

FONTE: SHREVE, R. N., BRINK JR., J.A., Indústrias de Processos Químicos

8. CNA – Companhia Nacional de Álcalis


A única fábrica de barrilha do País, situada em Arraial do Cabo (RJ), a
Companhia Nacional de Álcalis (CNA) está parada por falta de caixa (finanças),
matéria-prima e problemas internos de gestão.
Ela existe há 63 anos. A empresa estatal detinha o monopólio da produção de
barrilha no Brasil, com proteção alfandegária que impedia a importação.
O Grupo Fragoso Pires comprou-a num leilão de privatização, em 1992. Logo
em seguida, o governo removeu as barreiras à importação. A CNA foi a primeira
empresa privatizada dentro do processo de desestatização.O Grupo Fragoso Pires, por
sua vez, além de não ter nenhuma experiência na atividade, pagou apenas a primeira
parcela da privatização. “O grupo também possuía o Banco Vega, que foi fechado com
o escândalo dos precatórios nos anos 1990. Com isso, o conglomerado inteiro entrou
em decadência e a CNA, também”. Quando a empresa se tornou inviável, o grupo
doou-a para os funcionários, sem quaisquer recursos tecnológicos e caixa. A CNA
tentou se modernizar, mas não conseguiu. Resumindo: para voltar a produzir, a
companhia precisa de 10 milhões de reais em caixa. “Acreditamos que ela só voltará a
funcionar se tiver algum dinheiro público, o que é muito difícil. O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não tem interesse em assumir a dívida
da empresa, pois ela é uma fábrica sucateada”. O consumo brasileiro de barrilha está
em torno de 800 mil toneladas por ano. No ano passado, a produção da CNA, que já
chegou a casa das 240 mil toneladas por ano, ficou em torno de 150 mil toneladas.Ou
seja, a companhia atende, hoje, a menos de 20% do mercado. “Ela é uma referência de
preço para o mercado interno. “Isso é importante porque a cotação do produto está
subindo muito no mercado internacional devido à demanda chinesa por barrilha“.
Há dois tipos de barrilha no mercado: a leve e a densa. O setor vidreiro só
utiliza a densa, que correspondia a 40% do total produzido pela Álcalis. Isso representa,
aproximadamente, 60 mil a 80 mil toneladas do total necessário – aproximadamente,
470 mil toneladas por ano. “A produção da CNA correspondia a menos de 15% do total
da demanda da indústria do vidro”.
Depois da paralisação da empresa nos últimos meses, quem está fornecendo a barrilha
correspondente ao que a CNA fornecia são as empresas Ansac (americana) e Solvay
(belga). As duas atendem 95% do mercado mundial.

9. Aplicações da Barrilha
O seu mais importante uso se dá na indústria vidraceira, onde é combinado a
quente com SiO2 e CaCO3 e depois resfriado bruscamente para a produção de vidro,
utilizado principalmente em embalagens.
Na indústria química, em diversas sínteses de compostos inorgânicos, como
NaHCO3, Na2CrO4, Na3PO4, Na2SiO3, entre outros.
Em sabões e detergentes, atuando como emulsificante, alcalinizante e reduzindo
a dureza da água, que pode reduzir a sua eficiência.
E em outros usos diversos, como em laboratórios atuando como eletrólito, na
taxidermia para a remoção de carne dos ossos, em soluções tampão, aditivo em comidas
atuando como estabilizante, etc.
O Grupamento Barrilha terá os seguintes produtos finais com algumas de suas
possíveis aplicações:
Aplicações:
Sabão
Vidro
Remédios
Papel
Cerâmica
Barrilha Têxteis
Metalurgia
Produtos Químicos
Petróleo
Açúcar
Fotografia
Couro
Corantes

9.1-Barrilha leve
 Indústria de Sabão e Detergente: agente de esponificação e detergência.
 Indústria de Papel e Celulose: fornecedor de íon sódico para solubilizar a
lignina na fabricação de polpa e pasta de papel.
 Indústria Têxtil: tingimento e operação de branqueamento.
 Tratamento de Água: neutralização de efluentes industriais e tratamento
de água potável.
 Indústria Química: agente alcalino e produção de sais sódicos.
 Indústria Metalúrgica: agente alcalino e fornecedor de íon sódico para
dissolver a alumínio.
 Indústria Siderúrgica: dessulfurização do ferro fundido, desfosfatização
do aço e na fusão de aparas de ferro fundido.

9.2-Barrilha densa
 Indústria de Vidro: fonte de Óxido de Sódio (Na2CO3) e agente fundente.
 Indústria Química: agente alcalino e produção de sais sódicos.
 Indústria Metalúrgica: agente alcalino e fornecedor de íon sódico para
dissolver a alumínio.
 Indústria Siderúrgica: dessulfurização do ferro fundido, desfosfatização
do aço e na fusão de aparas de ferro fundido.

10 . Gestão Ambiental
O sistema de Gestão ambiental é uma pratica ainda muito recente, que vem
ganhando espaço na indústria. Através dela é possível a mobilização das organizações
para se adequar a legislação ambiental.

A finalidade geral do Sistema de Gestão Ambiental é interligar a proteção


ambiental e prevenção a poluição com as necessidades sócio-econômicas. Ou seja,
produzir e desenvolver com menores custos, mantendo a qualidade dos produtos,
visando à melhoria do meio ambiente.

Atualmente ela começa a ser encarada como um assunto estratégico por parte
das empresas, já que uma empresa ambientalmente correta é bem visto por seus
clientes, e além de estimular a qualidade ambiental, também possibilita a redução de
custos diretos, (redução de desperdícios com água, energia e matéria prima.), e
indiretos (multas pagas por danos ambientais), Ou seja, a implantação de um Sistema
de Gestão Ambiental esta diretamente ligada á direta na economia da empresa.

A gestão ambiental é a capacidade de organização das atividades humanas para


que estas originem o menor impacto possível ao meio. Essa organização vai desde as
melhores técnicas ate o cumprimento da legislação e alocação dos recursos humanos e
financeiros.

O objetivo maior da gestão ambiental deve ser a busca permanente de melhoria


de qualidade ambiental, dos serviços, dos produtos, e ate mesmo do ambiente de
trabalho.

A busca permanente da qualidade ambiental é portanto um processo de


aprimoramento constante do sistema de gestão ambiental, de acordo com a política
ambiental estabelecida pela empresa.

Os objetivos estabelecidos em um sistema de gestão ambiental, são oriundos da


ISO (ISO 14000/SGA), no entanto são observados outros objetivos que podem ser
listados:

1. Gerir as tarefas da empresa no diz respeito a políticas, diretrizes, e


programas relacionados ao meio ambiente interno e externo da empresa;

2. Manter, de forma geral, através de comissão interna de prevenção de


acidentes (CIPA) a segurança dos funcionários, assim como sua saúde.
3. Produzir, com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os
trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis;

4. Colaborar com setores econômicos, comunidade, e órgãos ambientais,


para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou
minimizem as agressões ao meio ambiente.

Finalidades básicas da gestão ambiental: Servir de instrumentos de gestão com


vistas a obter e assegurar a economia e o uso racional de matérias primas e insumos,
destacando-se a responsabilidade ambiental da empresa:

1. Orientar seus consumidores quanto a compatibilidade ambiental dos


processos produtivos, dos seus produtos ou serviços;

2. Informar a acionistas, fornecedores, e consumidores para demonstrar o


desempenho da empresa na área ambiental;

3. Subsidiar procedimentos para a obtenção de certificação ambiental nos


moldes da serie de normas ISO 14000;

4. Subsidiar a obtenção de rotulagem ambiental dos produtos;

Os objetivos e as finalidades inerentes a um gerenciamento ambiental nas


empresas, evidentemente devem estar em conjunto com todas as atividades
empresariais. Portanto elas não podem ser vistas como elementos isolados dentro da
empresa.

10. 1 - Efluente Amoniacal


No processo Solvay, a amônia é praticamente toda reaproveitada pelo sistema,
mais há possibilidades de perdas através do efluente de descarte.
Este efluente amoniacal é totalmente prejudicial para os leitos naturais de água,
lagos e mares.
A importância de um tratamento prévio de um efluente é sem dúvida uma
questão para o desenvolvimento ambiental de qualquer empresa que opera com
finalidades químicas.

10.2– Armazenagem e manuseio


Deve- se manusear o produto com os EPI´s adequados. Cinto de segurança e
cordas devem sempre ser utilizadas por pessoas que entram nos silos ou contêineres de
barrilha, para facilitar o resgate em caso de acidente.
Mantenha o material em um container bem fechado. Deve ser armazenado em
um local com temperatura ambiente evitando luz solar direta, em lugar ventilado, sem
umidade. Protegê-lo contra danos físicos, evitando umidade, calor e substâncias
incompatíveis.
Os sacos devem ser estocados em armazéns secos. Na utilização do produto
estocado, recomenda-se trabalhar em base FIFO, ou seja, a primeira Barrilha a entrar
deve ser também a primeira a sair. Armazenar com 20 sacos de altura no máximo, com
filas 30 cm distantes aproximadamente das paredes. Evitar umidade e rasgos no saco. O
código de armazenamento deve ser laranja (armazenamento geral). A Etiqueta deve
conter a precaução de se evitar contato com olhos, pele e roupas, respiração dos
partículados. Deve conter também instruções de se usar com ventilação adequada.
Sempre que não for possível salvar a substância para reutilização ou reciclagem,
esta deve ser colocada em um aparato aprovado e apropriado para eliminação do lixo.
O processamento, o uso ou contaminação deste produto pode alterar a forma de
administrar o lixo.
Os containers vazios deste material são tóxicos pois retêm resíduos; observar
todos os avisos e precauções com relação ao produto.

Fig. 3 – Carbonato de Sódio (armazenagem em sacarias de 25 Kg e 50 Kg)

10.3 – Teor do Carbonato de Sódio para Comercialização


O carbonato de Sódio (Na2CO3) é comercializado com o teor de 99,6%.
Sua principal impureza é cloreto de sódio (NaCl), com resultados analíticos da
ordem de 99,6% de Na2CO3 e 0,15% de NaCl. Produtos mais puros, para fins analíticos
ou alimentícios, podem ser obtidos a partir de uma solução do carbonato de sódio
industrial, borbulhando-se gás carbônico para convertê-lo no bicarbonato. Este
cristaliza, podendo ser separado. Um produto típico para fins alimentícios apresenta a
composição: 99,7% NaHCO3, 0,2% Na2CO3, 0,004% NaCl, 0,05% H2O e 0,003% de
impurezas insolúveis.

10.4 – Riscos

10.2.1- Fogo
Não apresenta riscos em incêndios, pois não é inflamável, não é explosivo,
sendo usado até mesmo como agente contra o fogo.

10.2.2- Saúde
A barrilha não é um produto venenoso, não faz parte de sua composição
substâncias carcinogênicas nem de mutagenicidade, mas pode causar efeitos adversos a
saúde humana.
 Inalação: se inalado causa irritação nasal espirros. Os sintomas incluem
tosse e dificuldade respiratória. Inalação excessiva pode causar danos ao
septo nasal
 Ingestão: se ingerido causa irritação, doses grandes podem ser corrosivas
à área gastro- intestinal e causar danos a mucosa bucal. Os sintomas incluem
dor abdominal, vômito, náusea, diarréia, colapso e até mesmo a morte.
 Contato com a Pele: pode causar desidratação e reações alérgicas em
mistura com o suor do corpo, causando irritações quando em contato com a
pele por tempo prolongado. Os sintomas incluem vermelhidão, queimaduras,
ferimentos e ressecamento da pele.
 Contato com os Olhos: partículas nos olhos por longos períodos, podem
causar severas irritações e danos aos tecidos do globo ocular. Pode provocar
queimaduras graves, pode ser corrosivo aos olhos, causando edema e
destruição córnea
 Exposição crônica: A exposição repetida ou prolongada pode causar
sensibilização
11. Meio Ambiente
A barrilha não é um produto agressivo ou venenoso ao meio ambiente, mas por
ser de fácil dissolução, deve-se evitar sua entrada em curso de água, pois atua
aumentando o pH da água.
Quando descartado em aterros ou corpos d'água tende a promover a sua
alcalinização, o que afeta fortemente a fauna e a flora locais.
A sua produção industrial tem como subproduto o Cloreto de Cálcio, que,
quando descartado em corpos d'água fechados ou semi-fechados, promove uma forte
salinização, afetando os peixes e demais seres vivos. Não são conhecidos danos
significativos provocados pelo seu descarte no oceano

12. Em Caso de Acidentes


12.1 - Vazamentos
Afastar os curiosos e esclarecer que é produto químico e não alimentício. Ventilar a área
de vazamento e se possível interrompe-lo imediatamente. Não deixe o produto entrar no
esgoto ou em qualquer fonte de água.
Quando ocorrer o vazamento, recolher o material num container apropriado para
descarte posterior, usando um método que não gere lixo. Se não houver container
recolher o material derramado para um recipiente adequado, que pode ser sacos
plásticos, baldes, latões, etc.
Usar equipamento de proteção individual apropriado: máscara contra pó e
óculos de proteção.

12.2 - Fogo
Não é um produto inflamável, logo não é considerado causador de incêndio. E
por conseqüência não é um produto sujeito a explosão, mas em contanto com o
alumínio incandescente pode explodir. Se ocorrer fogo, basta usar qualquer medida
apropriada para extingui-lo. O carbonato de sódio é um agente extintor

12.3 - Poluição
Apesar de o carbonato de sódio não ser considerado produto tóxico ou perigoso,
as embalagens contendo seus resíduos devem ser dispostas e manuseadas com os
mesmos cuidados de qualquer outro lixo industrial.

12.4 - Envolvimento de Pessoas


Mantenha a vítima tranqüila. Devem ser tomadas as ações necessárias para
garantir a saúde do prestador de socorros, antes de se aplicarem medidas de primeiros
socorros.
 Inalação: Remover a pessoa atingida para o local ventilado. Se não
estiver respirando, fazer respiração artificial. Se respirar com dificuldade, dê
oxigênio. Procure ajuda médica.
 Ingestão: Não induzir o vômito e nem tentar neutralizar com outras
substâncias. Dê grandes quantidades de água. Nunca dê qualquer coisa pela
boca para uma pessoa inconsciente. Procure um médico imediatamente. Faça
análise sangüínea para verificar se alguns desequilíbrios aconteceram.
 Contato com a pele: Lave imediatamente em água corrente e sabão por,
pelo menos, 15 minutos. Remova a roupa contaminada e os sapatos. Procure
ajuda médica. Lave as roupas e os sapatos antes de reutilizá-los.
 Contato com os olhos: Lave imediatamente com água corrente por, pelo
menos, 15 minutos, abrindo e fechando ocasionalmente as pálpebras. Procure
ajuda médica imediatamente.

13. Anexo
Tabela de levantamento de aspectos e avaliação de impactos ambientais em
processos e serviços, baseada no modelo de SUELY, M. “Estratégia e Implantação do
Sistema de Gestão Ambiental”.

(aguardando tabela)

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