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Fisiologia, 2023.

24
Tipologia de aula: teórica

1. Introdução ao Sistema Nervoso


2. Neurónios e Neuroglia
3. Neurónios e Potenciais da Membrana Neuronal
4. Sinapses e Integração Sináptica
5. Neurotransmissores e Neuromoduladores
6. Organização Funcional do Sistema Nervoso
Autora: Maria Teresa Rangel de Figueiredo, professora catedrática de Fisiologia, ECAV, UTAD
Teresa Rangel
1 - INTRODUÇÃO
Praticamente todos os animais possuem um sistema nervoso.
Copyright © 2005 Pearson Education, Inc. Publishing
Campbell, N. e Reece, J. Biology, 7ª ed.pp lectures.

as Benjamin cummings

SNC
Em vertebrados Encéfalo
Medula espinal
• SNC composto por encéfalo e medula espinal
SNP ligado ao SNC
• Cérebro
lectures. Copyright © 2005 Pearson Education,
Campbell, N. e Reece, J. Biology, 7ª ed.pp

Medula
Inc. Publishing as Benjamin cummings

espinal
(cordão Gânglio

desconhecido
Fonte: internet, autor
nervoso sensorial
dorsal) SNP
Nervos

Salamandra
(cordados)
Nota sobre a evolução do sistema nervoso
Ao nível celular, o SN sofreu menos alterações ao longo da evolução do que,t alvez, qualquer outro sistema.
As propriedades elétricas e químicas do sneurónios – a unidade funcional celular do SN – nos vertebrados e
nos invertebrados são vincadamente semelhantes.
Que vantagem tem o corpo em possuir dois sistemas de controlo das
funções, o sistema nervoso e o sistema endócrino?

Qual dos dois “manda”?

Regulam, organizam e
Coordenação do – nervosa e endócrino – controlam as atividades
funcionamento do
que designamos,
corpo: 2 sistemas de
genericamente, por
comunicaçãoe Complementaridade metabolismo e
controlo
comportamento.
Qual o modo geral de ação dos sistemas de controlo nervoso e de controlo endócrino?

Neurónio 1

Vasosanguíneo

Sinalfísico
Célula-alvo

Célula
alvo
Neurónio 2 Receptor
Hormona

Sinalfísico
Endócrino–Células/glândulas endócrinas
• O sistema circulatório é a via de transporte – baixa velocidade,
mas com potencial de atingir todas as células.
• Reduzidas necessidades energéticas de manutenção.
Nervoso–Neurónios
• Utilizam várias vias, mas com conexões limitadas
a determinadas células
• Elevadas exigências em energia para manutenção
das células num estado de resposta imediata
Qual o modo geral de ação?
1. Quanto ao sinal, 3. Quanto à velocidade e persistência da
resposta,
•Nervoso: impulsos eléctricos e
neurotransmissores, embora também produza •Nervoso reage rapidamente (1-10mseg) e pára
hormonas; rapidamente;

•Endócrino usa hormonas. •Endócrino reage lentamente (segundos ou dias) e


pode perdurar muito tempo após o termo do
2. Quanto à adaptação à estimulação estímulo.
repetida,
4. Quanto à área de efeito,
•Nervoso adapta-se rapidamente à estimulação
contínua; •Nervoso local e específico nos órgão salvo;

•Endócrino adapta-se lentamente (dias, •Endócrino geral, disperso, eventualmente em


semanas). muitos órgãos.

Sistema Nervoso: Resposta adaptável à frequência FM


(número por unidade de tempo) do estímulo.

Sistema Endócrino: Resposta adaptável à amplitude AM


(quantidade, dose) do estímulo.
Comunicação neural Comunicação neuro-endócrina
Estímulo

R Receptor

Neurónio
aferente

SNC:centro
integrador
Neuro-
trans
missor
Neurónio
eferente

Neuro-
Célula Neurotransmi hormona Neuro- Centro
alvo ssor hormona endócrino
Célula integrador
Vasosanguíneo endócrina
Resposta
Célula Célula Célula
Comunicação
alvo endócrina endócrina
endócrino Hormona
A
Estímulo
Resposta
Célula Hormona Hormona1
R alvo
Célula
endócrina Resposta Célula
alvo Célula
endócrina
B
Resposta
Hormona2

Resposta Célula
alvo
SISTEMA NERVOSO – Divisões anatómicas

Sistema Nervoso
Central (SNC)
Encéfalo Sistema Nervoso
Periférico
Medula espinal
(SNP)
Nervos cranianos

Gânglios fora do SNC

Nervos raquidianos ou Nervosraquidianos


espinais
Recetor sensorial na pele
Encéfalo

Nervos cranianos

Medula espinal
Os vários “sistemas nervosos” são apenas subdivisões
SISTEMA NERVOSO – Divisões funcionais
de um único sistema nervoso integrado.

Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico (recetores, nervos e gânglios)


(encéfalo e medula espinal)

Divisão aferente ou Recetores somáticos


sensorial Recetores viscerais
Recetores especiais
Encéfalo
Motora somática Músculos
Divisão eferente ou esqueléticos
motora
Motora autónoma: Músculos lisos
.Simpática Músculo cardíaco
Medula Glândulas
espinal .Parassimpática
Tecido adiposo
.Entérica

Nervos
raquidianos
2 - NEURÓNIOS E CÉLULAS DA GLIA
SISTEMA NERVOSO – Composição

Composição: células excitáveis


(neurónios) e células de suporte
(neuroglia);
Nervoso
Funções: irritabilidade (resposta a
estímulos), transmissão rápida de sinais
e coordenação de funções de outras
células
• Essencialmente, por tecido nervoso, mas
também possui
• Tecido conjuntivo e Fonte: 2016, School of Anatomy and Human Biology - The University
of Western Australia, Blue Histology - Nervous Tissue
• Vasos sanguíneos.

O
} tecido nervosa – elevada densidade celular

<20%
1. do SNC é espaço extracelular
2. Células muito compactadas e intimamente interligadas
Neurónios – Organizados em redes

O cérebro humano contém ±,


100 milhares de milhões de
neurónios
O SN processa informação em três estadios
Sensor (receptor
sensorial)
Sensor (receptor
sensorial)
Sistema Nervoso Central
2º Integração
Centro integrador

Sistema Nervoso Sistema Nervoso


Periférico (SNC) Periférico (SNC)

3º Output motor
Efetores: músculos
esqueléticos dos membros que
possibilitam a corrida
ONDE COMEÇA?

Recetores sensoriais (RS) Os sentidos


A sobrevivência do indivíduo depende muito da Meios, estruturas e processos, que
informação que o seu sistema nervoso possui e os permitem ao encéfalo receber
recetores sensoriais (RS) são as “janelas” para o informação.
meio externo e interno.
Os sentidos distinguem entre:
A forma de energia que ativa um RS e produz uma
(a) sentidos gerais, cujos RS se
resposta é designada por estímulo adequado. distribuem por uma grande parte do
Cada RS está "sintonizado" para responder corpo, e incluem os sentidos somáticos
(proprioceção, pressão, temperatura, tato
melhor a uma variação muito específica de energia, e dor) e viscerais se a informação é dor e
embora maioria também responda a outros pressão proveniente de órgãos internos;
estímulos.
(b) sentidos especiais possuem uma
A sensação é a informação tomada pelo indivíduo estrutura mais especializada e uma
de forma consciente e, quando há compreensão do localização específica; são olfato,
seu significado, então há perceção. paladar, visão, audição e equilíbrio .
Onde estão os neurónios?

Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico

Neurónios sensoriais
(aferentes): quase
Interneurónios ou neurónios de associação: totalmente (soma e maior
Integralmente no sistema nervoso central parte do axónio) fora do
sistema nervosa central,
apenas a porção terminal
do axónio se localiza no
Recetores SNC
Informação

Neurónio motor somático


Músculos
esqueléticos

Neurónio motor autónomo Neurónios motores


(eferentes): quase
Músculos lisos Totalmente (soma,
Músculo cardíaco dendritos e pequena
Glândulas parte do axónio) no
sistema nervoso
Gânglio autónomo central, o restante
(maior parte) do axónio
localiza-se for a do SNC
3 grandes tipos estruturais de
neurónios.

Os neurónios multipolares, que são


neurónios motores e de associação
(integradores, interneurónios), têm
muitos dendritos e um axónio.

Os neurónios bipolares, encontrados na


retina e na cóclea, possuem dois
processos.

Os neurónios pseudounipolares, que


são sensoriais, têm um processo
(prolongamento citoplasmático) que se
divide: um funciona como dendritos e, o
outro, como axónio.
A neuroglia tem origem na mesma camada embrionária (ectoderme) que produz os
neurónios. Estudos recentes sugerem que algumas células da neuróglia podem
desempenhar a função de células precursoras, dividindo-se e originando células filhas que,
por sua vez, podem diferenciar-se em outras células neurogliais ou em neurónios.
A barreira hemato-encefálica (BHE) – barreira de permeabilidade muito
seletiva característica dos capilares do SNC

Os astrócitos têm processos que terminam em capilares e neurónios


• As extremidade em forma de pés dos astrócitos absorvem glicose dos capilares
sanguíneos e usam-na para ajudar a fornecer substratos energéticos para neurónios.
• Os astrócitos também absorvem o neurotransmissor glutamato das sinapses e
convertem-no em glutamina (Gln), que é então reciclada para os neurónios.
Axónio de neurónio pré-sináptico
Terminação axónica
Astrócito
Astrócito

Capilar

Sinapses

Astrócito

Neurónio
sináptico

APLICAÇÃO CLÍNICA – A barreira hematoencefálica (BHE)


A BHE levanta alguns obstáculos aos tratamentos por quimioterapia de doenças cerebrais
porque drogas que podem entrar noutros órgãos não o fazem no cérebro impedidos pela
BHE.
No tratamento da doença de Parkinson, por exemplo, aos pacientes que precisam de
dopamina é administrada uma molécula precursora chamada levodopa (L-dopa), porque a
L-dopa pode atravessar a barreira hematoencefálica, enquanto que a dopamina não.
Alguns antibióticos também não passam a BHE, por isso, no tratamento de infeções como a
meningite, são utilizados apenas os antibióticos que podem atravessar a BHE.
As bainhas de mielina no sistema nervoso central Plano de corte

dão a certas áreas a cor esbranquiçada.

Plano de corte
Substância
branca

Medula espinal
Substância
Encéfalo cinzenta
Bainha de
mielina

Bainha de
mielina

Micrografia eletrónica de Mielinizado


axónios (a) não-mielinizado
e (b) mielinizado

O axónio mielinizado tem


citoplasma da célula de
Schwann para fora da bainha
Não-
de mielina.
mielinizado
O citoplasma dessa célula de
Schwann também envolve
axónios não mielinizados.
(i) Sistema NervosoPeriférico – Formação de uma bainha de mielina por célula de Schwann
• A bainha de mielina é formada por enrolamentos sucessivos das membranas celulares de Schwann.
• A maior parte do citoplasma da células de Schwann fica fora da mielina (o citoplasma é como que
espremido e empurrado para a periferia).
• A bainha de Schwann é, assim, externa à bainha de mielina.

Schwanncell
Axoplasm nucleus

Axolemma Bainha de Schwann


(neurilema)

Bainha de
Mielina
(c) Bainha de
Mielina
Bainha de Schwann
(neurilema)
(ii) Sistema Nervoso Central – Formação de uma bainha de mielina por um oligodendrócito
Um oligodendrócito forma bainhas de mielina em torno de vários axónios.

Axónios (Fibras)
não-mielinizados

Célula de
Schwann
Lâmina
basal

Questão
Por que razão as fibras nervosas não são todas grandes e mielinizadas, para a condução dos impulsos ser
sempre muito rápida?
1. Provavelmente, porque o SN seria incomportavelmente pesado ou limitado a um número muito menor de fibras.
2. A velocidade de propagação do impulso das fibras menores e não-mielinizadas é suficiente para as respostas menos
urgentes.
3. As fibras nervosas grandes e mielinizadas estão destinadas a processos urgentes.
A neuroglia anormal está associada a doenças neurológicas.

Exemplo: Esclerose Múltipla (EM)


Condução saltatória
Doença neurológica inflamatória e
Propagação do impulso
desmielinizante, que afeta o SNC. nervoso

Em cerca de 70% dos indivíduos afetados,


os primeiros sintomas ocorrem em jovens
adultos (20-40 anos), embora possam
Bainha de mielina intacta
ocorrer muito mais cedo e mais tarde, com
o dobro ou o triplo de probabilidade de
ocorrência no género feminino. Propagação do impulso
nervoso
Resulta da
destruição do revestimento de mielina
à volta de axónios de neurónios Bainha de mielina alterada ou destruída
motores e sensoriais no encéfalo e na
medula espinal,
A origem autoimunitária: é um erro do sistema
dando origem a cicatrizes rígidas, ou imunológico do próprio indivíduo que destroi a
escleroses, que bloqueiam a bainha de mielina.
transmissão de sinais elétricos. Atualmente, a doença não tem cura.
Fibra muscular
esquelética

A porção distal irá


degenerar e ser
fagocitada.
Para haver regeneração de fibras
nervosas do SNP tem que
A porção proximal pode sobreviver, se a bainha de 1. existir tubo de regeneração
mielina fornecer um “caminho”, por onde o axónio
se estende, e (e) a inervação é restaurada.
que
2. é formado pelo neurilema e
por endonervo.

A inervação é restaurada.
3- ATIVIDADE ELÉTRICA DOS NEURÓNIOS
a) Potencial de membrana em repouso (PMR)
b) Potencial gradativo (PG)
c) Potencial de ação (PA)
Factos
1. A membrana plasmática das células é um
bom isolante elétrico.
2. As células gastam energia a manter a + + Fluido
membrana assim: extracelular
+ −− − −+
a) eletronegatividade do lado interno da −+
membrana e +−
b) eletropositividade do lado exterior da −+
membrana − + Célula −+
3. Então as membranas celulares estão − +
polarizadas − − + −
+
a) Pólo negativo - lado citoplasmático +
Membrana
b) Pólo positivo - lado fluido extracelular plasmática
4. Assim, as membranas possuem um Quanto maior o número de cargas
potencial elétrico: separadas, maior o valor do potencial
• O potencial elétrico corresponde a
energia elétrica armazenada, que
pode realizar trabalho
Membrana polarizada
+ +
−− + − −+
−+
+−
−+
− +Célula −+
1. Como o potencial elétrico − +− + −−
corresponde a energia elétrica + +
armazenada, que pode realizar Membrana
plasmática
trabalho, há células que a usam

• Como?
2. Quando são estimuladas Membrana despolarizada
despolarizam a sua membrana
3. Daí resulta energia para fazer
trabalho = atividade = processos Célula

Membrana
plasmática
1. Quando um neurónio não está a ser estimulado, ++
ele mantém um potencial um elétrico, designado +
potencial de membrana em repouso ++ +
+ +
2. Corresponde ao gradiente de voltagem através da + − −

membrana +− +

−−+ −
• Isto é: + +
+

3. Quando um neurónio não está a ser estimulado, +


Membrana
ele mantém um potencial um elétrico, isto é, + +
+ polarizada
energia elétrica armazenada, que: + +
• Varia de. – 40 a – 90 milivolts (mV) + +
• Média de cerca de – 70 mV + +
+ +
++
Potencial de Membrana em Repouso (PMR)
dos neurónios

+ +
− −+ − + Fluido A polarização eléctrica da membrana das células não
− extracelular estimuladas, ou em repouso – diferençadepotencial–
−+
+− corresponde ao gradiente de voltagem através da
−+ membrana que produz electronegatividade na face
− + Célula interna e electropositividade na face externa da membra –
−+ Potencial de membrana em repouso ou potencial
+
− − de repouso (PMR)
− − +
+ +
Membrana Verifica-se que:
plasmática
1. Potencial de Membrana em Repouso
Separação de cargas numa membrana plasmática – dos neurónios = –70mV= potencial
MEMBRANA POLARIZADA – tem um potencial para
fazer trabalho – é o potencial da membrana quando o neurónio não está a receber
qualquer estímulo.
2. Quando o neurónio é estimulado, esse PMR
de –70mV altera-se para outro valor.
Os neurónios funcionam em circuitos por onde se
propagam sinais elétricos e químicos – a informação

• Geram sinais electroquímicos Potenciais de Acção = PA’s.


que } Libertam biorreguladores que afectam a
actividade de outras células.
• “Passam” através de sinapses

• Ao longo de redes complexas

• Sob a forma de um código


neural
Os gradientes iónicos através da membrana
Porquê? Como? plasmática resultam de principalmente de:
• Acção da bomba de troca Na +− K+−
ATPase
• Características de permeabilidade da
membrana celular

Iões Fluido Fluido


Intracelula extracelula
r r
(mEq/L) (mEq/L)
Positivos
(catiões)
+ 148 5
Membrana
K
plasmática
+ 10 142
Fluido
Citosol extracelular Na
[Na+] – + [Na+] 2+ <1 5
142 mEq/L Ca
10 mEq/L – +
[K+] – Outros 41 3
+ [K+]
148 mEq/L – + 5 mEq/L Total 200 155
– + Negativos
[Cl–] – + [Cl–] (aniões)
4 mEq/L – + 103 mEq/L
A − proteínas negativas =
anião não-difusível (aniões Proteínas 56 16
[A–] – +
– +
orgânicos e inorgânicos −
56 mEq/L impermeantes) (A)
− 4 103
Permeabilidade é zero. Cl
[Na , Cl e Ca ] mais elevada no FEC
+ - 2+

[K+] mais elevada no FIC Outros 140 36


Total 200 155
Adaptado de Seeley e outros. LUSOCIÊNCIA,2007
Como? (1)
A membrana plasmática do neurónio (ou outra célula)
Citoplasma

Membrana
plasmática

As membranas são compostas por lípidos


(principalmente fosfolípidos) e proteínas e pequena
quantidade de hidratos de carbono.
Como? (4)

Região de
elevada
concentração
da
substância
Região de
baixa
concentraçã Canal
o da de
substância mem-
brana -
é uma
proteína
Como? (5)
Porque
Há gradientes iónicos através da
membrana plasmática

• Os gradientes iónicos através da membrana


plasmática resultam de principalmente de 2
fatores:
1. Ação da bomba de troca Na+/ K+, que A bomba é uma
proteína da membrana
gasta energia (ATP)
que usa energia para
2. Características de permeabilidade da trocar sódio por
membrana celular potássio
Como? (6)
Ação da Bomba de troca sódio-potássio
Membrana plasmática

Dentro da célula − + Fora da célula

Na+ Na+
Bomba Na+/ K+− ATPase
− +
• Desloca os iões potássio e sódio − +
contra os respectivos gradientes ATP
de concentração 3Na+
Bomba
Na+
• Utiliza a energia do ATP para Na+−K+−ATPase
bombar:
K+ 2K+
• Na relação aproximada de
ADP
• 3 Na+ para fora da célula − +
− +
• 2 K+ para dentro da célula
K+ K+
− +
Como? (7)
O resultado da ação da bomba é

Distribuição igual de cargas, entre


dentro e fora da membrana:
Potencial de membrana = 0 (zero), a
membrana está DESPOLARIZADA

Distribuição DIFERENTE de cargas,


entre a face de dentro e a face de
fora da membrana: Potencial de
membrana ≠ 0 , a membrana está
POLARIZADA
Como? (8)
Então a bomba de Na+ e K+

Cria uma diferença na


concentração desses iões catiões Membrana
Atração + plasmática
dentro e fora da membrana elétrica
plasmática. + −
MAS: −
Aniões fixos(A )
As proteínas celulares são + − −
carregadas negativamente,
são iões negativos (aniões). + −
a) Estes iões negativos são
"fixos" dentro da célula −
porque não podem + −
penetrar a membrana
plasmática, daí se +
designarem iões − Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required
for reproduction or display.

impermeantes (A )
Principais factores determinante do PMR

1. Permeabilidade relativa da membrana aos iões


K+ e Na+
2. Gradientes de concentração iónica (garantidos
pela bomba Na+, K+- ATPase

• A membrana é muito mais permeável ao K+ do que ao Na+

• Então o PMR é muito mais próximo do potencial de equilíbrio E K+


(-90mV) do que de ENa+ (+ 60mV).
• Outros iões, Cl− e Ca2+, exercem uma pequena influência no PMR,

• A membrana em repouso é
• 50-100 x menos permeável ao Na+ do que ao K+
• Pouco permeável ao Ca2+
• Relativamente permeável ao Cl− mas estes são repelidos
pela electronegatividade interna
Função da bomba
– Mantém os gradientes de
concentração normais para os iões
Na+ e K+ através da membrana. Ao longo do tempo,
– Contribui para o PMR, pois • As concentrações dos dois iões,
fora e dentro, tenderia para a
• Transporta 3Na+ para fora e 2K+ igualdade.
para dentro
• Tal não se verifica, devido à
• Exterior electropositivo e interior acção da Bomba Na+/K+-ATPase
electronegativo
Conclusão

A membrana em repouso é polarizada PMR é mantido por


• Concentração desigual de iões de Na+ e K+ • Difusão de iões Na+ e K+
fora e dentro da célula e – Difusão através de canais
• Permeabilidade diferente da membrana a passivos – canais de vazamento
estes e outros iões. – Canais voltagem dependentes:
• Membranas são muito permeáveis aos fechados durante PMR
iões K+ e Cl- e muito pouco aos iões Na+. – Maior permeabilidade da
• Impermeáveis a iões negativos membrana em repouso ao ião K+.
intracelulares grandes (A-1,2) • Transporte activo de iões Na+ e K+
• (K+) interna > externa; (Na+) externa > mantém os gradientes de
interna concentração
• K+ tendem a difundir-se para fora mais – Bomba de ATPase-Na+/K+ evita o
rapidamente do que os Na+ para dentro. eventual equilíbrio dos iões Na+ e
• K+ saem da célula, mas ficam retidos A− K+ através da membrana
plasmática, o qual ocorreria só
• Resultado : electronegatividade na face por difusão.
interna da membrana.
Pode ocorrer alteração do
PMR?
Se ocorrer alteração de:
• Gradientes de
concentração de K+
• Permeabilidade a K+ e Na+
• Concentrações
extracelulares de Ca2+

PMR
O PMR (mV) do axónio pode variar:
1. Em caso de diminuição – despolarização – uma linha que se desloca
para cima a partir do PMR;
2. Em caso de aumento – hiperpolarização – uma linha que se desloca para
baixo a partir do PMR.

PMR
− 70 mv
Tipos de Alterações no potencial da membrana em repouso

Diferença de potencial= − 70 mV

Diminui a diferença Aumenta a


de potencial = < 70 diferença de
Valor de mV potencial =
repouso= > 70 mV
membrana
polarizada

− 70 mv

Despolarização Repolarização Está Hiperpolarização


Está a aproximar-se da a afastar-se da neutralidade, 0
Continuou a despolarizar e
neutralidade, 0mV mV e a aproximar-se de –70mV
ultrapassou os –70mV
“Normal”: [K+]fora< [K+]dentro
Se houver alteração do gradiente de concentração de K+ ?
Se Ý [K+]fora então Se ß [K+]fora então
“ß polaridade” na membrana: o PR + próximo “Ý polaridade” na membrana: o PR + afastado
do limiar. Mais fácil ocorrer um PA do limiar. Mais difícil ocorrer um PA
+50− +50−

PM(mV)
PM(mV)
LIMIAR LIMIAR
0− 0−
Despolarização
Hiperpolarização
–50− –50−
PR PR
–70− –70−

–100− Tempo(ms) –100−


Tempo(ms)
Aumento da [K+]extracelular Diminuiçãoda [K+extracelular
]

PMR
1. A singularidade dos neurónios em comparação com
outras células não é a produção e manutenção do
potencial da membrana em repouso (PMR).

2. É, sim, a possibilidade de interrupções repentinas


temporárias do PMR que ocorrem em resposta a
estímulos
3. 2 tipos de mudanças
a) Potenciais graduados (PG)
b) Potenciais de ação (PA)
Caso de um canal iónico ativado por ligando (molécula que se liga)

Exemplo, o canal iónico é uma proteína com sítio


recetor para se ligar a uma molécula (no exemplo, o
neurotransmissor acetilcolina)

Neurotransmissor
Na+
acetilcolina Quando a acetilcolina
Na+ se liga ao sítio recetor
Na+
do canal iónico, este
abre e deixa passar
iões de Na+
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Cell
membrane

Na+

Canal iónico que é Na+


uma proteína com
sítio recetor
Canais passivos
Sempre abertos
Em toda a extensão da membrana

Canais de Na+ activados por ligando ou por


outros estímulos (mecânicos, temperatura, etc.)
Nos dendrites e no corpo celular

Canais com ”portão” Canais de Na+ activados por voltagem


1. Em locais “específicos” Na zona de disparo e ao longo do axónio
2. Abrem/fecham sob efeito -Todo axónio (neurónios não-mielinizados)
do estímulo -Nódulos de Ranvier (neurónios mielinizados)

Canais de Ca2+ activados por voltagem


Na zona dos terminais axónicos
Características dos Potenciais Gradativos
1. A grandeza da despolarização depende da quantidade/intensidade do estímulo
2. Podem causar despolarização ou hiperpolarização da membrana
3. A força do PG diminui com o aumento da amplitude – afastamento relativamente
à da origem do estímulo devido ao vazamento de cargas e à resistência
citoplasmática
• Ausência de limiar e de período refractário

3
Quanto mais distante da origem do
PM(mV) 1 2 estímulo, mais fraco o potencial
PM(mV) PM(mV)
Despolarização Medição na Medição afastada da
0 − 0 − 0mV− origem origem
mV mV Hiperpolarização

−70mV − −70mV − −70mV −


Tempo Tempo Tempo
Estímulo Estímulo
fraco Estímulo forte
Características dos Potenciais Gradativos
1. “Relativamente” lentos e propagação com decremento – perde
“força” com a distância
2. Dirigem-se para a zona de “gatilho” (disparo)

Localondeocorreuo
estímulo

Terminalaxónico
deneuróniopré-
sináptico

Zonarecetivado
neuróniopós-
sináptico
Características dos Potenciais Gradativos
São aditivos – somação temporal e espacial

PM (mV) Adição (somação) de PG


A adição de estímulos A adição de estímulos por:
por: repetição rápida ao simultaneidade de vários
longo do tempo de um estímulos vindos de vários “lados”
estímulo no mesmo Somação Somaçãomas ocorridos no mesmo ponto
ponto temporal espacial

0 mV −

−70 mV −

Tempo
Estímulo X X X X X Y
Sequência de 3 estímulos X no Estimulação simultânea, no mesmo ponto:
mesmo ponto estímulo X + estímulo Y
Somação temporal e espacial

1-Somação temporal
Estímulos do mesmo
neurónio chegam
numa sucessão rápida

2-Somação espacial
Estímulos de neurónios
diferentes chegam em
simultâneo
São aditivos – somação
O que acontece, após o PG?

Terminação pré-
sináptica
Estímulo
−40
−55 Limiar
−70
mV
Tempo

Corpo celular −40


−55 Limiar
−70
mV
Tempo
Zona de
gatilho
−40
−55 Limiar
Axónio
−70 PG Sub-limiar
Ausência de PA mV
Tempo

Se atinge a zona de gatilho com força < limiar, não dispara qualquer potencial
de ação (PA)
O que acontece, após o PG?
Terminação pré-
sináptica
Estímulo
−40
−55 Limiar
−70
mV
Tempo
Corpo celular
−40
−55 Limiar
−70
mV
Tempo
Zona de gatilho

−40
Axónio −55 Limiar
−70 PG Supra-limiar
mV
Tempo
Geração de PA

Se atinge a zona de gatilho com força ≥ limiar, então dispara um (PA)


Se o valor do potencial da membrana
despolarizar, vai passando de – 70 para – 68, para
– 66, para – 64, ...
Até chegar a um valor LIMIAR (threshold) = (-55
mV)
Chegado aí, acontece uma despolariação intensa
e rápida – POTENCIAL DE AÇÃO (IMPULSO
NERVOSO)

LIMIAR

− 70 mv
(i) Se o estímulo for suficiente – atingir pelo menos o valor Limiar –, então o
neurónio responde ao estímulo.

a) Essa resposta é na forma de um sinal elétrico que se propaga por


grandes distâncias, ao longo da membrana do axónio.

b) Esse sinal elétrico é uma inversão do estado elétrico da membrana,


que:
ü era – (negativo) dentro e + (positivo) fora, e, depois do estímulo,
passa a ser,

ü + (positivo) dentro e – (negativo) fora, è a membrana


DESPOLARIZOU e passou a estar polarizada ao contrário.

c) Este fenómeno é um potencial de ação (PA),ou potencial em espiga


ou potencial invertido – IMPULSO NERVOSO.
PA é um fenómeno em feedback positivo
É auto-regenerativo
Abertura de canais Na +

voltagem dependentes
gera uma resposta em
Abertura de canais de Na + feedback positivo.
voltagem-dependentes

Þ... Î permeabilidade da
membrana ao Na +

Î abertura de mais canais de Na +

voltagem-dependentes Î influxo de Na +

Ï Potencial da membrana =
despolarização
Fases do potencial de ação

+35 − 4

Permeabilidade da membrana
0 −
3
PM (mV)

Potencial de ação

+
aos iões K e Na
Limiar (threshold)

+
–55 − 2
7
–70 −
1 Potencial
Estímulo gerador 6
Hiperpolarização
Potencial de
membrana em
repouso
Tempo(ms)
Fases do potencial de ação e alterações na permeabilidade da
membrana aos iões K+ e Na+

+35 − 4

5 Permeabilidade ao Na +
PM (mV)

Permeabilidade da membrana aos


0− 3 Potencial de
ação

+
Iões K e Na
Limiar
(threshold)

+
–55 − 2

7
–70 − Permeabilidade ao K +
1 Potencial
gerador 6
Estímulo
Hiperpolarização
Potencial de
membrana em
repouso

Tempo (ms) Tempo (ms)


92
Em axónios mielinizados: condução saltatória
• De um para outro nódulo de Ranvier
• Os canais iónicos concentram-se nos n. de Ranvier
• Condução rápida do PA

Influxo de Na no nódulo de
+

Ranvier causa potencial de acção Canais de Na voltagem


+

(lento mas sem decremento) dependentes abrem e geram o


potencial de acção seguinte, neste
local
Na +

Nódulo de Nódulo de
Ranvier Ranvier

Difusão de Na no interior do axolema até ao


+

nódulo seguinte (rápido mas com decremento)


Em axónios mielinizados: condução saltatória
Período refratário – Diminuição da sensibilidade a
um novo estímulo

Período refratário absoluto:


Período Período • Insensibilidade completa
refractário refractário
absoluto relativo • Portões de Na+ estão fechados,
+30mV • Portões de K+ ainda abertos, e a
célula não responde a outro
estímulo de qualquer grandeza
0mV • Dura menos que 1ms.
PM (mV)

• É o responsável pela propagação


unidirectional do PA e limita a sua
Limiar frequência
−55mV

PMR PMR Período refratário relativo


−70mV
Surge a seguir e dura 2ms;

Tempo (ms) Um estímulo de grandeza


superior ao do limiar pode
fazer disparar um segundo PA
O potencial de ação (PA) é um fenómeno do
tipo “tudo-ou-nada”.
Num dado axónio, o potencial de ação mantém
as suas características.

Potenciais de acção não variam de


grandeza: “iguais”entre si,para o
mesmo tipo celular e condições

+30 mV

0 mV

Potenciais gradativos:
variam de “grandeza”

−70 mV
Potenciais de acção

+30 mV

0 mV

Limiar
PM (mV)

Potencial
de repouso

−70 mV

Intensidade
do estímulo

Estímulo
limiar

Estímulos supra-limiares

Estímulo limiar (threshold) para despolarização ~ a uma alteração de 15mV a 20mV do estado de PR.
Atingido o limiar para a despolarização, é gerado um potencial de acção - resposta do tipo tudo-ou-nada:
o neurónio ou responde completamente, ou não responde.
Frequência do PA
• Nº de PA produzidos em
resposta a um estímulo
• Diretamente proporcional
à intensidade de estímulo
e à dimensão do
potencial local

Estímulos
• Limiar – mínimo capaz de produzir um PA
• Máximo – capaz de produzir a frequência máxima de PA
• Submáximo
• Supra máximo
4- SINAPSES
a) Tipos de sinapses
b) Transmissão sináptica química
c) Integração sináptica
d) Neurotransmissores e neuromoduladores
Tipos de sinapses

Axodendritic
synapses

Axosomatic
synapses

Axoaxonal
synapses

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Tipos de Sinapses (quanto ao padrão de comunicação)
Sinapses eléctricas (junções comunicantes ou “gap”)
Passagem directa e bidirecional de iões (corrente eléctrica) No músculo cardíaco
Þ PA

Em alguns neurónios do SNC

Alguns
tipos de
músculo
liso
Sinapses químicas
• Entre neurónios ou de neurónios para para
• Célula pré-sináptica liberta molécula transmissora células não-neuronais
(neurotransmissor ou neuromodulador) para fenda
sináptica • Se há libertação de um neurotransmissor
(NT) que pode:
Excitar a célula pós-sináptica e desencadear
um PA
Inibir a atividade da célula pós-sináptica
• Se há libertação de um neuromodulador,
pode influenciar a ação de outros terminais
sinápticos

ex. junção neuromuscular

Longitudinal
groove
Sinapse Neurónio – Neurónio
Neurónio pré-sináptico
Direcção de
propagação do sinal Neurónio pós-
sináptico
Axónio
Núcleo (segmento
inicial)

Cone
axónico Baínha de mielina
Corpo
celular ou
soma Dendritos

Neurónio
Terminal axónico
3
de neurónio
As sinapses podem ocorrer entre
1
1. Terminações axónicas de um neurónio e
os dendritos de outro – axodendrítica 4 Neurónio

2. Dois axónios (rara e pouco entendida) –


axoaxónica Terminal axónico
de neurónio
3. Dois dendritos –dendrodendrítica
2
4. Um dendrito e um corpo celular –
dendrossomática Terminal axónico
de neurónio
“Anatomia” da sinapse química

Sinapse
1. Célula pré-sináptica
2. Fenda sináptica Neurónio Pré-sináptico
Cada neurónio é capaz de comunicar com 3. Célula pós-sináptica
Direcção
muitos neurónios em simultâneo 1
do sinal
2 3 (impulso
nervoso)

Neurónio Pós-
sináptico

(a) Neurónio pré-sináptico em repouso

1 Mitocôndrias 4

5
8 6
7
9 3
10

2
Neurónio Pós-sináptico
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(b) Neurónio pré sináptico ativo
(1) Chegada do PA ao terminal axónico pré-sináptico
(2) Abertura de canais de Ca2+ voltagem-dependentes
(3) O cálcio entrado no neurónio liga-se a proteínas
ativando-as; estas desencadeiam exocitose de vesículas
contendo neurotransmissor (NT)
(4) NT difunde-se na fenda e liga-se ao receptor
(5) Resposta da célula ao NT

• Esta resposta termina quando o NT é removido da


fenda sináptica, através dos mecanismos:
a) Degradação (6) e.g.,de Ach pela
acetilcolinesterase (AChE)
b) Retoma (7)
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c) Difusão(8)
Remoção de neurotransmissores
Neurotransmissor + receptor « complexo neurotransmissor-receptor

•Acetilcolina
• Acetilcolinesterase
• Colina + acetato
•Norepinefrina
• Transporte ativo de volta ao terminal pré-sináptico
• Parte inativada pela monoamina oxidase e
catecol-0-metiltransferase
•Difusão dos neurotransmissores
• Remoção pelo fígado e rins
Um neurotransmissor pode ter mais do que um recetor

Exemplo
• Acetilcolina – receptores colinérgicos – nicotínicos e muscarínicos.
• Norepinefrina – receptores adrenérgicos – a e b – ligados a
diferentes proteínas G e diferentes 2ºs mensageiros
Sinapse química: resposta rápida e resposta lenta
Resposta Rápida: directa, iónica
ex. receptores de Ach nicotínicos A) Resposta rápida

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Resposta Lenta: indirecta, enzimática
ex. receptores de Ach muscarínicos

B) Resposta lenta, ligação direta B) Resposta muito lenta, com sistema de


segundo mensageiro
Copyright © 2008 Pearson Education, Inc., publishing as Benjamin Cummings.
B) Resposta muito lenta, com sistema de Segundo mensageiro
Ação do complexo neurotransmissor-recetor
Potenciais pós-sinápticos excitatórios e inibitórios
Se o NT causa influxo de catiões Þ
Despolarização local Þ
PEPS – potencial excitatório pós-sináptico
NT: acetilcolina e glutamina, causam abertura
de canais de Na+

Se o NT causa influxo de aniões Þ


Hiperpolarização local Þ
PIPS – potencial inibitório pós-sináptico
NT: glicina, causa abertura de canais de Cl -
NT: acetilcolina no coração, causa abertura de
canais de K+
Circuitos neuronais
– Os neurónios funcionam em circuitos especializados dedicados a tarefas diferentes
– Padrões de organização em circuito

Processamento em série Divergência

Processamento em paralelo

Convergência

Reverberação (prolongamento da estimulação


ao longo de um período de tempo)

Circuitos oscilatórios
ou Reverberantes
– Prolongam a resposta
– PA mais de uma vez
• Pós-descarga
Integração neural
É a soma de todos os inputs das várias sinapses no neurónio pós-sináptico que
determinam se o neurónio gerará um PA ou não

O que acontece quando muitos estímulos PEPS e PIPS no mesmo neurónio – todos estes
(inputs) sinápticos atingem um neurónio? potenciais são aditivos
Integração pós-sináptica
• Todos os PEPS e PIPS são aditivos e
• o resultado é o seu“somatório” – uns estimulam e outros inibem
Somação Espacial -
locais diferentes em
simultâneo
Somação
No SNC e em muitas sinapses
do SNP
• Um único PA pré-sináptico
é sublimiar e, por isso,
incapaz de produzir um Somação
PA pós-sináptico Temporal - mesmo
local, em sequência
Mas há: somação (um a seguir ao
outro)

• Espacial
• Temporal
• Combinada Somação
Combinada
• PEPS
• PIPS
Neurotransmissores e neuromoduladores
1. A ação dos Neurotransmissores
• Tipo de recetor
• Efeito do recetor na permeabilidade

2. Alguns neurónios são capazes de segregar mais do que


um neurotransmissor
3. Neuromoduladores
• Influenciam, a nível pré ou pós-sináptico, a
probabilidade de desencadear um PA no terminal
pós-sináptico ⟹ A comunicação através da sinapse é
regulada (modulada)
• Modulação pré-sináptica: inibição e facilitação
A comunicação através da sinapse é regulada (modulada)
•Modulação pré-sináptica: inibição e facilitação

Função comparada das sinapses


Axo-axónica
1. Funcionam como sinapses moduladoras, não iniciam o PA
2. Os neuromoduladores libertados alteram a quantidade de
neurotransmissores libertados, podendo ocorrer:
• Facilitação pré-sináptica (se excitam a sinapse) ou inibição pré-sináptica
(se inibem a sinapse)
• Selectiva
Axo-dendrítica e axo-somática
1. Excita ou inibe um neurónio pós-sinático
2. Não é selectiva
Inibição pré-sinápticaFacilitação pré-sináptica

Neurotransmissor

ex: Neuromodulador
• Endorfinas e encefalinasna
sensação de dor Neuromoduladores
• Inibição dos canais de cálcio Influenciam, a nível pré ou pós-
com portão de voltagem sináptico, a probabilidade de
desencadear um PA no terminal pós-
sináptico
Inibição Pré-sináptica • O resultado do estímulo do neurónio 2 sobre o neurónio 3 depende do
estímulo (no caso inibitório) do neurónio 1 sobre o neurónio 2
• A inibição pré-sináptica, reduz a quantidade de NT libertado pelo neurónio
2 , podendo reduzir a probabilidade de ocorrência de um PEPS
Neurónio 1

Neurónio 3

NT: GABA
Neurónio 2

Neurónio 1

1. O NT GABA libertado pelo neurónio 1


inativa canais de Ca2+ no neurónio 2.
2. Por isso, quando o neurónio 2 dispara
um PA, liberta menos NT.
3. Então, é reduzido o efeito do NT do
neurónio 2 sobre o neurónio 3.
Neurónio 2
O resultado do estímulo do neurónio 2 sobre o neurónio 3 depende do
Facilitação Pré-sináptica estímulo (no caso inibitório) do neurónio 1 sobre o neurónio 2

Neurónio 1 NT: Serotonina

1. O NT serotonina libertado pelo


neurónio 1 ativa canais de Ca2+ no
neurónio 2.
2. Por isso, entra mais cálcio no neurónio
2, que liberta mais NT.
3. Então, é aumentado o efeito do NT do
neurónio 2 sobre o neurónio 3.

Neurónio 2
Mecanismos de remoção de neurotransmissores da fenda sináptica
A atividade do NT tem uma duração muito breve
Desactivação Quando uma enzima “destrói” a molécula de NT
Retoma Quando a molécula do NT se desliga do receptor é retomada pela membrana
pré-sináptica
através de moléculas proteicas transportadoras presentes na membrana.
Difusão Da fenda sináptica para o sangue e remoção (degradação) no fígado e rins

Desactivação, quando uma enzima “destrói” a molécula de NT.


– Ex. Acetilcolina (Ach) pela enzima acetilcolinesterase (AChE).
– Resulta acetato e colina; a colina é reciclada no neurónio
pré-sináptico

Anti-colinesterases, e.g. gás dos nervos ou insecticidas


impedem degradação de Ach causando
dessensitização sináptica, paralisia e morte

Retoma,
• Ex. Norepinefrina é transportada ativamente de regresso ao
terminal pré-sináptico
• Parte inativada pela enzima monoamina oxidase (MAO)
Neurotransmissores no
sistema nervoso Drogas que atuam na transmissão sináptica
1. Excitatórios • Aumentam ou
• Acetilcolina • Diminuem o efeito dos neurotransmissores
• Exemplos: Cafeína, Nicotina, Álcool e outras drogas
• Aspartato
• Dopamina
• Histamina
• Norepinefrina (noradrenalina)
• Epinefrina (adrenalina)
• Glutamato
• Serotonina
2.Inibitórios
• GABA
• Glicina
Principais classes de neurotransmissores
Fluxo de informação no SN 1 1. Sinal (estímulo)

2 2. Transdução do sinal:
conversão da forma de
energia, ex. mecânica, em
3 eléctrica
Alternância entre:
3. Potencial receptor (PG)
• potenciais graduados (PG)
• potenciais de acção (PA) 4 4. Série de PA’s ao longo do
axónio (segundo um código
baseado em número e
frequência)

5 5. Libertação de NT

6 6. Potenciais pós-sinápticos (PG)


(podem ser PEPS e PIPS)

7. Série de PA’s ao longo do


axónio (segundo um código
7 baseado em número e
frequência)

8 8. Libertação de NT
9. Potenciais pós-sinápticos (PG)
9 (podem ser PEPS e PIPS)

Fonte: Echert, Animal Physiology


Plasticidade sináptica
A eficácia da transmissão sináptica no cérebro é
dependente da atividade e é continuamente modificado.

Alteração da função dos neurónios em


resultado da experiência
Os neurónios alteram a sua capacidade de
intercomunicação ao longo do tempo e
com o seu funcionamento

Sob a forma de:


• Adição e remoção de ligações (novas sinapses)
• Fortalecimento dos circuitos
• Adição de novas células para criação de novos circuitos
• Etc.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Encéfalo e Medula espinal

Função: Processamento da informação, integração dos


processos mentais e iniciação da resposta à informação

Protegidos por:
• Ossos do crânio e da coluna vertebral,
• Meninges e
• Líquido cefalorraquidiano
“Divisões” do encéfalo
Cérebro anterior

1- CÉREBRO*
Corpo caloso
• Circunvoluções: nos 2- DIENCÉFALO

mamíferos a superfície •Tálamo Glândula


•Subtálamo pineal
do cortex cerebral tem •Epitálamo
“dobras enroladas” – o •Hipotálamo
neocortex
• Fenda inter-hemisférica Sistema
hipotálamo-hipófise
• Sulcos Glândula
hipófise ou
pituitária
• Regos
TRONCO CEREBRAL
6- CEREBELO
3- Mesencéfalo
4- Protuberância ou ponte Medula espinal
5- Bulbo raquidiano

Coluna vertebral

(b) Secção sagital mediana do encéfalo * Cérebro hemisférico, ou


hemisférios cerebrais ou
telencéfalo
Processamento da informação no córtex cerebral

CADA LOBO CONTÉM ÁREAS SENSORIAIS PRIMÁRIAS (OU DE


PROJEÇÃO) E ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO.

1.Áreas de projeção ou áreas primárias – estão diretamente


relacionadas com sensibilidade e com motricidade; recebem
fibras sensoriais ou são ponto de partida de fibras eferentes.

• Os diversos tipos específicos de informações sensoriais


entram nas áreas sensoriais primárias.

2.Áreas de associação – não estão diretamente relacionadas


nem com sensibilidade, nem com motricidade.

• As áreas de associação adjacentes processam


caraterísticas particulares da informação sensorial e
integram as informações das diferentes áreas
sensoriais.
Homúnculo (de Penfield)
(do latim, homunculus, "homenzinho”,
plural homunculi), mostra a organização
do córtex
Regionalização de
funções

L.Frontal L.Parietal

No cortex somatossensorial
e no cortex motor os
neurónios encontram-se
distribuídos de acordo com

- a parte do corpo donde


provêm os estímulos Pés Genitália

Copyright©2005PearsonEducation,Inc.Publishingas
sensoriais

Campbell,N.eReece,J.Biology,7ªed.pplectures.
Lábios
Maxilares
- a parte do corpo que vai Língua
receber o comando motor Língua Faringe

Benjamincummings
Córtex motor Córtex
primário Órgãosabdominais somatossensorial
primário
Regionalização
de funções
Córtex motor primário: Áreas motoras Córtex somatossensorial primário: Áreas
envolvidas com o controlo voluntário dos sensoriais envolvidas com sensações cutâneas e
músculos outras

Movimentos da Motor Sensorial


escrita Córtex de associação sensorial: integração da
Área de Broca (área motora) informação sensorial (relaciona o objeto com
processamento da linguagem, Perna Perna experiências passadas para que ele seja
produção da fala e Tronco Tronco reconhecido)
Braço
compreensão Braço
Mão Mão
Córtex visual de
Face Face
Fala associação
Língua Língua
Gosto Fala
Córtex pré-frontal: Áreas Audição
envolvidas na tomada de decisões e Córtex visual primário:
de planeamento Olfato Visão processando estímulos visuais e
padrões de reconhecimento

Córtex auditivo primário: audição


Córtex visual de
associação
Córtex de associação
auditivo

Área de Wernicke ou área interpretativa geral Cerebelo: equilíbrio e


(conhecimento, interpretação e associação de coordenação
informações; reconhecimento das palavras,
compreensão da fala/linguagem)
Lateralização das
funções do córtex
a) Processo que ocorre durante o
desenvolvimento do cérebro.
b) Entre cada hemisfério,há uma certa
segregação e especialização em
determinadas funções
c) O hemisfério esquerdo torna-se mais
hábil em
1.linguagem,
Próximo das suas
2.operações matemáticas, operações extremidades, muitos
axónios dos feixes
lógicas,

443-07168-3
Fonte: Gray's Anatomy: The Anatomical Basis of Clinical Practice, 39th edition (2004), C.V. Mosby, ISBN 0-
descendentes cruzam
3.processamento de sequências de para o lado oposto, ou
séries. decussam, facto em parte
responsável por cada
d) O hemisfério direito é mais hábil no metade do cérebro
controlar o lado oposto
1. reconhecimento de padrões, do corpo.
2. pensamento não-verbal
3. processamento emocional
SNC, Medula Espinal

“Visão”estrutural

Gânglio da raiz dorsal


(ou posterior) contém Sulco mediano
posterior Substância cinzenta
corpos celulares dos Canal central
Sulco mediano Substância branca
neurónios sensoriais anterior

Raiz posterior
(dorsal) do nervo
raquidiano Piamáter
Raiz anterior (interna)
(ventral) do nervo
raquidiano

Nervo Espaço subaracnóide


raquidiano, por
onde “entra”
informação Aracnóide
(média)
sensorial e “sai” o
comando motor
Espaço
subdural
Duramáter
(externa)
Medula espinal
Função: Reflexos medulares ou espinais; transmissão de
informação sensorial

Primeiro nervo cervical


Plexo cervical C1 8 pares de
C1–C5) nervos cervicais
Nervos
C8 raquidianos
Plexo braquial T1
(C5–T1) Encéfalo
12 pares de
nervos torácicos

Nervos
Plexo lombar T12 cranianos
(L1–L4) L1
5 pares de nervos Medula espinal
Plexo sagrado lombares
L5
(L4–S5)
5 pares de nervos
Nervo ciático S1
S5 sagrados

1 par de nervos
coccígeos
Exemplo: reflexo de retirada

1. Recetor sensorial, responde ao 2. Neurónio sensorial (aferente), cujo 3. Centro de


estímulo produzindo um axónio conduz impulsos do recetor para integração:
potencial recetor ou potencial o centro integrador interneurónio
gerador

Medula
espinhal

4. Neurónio motor (eferente), cujo axónio


conduz os impulsos do centro integrador para o
efetor

5. Efetor, músculo (ou glândula) que


responde aos impulsos do neurónio motor
Estímulo: temperatura (prato quente)
Início: Recetores
Células especializadas ou terminações de neurónios especializadas na transdução
(conversão) de estímulos (qualidade e intensidade de formas de energia) em sinais
elétricos (impulsos nervosos) codificados que são conduzidos até ao SNC.

Tipos básicos de recetores sensoriais:Quimio- , Mecano- , Termo- Foto


Perceção consciente Perceção inconsciente (não percebida
conscientemente)
Recetores centrais – Recetores periféricos Recetores periféricos
sentidos especiais – sensações
Olhos – Visão somáticas – Estímulos somáticos
Ouvidos – Audição e Pele – Toque, – mecanorrecetores, informam sobre
equilíbrio temperatura, distensão (comprimento) e tensão muscular
Fossas nasais (epitélio vibração, dor – Estímulos viscerais
olfativo) – cheiro ou Propriocetores – – quimiorrecetores, informam
odor Posição do corpo sobre químicos, pH e gases
Língua (papilas – osmorrecetores, informam
gustativas) – gosto ou
sobre osmolaridade
sabor
– barorrecetores, informam sobre
pressão sanguínea
Divisões Funcionais do SN
SISTEMA NERVOSO CENTRAL Processamento de informação, iniciação
Encéfalo das respostas e integração dos processos
Medula espinal mentais

SISTEMA Informação sensorial da Divisão Comandos motores da Divisão Eferente


NERVOSO Aferente ou Sensorial ou Motora
PERIFÉRICO

Sistema Nervoso
Somático

Divisão
Parassimpática Entérica Simpática

Receptores sensoriais Receptores sensoriais


especiais (sentidos somáticos: monitorizam
especiais): músculos esqueléticos, Músculo Músculo liso
Sensação de olfato, articulações, superfície esquelético Músculo cardíaco
gosto, visão, audição e corporal; sensação de posição,
toque, pressão, dor e Glândulas
equilíbrio temperatura

Receptores sensoriais viscerais: monitorizam órgãos EFECTORES


internos, incluindo cardiovasculares, respiratórios, digestivos,
urinários e reprodutores
RECEPTORES
– Sendo os músculos órgãos efetores, a sua inervação difere consoante o tipo de
músculo.
– Algumas glândulas também são órgãos efetores cuja atividade é controlada pelo
sistema nervoso autónomo.

SNC
Neurónios
(Medula espinal) do Sistema Nervoso Periférico

Neurónio
sensorial Receptores

Neuróniomotor
somático
Músculos
esqueléticos

Neuróniomotor
autónomo Músculo liso
Músculo cardíaco
Glândulas
Gânglio

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