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A.L. 1.

2 – Movimento vertical de
queda e de ressalto de uma bola:
transformações e transferências de energia
Objetivo geral
Investigar com base em considerações energéticas (transformações e

transferências de energia), o movimento vertical de queda e de

ressalto de uma bola.


Fundamento teórico
● Uma bola ao ser largada (do repouso) cai verticalmente, descrevendo

uma trajetória retilínea:

● Considerando a resistência do ar desprezável, o peso é a única força

que atua na bola durante a queda e como é uma força conservativa, a


energia mecânica do sistema bola+Terra mantém-se constante;
● Quando a bola atinge o solo colide com a superfície e habitualmente

sofre um ressalto na vertical (movimento de ascensão);


● Durante a queda, durante a colisão com o solo e durante a ascensão

ocorrem transformações e transferências de energia;

● No instante em que a bola é largada, a energia cinética é nula e por

isso a energia mecânica é igual à energia potencial gravítica, que

depende da massa da bola (m) e da altura inicial (altura de queda: hqueda):

(1)

● Durante a queda, a energia potencial gravítica transforma-se em

energia cinética de tal forma que, imediatamente antes de embater no


solo, a energia potencial converteu-se totalmente em energia
cinética pelo que imediatamente antes da colisão com o solo a energia
mecânica resume-se à energia cinética:

(2)

● Como se considera que há conservação da energia mecânica durante

a queda, é possível determinar o módulo da velocidade da bola


imediatamente antes de esta embater no solo (vantes da colisão), igualando as
equações (1) e (2):

● Se, ao colidir com o solo, a bola não ressaltar, então toda a energia

mecânica é dissipada: provavelmente ocorrem deformações permanentes da


● Se, ao colidir com o solo, a bola ressaltar, apenas uma parte da

energia mecânica é dissipada e a bola inicia a subida na vertical


com uma energia mecânica inferior à que tinha imediatamente
antes da colisão com o solo e atinge uma altura inferior à altura de
queda, chamada altura de ressalto;
● Durante o movimento vertical de ressalto da bola, considerando mais

uma vez a resistência do ar desprezável, o peso é a única força que

atua na bola pelo que no movimento de ascensão também há


conservação da energia mecânica;
● Assim, aplicando a conservação da energia mecânica ao

movimento de ascensão e sabendo que na altura máxima a


velocidade da bola é nula, é possível determinar a velocidade com a
que abola abandona o solo, ou seja, a velocidade da bola
imediatamente após a colisão:

● Várias experiências mostraram que:

Þse forem largadas bolas de materiais diferentes de uma mesma

altura de queda, elas atingem alturas de ressalto diferentes, após


colidirem com a mesma superfície;

Þ se forem largadas bolas de um mesmo material de uma mesma

altura de queda, elas atingem alturas de ressalto diferentes, após


colidirem com superfícies diferentes;
Þ quanto menor for a elasticidade das bolas e das superfícies onde

colidem, menores são as alturas de ressalto;


● Se as alturas de ressalto são menores para bolas/superfícies de

menor elasticidade, então conclui-se que nessas colisões há uma grande


quantidade de energia dissipada, ou seja, só uma pequena
percentagem de energia é transformada em energia útil, pelo que o
rendimento será baixo;
● O rendimento pode determinar-se pela expressão:
Em f
 x100
Emi
Emf – energia mecânica imediatamente após a colisão

E – energia mecânica imediatamente antes da colisão


● É habitual caracterizar o grau de elasticidade de uma colisão pelo

respetivo coeficiente de restituição, e, que, numa colisão com um alvo

fixo, como uma parede ou o solo, é igual à razão entre o módulo da


velocidade da bola após a colisão e o módulo da velocidade da
bola imediatamente antes da colisão:
v após a colisão
e
v antes da colisão
● Assim, o coeficiente de restituição está relacionado com a maior ou

menor elasticidade do par de materiais em colisão e pode variar


entre 0 e 1:
Þ0, quando a bola não ressalta, ou seja, quando toda a energia é
dissipada;
Þ 1, quando a bola ressalta e volta a atingir a altura inicial, ou seja,

quando não há dissipação da energia mecânica;

● Atendendo às expressões deduzidas anteriormente para a velocidade antes

e após a colisão, o coeficiente de restituição também se pode


determinar por:
mghressalto hressalto
e e
mghqueda hqueda

● Elevando os dois membros ao quadrado obtém-se:


2
 hressalto 
e 
2   e 2  hressalto
 hqueda  hqueda
 

● Assim, medindo várias alturas de queda e as respetivas alturas de

ressalto é possível traçar o gráfico da altura de ressalto em função da


altura de queda, hressalto=f(hqueda) e estudar a elasticidade da bola e da
superfície do solo, a partir da determinação do coeficiente de
restituição uma vez que no referido gráfico o declive é igual a e2:
declive  e 2
● Conhecendo o declive é possível determinar o coeficiente de restituição
uma vez que:
e  declive

● Uma vez determinado o coeficiente de restituição é possível

determinar o rendimento e a % energia dissipada durante a colisão


uma vez que: e2
Em f mghressalto hressalto
 x100    x100    x100    e 2 x100
Emi mghqueda hqueda
● A % de energia dissipada durante a colisão determina-se por:

% E dissipada  100  
MATERIAL E EQUIPAMENTO
● Calculadora gráfica;
● Cabos de ligação;
● CBR;
● Bolas de diferentes elasticidades;
ESQUEMA DE MONTAGEM
● Na calculadora gráfica ligada ao sensor vai obter-se o gráfico da distância

da bola ao solo , em função do tempo:

● No gráfico apresentado o primeiro máximo corresponde à altura de

queda e os restantes às alturas atingidas nos sucessivos ressaltos e


os mínimos aos instantes em que a bola choca com o solo;

● Assim, a análise do gráfico permite conhecer a altura de queda e a

altura dos ressaltos, bastando para isso mover o cursor; (Nota: a altura do 1º
ressalto será considerada a altura de queda antes do 2º ressalto e assim
● Com os dados do gráfico é possível organizar uma tabela

adequada ao registo dos valores medidos das alturas de queda e


alturas de ressalto e traçar a reta que melhor se ajusta ao conjunto
de pontos experimentais;
● O gráfico obtido será semelhante ao que a seguir se apresenta:
QUESTÕES PRÉ-LABORATORIAIS
1. Quando se larga uma bola de um certa altura ela ressalta. A altura do ressalto
será igual à altura de onde a largamos?
Em cada ressalto, existe dissipação de energia mecânica (ou de energia cinética)
na interação entre a bola e o solo;
Assim, a energia mecânica (ou a energia cinética ou o módulo da velocidade) com
que a bola sai do solo é inferior à energia mecânica (ou à energia cinética ou ao
módulo da velocidade) com que a bola chega ao solo;
Como existe conservação de energia mecânica quando a bola está no ar
(resistência do ar desprezável), a altura máxima atingida pela bola após cada
ressalto é sucessivamente menor;
2. Se se largar uma bola de futebol e uma de basquetebol, da mesma altura, a
altura do primeiro ressalto será igual em ambas as situações?
As duas bolas apresentam diferente elasticidade, logo, a altura do primeiro
ressalto será diferente. É mais próxima da altura de queda para a bola com maior
elasticidade. Quanto maior a elasticidade, menor será a variação da energia
mecânica e consequentemente menor será a % de energia dissipada;
3. Durante o movimento de queda e de ressalto de uma bola, considerando a
resistência do ar desprezável, quais são as transformações e transferências de
energia que ocorrem?
Durante a queda há transformação de energia potencial gravítica em energia
cinética enquanto que no ressalto há transformação de energia cinética em
energia potencial gravítica.
Na colisão há transformação de energia mecânica em energia interna e há
transferência de energia da bola para o solo.
4. Considerando a resistência do ar desprezável, indica se haverá conservação da
energia mecânica da bola em cada um dos seguintes momentos:
a) Durante a queda.
b) Durante o ressalto.
c) Durante a colisão com o solo.
Durante a queda da bola e durante o ressalto, desprezando a resistência do ar, a
energia mecânica da bola não varia, mantém-se constante.
Quando a bola colide com o chão deforma-se, sendo parte da sua energia cinética
transformada em energia interna e transferida para o solo e, por isso, a energia
mecânica da bola diminui após o choque.

5. Como se pode proceder para estudar o movimento de queda e de ressalto de


uma bola ao longo do tempo?
Para estudar o movimento de queda e de ressalto de uma bola ao longo do
tempo, poder-se-á optar por um de dois procedimentos:
- deixar cair uma bola, usando um sistema de aquisição de dados;
- deixar cair uma bola sucessivamente de alturas diferentes medindo-se as alturas
atingidas no primeiro ressalto;
A partir da informação obtida através do sensor obtém-se informação quanto à
altura de queda da bola em relação ao solo e quanto à altura atingida no respetivo
ressalto em relação ao solo.
No segundo caso, devem fazer-se pelo menos três medições para cada uma das
alturas de queda e encontrar o valor mais provável da altura do primeiro ressalto e
a incerteza associada.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Efetuar a montagem para a medição da altura de diferentes ressaltos de uma
bola;
2. Colocar a bola a cerca de 30cm do sensor de posição;
3. Acionar o sistema de aquisição de dados e simultaneamente largar a bola
(não atirar, para que não haja velocidade inicial) ;
4. Observar o gráfico registado na calculadora gráfica;
5. Registar os resultados obtidos na Tabela I;
6. Repetir o procedimento usando uma outra bola de elasticidade diferente;
7. Registar os resultados na tabela II;
REGISTO DE RESULTADOS
Tabela I – Alturas de queda e de ressalto para a bola 1

Altura de queda Altura de ressalto

hqueda/m hressalto/m
Tabela II – Alturas de queda e de ressalto para a bola 2

Altura de queda Altura de ressalto

hqueda/m hressalto/m
TRATAMENTO DE RESULTADOS
1. Representar graficamente a altura de ressalto em função da altura de queda,
hressalto=f(hqueda), utilizando os dados da tabela I e obter a equação da reta que
melhor se ajusta aos pontos experimentais e fazer o mesmo com os dados da
tabela II;
2. Determinar o coeficiente de restituição dos materiais, a partir do declive da
reta;
3. Com base nos valores dos coeficientes de restituição, comparar a elasticidade
das duas bolas;

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