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Recursos minerais,

O que é a filosofia?
energéticos e
hidrogeológicos
Recurso natural

•Toda a substância e forma


de energia passível de ser
aproveitável pelo ser humano.
Os recursos são um bem de
natureza geológica existente na
crusta terrestre, potencialmente
explorável.
Incluem todos os depósitos de um
material, descobertos e não
descobertos.

Os recursos atualmente
considerados não rentáveis para
exploração poderão passar a ser
considerados rentáveis no futuro,
devido, por exemplo, ao aumento
de preço do recurso ou à maior
facilidade e rentabilidade na sua
extração, na sequência do
desenvolvimento de tecnologias
mais avançadas.
As reservas são os recursos já
conhecidos e que são exploráveis
do ponto de vista legal e
económico/rentável (de acordo
Recursos conhecidos e explorados do
com as condições tecnológicas, ponto de vista económico.
ambientais e de mercado).
Recursos geológicos Substâncias extraídas da geosfera.

Classificam-se, quanto à sua origem, em:

Minerais Energéticos Hidrogeológicos


Todos os materiais sólidos Substâncias ou Água acumulada nas
extraídos da crusta, utilizados manifestação de calor rochas do subsolo.
devido às suas propriedades interno da Terra, usados
físicas e químicas. na produção de energia.
Os recursos geológicos classificam-se,
quanto à sua disponibilidade, em:

Não renováveis Renováveis


Extraídos a taxas superiores à da sua reposição, Quando são repostos por processos naturais a uma
podendo ocorrer o seu esgotamento. Exemplos: taxa superior à da sua extração, não se esgotando.
combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás Exemplo: geotermia, água, vento, sol, mar, biomassa.
natural), energia nuclear.
Os recursos geológicos classificam-se,
quanto à sua utilização, em:

Energéticos Não energéticos

Recursos usados para produzir energia Recursos usados como matérias‐primas ou outros
(energia elétrica, calorífica ou mecânica). benefícios (por ex.: para lazer).
Recursos hidrogeológicos

A hidrogeologia estuda o
armazenamento e circulação da água
nas formações geológicas.

Permafrost - tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por


terra, gelo e rochas permanentemente congelados.
Recursos hidrogeológicos
• Correspondem a reservatórios de água
subterrânea que existem em formações
rochosas, designados por aquíferos.

Formação geológica capaz


de armazenar água e com
características que permitem
a sua extração de forma
economicamente rentável.
Recursos hidrogeológicos
Recursos hidrogeológicos
Recursos hidrogeológicos
Porosidade – Corresponde ao volume total de espaço entre os grãos ou cristais que formam as rochas.
A porosidade determina a quantidade de água que uma rocha pode conter.
As rochas sedimentares têm geralmente maior porosidade do que as rochas ígneas e as rochas metamórficas. Nos
sedimentos ou nas rochas sedimentares consolidadas, a porosidade depende do tamanho, forma, calibragem e do grau de
cimentação.
 Os sedimentos de
grão grosso com formas
regulares têm,
geralmente, maior  Como os cimentos tendem a
porosidade do que os de preencher o espaço dos poros,
grãos finos, porque os rochas sedimentares altamente
grãos que os constituem cimentadas têm menor
não se encaixam bem. porosidade.

 Rochas com grãos mal


calibrados têm, normalmente,
menor porosidade, uma vez que
os grãos finos tendem a
preencher os espaços abertos.

Fonte: https://www.tulane.edu/~sanelson/eens1110/groundwater.htm
Recursos hidrogeológicos
Porosidade

 A porosidade das rochas


aumenta quando estas
apresentarem fraturação.
Recursos hidrogeológicos
Permeabilidade – Capacidade da rocha permitir a circulação de água. Quanto mais permeável for
a rocha, maior é a velocidade de deslocação da água através dela.

Geralmente, uma rocha com baixa porosidade tem baixa permeabilidade.


No entanto, a alta porosidade não implica necessariamente elevada permeabilidade. É o que
acontece quando:
Os poros são de pequenas dimensões.
As argilas são rochas bastante porosas, Contudo, os
poros são muito pequenos e encontram-se
preenchidos por uma fina camada de água que é
permanentemente atraída pelos grãos minerais, o
que inviabiliza a circulação da água.

Não existe intercomunicação entre os poros.


Os basaltos vacuolares (com vacúolos) são rochas
com elevada porosidade. Contudo, como os poros
não estão interligados, a rocha tem baixa
permeabilidade.
Recursos hidrogeológicos
Recursos hidrogeológicos
Recursos hidrogeológicos
Recursos hidrogeológicos

Conjugando as duas características, porosidade e


permeabilidade:
• formações constituídas por materiais arenosos serão
muito porosas e permeáveis, constituindo assim os
melhores aquíferos.
• formações constituídas por materiais argilosos, com
poros de dimensão reduzida e com pouca ou
nenhuma ligação entre eles, apresentando deste
modo baixa permeabilidade.
Recursos hidrogeológicos
Desde que a água, após a
ocorrência de precipitação (chuva,
neve ou granizo), chega à
superfície terrestre e se vai
infiltrando até atingir o aquífero,
ela atravessa diferentes zonas.

Zona de Zona de
aeração saturação
(ou zona (ou zona
não saturada)
saturada)
Constituição de um aquífero

Zona de aeração
• Poros preenchidos essencialmente por ar.

Zona de saturação
• Poros completamente preenchidos com água.

As duas zonas são separadas


pelo nível hidrostático/freático.
Recursos hidrogeológicos

Nível hidrostático ou freático -


profundidade a partir da qual
aparece a água.
Este nível é variável de região para
região e, na mesma região, varia ao
longo do ano.
Recursos hidrogeológicos

Zona de aeração - entre a


superfície do terreno e a superfície
a que se encontra a água
subterrânea, (nível freático).
Nesta zona, os poros, entre as
partículas do solo ou das rochas,
são ocupados por água e por ar.
Recursos hidrogeológicos

Zona de saturação - tem como


limite superior o nível hidrostático
e o limite inferior uma formação
geológica impermeável e de
porosidade muito reduzida ou
mesmo nula.
Nesta zona, todos os poros da rocha
estão completamente preenchidos
com água, daí chamar-se zona de
saturação.
Recursos hidrogeológicos

Solo (permeável)

Rocha permeável

Aquífero
Zona de aeração

Rocha impermeável Zona de saturação


Recursos hidrogeológicos
Podem classificar-se dois tipos de aquíferos com características e comportamentos distintos:

• Aquífero cativo ou
• Aquífero livre
confinado
Tipos de aquíferos

• Os aquíferos são classificados


de acordo com o tipo de recarga
(reabastecimento de água).

Aquífero livre (recarga direta)

Aquífero cativo (recarga lateral)


Recursos hidrogeológicos – Aquífero livre

Solo (permeável)

É uma formação geológica


cujo limite inferior é uma
camada impermeável e o Rocha permeável
superior é uma camada
permeável que corresponde
à zona de aeração. Zona de recarga – Zona de infiltração que alimenta o
Aquífero aquífero
Zona de aeração
É através da zona de
aeração que ocorre a
infiltração da água que vai
alimentar o aquífero – zona Rocha impermeável Zona saturada

de recarga.
Recursos hidrogeológicos – Aquífero livre

Solo (permeável)

Rocha permeável

Zona de recarga – Zona de infiltração que alimenta o


Aquífero aquífero
Zona de aeração

Todas as captações de água Rocha impermeável Zona saturada Aquífero

necessitam de sistemas de
bombagem.
Recursos hidrogeológicos – Aquífero cativo ou confinado

É uma formação geológica cujo


limite inferior e superior são
delimitados por camadas Zona de recarga
impermeáveis. Rocha permeável

Neste tipo de aquíferos a zona de Rochas


recarga é realizada lateralmente, impermeáveis
numa região permeável, sendo a
pressão da água superior à pressão
atmosférica. Aquífero
Recursos hidrogeológicos – Aquífero cativo ou confinado

Zona de recarga
Rocha permeável

Nível piezométrico – Nível


Rochas que a água atingiria se não
impermeáveis estivesse sob pressão.

Furo artesiano repuxante –


Como o nível piezométrico está
Aquífero
acima da superfície, a água jorra
do furo atingindo esse nível.
Recursos hidrogeológicos

 Captação feita abaixo


 Captação feita acima do nível
do nível piezométrico; a
piezométrico. É necessário uma
água sobe à superfície
bomba para extrair a água desde
sem o auxílio de bombas.
o nível freático até à superfície.
Recursos hidrogeológicos
Os aquíferos podem apresentar características e comportamentos distintos.

• Na sequência definida, é possível identificar duas


camadas com as características necessárias para
que possam ser consideradas bons aquíferos:
camada B e a camada D.
• O aquífero da camada B encontra-se limitado por
uma camada permeável (a camada A que lhe está
por cima e permite a recarga de água) e por uma
camada impermeável (a camada C que lhe está
por baixo).
• O aquífero da camada D encontra-se limitado por
duas camadas impermeáveis (a camada C que lhe
está por cima e a camada E que lhe está por
baixo).
Recursos hidrogeológicos
Os aquíferos podem apresentar características e comportamentos distintos.

• camada A: correspondente à zona de aeração (ao


longo da qual a água se infiltra)
• camada B: correspondente à zona saturada e que
constitui um bom aquífero (por exemplo, uma
camada arenosa)
• camada C: camada impermeável que não se
deixa atravessar pela água (por exemplo, uma
camada argilosa)
• camada D: camada com boa porosidade e boa
permeabilidade, ou seja, boas condições para ser
um aquífero
• camada E: substrato rochoso impermeável (por
exemplo, um granito são e não fraturado)
Recursos hidrogeológicos
Recursos hidrogeológicos - Gestão das águas subterrâneas

Ao mesmo tempo que aumenta a população, também aumenta a produção de resíduos e de outros
materiais considerados poluentes pelo que, atualmente, uma das grandes preocupações do ser humano não
é ter acesso a água, mas, sobretudo, garantir que é possível ter acesso a água de qualidade.

A poluição pode se classificada segundo três formas distintas

Poluição Poluição Poluição


física química bacteriológica
Contaminação da água subterrânea
Recursos hidrogeológicos - Gestão das águas subterrâneas
Recursos hidrogeológicos – Sobre-exploração dos aquíferos

A sobre-exploração de
um aquífero pode,
também, provocar a sua
poluição.
Retirar mais água do que
aquela que os aquíferos
são capazes de produzir
pode provocar alterações
químicas ou
bacteriológicas, que os
tornam impróprios para
consumo.
Extração excessiva
em zonas costeiras Lençol fr
eático
Nível do mar

ão
• A extração excessiva gera um défice a de
d i fu s
Zon
de água que é compensado pela Água salgada

deslocação de água oceânica,


produzindo-se uma intrusão salina.

Água fresca

Lençol fr Cone de
eático
depressão

Nível do mar

Água fresca

Intrusão de água salgada

Cone de ascensão
Recursos hidrogeológicos – Sobre-exploração dos aquíferos
Recursos hidrogeológicos
Legende a figura utilizando os seguintes termos:
1

1 – Área de recarga do aquífero cativo 2


2 – Nível freático/hidrostático 5
3 4 6
3 – Nível piezométrico do cativo
4 – Furo artesiano repuxante
5 – Área de recarga do aquífero livre 7
6 – Furo artesiano não repuxante 9
7 – Camada rochosa permeável 10
8
8 – Camadas rochosas impermeáveis
9 – Aquífero cativo
8
10 – Aquífero livre

Fonte:
https://www.ngwa.org/what-is-groundwater/About-groundwater/unconfined-or-water-table-a
quifers
Recursos minerais Estes recursos que a Terra nos disponibiliza resultam de processos de
formação e concentração muito lentos.
De acordo com as suas características químicas, é possível dividi-los em dois
grandes grupos:

Recursos minerais metálicos Recursos minerais não metálicos

O volfrâmio extraído na mina da Panasqueira é um recurso mineral metálico e o mármore explorado nas pedreiras
alentejanas é um recurso mineral não metálico.
Recursos minerais

Os recursos minerais metálicos correspondem às rochas e


aos minerais de onde são extraídos os diversos metais.
Os recursos minerais não metálicos correspondem a
minerais e rochas que são extraídos da crusta em pedreiras
e aproveitados pelas suas propriedades físicas e químicas.
Recursos minerais

Antes de se iniciar a extração dos recursos minerais, é necessária a realização


trabalhos e estudos preliminares, de forma a averiguar a exata localização e as
características do recurso.
Terminada a fase dos estudos preliminares e se, efetivamente, for confirmada a sua
rentabilidade económica, inicia-se a fase da extração. A durabilidade desta fase depende
bastante do tipo de minério e da dimensão do jazigo encontrado.
Quando o minério acaba ou a extração deixa de ser rentável, deve ser executado um
plano de encerramento e também, um plano de recuperação paisagística.
Recursos minerais
Recursos minerais metálicos
A exploração dos recursos
minerais metálicos é feita em
minas, que podem ser a céu
aberto ou subterrâneas.

Diferentes explorações de jazigos minerais (a céu aberto e subterrâneo).


Recursos minerais metálicos
São elementos químicos metálicos (ou metaloides) que se encontram distribuídos pela
crusta terrestre, fazendo parte da constituição de vários minerais e rochas em
associações muito diversas com outros elementos químicos.

Clarke - abundância média de um elemento químico na crusta terrestre, exprime-


se normalmente em partes por milhão (ppm) ou gramas por tonelada (g/t).

Quando estes elementos químicos ocorrem na natureza concentrados em


determinados locais, com um teor várias vezes superior ao do seu clarke,
poderemos estar na presença de um jazigo mineral.
Recursos minerais metálicos

• Num jazigo mineral, o material que é


aproveitável e possui interesse económico
designa-se minério.

minério
• O material que, no mesmo jazigo mineral, é
rejeitado por não ter interesse económico,
designa-se ganga ou estéril, correspondendo
assim à parte não aproveitável após o
processo de separação dos componentes
mineralógicos. ganga
Recursos minerais metálicos

A ganga é geralmente acumulada em


escombreiras, que são depósitos
superficiais dos materiais sem interesse
económico que é removido dos poços e
das galerias.
Recursos minerais metálicos

• A substância útil extraída é um metal;

• Exploram-se jazigos minerais;

• A exploração ocorre quando o teor do recurso


é superior ao seu clarke;
• É necessário extrair o minério da ganga;

• A ganga acumula-se em escombreiras.


Recursos minerais não metálicos

Minerais e rochas extraídos da crusta em pedreiras e


aproveitados pelas suas propriedades físicas e químicas.
Recursos minerais não metálicos

Os recursos minerais não metálicos serão os mais abundantes na natureza quando comparados com os recursos
minerais metálicos e, por norma, não atingem preços de mercado tão elevados.
Recursos minerais não metálicos

Portugal é um país relativamente rico em recursos minerais não metálicos. Entre estes, assumem particular importância,
como materiais de construção, o granito, o basalto, o xisto, o mármore, o calcário, as areias e as argilas.

Aplicação de granito no edifício da Reitoria


da Universidade do Porto.

Aplicação de calcário no edifício do Centro Cultural de


Belém (Lisboa).

(B) Aplicação de basalto no edifício do Centro de Monitorização e Investigação das Furnas (São Miguel).
Recursos minerais
não metálicos
Diversas rochas, como o calcário, o granito, o
basalto, o xisto ou o mármore, extraídas em
pedreiras, são utilizadas como materiais de
construção, de pavimentação e de
ornamentação. As areias, por exemplo, são
usadas no fabrico de argamassas e na produção
de vidro e as argilas na produção de tijolos e no
fabrico de loiça.
Recursos minerais – impactes

Pulmão com silicose e pulmão saudável.


Fonte: Escola de Medicina e Ciências da Saúde de Christchurch
(Nova Zelândia).
Recursos energéticos

Os recursos energéticos obtidos


da crusta terrestre são

Combustíveis fósseis Energia nuclear Energia geotérmica


(carvão, petróleo e gás – não renovável – renovável
natural) – não renováveis
Combustíveis fósseis

• Resultam da acumulação e evolução, ao longo


de milhões de anos, de restos biológicos
acumulados em bacias de sedimentação.

• Grande parte dessa matéria orgânica resultou


da fixação do dióxido de carbono e da captação
da energia luminosa durante a fotossíntese.

• O consumo de combustíveis fósseis acelerou a


emissão de CO2, um gás de efeito de estufa,
contribuindo para o aquecimento global.
Carvão
• Rocha carbonosa resultante da
incarbonização de material vegetal que
não foi completamente decomposto,
devido a um ambiente anaeróbio;
• É o combustível fóssil mais abundante
na crusta terrestre;
• É usado principalmente na produção de
eletricidade em centrais termoelétricas;
• É o combustível que liberta mais CO2
para a atmosfera;
• A sua combustão produz fumos e cinzas.
Petróleo e gás natural São hidrocarbonetos que resultam de resíduos orgânicos
acumulados em mares, ambientes lagunares e lacustres.

• Formam-se em ambientes
anaeróbios e em condições
geológicas e estruturais
específicas.

• Após abandonar a rocha mãe,


os hidrocarbonetos podem-se
acumular em reservatórios
como consequência de
armadilhas petrolíferas.
Energia nuclear

• A energia nuclear é obtida a partir da


fissão de átomos de urânio, retirados de
minerais com a torbernite e a autunite.

• A fissão é obtida em centrais nucleares.

• Uma das consequências é a produção


de grandes quantidades de calor,
aproveitado para a produção de
eletricidade.
Energia geotérmica
• Em algumas regiões da crusta
terrestre, o gradiente geotérmico
elevado permite o aproveitamento do
calor interno da Terra para a produção
de eletricidade e/ou para aquecimento.

• O aproveitamento ocorre em centrais


geotérmicas.

• É uma fonte de energia renovável.


É classificada de acordo com a temperatura do fluido em:

Energia geotérmica Energia geotérmica


de alta entalpia de baixa entalpia
( T > 150º C) ( T < 150º C)

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