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ESCOLA SECUNDÁRIA DE SÃO PEDRO DA COVA, GONDOMAR

Ficha de trabalho laboratorial nº1


1. Para investigar se o valor da aceleração da gravidade depende da massa dos corpos em queda livre, um grupo de
alunos usou duas células fotoelétricas, X e Y, separadas entre si por uma distância, 𝐷, constante, e ligadas a um
cronómetro digital e três esferas maciças de um mesmo material mas com diâmetros diferentes. A figura em baixo
representa um esquema da montagem utilizada.

Os alunos começaram por medir, com uma craveira, o diâmetro, 𝑑, de cada uma das esferas.
Realizaram, seguidamente, diversos ensaios para determinar:
– o tempo que cada esfera demora a percorrer a distância, D, entre as fotocélulas X e Y, ∆𝑡queda;
– o tempo que cada esfera demora a passar em frente à célula Y, ∆𝑡Y .
Tiveram o cuidado de largar cada esfera sempre da mesma posição inicial, situada imediatamente acima da célula
X, usando um eletroíman, de modo a poderem considerar nula a velocidade da esfera nessa célula (𝑣X = 0).
a) Selecione a expressão que permite calcular um valor aproximado do módulo da velocidade, 𝑣Y , com que cada
esfera passa na célula Y.
𝑑 𝐷 𝑑 𝐷
(A) ∆𝑡Y
(B) ∆𝑡Y
(C) ∆𝑡 (D) ∆𝑡queda
queda

b) O tempo que uma esfera demora a passar em frente à célula Y, ∆𝑡Y ,


(A) diminui se a distância 𝐷 aumentar.
(B) não depende da distância 𝐷.
(C) diminui se o diâmetro da esfera, 𝑑, aumentar.
(B) não depende do diâmetro da esfera, 𝑑.
c) Para cada uma das três esferas, A, B e C, os alunos
Esfera d / cm ∆𝒕Y / ms 𝒗Y / m s-1
mediram os valores do diâmetro, d, do tempo de
passagem das esferas pela célula Y, ∆𝑡Y , e da A 1,105 4,903 2,254
velocidade, 𝑣Y , com que cada esfera passa na célula
B 1,345 6,029 2,231
Y, apresentados na tabela à direita.
C 1,920 8,487 2,262
i. Com base nos valores das velocidades na tabela,
preveja, sem efetuar cálculos, se a aceleração gravítica depende da massa das esferas em queda livre.
ii. Os alunos obtiveram, em três ensaios consecutivos, os valores de tempo, ∆𝑡queda
, que a esfera B demora a percorrer a distância, D, entre as células X e Y, Ensaio ∆𝒕queda / ms
apresentados na tabela à direita. 1.o 222,6
Calcule o valor experimental da aceleração da gravidade obtido pelos alunos a 2.o 219,1
partir dos dados recolhidos do movimento dessa esfera.
3.o 218,8
Apresente todas as etapas de resolução.
iii. Calcule o valor da aceleração da gravidade obtido a partir dos dados recolhidos do movimento da esfera C,
sabendo que o erro percentual dessa medida é de 7,2%, por excesso.
Considere que o valor exato da aceleração gravítica é 9,8 m s−2.
d) Selecione o esquema onde estão corretamente representadas a aceleração, 𝑎⃗ , e a velocidade, 𝑣⃗, de cada uma
das esferas A e B quando passam no ponto médio entre a célula X e a célula Y.

(A) (B) (C) (D)

e) A velocidade média no deslocamento entre as células X e Y é metade da velocidade da esfera em frente da


célula Y, 𝑣Y .
Conclua, justificando, qual é a relação entre a velocidade da esfera no ponto médio e a sua velocidade média
nesse deslocamento, se maior, menor ou igual.
f) Selecione a opção que completa corretamente a frase: A aceleração de uma esfera em queda livre num certo
local da Terra…
(A) … é diretamente proporcional à força gravítica que nela atua.
(B) … é inversamente proporcional à massa da esfera.
(C) … não depende da distância, 𝐷, entre as células X e Y.
(D) … depende do diâmetro da esfera, 𝑑.
Respostas – ficha de trabalho laboratorial nº1
1. a) (A)
O intervalo de tempo que a esfera demora a passar pela célula Y, ∆𝑡Y , é muito pequeno, pelo que se pode afirmar que
nesse intervalo de tempo a velocidade da esfera é praticamente constante.Assim, pode calcular-se um valor
aproximado da velocidade em Y através da velocidade média correspondente a um deslocamento da esfera igual ao
seu diâmetro (no intervalo de tempo, ∆𝑡Y , de interrupção do feixe de luz na célula fotoelétrica, o módulo do
𝑑
deslocamento da esfera é igual ao seu diâmetro d): 𝑣Y = ∆𝑡 .
Y

b) (A)
Se a distância, 𝐷, aumentar, a esfera deverá demorar mais tempo para a percorrer, o que implica que adquira maior
velocidade, visto que se move com aceleração constante. Se passar em frente à célula Y com maior velocidade, irá
percorrer uma distância igual ao seu diâmetro em menos tempo. Ora, este é o intervalo de tempo, ∆𝑡Y .
c) i) Após terem percorrido a mesma distância, partindo do repouso, as velocidades com que as
três esferas, de massas diferentes, passam na célula Y são aproximadamente iguais.
Como, partindo do repouso, as variações de velocidade das três esferas são aproximadamente iguais para a mesma
distância percorrida, prevê-se que o tempo necessário para percorrer essa distância seja também o mesmo. Logo, as
suas acelerações são aproximadamente iguais.
Portanto, prevê-se que a aceleração de um corpo em queda livre, aceleração gravítica, não dependa da massa do
corpo.
ii) O valor mais provável do tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre as células X e Y é:
222,6 + 219,1 + 218,8
∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 = 3
ms = 220,2 ms = 0,2202 s .
O valor experimental da aceleração da gravidade obtido pelos alunos é:
𝑣Y − 𝑣X (2,231 − 0)m s −1
𝑔̅ = = 0,2202 s
= 10,1 m s−2 .
∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎

iii) O erro absoluto, 𝑒a , desvio do valor experimental em relação ao valor exato


(𝑔exato = 9,8 m s −2 ), pode ser determinado a partir do erro relativo:
𝑒a 7,2 𝑒a −2
𝑒r (%) = × 100% ⇒ = −2 ⇒ 𝑒a = 0,7 m s . Como, neste caso, o valor experimental
valor exato 100 9,8 m s
desvia-se do valor exato por excesso, concluiu-se que o erro é positivo.
O valor experimental é 𝑔exp = 𝑔exato + 𝑒a = (9,8 + 0,7) m s−2 = 10,5 m s−2.
d) (B)
A aceleração não depende da massa das esferas, sendo, portanto, a mesma para ambas. Na mesma posição, ambas
as esferas percorreram o mesmo deslocamento a partir do repouso, logo, demoraram o mesmo tempo e, sendo a
aceleração constante, apresentam velocidades iguais.
e) Como o movimento da esfera é uniformemente acelerado, o aumento de velocidade é diretamente
proporcional ao intervalo de tempo decorrido. Assim, a velocidade média é alcançada a metade do tempo de
percurso.A primeira metade do percurso é feita a velocidades menores, logo, é percorrida em mais tempo do que a
segunda metade. Portanto, o ponto médio entre as células é alcançado depois de ter decorrido mais de metade do
tempo total de percurso. Então, conclui-se que num instante posterior a metade do tempo de percurso – quando
alcança o ponto médio –, a esfera tenha uma velocidade maior do que a sua velocidade média em todo o
deslocamento.

f) (C)
Estando a esfera em queda livre significa que sobre ela apenas atua a força gravítica. Verifica-se que a aceleração,
devido a esta força, aceleração gravítica, é uma constante, ou seja, não depende da massa da esfera nem, num certo
local, da força gravítica.Sendo a aceleração gravítica uma constante característica da queda livre num determinado
local, esta não depende nem da distância, 𝐷, entre as células X e Y nem do diâmetro, 𝑑, da esfera

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