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A.L. 1.

1 – Movimento
num plano inclinado:
variação da energia cinética e
distância percorrida
Objetivo geral
Estabelecer a relação entre a variação da energia cinética e
distância percorrida num plano inclinado e utilizar processos de
medição e tratamento estatístico de dados.
Fundamento teórico
● No movimento de translação ao longo de um plano inclinado, considerando-se

desprezáveis os efeitos das forças de atrito, o corpo está sujeito


apenas a duas forças, o peso e a reação normal:

● De acordo com o Teorema da Energia Cinética, a variação da energia

cinética é igual ao trabalho da resultante das forças aplicadas no


corpo durante esse movimento que, neste caso, corresponde ao trabalho

realizado pelo peso:


EC  WFr  EC  WP  WN  EC  WP
● Uma vez que o corpo desce ao longo do plano inclinado, o trabalho

realizado pelo peso é positivo, verificando-se por isso, um aumento da


energia cinética e, consequentemente, um aumento da velocidade do
corpo;
● Para calcular a variação da energia cinética, é necessário determinar,

previamente, a velocidade inicial e a velocidade final;

● Como o corpo é abandonado no plano inclinado, então a velocidade

inicial é nula;
● O valor da velocidade final pode ser determinado indiretamente

recorrendo a uma célula fotoelétrica e a um digitímetro como mostra a


figura:
● Através da célula fotoelétrica e do digitímetro (cronómetro digital) pode

determinar-se o intervalo de tempo, que a tira opaca fixada na

extremidade do carrinho, interrompe o feixe da célula: quando o feixe de


luz é interrompido pelo início da passagem da tira opaca fixada no carrinho o
digitímetro inicia a contagem do tempo e, logo que a tira opaca atravessa a
célula fotoelétrica o digitímetro pára a contagem do tempo;
● Conhecendo o intervalo de tempo que a tira opaca demora a passar

na célula fotoelétrica e sabendo que nesse intervalo de tempo é percorrida


uma distância igual à largura da tira opaca é possível determinar a
velocidade com que o carrinho passa na célula fotoelétrica;
● Uma vez que o intervalo de tempo que a tira demora a passar na

célula fotoelétrica é muito reduzido, nesse intervalo a velocidade


mantém-se praticamente constante e por isso é possível aplicar a
lei do movimento retilíneo uniforme para determinar a velocidade com
que o carrinho passa na célula;
● Assim:
d
v em que:
t
d – largura da tira opaca, m

● A variação da energia cinética do carrinho é determinada

indiretamente recorrendo a medições diretas da massa e do


intervalo de tempo, usando para isso, balanças e cronómetros digitais;
● Uma vez calculada a ΔEc para diferentes distâncias percorridas ao longo do

plano inclinado é possível traçar o gráfico da variação da energia cinética

em função da distância percorrida ,ou seja, ΔEc=f(d);


● Uma vez que :
WFr  WFg
WFg  Fg xdx cos 
● Pelo Teorema da Energia Cinética vem :
E c  WFg
E c  Fg xdx cos 

● Assim, no gráfico da ΔEc=f(d):

declive = Fgcosα ou declive =mgcos α

● Como α=90- pode escrever-se:


declive=mgcos (90-) ou declive= mgsen , uma vez que cos (90-) = sen

● Da análise da expressão do declive conclui-se que o declive da reta no

gráfico ΔEc=f(d) depende da massa do corpo e da inclinação do


plano inclinado:
Þpara a mesma massa, quanto maior a inclinação do plano inclinado

maior o declive, uma vez que:


maior inclinação  maior   maior seno maior declive

 para a mesma inclinação, quanto maior a massa do corpo, maior o

declive;
● Assim, nesta atividade, pode estudar-se como é que varia o declive da

reta do gráfico ΔEc=f(d) com a massa do carrinho e com a inclinação


do plano inclinado;
MATERIAL
● Plano inclinado;
● Carrinho;
● Tira opaca de 5mm de largura;
● Balança digital;
● Célula fotoelétrica;
● Cronómetro digital, digitímetro;
● Fita métrica ou régua;
● Suporte universal e garra;
● Nas medições diretas, conseguidas com uma única medição, o resultado

da medida deve vir afetado da incerteza de leitura;


● Quando uma medida direta é obtida recorrendo a uma série de

medições nas mesmas condições, dever-se-á indicar o valor mais


provável da grandeza medida e a respetiva incerteza absoluta
(desvio máximo) ou incerteza relativa;
ESQUEMA DE MONTAGEM
QUESTÕES PRÉ - LABORATORIAIS
1. Considera um carrinho que desce um plano inclinado, com força de atrito
desprezável. Identifica as forças que atuam sobre o carrinho.
As forças que atuam no carrinho são o peso e a reação normal.
No entanto, ele move-se apenas sob a ação do seu peso. A reação normal é
anulada pela componente Fgy (a componente do peso na direção do eixo OY). A

força responsável pelo movimento do carrinho é Fgx (a componente do peso na

direção do eixo OX).


 
2. Indique o tipo de energia que carrinho tem quando se move ao longo de um
plano inclinado.
Um corpo que se move ao longo de um plano inclinado tem energia cinética e
energia potencial gravítica. A energia cinética de translação está associada ao
movimento de translação do corpo e a energia potencial gravítica associada à
posição do corpo relativamente à Terra.
 3. Pretendendo-se determinar a energia cinética do carrinho, quais as
grandezas que devem ser medidas? Classifique cada uma das medições a
realizar como medições diretas ou indiretas.
Como: Ec=1/2mv2
Será necessário determinar-se:
- a massa (m) do corpo – recorrendo a uma balança.
- a velocidade (v) atingida pelo corpo num dado instante – recorrendo a uma
régua ou craveira, célula fotoelétrica e digitímetro.
A medição da massa, do comprimento e do intervalo de tempo serão medições
diretas enquanto a medição da velocidade será indireta.
 
4. Explique o modo de funcionamento da célula fotoelétrica e qual a grandeza
que esta permite medir.
Através da célula fotoelétrica e digitímetro pode-se determinar o intervalo de
tempo durante o qual a "bandeira" do carrinho interrompe o feixe da célula.
Quando o feixe de luz é interrompido, pelo início da passagem da “bandeira” do
carrinho, o digitímetro inicia a contagem do tempo e, logo que a “bandeira”
passa o digitímetro pára a contagem.
É assim possível determinar o intervalo de tempo ∆t que o carrinho leva a
completar um percurso de comprimento xi (comprimento da “bandeira”).
 
5. Como se pode determinar experimentalmente o valor da velocidade do
carrinho no instante em que atravessa a célula fotoelétrica?
O valor da velocidade ao atravessar a célula fotoelétrica é determinado
indiretamente, através da expressão:
d
v
t
Onde:
d, corresponde ao comprimento do objeto que interrompe o feixe da célula
fotoelétrica;
t, o tempo registado pelo digitímetro correspondente a essa interrupção.
A velocidade assim medida corresponde a uma velocidade média que, sendo
determinada num intervalo de tempo muito curto, é próxima da velocidade num
dado instante.
Para que o intervalo de tempo seja reduzido poder-se-á colocar no carrinho uma
espécie de "bandeira" com um comprimento muito reduzido que poderá ser feita
com cartolina opaca (no caso de não existir essa peça anexa ao carrinho).
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Registar na tabela I as incertezas de leitura de todos os instrumentos de
medição (balança, digitímetro e fita métrica) utilizados na atividade;
2. Colocar uma tira opaca estreita (l=1cm) na extremidade do carrinho,
formando uma espécie de bandeira e registar o seu comprimento na tabela II;
3. Medir a massa (carrinho + tira opaca) e registar o valor na tabela II;
4. Efetuar a montagem do plano inclinado, registando a sua inclinação, ou seja,
o valor do ângulo  que o plano faz com a horizontal, na tabela II;
5. Colocar a célula fotoelétrica no plano inclinado de modo que a tira opaca a
intercete durante a passagem;
6. Registar a distância percorrida pelo carrinho entre a posição onde é largado e
a posição da célula fotoelétrica;
7. Ligar o digitímetro e largar o carrinho do topo do plano (garantir que parte
do repouso;
8. Registar o tempo de passagem da tira opaca pela célula fotoelétrica, valor lido
no digitímetro e registar na tabela II;
9. Repetir os passos 7 e 8 três vezes;
10. Repetir os passos 6,7,8 e 9 para pelo menos mais duas distâncias igualmente
espaçadas;
11. Colocar uma massa no carrinho, repetir os passos 6,7,8,9 e 10 e registar os
valores na tabela III;
12. Variar a inclinação do plano inclinado, repetir os passos 6,7,8,9 e 10 e registar
os valores na tabela IV;

NOTA:
As tabelas III e IV são iguais à tabela II.
REGISTO DE DADOS

TABELA I – Incertezas de leitura

Instrumento de medida Grandeza medida Incerteza de leitura

Digitímetro

Balança

Fita métrica
TABELA II – Variação da energia cinética em função da distância percorrida

Massa do carrinho + tira opaca=

Inclinação ()=

Largura da tira opaca =

Posição d/m Δt/s Δtmédio/s v/(m/s) ΔEc/J

C
TRATAMENTO DE DADOS
1. Determinar o valor mais provável dos intervalos de tempo medidos para cada
uma das distâncias e preencher a tabela II;
2. Determinar a incerteza relativa, em percentagem, associada ao valor mais
provável dos intervalos de tempo de cada posição e registar na tabela II;
3. Calcular os valores da velocidade com que o carrinho passa na célula
fotoelétrica e preencher a tabela II;
4. Calcular as energias cinéticas com que o carrinho passa na célula fotoelétrica
e preencher a tabela II;
5. Utilizando a calculadora gráfica traçar o gráfico da variação da energia cinética
do carrinho em função da distância percorrida no plano, ΔEc=f(d) , e
determinar a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de pontos
experimentais;

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