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MOVIMENTO DE UM CORPO QUANDO SUJEITO A UMA RESULTANTE DE FORÇAS NÃO NULA E NULA
APRENDIZAGEM ESSENCIAL
Investigar, experimentalmente, o movimento de um corpo quando sujeito a uma resultante de forças
não nula e nula, formulando hipóteses, avaliando procedimentos, interpretando os resultados e
comunicando as conclusões.
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Na elaboração da montagem deve ter-se em atenção que o corpo suspenso atinja o solo antes do
carrinho completar o seu trajeto na calha de forma a determinar a velocidade do carrinho quer quando
o fio o está a puxar, quer quando o fio deixa de estar em tensão.
A utilização de um eletroíman controlado remotamente permite garantir que o carrinho parte do repouso.
QUESTÕES PRÉ-LABORATORIAIS
Para melhor se compreender esta atividade laboratorial, convém fazer uma análise prévia, dando
resposta a um conjunto de questões pré-laboratoriais.
1. Que tipo de movimento se prevê que um corpo adquira quando sujeito a uma resultante de
forças não nula e nula?
Sir Isaac Newton, melhorando as ideias de Galileu, enunciou as leis fundamentais do
movimento, mais conhecidas por Leis de Newton. De acordo com a Segunda Lei de Newton
existe uma relação entre a resultante de forças e a aceleração a que um corpo está sujeito, que
se traduz matematicamente pela expressão: .
Assim, existindo uma resultante de forças não nula um corpo está sujeito a uma aceleração que
provoca a alteração da velocidade do corpo que apresentará movimento variado, acelerado ou
retardado consoante a aceleração apresente o mesmo sentido ou o sentido contrário à
velocidade do corpo. Se a resultante das forças for constante, o módulo da aceleração adquirida
pelo corpo é também constante, o que significa que o movimento é uniformemente variado.
Se a resultante de forças que atuam num corpo for nula, a aceleração do corpo é nula, o que
permite concluir que não há variação da velocidade:
Por outras palavras, quando a resultante das forças é nula, se um corpo estiver em repouso
continuará em repouso, mas se estiver em movimento, manter-se-á em movimento com a
velocidade constante apresentando um movimento retilíneo uniforme.
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EXPLORAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORATORIAIS
Carrinho sujeito a uma resultante de forças não nula. Carrinho sujeito a uma resultante de forças nula.
Nota: os esquemas não estão à escala.
Força que:
– a mesa exerce no carrinho: – a Terra exerce no carrinho: – a Terra exerce no corpo suspenso:
– o fio exerce no carrinho: – o fio exerce no corpo suspenso: – o solo exerce no corpo suspenso:
A. REGISTO DE DADOS
Exemplos de valores obtidos na realização da atividade.
TABELA I – Registos da massa dos corpos.
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EXPLORAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORATORIAIS
B. TRATAMENTO DE RESULTADOS
1. Com base nos dados adquiridos e/ou com as funções do sistema de aquisição automática de
dados obtenha o gráfico da componente escalar da velocidade do carrinho em função do tempo.
2. Utilizando a calculadora gráfica ou uma folha de cálculo e partindo dos dados recolhidos e da
análise do gráfico anterior, obtenha as equações das retas de ajuste correspondentes,
respetivamente, à parte do movimento em que a resultante das forças é não nula e a parte em
que a resultante das forças é nula.
Para realizar esta tarefa deve começar-se pela introdução, na calculadora gráfica ou na folha de
cálculo, dos valores do tempo e do respetivo módulo da velocidade, em duas colunas distintas,
depois construir-se o gráfico de dispersão com esses pontos e, posteriormente, adicionar-se a
reta de ajuste ao conjunto dos pontos experimentais.
t/s 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60
v / m s–1 0,00 0,02 0,05 0,07 0,10 0,12 0,14 0,17 0,20 0,23 0,25 0,28 0,31 0,34 0,37 0,39 0,41
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EXPLORAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORATORIAIS
Enquanto o carrinho está sujeito a uma resultante de forças não nula a equação da velocidade
que traduz o movimento do carrinho é:
v = 0,26 t − 0,0076 (m s–1)
Enquanto o carrinho está sujeito a uma resultante de forças aproximadamente nula a equação
da velocidade que traduz o movimento do carrinho é:
v = − 0,012 t − 0,43 (m s–1)
3. Com base nas equações das retas obtidas, obtenha as componentes escalares da aceleração e
da resultante das forças para cada umas das diferentes fases do movimento do carrinho.
Na primeira fase do movimento, como a velocidade aumenta de modo praticamente linear com o
tempo podemos considerar que o módulo da aceleração é constante, logo:
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C. ANÁLISE DE RESULTADOS
Comunique ao professor os resultados obtidos, destacando, entre outros aspetos:
✓ a análise do gráfico da componente escalar da velocidade em função do tempo;
✓ os tipos de movimento apresentado pelo carrinho quando sujeito a uma resultante de forças
não nula e nula;
✓ a qualidade das retas de ajuste ao conjunto de pontos experimentais;
✓ os valores obtidos para a componente escalar da aceleração e da resultante de forças do
carrinho quando sujeito a uma resultante de forças não nula e nula;
✓ a adequação dos procedimentos efetuados aos objetivos a alcançar nesta atividade.
Os resultados obtidos para o movimento de um corpo sujeito a uma resultante de forças não
nula e nula permitem concluir que o procedimento experimental foi adequado. Deve, no entanto,
salientar-se novamente a necessidade em selecionar um conjunto de atrito reduzido e um
comprimento de fio apropriado de forma a ser possível analisar o movimento do carrinho sujeito
a uma resultante de forças nula.
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EXPLORAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORATORIAIS
QUESTÕES PÓS-LABORATORIAIS
1. Compare os resultados obtidos experimentalmente com as leis apresentadas por Aristóteles,
Galileu e Newton sobre o movimento dos corpos.
Os resultados obtidos permitem concluir o que Galileu, e mais tarde Newton, afirmaram, ou seja,
que para que um corpo continue em movimento não é necessário que uma força esteja a atuar
sobre esse corpo. Um corpo em movimento continua com movimento retilíneo uniforme se a
resultante das forças que sobre ele atuam for nula. Ao contrário do que afirmava Aristóteles, se na
prática um corpo parar isso deve-se à atuação da força de atrito no sentido contrário ao
movimento.
2. Mostre que, sendo o atrito desprezável, o valor da aceleração do carrinho pode ser determinado
a partir das massas do carrinho e do corpo suspenso.
Sendo o atrito desprezável, as forças que atuam no carrinho e no corpo suspenso são:
A soma da força normal com a força gravítica do carrinho corresponde a um vetor nulo porque o
carrinho não tem aceleração nessa direção. Logo, pela Segunda Lei de Newton, a resultante das
forças aplicadas deve ser nula nessa direção. No entanto, estas forças não constituem uma par
ação-reação.
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EXPLORAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORATORIAIS
Aplicando a Segunda Lei de Newton, e tendo em conta que os corpos se movem em conjunto
com a mesma componente escalar da aceleração obtém-se:
Pelo que:
Se a força de atrito não fosse desprezável, enquanto o corpo suspenso estava em queda:
– a aceleração adquirida pelo carrinho seria inferior pelo que o declive no gráfico v = f(t), que
corresponde à componente escalar da aceleração, seria inferior;
– o módulo da velocidade máxima atingida também seria inferior;
– o tempo que o corpo suspenso demoraria a atingir o solo seria superior de modo que a área
definida pela linha do gráfico v = f(t) e o eixo das abcissas continuasse o mesmo pois
corresponde à distância do corpo suspenso ao solo.
Se a força de atrito não fosse desprezável, depois de o corpo suspenso embater no solo:
– o carrinho ficaria sujeito a uma resultante das forças não nula, com a mesma direção, mas
sentido contrário ao movimento pelo que a aceleração passaria também a ser negativa,
levando a uma diminuição linear do módulo da velocidade no gráfico v = f(t);
– o tempo que o carrinho demoraria a chegar ao final da calha também aumentaria.
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