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EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS GEOLÓGICOS

Escola Secundária Poeta Joaquim Serra

Exploração sustentada de
recursos geológicos

Montijo, 26 de Maio de 2009

Escola Secundária Poeta Joaquim Serra


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EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS GEOLÓGICOS

Biologia e Geologia
Professora: Madalena Cruz
Ano lectivo: 2008/2009

Exploração sustentada dos


recursos geológicos

Montijo, 26 de Maio de 2009

Índice

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EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS GEOLÓGICOS

Introdução......................................................................................pág. 4
Recursos geológicos......................................................................pág. 5
Recursos hidrogeológicos..............................................................págs. 6 a 11
• Reservatórios de água........................................................págs. 6 a 8
• Gestão das águas subterrâneas...........................................págs. 9 a 11
Recursos energéticos......................................................................págs. 12 a 16
• Combustíveis fósseis..........................................................págs.12 a 14
• Energia nuclear.................................................................pág. 15
• Energia geotérmica............................................................pág.16
Recursos minerais..........................................................................págs. 17 e 18
Conclusão.......................................................................................pág.19
Bibliografia....................................................................................pág.20

Introdução

Desde os tempos mais remotos que o Homem utiliza os recursos que a Terra lhe fornece
em seu beneficio. Por exemplo, os primeiros hominídeos tinham uma espécie de lanças

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e outros objectos cortantes feitos destes recursos (neste caso mineralógicos), com que
caçavam e cortavam a carne crua para comerem.
Assim, podemos definir recursos geológicos como toda a matéria proveniente da Terra e
que o Homem tem a possibilidade de usar.
Com o desenvolver da ciência e da tecnologia, o Homem torna-se cada vez mais
dependente destes recursos, que, muitos deles, não sendo renováveis esgotam-se.
Desta forma, devemos ter alguma cautela na forma como utilizamos os recursos
geológicos, para que as gerações futuras também possam usufruir deles.
De forma a minimizar a utilização dos recursos não-renováveis estão a ser descobertas
outras formas de obter esses recursos; estas novas formas são consideradas renováveis,
uma vez que as suas fontes são consideradas renováveis.
Neste trabalho vamos abordar os recursos geológicos, que se podem dividir em recursos
hidrogeológicos, energéticos e minerais.

Recursos geológicos

Os recursos podem ser divididos em recursos


renováveis e recursos não renováveis. Como
recursos não renováveis podemos definir
todos os recursos que o Homem gasta mais

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depressa do que a Terra consegue repor. Por vezes é utilizada a escala da vida humana
para definir os recursos (os recursos não renováveis são aqueles que se gastam e não são
gerados pela Terra em menos de 100 anos).
Os principais recursos não renováveis utilizados pelo Homem são o carvão e o petróleo
devido à sua rentabilidade energética. A demora na formação de mais petróleo e carvão
leva-os à exaustão. Para formar alguns litros de petróleo são necessários milhares de
anos e o Homem gasta-o em dezenas ou centenas de anos.
Já os recursos renováveis são aqueles que a Terra gera mais depressa do que o Homem
os consome ou são aqueles que se renovam num período de tempo inferior a 100 anos.
(a energia eólica, a energia hídrica, a biomassa e outros são recursos renováveis).
Os recursos utilizados pelo Homem encontram-se em reservas. As reservas são
depósitos disponíveis para o Homem, donde o recurso pode ser legalmente extraído de
forma rentável. A rentabilidade depende do estado económico do país, num momento a
exploração de uma reserva pode não ser rentável e sê-lo mais tarde.

Recursos hidrogeológicos

Muitas vezes o nosso


planeta é chamado de
Planeta Azul. Foi-lhe
dada esta
designação
porque a maior parte do
nosso planeta está
coberto por água. Mas,
apesar desta grande
quantidade de

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água, a verdade é que cerca de 97% é água salgada e apenas 3% é água favorável ao
Homem. Destes 3% mais de metade está congelada logo, apesar de toda a água do nosso
planeta apenas uma parte muito pequena pode ser utilizada pelo Homem. Assim é
necessário proteger esta água (doce), utilizá-la de forma inteligente, sem a poluir e
desperdiçar.

• Reservatórios
de água

A água, tal como os


outros recursos,
encontra-se em reservas – os reservatórios de água – e, sendo a hidrosfera um
subsistema dinâmico, a água está em constante movimento de uns reservatórios para
outros, segundo o ciclo da
água.

O sol transfere a energia às


reservas para que a água
evapore para a atmosfera. Na
atmosfera a temperatura
diminui, a água condensa e mais tarde precipita devido à força da gravidade. Da água
que cai na Terra uma parte cai sobre rios, oceanos e lagos e outra grande parte cai sobre
os continentes, acabando por escorrer ou infiltrar-se no solo. Estes tipos de reservatórios
subterrâneos são designados aquíferos.
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Um aquífero é um reservatório de água no subsolo donde se pode retirar água de forma


economicamente rentável. Dependendo da porosidade ou permeabilidade o aquífero
pode armazenar mais ou menos água.

Porosidade
A porosidade resulta de espaços não preenchidos nas rochas. Esses espaços são os poros
ou vazios, que apesar de não estarem preenchidos por rocha, estão preenchidos por água
ou ar.
Conforme a forma dos poros a rocha pode ser porosa ou fissurada. As rochas porosas
são rochas porosas são rochas sedimentares detríticas que, se apresentarem grãos de
tamanho semelhante tem porosidade elevada, enquanto, se tiverem grãos de tamanho
diferente a porosidade é menor. Os poros das rochas fissuradas são denominados
fracturas ou fissuras dependendo do seu desenvolvimento. Este tipo de poros podem ser
criados pelo movimento de placas (origem mecânica) ou pela precipitação de carbonato
de cálcio (origem química). Este tipo de rochas apresentam porosidade inferior às
rochas porosas, excepto nas situações extremas.

Permeabilidade
A permeabilidade é a maior ou menor facilidade com que a rocha se deixa atravessar
pela água. Se os poros estão em contacto uns com os outros ou as estão fissuras abertas,
a rocha apresenta elevada permeabilidade. Se os poros não estão em contacto e as
fissuras não estão abertas, então a rocha tem baixa permeabilidade.
As rochas muito porosas, com boa permeabilidade e grandes sedimentos constituem os
melhores aquíferos. Mas, se os poros não estiverem em contacto uns com os outros e se
forem pequenos, a permeabilidade é
menor e as rochas com estas
características formam maus aquíferos.

Zonas de aquíferos

Desde que a água atinge a superfície,


que está susceptível de se infiltrar nos
solos. Quando a água se infiltra
atravessa duas zonas distintas: uma zona mais superficial, a zona de aeração, e uma
zona mais interna, a zona de saturação.

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Por zona de aeração entende-se a zona mais superficial do aquífero, constituída por
poros que não estão preenchidos por água, mas que podem conter ar. O limite superior
desta zona é a superfície e o limite inferior é a zona onde começa a aparecer água, este
limite pode ser chamado nível hidrostático.
A zona de saturação inicia-se no nível hidrostático e termina, normalmente, numa
formação geológica impermeável e de fraca porosidade. Os poros que existam estão
cheios de água (daí a designação zona saturada).
Por nível hidrostático entende-se a profundidade a que se inicia a zona saturada. O nível
difere com a estação do ano. No Inverno, o nível hidrostático está mais próximo da
superfície e no Verão, este nível está a maior profundidade.

Tipos de aquífero

Os aquíferos podem ser confinados, livres, semi-confinado e cársico. O aquífero


confinado é aquele em que os limites são impermeáveis, sendo que todo o aquífero está
limitado por zonas impermeáveis e a sua pressão interior é superior à pressão
atmosférica. Um aquífero livre é aquele que está limitada por uma camada de rocha
impermeável, na base, e outra permeável, na superfície, sendo a pressão no aquífero
igual à pressão atmosférica. No aquífero semi-confinado, um dos limites ou ambos
permitem a transferência de água para outro aquífero. O aquífero cársico é aquele que
contém cavidades formadas por dissolução de calcários, permitindo uma rápida
passagem da água.
• Gestão das águas
subterrâneas

Com a explosão demográfica actual


um problema que preocupa os
Hidrogeologistas é a possível
contaminação dos aquíferos, por
resíduos e outros materiais poluentes.
Assim, a poluição pode ser física, química ou bacteriológica. A poluição física acontece
quando as características físicas da água se alteram (alteração da temperatura ou da
radioactividade). A poluição química consiste na libertação de substâncias, para a água,
que alterem a sua qualidade, assim como a sua aparência, cheiro e gosto. A poluição
bacteriológica ocorre quando seres microscópicos surgem na água tornando inviável.

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As principais substâncias poluentes das águas subterrâneas são:

✔ Nutrientes azotados (eutrofização)


✔ Sais
✔ Substâncias radioactivas
✔ Materiais em suspensão
✔ Seres Vivos
✔ Petróleos e óleos
✔ Produtos químicos dissolvidos.

Desta forma, as actividades humanas que mais contribuem para a poluição dos aquíferos
são: a actividade agrícola, a actividade urbana e a actividade industrial.

Poluição de origem agrícola

Para aumentar a produtividade, muitas vezes, os agr agricultores usam adubos,


pesticidas e outros, que não sendo totalmente absorvidos pelas plantas, são arrastados
pelas águas da chuva, podendo infiltrar-se e contaminar as águas subterrâneas, uma vez
que contêm nitratos e fosfatos que são substâncias tóxicas.
As principais fontes de poluição agrícola são
• Utilização de fertilizantes em zonas permeáveis e de aquíferos;
• Continuo lançamento de resíduos animais sobre o solo;
• O excesso de utilização de pesticidas.

Poluição de origem urbana

Um dos maiores problemas relacionados com o aumento da população é a produção dos


resíduos sólidos urbanos. Mesmo sendo
depositados em aterros sanitários, os resíduos
sofrem alterações, tornando-se perigosos para
os aquíferos. As águas lixiviantes são um dos
factores que mais perigo apresenta para estas
águas subterrâneas, uma vez que se não forem
tratadas podem contaminar as águas de forma

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irremediável. Também, os esgotos contribuem para a poluição, visto que contêm


matéria orgânica, compostos não degradáveis, vírus e outros.
Um aquífero sujeito a esta poluição sofre um aumento de mineralização, de temperatura,
alteração da cor, sabor e odor.

Poluição de origem industrial

As principais indústrias poluentes são a metalúrgica, a petroquímica, a farmacêutica e a


electroquímica. Geralmente, não é a indústria em si que causa a poluição, mas sim os
produtos libertados por elas, para as águas subterrâneas ou os derrames de substância
durante o seu transporte.
A sobreexploração de um aquífero também constitui uma forma de poluição, uma vez
que retirar água em excesso de um aquífero pode causar alterações ao nível químico e
bacteriológico nas águas que lá permanecem. O caso mais típico de sobreexploração
acontece ao nível dos aquíferos costeiros, onde a retirada de água em excesso propicia o

avanço da água salgada subterrânea. Quando a água salgada atinge as captações mais
próximas do mar, o aquífero já não tem recuperação.

Uma forma de preservar a água é usá-la de


forma racional, sustentada, para se evitar a
sua poluição e evitar o seu esgotamento, uma
vez que a maior parte da água utilizada pelo
Homem é utilizada, de forma incorrecta,
sendo a sua maior parte desperdiçada.

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Recursos energéticos

Ao longo do tempo tem-se verificado que o consumo de energia aumentou de uma


forma exponencial desde os primeiros hominídeos que necessitavam de procurar
alimento, do desenvolvimento da caça, da pesca e da agricultura até à industrialização e
às sociedades tecnológicas.
Devido a este aumento do consumo de energia o Homem foi explorando cada vez mais,
diversas fontes de energia tais como: os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás
natural), energia hidroeléctrica, geotérmica, nuclear, etc.

Combustíveis fósseis

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Os combustíveis fósseis são materiais que caso a sua exploração intensiva continue
podem esgotar, sendo por isso considerados recursos não-renováveis.
O seu consumo intensivo contribui para a ocorrência de problemas ambientais, como o
aquecimento global, a degradação da camada do ozono e as chuvas ácidas.
Os factores que intensificam a sua utilização são o crescimento demográfico e o
desenvolvimento tecnológico, nomeadamente a substituição da mão-de-obra por
máquinas.

✔ Petróleo

Para satisfazer as necessidades mundiais deforma


rápida e eficiente, a exploração dos hidrocarbonetos
“deu-se de forma rápida e gananciosa”, agravando
ainda mais os problemas ecológicos contribuindo para
“o pico de produção de hidrocarbonetos convencionais
– peak oil – previsto entre 2007 e 2011”. Por isso, a maior preocupação é encontrar
alternativas, sendo uma dessas propostas, as areias betuminosas (tar sand) que são
misturas de hidrocarbonetos pesados com areias, águas e argilas. São considerados
hidrocarbonetos não convencionais e são economicamente mais rentáveis.
Como se pode produzir energia a partir destes hidrocarbonetos contribui para a
diminuição progressiva da eficiência energética.
As áreas florestais são destruídas dando lugar a enormes crateras, pois são retirados
grandes blocos de areia e hidrocarbonetos do solo, que são separados utilizando vapor
de água de águas aquecidas sendo estas utilizadas cerca de 17 vezes. Após a sua
utilização tornam-se escuras, tóxicas e mal cheirosas, cujo tratamento ainda está em
desenvolvimento.
Deste modo torna-se difícil substituir os combustíveis fósseis por fontes alternativas não
convencionais, porque o rendimento energético, o armazenamento, o transporte e a
segurança são inferiores.

✔ Carvão

O carvão é utilizado maioritariamente nas centrais


termoeléctricas para produzir energias. O enxofre é um

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composto existente no carvão que é libertado para a atmosfera, durante a queima do


carvão formando dióxido de enxofre, que reagindo com o vapor de água forma ácido
sulfúrico, que por sua vez propicia chuvas ácidas. Estas chuvas ao atingirem a superfície
terrestre provocam alguns problemas:

• Morte de peixes e plantas aquáticas;


• Acidificação dos solos, reduzindo a sua produtividade;
• Corrosão dos edifícios e esculturas ao ar livre.

A utilização de combustíveis fosseis leva a libertação de dióxido de carbono. A sua


presença na atmosfera ajuda a manter a temperatura dentro dos limites propícios à vida,
pois retém o calor na Terra – efeito de
estufa.
À medida que o dióxido de carbono se
acumula na atmosfera, a temperatura à
superfície aumenta, porque a quantidade
de calor retido é maior, provocando
grandes catástrofes.
A utilização de combustíveis fósseis traz
vantagens e desvantagens. Algumas
vantagens são:

• Reservas para algumas décadas;


• Rentabilidade;
• As tecnologias associadas a estes
combustíveis são muito desenvolvidas.

Algumas desvantagens são:

• A libertação de dióxido de carbono para a atmosfera;


• As chuvas ácidas;
• A poluição;
• Recursos não renováveis.

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Outros recursos energéticos:


✔ Energia nuclear:

A energia nuclear foi descoberta por volta do século XX, com a realização de
investigações sobre a radioactividade. Esta resulta da desintegração de átomos que
libertam energia e radiação. A desintegração de átomos de urânio é muito energética,
comparando a energia libertada pela desintegração do urânio com a energia libertada
pela queima do carvão, constata-se que o urânio é muito mais energético do que o
carvão (cerca de 3000000 de vezes).
Alguns aspectos positivos da energia nuclear são:

• Recurso não poluente e sem emissão de dióxido de carbono.


• Forma de energia muito rentável;
• A existência de muito urânio.

Alguns aspectos negativos são:

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• Elevado custo de manutenção e construção das centrais;


• Elevado risco ambiental (Chernobyl);
• A produção, transporte e armazenamento muito perigosos;
• Difícil eliminação dos resíduos.

✔ Energia geotérmica

O calor proveniente da Terra tem origem na


desintegração de elementos radioactivos
produzindo grandes quantidades de energia. É
este calor que constitui a energia geotérmica.
O gradiente geotérmico é a variação de
temperatura desde a superfície até ao núcleo
em função da profundidade. Essa variação
origina uma corrente de calor (fluxo
geotérmico) que se manifesta através de
vulcões, géisers ou nascentes termais.
Uma central geotérmica deve ser construída preferencialmente em zonas de divergência
de placas. Para transportar o calor até à central geotérmica é utilizada a água. Quando
esta circula no interior da Terra e passa pelas zonas onde o calor é produzido, é
aquecida, o que a faz subir, sendo então aproveitada.
Relativamente à temperatura que é atingida num aproveitamento geotérmico existem
dois tipos de aproveitamento:

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• Elevada entalpia (superior a 150º)


• Baixa entalpia (entre 50º e 150º)

O aproveitamento de alta entalpia, o calor é utilizado para produzir energia eléctrica.


O aproveitamento da baixa entalpia é utilizado no aquecimento e produção de águas
sanitárias.

Algumas vantagens deste tipo de energia são:


• Baixa emissão de gases poluentes;
• Baixo risco ambiental;
• Em zonas de elevada entalpia, o
rendimento e a eficiência são
elevados.

Alguns aspectos negativos são:


• Dificuldade em aceder às fontes de
calor;
• Poucos locais com interesse geotérmico
Recursos minerais

Os recursos minerais podem ser divididos em dois grupos: os recursos minerais


metálicos e os recursos minerais não metálicos.

• Recursos minerais metálicos

Os minerais existem na natureza em quantidades distintas, assim a abundância do


mineral é definida por clarke, cuja unidade é expressa em partes por milhão (ppm) ou
gramas por tonelada (g/ton).
Quando um mineral é encontrado na natureza numa quantidade superior ao valor do seu
clarke, então dizemos que poderemos estar perante um jazigo mineral.
Num jazigo, o material que se aproveita é o minério e o que é desprezado é a ganga ou
estéril.
Um problema que os mineiros enfrentam é saber o que fazer aos materiais estéreis,
sejam eles em grande quantidade ou pequena quantidade.

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Para procurar recursos minerais são utilizados


métodos de prospecção. A prospecção pode ser
feita directa ou indirectamente e pode ser
divida em geofísica, geoquímica e mecânica.
Sendo que a primeira se divide em sísmica,
gravimétrica, eléctrica, magnética.

• Recursos minerais não metálicos

Os recursos minerais não metálicos são mais abundantes do que os recursos minerais
metálicos. Este tipo de recursos, após serem transformados, são essenciais para o
Homem. Alguns destes materiais são as areias e o granito, que apesar de não serem
considerados importantes, são fundamentais para a sociedade, uma vez que são
utilizados na construção e decoração. (Por exemplo: o vidro é feito de areia.)

As rochas magmáticas têm uma dureza elevada, proveniente duma elevada quantidade
de sílica, o que as torna mais resistentes perante as alterações. É esta razão que permite
à rocha magmática ser utilizada para vários fins, como construção civil, revestimentos
de exteriores e interiores.
As rochas metamórficas também são utilizadas para o benefício do Homem,
especialmente na construção civil (coberturas de telhados, exteriores e interiores de
habitações), sendo a principal rocha utilizada a ardósia.
Os calcários também já foram muito utilizados na construção e na ornamentação. Obras
como o Mosteiro dos Jerónimos e o Mosteiro da Batalha são feitas essencialmente de
calcário, mas devido à poluição atmosférica têm vindo a degradar-se.
As areias ao serem constituídas por quartzo, que é de muito difícil degradação têm um
lugar privilegiado na construção civil. Também as argilas são muito utilizadas no
fabrico do papel, no fabrico de cimento, na indústria metalúrgica e na cerâmica.

• Problemas ambientais da actividade mineira

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A actividade mineira pode ser esquematizada em três fases: a primeira é a extracção do


minério, a segunda é o seu tratamento para separação do material estéril e a terceira é o
tratamento do minério.
A fase que constitui maiores problemas é a segunda, uma vez que o material estéril se
acumula em grandes quantidades formando as escombreiras. Estando mal consolidados
podem provocar o desabamento de terrenos.
Os materiais da escombreira ao estarem sujeitos à água das chuvas sofrem lixiviação,
contaminando os aquíferos, tornando a sua água imprópria para consumo.
Como os materiais extraídos sofrem moagem, formam-se pequenas partículas que ao
serem espalhadas pela água e pelo vento, poluem os aquíferos e os terrenos agrícolas,
respectivamente.

Conclusão

Hoje em dia, os recursos de que a Terra dispõe estão em perigo, visto que o Homem os
está a usar de forma irracional. Normalmente, as pessoas pensam que um recurso como
a água nunca acaba, que existe muita água nos oceanos, mas esquecem-se ou não sabem
que essa água não pode ser usada e que a água que pode realmente ser utilizada existe
numa fracção muito pequena e, como consequência, utilizam-na descontroladamente,
até nos hábitos de higiene a água gasta é o
dobro da necessária. Também os recursos
energéticos e minerais são sobre explorados.
Os recursos energéticos, como o carvão ou o
petróleo são extraídos em grande quantidade
do interior da Terra, podendo criar
desequilíbrios e levar a que estes recursos
deixem de existir. Nestes casos devem ser preferencialmente utilizadas fontes de energia
renováveis, como o vento, o sol, a energia interna da Terra ou a desintegração de
átomos radioactivos. A extracção de recursos minerais em grande escala provoca uma
grande quantidade de desperdícios, que mais tarde afectam todos os subsistemas da
Terra.
Assim, é necessário levar a cabo um desenvolvimento sustentável de forma que as
gerações presentes e futuras possam usufruir dos recursos de que a Terra dispõe. O

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EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS GEOLÓGICOS

Homem não pode utilizar os recursos da Terra como se esta lhe pertencesse por direito.
A Terra é de todos os seres que nela habitam e não apenas do Homem.

Bibliografia
• Guerner Dias, A., Guimarães, Paula e Rocha, Paulo (2008), Geologia 11,
Biologia e Geologia 11ºano, Areal Editores.
• http://www.ineti.pt

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