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Física para Universitários: Eletricidade e Magnetismo – Wolfgang Bauer, Gary D.

Westfall & Helio Dias

Potencial elétrico
 Vínhamos estudando o campo elétrico
 Próximo tópico: o potencial elétrico
 Observe a similaridade entre a força gravitacional e a força elétrica
 A gravitação pode ser descrita em termos de potencial gravitacional, e
mostraremos que o potencial elétrico é análogo
 Veremos como o potencial elétrico está relacionado a energia e
trabalho
 Veremos como podemos calcular o potencial elétrico do campo elétrico
e vice-versa
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Energia potencial elétrica (1)


 A força elétrica, assim como a força gravitacional, é uma
força conservativa
 Para uma força conservativa, o trabalho independe do caminho
 Quando uma força eletrostática atua entre duas ou mais cargas dentro de um
sistema, podemos definir a energia potencial elétrica, U, em termos do
trabalho realizado pelo campo elétrico, We, quando o sistema muda suas
configurações iniciais para alguma configuração final.
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Energia potencial elétrica (2)


 Como na energia potencial gravitacional ou mecânica, devemos especificar
um ponto de referência para o qual a energia potencial elétrica será definida
 Definimos a energia potencial elétrica como nula quando todas as cargas
estão infinitamente distantes umas da outras
 Podemos, então, escrever uma definição mais simples do potencial elétrico
tomando a energia potencial inicial como nula

U  U f  0  U  W
 O sinal negativo no trabalho:
 Se E realiza um trabalho positivo, então U < 0
 Se E realiza um trabalho negativo, então U > 0
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Campo elétrico constante


 Vamos verificar a energia potencial elétrica quando movemos uma carga
q a uma distância d em um campo elétrico constante

 A definição de trabalho é
 
W  F d
 Para um campo elétrico constante, a força é

 … então, o trabalho realizado pelo campo elétrico na carga é


 
W  qE  d  qEd cos 
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Campo elétrico constante: casos especiais


 Se o deslocamento for na mesma direção e sentido do campo elétrico

 Uma carga positiva perde energia


potencial quando se move nos mesmos
direção e sentido do campo elétrico.

 Se o deslocamento se dá em sentido
oposto ao campo elétrico

 Uma carga positiva ganha energia potencial quando se move no sentido


oposto ao do campo elétrico.
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Definição de potencial elétrico


 A energia potencial de uma partícula carregada em um campo elétrico
depende não apenas do campo elétrico, mas também da carga da partícula
 Queremos definir uma quantidade para verificar se o campo elétrico é
independente da carga do teste
 Definimos o potencial elétrico como

U “energia potencial por unidade de


V
q carga em uma partícula de teste”

 Ao contrário do campo elétrico, que é um vetor, o potencial elétrico é uma


escalar
 O potencial elétrico tem um valor em qualquer lugar no espaço, mas não tem um
sentido
 Unidades: Volt, símbolo V
1V = 1J/C
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Potencial elétrico V
 O potencial elétrico, V, é definido como uma energia potencial elétrica, U, por
unidade de carga
U
V
q
 O potencial elétrico é uma característica do campo elétrico, independentemente
de um objeto carregado ter sido colocado naquele campo
(porque U  q)

 O potencial elétrico é uma escalar

 O potencial elétrico é definido como um valor em qualquer lugar no espaço,


mas sem um sentido
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Diferença de potencial elétrico V (1)


 A diferença de potencial elétrico entre um ponto inicial, i, e um ponto
final, f, pode ser expressa em termos da energia potencial elétrica de q
em cada ponto

U i U Uf
V  V f  Vi   
q q q
 Por isso, podemos relacionar a variação no potencial elétrico ao
trabalho feito pelo campo elétrico na carga

We
V  
q
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Diferença de potencial elétrico V (2)


 Tomando a energia potencial elétrica como nula
no infinito, temos

We, Explicação: i =  , f = x,
V  então V = V(x) 0
q
onde We, é o trabalho realizado pelo campo elétrico na carga enquanto ela é
trazida do infinito

 O potencial elétrico pode ser positivo, negativo ou nulo, mas ele não tem um
sentido (i.e., é escalar, e não vetor)
 A unidade SI para o potencial elétrico é o joules/coulomb, ou seja, o volt.
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O volt
 A unidade joules/coulomb comumente encontrada é chamada de volt,
abreviada V, em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta (1745-
1827)
1J
1V=
1C

 Com esta definição de volt, podemos expressar as unidades do campo


elétrico como [ F ] N J/m V
[E]    
[q] C C m

 Para o restante dos nossos estudos, usaremos a unidade V/m para o


campo elétrico
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Exemplo: ganho de energia por um próton (1)


 Um próton é colocado entre duas placas + -
condutoras paralelas no vácuo, conforme mostrado.

A diferença de potencial entre as duas placas é de


450 V. O próton é solto a partir do repouso próximo
à placa positiva.
Questão: Qual é a energia cinética do próton quando
ele atinge a placa negativa?
Resposta:

A diferença de potencial entre as duas placas é de 450


V.
A variação de energia potencial do próton é
U e V = U / q (de acordo com a definição de V),
então U = q V = e[V()V(+)] = 450 eV
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Exemplo: ganho de energia por um próton (2)


Conservação de energia
K = U = + 450 eV

Visto que o próton partiu do repouso,


K = 1,6x10-19 C x 450 V = 7,2x10-17 J

 Uma vez que a aceleração da partícula carregada pela diferença de potencial


é frequentemente usada em física nuclear e de alta energia, a unidade de
energia elétron-volt (eV) é comum
 Um eV é a energia ganha pela carga e que acelera por um potencial elétrico
de 1 volt

 O próton neste exemplo ganharia energia cinética de 450 eV = 0,450 keV.


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O gerador Van de Graaff (1)


 Um gerador Van de Graaff é um aparelho capaz
de criar grandes diferenças de potencial
 O gerador Van de Graaff foi inventado por Robert
J. Van de Graaff, um físico norte-americano
(1901-1967)
 Geradores Van de Graaff são capazes produzir
diferenças de potencial elétrico de até dezenas
de milhões de volts
 Geradores Van de Graaff são usados em
aceleradores de partículas
 Usamos geradores Van de Graaff em
demonstrações de aula e continuaremos usando
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O gerador Van de Graaff (2)


 O gerador Van de Graaff funciona aplicando
uma carga positiva sobre uma esteira móvel
não condutora usando uma descarga corona
 Movimentada por motor elétrico, a esteira
transporta consigo a carga até uma esfera
metálica oca, onde é retirada da esteira por
um contato pontiagudo ligado à esfera
metálica
 A carga acumulada sobre a esfera distribui-
se uniformemente do lado externo da mesma
 Neste gerador Van de Graaff em particular,
um limitador de voltagem é usado para
impedir o gerador de produzir descargas
maiores do que o desejado
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O acelerador Van de Graaff Tandem


 Um dos usos de um gerador Van de Graaff é a aceleração de partículas para estudar
matéria condensada e processos físicos nucleares
 Um design inteligente é o do acelerador Van de Graaff Tandem

 Um grande potencial elétrico positivo é criado por um enorme gerador Van de Graaff
 Os íons negativos C são acelerados em direção ao terminal +10 MV (eles ganham
energia cinética)
 Elétrons são retirados dos íons C, agora positivamente carregados, que são então
repelidos pelo terminal positivamente carregado e ganham mais energia cinética
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Exemplo: energia do acelerador Tandem (1)


 Suponha que nós temos um acelerador Van de Graaff
Tandem que tem um terminal de voltagem de 10 MV (10
milhões de volts). Queremos acelerar 12C de núcleos
usando este acelerador.
Questões:
Qual é a energia máxima que podemos obter para os núcleos
de carbono?
Qual é a velocidade máxima que podemos obter para os
núcleos de carbono?
Respostas:
 Existem dois estágios de aceleração Van de Graaff Tandem de 15 MV em Brookhaven

 O íon de carbono de carga -1e ganha energia acelerando em


direção ao terminal
 O íon de carbono com elétrons retirados de carga +6e ganha
energia acelerando para longe do terminal
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Exemplo: energia do acelerador Tandem (2)


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Linhas e superfícies equipotenciais


 Quando um campo elétrico está presente, o potencial elétrico tem um valor
em cada ponto do espaço V(x) = função potencial
 Pontos que correspondem a um mesmo valor de potencial elétrico formam
uma superfície equipotencial ou seja, V(x) = valor constante
 Se partículas carregadas se movem ao longo de uma superfície equipotencial,
não há trabalho realizado
 Existem superfícies equipotenciais em três
dimensões
 Usaremos frequentemente
as simetrias do potencial elétrico
para representar superfícies equipotenciais,
como linhas equipotenciais em um plano

Superfície equipotencial de oito cargas puntiformes


fixadas nos vértices de um cubo
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Considerações gerais:
 Se uma partícula carregada se move perpendicularmente às linhas de campo
elétrico, não há trabalho realizado

 Se o trabalho realizado pelo campo elétrico for nulo, então o potencial elétrico
deve ser constante

 As superfícies e linhas equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas


de campo elétrico
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Campo elétrico constante


 Linhas de campo elétrico: linhas retas paralelas a E
 Superfícies equipotenciais (3D):
planos perpendiculares a E
 Linhas equipotenciais (2D):
linhas retas perpendiculares a E
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Potencial elétrico de uma carga puntiforme


única
 Linhas de campo elétrico: linhas radiais que emanam da carga puntiforme
 Superfícies equipotenciais (3D): esferas concêntricas
 Linhas equipotenciais (2D): círculos concêntricos

Carga positiva Carga negativa


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Potencial elétrico de duas cargas puntiformes


de sinais opostos
 As linhas de campo elétrico de duas cargas puntiformes de sinais opostos são
um pouco mais complicadas
 As linhas de campo elétrico têm origem na carga positiva e terminam na carga
negativa
 As linhas equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas de campo
elétrico
 As linhas vermelhas representam
potencial elétrico positivo
 As linhas azuis representam
potencial elétrico negativo
 Próximo à cada carga, as linhas
equipotenciais lembram as de uma
carga puntiforme
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Potencial elétrico de duas cargas puntiformes


idênticas
 As linhas de campo elétrico de duas cargas puntiformes idênticas também
são um pouco complicadas
 As linhas de campo elétrico têm origem na carga positiva e terminam no
infinito
 Outra vez, as linhas
equipotenciais são sempre
perpendiculares às linhas de
campo elétrico
 Só existem potenciais
positivos
 Próximo a cada carga, as
linhas equipotenciais lembram
as de uma carga puntiforme
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Como calcular o potencial do campo


 O trabalho dW realizado em uma partícula de carga q por uma força F com
um deslocamento ds:
 
dW  F  ds  qE  ds
 O trabalho realizado em uma partícula por uma força elétrica enquanto ela se
move em um campo elétrico a partir de um ponto inicial i até um ponto final f
f  
W  qE  ds
i
 Diferença de potencial:
We f  
V  V f  Vi      E  ds
q i
 Potencial:
   (Convenção: i = , f = x)
V ( x )   E  ds
x
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Exemplo: uma carga em movimento


no campo E (1)
 Dado o campo elétrico uniforme E,
descubra a diferença de potencial
Vf-Vi movendo uma carga de teste q0
ao longo de um caminho icf, onde cf
forma um ângulo de 45º com o
campo.  
 Ideia: Integre E  ds o caminho que
liga i a c e, então, c a f. (Imagine que
movemos uma carga de teste q0 de i
a c e, então, de c a f.)

V f  Vi  V f  Vc   Vc  Vi      c

i
 
 f
E  ds    E  ds
c 
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Exemplo: uma carga em movimento


no campo E (2)

distância = (raiz quadrada de 2)


d por Pitágoras

V f  Vi   Ed
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Potencial elétrico de uma carga puntiforme (1)


 Vamos derivar o potencial elétrico para uma carga puntiforme q, como uma
função da distância R da fonte
 Ou seja, V(R)
 Lembre-se de que o campo elétrico de uma carga puntiforme q a uma
distância r é dado por   kq
E (r )  2 rˆ
r
 A direção do campo elétrico de uma carga puntiforme é sempre radial
 V é uma escalar
 Faça a integração da distância R (distância da carga puntiforme) ao longo de
uma radial até o infinito:

    kq  
kq kq
V  E ds   2 dr     
R r
R
 r R R
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Potencial elétrico de uma carga puntiforme (2)


 O potencial elétrico V de uma carga puntiforme q a uma distância r é então

kq Carga puntiforme
V (r )  negativa
r

Carga puntiforme
positiva
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Potencial elétrico de um sistema de cargas


 Podemos calcular o potencial elétrico de um sistema de n cargas
puntiformes somando as funções potenciais de cada carga
n n
kqi
V   Vi  
i 1 i 1 ri

 Essa soma produz um potencial elétrico em todos os pontos no


espaço – uma função escalar
 Calcular o potencial elétrico de um grupo de cargas puntiformes
normalmente é bem mais simples do que calcular o campo elétrico
 É uma escalar
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Exemplo: superposição de potenciais


elétricos (1)
 Considere que temos um sistema
com três cargas puntiformes:
q1 = +1,50 C
q2 = +2,50 C
q3 = -3,50 C
q1 está localizada em (0,a)
q2 está localizada em (0,0)
q3 está localizada em (b,0)
a = 8,00 m e b = 6,00 m
Questão: Qual é o potencial elétrico no
ponto P localizado em (b,a)?
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Exemplo: superposição de potenciais


elétricos (2)
Resposta: r1
 O potencial elétrico no ponto P
é dado pela soma dos r2
potenciais elétricos das três r3
cargas
3
kqi  q1 q2 q3   q1 q2 q3 
V   k     k   
i1 ri  r1 r2 r3  b a b a
2 2

V  562 V
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Cálculo do campo elétrico a partir do


potencial elétrico (1)
 Podemos calcular o campo elétrico a partir do potencial elétrico começando
por

 O que nos permite escrever

 Se olharmos a componente do campo elétrico ao longo da direção de ds,


podemos escrever a intensidade do campo elétrico como a derivada parcial
ao longo da direção s

V
ES  
s
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Lembrete de matemática – derivadas parciais


 Dada uma função V(x,y,z), as derivadas parciais são

V V V Elas atuam em x, y e
x y x z independentemente

 Exemplo: V(x,y,z) = 2xy2 + z3

V
 2y 2
x
V Significado: as derivadas
 4 xy parciais
y fornecem o declive ao
V longo de sua respectiva direção
 3z 2
x
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Cálculo do campo elétrico a partir do


potencial elétrico (2)
 Podemos calcular qualquer componente do campo elétrico tomando a
derivada parcial do potencial ao longo da direção daquela componente
 Podemos escrever as componentes do campo elétrico em termos de
derivadas parciais do potencial, como

V V V
Ex   ; Ey   ; Ez  
x y z

 Em termos de representações gráficas do potencial elétrico, podemos obter


um valor aproximado para o campo elétrico medindo o gradiente do potencial
perpendicular a uma linha equipotencial
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Exemplo: determinando o campo


graficamente a partir do potencial
 Considere um sistema de três cargas puntiformes
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Exemplo: determinando o campo


graficamente a partir do potencial (2)
 Calcule a intensidade do campo elétrico no ponto P
 Para realizar a tarefa, desenhamos uma linha
passando pelo ponto P perpendicularmente à linha
equipotencial, unindo a equipotencial de +1000 V à
equipotencial de -1000 V
 O comprimento do segmento é de 1,5 cm. Portanto,
a intensidade do campo elétrico pode ser
aproximada por

 A direção do campo elétrico aponta da linha


equipotencial positiva à linha
equipotencial negativa
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Energia potencial elétrica de um sistema de


partículas
 Até agora discutimos a energia potencial elétrica de uma carga puntiforme em
um campo elétrico fixo
 Agora introduziremos o conceito de energia potencial elétrica de um sistema
de cargas puntiformes
 No caso de um campo elétrico fixo, a própria carga puntiforme não afeta o
campo elétrico, que realiza trabalho nela
 Agora veremos um sistema de cargas puntiformes em que elas mesmas
produzem um potencial elétrico
 Começamos com um sistema de cargas infinitamente distantes
 Este é o estado de referência, U = 0
 Para aproximar estas cargas uma da outra, precisamos realizar trabalho
nelas, o que muda a energia potencial elétrica do sistema
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Energia potencial elétrica de um par de


partículas (1)
 Para demonstrar o conceito de energia potencial elétrica de um sistema de
partículas, vamos calcular a energia potencial elétrica de um sistema de duas
cargas puntiformes, q1 e q2 .
 Começamos nosso cálculo com as duas cargas no infinito
 Então, trazemos a carga puntiforme q1
 Como não existem campo elétrico nem uma força elétrica correspondente, esta ação
não requer a realização de nenhum trabalho sobre a carga
 Mantendo esta carga (q1) estacionária, trazemos a segunda carga (q2) de uma
distância infinita até uma distância r de q1
 Isto requer trabalho q2V1(r)
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Energia potencial elétrica de um par de


partículas (2)
 Assim, a energia potencial elétrica deste sistema de duas cargas é

kq1
U  q2V1 (r ) em que V1 (r ) 
r
 Uma vez que o potencial elétrico do sistema de duas carga é

kq1q2
U
r
 Se as duas cargas possuem o mesmo sinal, deve-se realizar um trabalho
positivo para aproximá-las a partir do infinito (ou seja, é preciso colocar energia
no sistema)
 Se as cargas são de sinais opostos, deve-se realizar um trabalho negativo para
aproximá-las desde o infinito (ou seja, energia é liberada pelo sistema)
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Exemplo: energia potencial elétrica (1)


 Considere três cargas puntiformes em
posições fixas separadas entre si por
distâncias d iguais com os valores
 q1=+q
 q2=-4q
 q3=+2q
Questão:
Qual é a energia potencial elétrica U da
união destas cargas?
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Exemplo: energia potencial elétrica (2)


Resposta:
 A energia potencial é igual ao
trabalho necessário para aproximar
o sistema, trazendo cada uma das
cargas desde o infinito

 Vamos criar o sistema trazendo as


cargas do infinito, uma a uma
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Exemplo: energia potencial elétrica (3)


 Trazer q1 não requer qualquer
trabalho

 Com q1 colocada, traga q2

 E, então, traga q3

 O trabalho necessário para trazer


q3 para a sua posição relativa a q1
e q2 é:
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Exemplo: potencial elétrico criado por carga (1)


Questão: Considere um sistema de 3 cargas
como o mostrado na figura. Relativo a V=0
no infinito, qual é o potencial elétrico V no
ponto C, no centro do triângulo?

Resposta:
 Desenhe a figura
 Esta tarefa é diferente do exemplo anterior. C
Em vez de unir o sistema, temos que
encontrar o potencial em seu centro.
 Use simetria e o princípio da superposição
para as 3 cargas q1=+q, q2=-2q, q3=+q
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Exemplo: potencial elétrico criado por carga (2)


Considere um sistema de 3 cargas
como o mostrado na figura. Relativo
a V=0 no infinito, qual é o potencial
elétrico V no ponto C, no centro do
triângulo?

 q 2 q  q
 V (C )    0
R R R

As cargas somam 0, as distâncias q1=+q, q2=-2q, q3=+q


são todas idênticas.
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Exemplo: quatro cargas (1)


Considere um sistema de quatro cargas puntiformes, como o mostrado. As
quatro cargas têm valores q1 = +1,0 C, q2 = +2,0 C, q3 = -3,0 C e q4 = +4,0
C. As cargas estão colocadas de modo que a = 6,0 m e b = 4,0 m.
Questão:
Qual é a energia potencial elétrica deste sistema de quatro cargas
puntiformes?
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Exemplo: quatro cargas (2)


 Para começar: traga q1 do infinito
 Não requer trabalho
 Traga q2 do infinito
q1q2
U k
a
 Traga q3 do infinito
q1q2 q1q3 q2 q3
U k k k
a b a 2  b2
 Traga q4 do infinito
q1q2 q1q3 q2 q3 q1q4 q2 q4 q3 q4
U k k k k k k
a b a b
2 2
a b
2 2 b a
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Exemplo: quatro cargas (3)


Energia para completar o sistema:

 q1q2 q1q3 q1q4


U k  
 a b a 2  b2
q2 q3 q2 q4 q3q4 
   
a b
2 2 b a 
= soma dos pares

Resposta: 1,2 · 10-3 J


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Exemplo: 12 elétrons em um círculo


Questão: Considere um sistema de 12 elétrons organizados em um círculo
de raio R, como o mostrado na figura. Relativo a V=0 no infinito, quais
são o potencial elétrico V e o campo elétrico E no ponto C?
Resposta:
 Desenhe a figura
 Esta é uma questão com duas etapas
 A etapa I é sobre o potencial elétrico
 A etapa II é sobre o campo elétrico

A tarefa é encontrar os dois no centro


de um círculo.
 Etapa I: A questão não perguntou sobre a aproximação deste sistema de
elétrons. Então, use simetria e o princípio da superposição para 12 cargas
puntiformes.
 Etapa II: Use a simetria e considere pares de cargas em lados opostos.
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Exemplo: 12 elétrons em um círculo


Etapa I: princípio da superposição

V (C )  
12
k
 e 
k
 12e 
i 1 R R

 Etapa II: pares de elétrons em lados opostos do


círculo geram campos no centro que anulam um
o outro.

E (C )  0

A simetria define o campo como 0. Caso


contrário, em que direção o vetor campo
apontaria?

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