QUE NOS ENSINA O que é família? A família é muito mais do que um simples grupo de pessoas unidas de qualquer jeito e vivendo juntas na mesma casa. É muito mais do que isso, ela é a célula mãe da humanidade. Quando Deus quis que a humanidade existisse, projetou-a baseada na família, por isso ela é sagrada. Não foi um Papa, um Bispo ou um Cardeal que a instituiu, mas o próprio Deus, para que ela fosse o berço e o escudo de proteção da vida humana na Terra. A família é sagrada, porque foi criada por Deus para ser a base de toda a sociedade. Ninguém jamais destruirá sua força, por ser ela uma instituição divina.
O Concílio Vaticano II chamou a família de “Igreja
doméstica” (LG, 11), onde Deus reside e é reconhecido, amado, adorado e servido; e ensinou que “a salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS,47). São João Paulo II chamou a família de “Santuário da vida” (Carta às Famílias,11) e “patrimônio da humanidade” (LG,11).
Ele disse: “A família é uma comunidade insubstituível por
qualquer outra”.
Jesus habita com a família cristã, nascida no Sacramento
do Matrimônio; Sua presença, nas Bodas de Caná da Galileia, significa que o Senhor quer estar no meio da família, ajudando-a a vencer todos os seus desafios. Jesus entrou na nossa história pela família; fez o primeiro milagre numa festa de casamento e viveu 30 anos numa família. O Concilio Vaticano II disse: “Se é certo que Cristo ‘revela plenamente o homem a si mesmo’, faz através da família onde escolheu nascer e crescer” (GS,2). “Desta maneira, a família constitui o fundamento da sociedade” (GS,52). Deus nos criou para vivermos em família, como Ele mesmo é uma Família, Três Pessoas distintas em uma única natureza.
Quando o Catecismo fala da família, começa dizendo que: Jesus, ao vir
ao mundo, não precisava necessariamente viver em uma família, mas Ele assim o quis, para deixar-nos o seu exemplo e ensinamento sobre a nobreza e santidade da família. Quis ter uma mãe e um pai (adotivo), e foi obediente e submisso a eles (cf. Lc 2,51). Jesus não precisava ter um pai terreno, já que o Seu Pai é o próprio Deus. Mas Ele quis ter um pai adotivo, legal, como chamavam os judeus. Quando José quis abandonar Maria, em silêncio, para não difamá-la, Deus mandou o Anjo dizer-lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois, o que nela foi concebido veio do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho a quem tu porás o nome de Jesus” (Mt 1,20-21). É como se Deus dissesse a José: eu preciso de você, eu quero você para ser o pai diligente da sagrada Família. Os pais geram os filhos, mais aqui é o Filho quem escolhe o seu pai. A Família de Nazaré nos dá uma lição de vida familiar. Como disse Paulo VI: “Que Nazaré nos ensine o que é família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu cárater sagrado e inviolável (…). Uma lição de trabalho…” (05/01/64). A família é uma escola de virtude e de santidade para todos. Vivendo na família de Nazaré, Jesus nos ensinou a importância da submissão e obediência dos filhos aos pais.
Ele, mesmo sendo Deus, se fez obediente àqueles que Ele
mesmo criou e escolheu para seus pais. Cumpriu em tudo o quarto mandamento que manda “honrar” os pais.
Mais do que ninguém obedeceu à Palavra de Deus que diz:
“Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro”. “Quem teme o Senhor honra pai e mãe” (Eclo 3). São Paulo, em Colossenses 3,12-21, nos convida a nos vestir das seguintes virtudes: misericórdia, bondade, mansidão, paciência, tolerância e perdão recíproco, tudo muito bem alinhado com a caridade. Essas são as virtudes que sempre encontramos na Sagrada Família e que são necessárias para se viver em comunidade e na vida conjugal. Todas as relações existentes numa família ali se encontram: responsabilidade, paternidade, maternidade, filiação.
A Sagrada família de Nazaré, leva-nos a meditar a família
de Jesus e, nela a nossa família e todas as famílias cristãs. Sagrada Família de Nazaré!
A ela confiemos nossas famílias e
todas as famílias do mundo inteiro: “Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa.