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Potencial Elétrico – Capítulo 24

Prof. Gustavo Rebouças1

1 UFERSA - Angicos
Qual é o perigo nessas situações?

Se uma pessoa tira um casaco ou um


suéter enquanto está usando um
computador, o computador pode
queimar.
Se uma criança desce em um
escorregador de plástico e abraça outra
criança, pode levar um choque.
Se um anestesista não usa sapatos
adequados durante uma cirurgia, o
paciente corre risco de vida.
Se um freguês de um posto de gasolina
com auto-serviço entra de novo no carro
enquanto o veículo está sendo
abastecido e torna a sair para remover a
mangueira, pode provocar um incêndio.
Grandes trovoadas
causam grandes
diferenças no
potencial elétrico
entre uma nuvem
de trovoada e o
chão. O resultado
dessa diferença de
potencial é uma
descarga que
chamamos de
relâmpago, como
esta exibição sobre
Tucson, Arizona.
(©Keith
Kent/Photo
Researchers, Inc)
Uma imagem curiosa não? Circulou em
alguns jornais a algum tempo e chamou
a atenção por vários motivos:
– Ela não é uma profissional da área, as
pernas de fora e a mochilinha nas costas
denunciam isso.
– Afinal, o que a levou a subir aí em
cima?
– E porque ela não morreu eletrocutada?
Moradores assustados avisaram o serviço de emergência após
flagrar a jovem de 21 anos na torre de alta tensão na região de
Zlin, na República Tcheca. Segundo o porta-voz da polícia Jan
Macalikova, o resgate foi complicado, porque a mulher estava sob
forte influência de drogas. ?Ela estava convencida que a torre era
uma ponte sobre o rio Morava, destacou o policial.
Por que ela não morreu?

Primeiro foi sorte, visto que ela saiu da


torre metálica e sem encostar nos cabos
energizados conseguiu alcançar os
isoladores.
Depois ela se agarrou bem aos cabos
energizados para não despencar até o
chão.
Ao agarrar no cabo de alta tensão, ela colocou-se no mesmo
potencial elétrico do cabo, é como se ela se tornasse parte daquele
seguimento do cabo. Como nenhuma parte do corpo dela estava
em contato com algo aterrado, ou com outra linha energizada, ela
não corria o risco de morrer eletrocutada nesse instante, mas sim
de despencar de lá.
Por que ela não morreu?
https://eletricus.wordpress.com/2014/12/13/diferenca-de-potencial-eletrico/

É o mesmo que acontece com os passarinhos que adoram passear


por cabos de 13KV nas cidades. Da próxima vez que os ve-los,
você saberá o porque, e se lembrará também dessa jovem que
pensava estar na ponte!
Um dos objetivos da física é identificar as forças básicas da
natureza, como as forças elétricas que foram discutidas no Cap. 21.
Um objetivo secundário é determinar se uma força é conservativa,

Força Conservativas são forças associadas a uma energia po-


tencial. Exemplos:

Força Gravitacional →F~ g = m~g ou Fg = G m1 2m2


r
Energia Potencial Gravitacional → Ug = mgh

Força Elástica →F~ e = −k~x


Energia Potencial Elástica → Ug = 12 kx 2

Força Elétrica →F~ q = 1 q1 2q2 rˆ ou F


~ = qE
~
4πε0 r
1 q1 q2
Energia Potencial Elétrica → Ue = 4πε0 r
A razão para associar uma energia potencial a uma força é que isso
permite aplicar o princípio de conservação da energia mecânica a
sistemas fechados que envolvem a força.
Esse princípio extremamente geral pode ser usado para obter os
resultados de experimentos nos quais os cálculos baseados em
forças seriam muito difíceis. Os físicos e engenheiros descobriram
empiricamente que a força elétrica é conservativa e, portanto, é
possível associar a ela uma energia potencial elétrica. Neste
capítulo vamos definir essa energia potencial e aplicá-la a alguns
problemas práticos.
Curiosidade – Como uma bactéria se “alimenta”?

Custo energético:

∆G = RT ln(C2 /C1 ) + ZF ∆ψ
C1 e C2 são as concentrações de
“alimento” dentro e fora da membrana;
Z é a carga do íon;
F é a constante de Faraday(96,48 J/V ·
mol);
∆ψ é o potencial elétrico
transmembrana (em volts). Celulas
eucariontes é ≈ 0,05 V.
Referencia: Nelson and Cox – PRINCIPLES OF BIOCHEMISTRY –
FIFTH EDITION
Energia Potencial Elétrica
Quando uma força eletrostática age entre duas ou mais partículas
de um sistema podemos associar uma energia potencial elétrica V
ao sistema. Se a configuração do sistema muda de um estado
inicial i para um estado final f , a força eletrostática exerce um
trabalho W sobre as partículas. Logo podemos escrever a variação
da energia potencial como sendo:

∆U = Uf − Ui = −W
Como acontece com qualquer força conservativa, o trabalho
realizado pela força eletrostática é independente da trajetória.
Energia Potencial Elétrica

Suponha que uma partícula carregada pertencente ao sistema se


desloca do ponto i para o ponto f enquanto está sob o efeito de
uma força exercida pelo resto do sistema. Contanto que o resto do
sistema não mude, o trabalho W realizado pela força sobre a
partícula é o mesmo para todas as trajetórias que ligam o ponto i
ao ponto f .
Usamos como configuração de referência de um sistema de
partículas carregadas a configuração na qual a distância entre as
partículas é infinita. Além disso, em geral definimos a energia
potencial de referência que corresponde a essa configuração como
tendo o valor zero.
Energia Potencial Elétrica

Suponha que várias partículas carregadas passem de uma situação


em que a distância entre as partículas é infinita (estado i) para uma
situação em que a distância entre as partículas é finita (estado f ).
Suponha que a energia potencial inicial V ; seja zero e o trabalho
realizado por forças eletrostáticas entre as partículas durante o
movimento seja W∞ . Nesse caso, de acordo com

Uf − Ui = −W
a energia potencial final U do sistema é dada por

Uf = U = −W∞
Teste 1
página 78

Na figura, um próton se desloca do ponto i para o ponto f na


presença de um campo elétrico com a direção indicada.

(a) O campo elétrico executa um trabalho positivo ou negativo


sobre o próton?
(b) A energia potencial elétrica do próton aumenta ou diminuí?
Teste 1
página 78

Na figura, um próton se desloca do ponto i para o ponto f na


presença de um campo elétrico com a direção indicada.

(a) O campo elétrico executa um trabalho positivo ou negativo


sobre o elétron?
Dica: Qual a direção da força elétrica?

(b) A energia potencial elétrica do próton aumenta ou diminuí?


Dica:U = −W
Exemplo 24–1
página 79

Elétrons estão sendo constantemente arrancados das


moléculas de ar da atmosfera por partículas de raios
cósmicos provenientes do espaço sideral.
Uma vez liberados, esses elétrons estão sujeitos a uma força
eletrotática F
~ associada ao campo elétrico E ~ produzido na
atmosfera por partículas carregadas já existentes na Terra. Perto da
superfície terrestre, este campo elétrico tem um módulo de 150
N/C e aponta para o centro da Terra.
Exemplo 24–1
página 79

Qual é a variação ∆U da energia potencial elétrica de


um elétron livre na atmosfera da Terra quando a força
eletrostática faz com que se mova verticalmente
para cima de uma distância d = 520 m?
W =F ~ · ~d = q E
~ · ~d = qEd cos θ

W = (1, 6 × 10−19 )(150N/C )(520m) cos 0 = 1, 2 × 10−14 J

Usando: ∆U = −W

∆U = −W = −1, 2 × 10−14 J
Este resultado mostra que com a subida de 520 m a energia
potencial do elétron diminui de 1, 2 × 10−14 J.
Potencial Elétrico

Como mostra o Exemplo 24-1, a energia potencial de uma partícula


carregada na presença de um campo elétrico depende do valor da
carga. Por outro lado, a energia potencial por unidade de carga
associada a um campo elétrico possui um valor único em cada
ponto do espaço. Suponha, por exemplo, que uma partícula de
prova com uma carga positiva de 1, 60 × 10−19 C seja colocada em
um ponto do espaço no qual a partícula possui uma energia
potencial elétrica de 2, 40 × 10−17 J. Nesse caso, a energia
potencial por unidade de carga é:

2, 40 × 10−17 J
= 150J/C
1, 60 × 10−19 C
Potencial Elétrico

Suponha agora que a partícula de prova seja substituída por outra


com uma carga positiva duas vezes maior, 3, 20 × 10−19 C. A
energia potencial desta segunda partícula é 4, 80 × 10−17 J, duas
vezes maior que a da primeira partícula, mas a energia potencial
por unidade de carga é a mesma, 150 J/C.

4, 80 × 10−17 J
= 150J/C
3, 20 × 10−19 C
Potencial Elétrico
Observando o Exemplo 24-1:

~ · ~d = q E
W =F ~ · ~d

~ · ~d
∆U = Uf − Ui = −W = −q E
Usando Ui = 0 e Uf = U:

~ · ~d
U = −q E
Logo a energia potencial por unidade de carga em um ponto do
espaço (E
~ ) e uma mesmo deslocamento (~d), ou seja, será
constante independente da carga:

U ~ · ~d
qE
=−
q q
Potencial Elétrico

Assim, a energia potencial por unidade de carga, que pode ser


representada como U/q, não depende da carga q da partícula
e é uma característica apenas do campo elétrico na região
do espaço que está sendo investigada. A energia potencial
por unidade de carga em um ponto do espaço é chamada de
potencial elétrico (ou simplesmente potencial) e representada
pela letra V. Assim,
U
V=
q

Observe que o potencial elétrico é uma grandeza escalar.

Unidade no SI: 1 volt=1 joule/coulomb


Potencial Elétrico
A diferença de potencial elétrico ∆V entre dois pontos i e f é igual
à diferença entre os potenciais elétricos dos dois pontos:

Uf Ui ∆U
∆V = Vf − Vi = − =
q q q
Usando ∆U = −W
Definição de Diferença de Potencial

W
∆V = Vf − Vi = −
q

A diferença de potencial entre dois pontos é, portanto, o negativo


do trabalho realizado pela força eletrostática para deslocar uma
carga unitária de um ponto para o outro. Uma diferença de
potencial pode ser positiva, negativa ou nula, dependendo dos
sinais e dos valores absolutos de q e W .
Potencial Elétrico

Uf Ui W
V= − =−
q q q
Se tomarmos Ui = O no infinito como referência para a energia
potencial, o potencial elétrico V no infinito também será nulo.
Definição Potencial

W∞
V =−
q

onde W∞ é o trabalho executado pelo campo elétrico sobre uma


partícula carregada quando a partícula se desloca do infinito para o
ponto f . O potencial V pode ser positivo, negativo ou nulo,
dependendo do sinal e do valor absoluto de q e W∞ .
Potencial e Campo elétrico
Unidades no SI

Potencial
De acordo com,

W∞
V =−
q
A unidade de potencial no SI é: 1 volt= 1 joule por coulomb

Para o campo elétrico:


   
N VC J
1N/C = 1 1 1 = 1V /m
C J Nm
De agora em diante expressaremos os valores de campo elétrico em
volts por metro, em vez de newtons por coulomb.
Eletron-volt

Podemos também definir uma unidade de energia que é


conveniente no caso da medida da energia de sistemas de
dimensões atômicas ou subatômicas. Um elétron-volt (eV) é a
energia igual ao trabalho necessário para deslocar uma carga
elementar e, como a de um elétron ou de um próton, através de
uma diferença de potencial de um volt. De acordo com

W
∆V = Vf − Vi = −
q

1eV = e(1V ) = 1, 60 × 10−19 C (1J/C ) = 1, 60 × 10−19 J


TÁTICAS PARA A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Tática 2: Potencial Elétrico e Energia Potencial Elétrica: O
potencial elétrico V e a energia potencial elétrica U são grandezas,
diferentes, que não devem ser confundidas.

Potencial elétrico Energia Potencial elétrica


Potencial elétrico é uma Energia potencial elétrica é
propriedade do campo elé- a energia de um objeto car-
trico que não depende da regado na presença de um
presença de um corpo car- campo elétrico externo (ou,
regado; é medida em volts mais precisamente, a ener-
(joules por coulomb). gia do sistema formado por
um objeto e um campo elé-
trico externo); é medida em
joules.
Trabalho Realizado por uma Força Aplicada
Suponha que uma partícula de carga q seja transportada do ponto
i para o ponto f , na presença de um campo elétrico, através da
aplicação de uma força. Durante o deslocamento a força aplicada
realiza um trabalho Wap sobre a carga, enquanto o campo elétrico
realiza um trabalho WCE sobre a mesma carga. De acordo com o
teorema do trabalho-energia cinética, a variação ∆K da energia
cinética da partícula é dada por:

∆K = Kf − Ki = Wap + WCE
Para a partícula parada antes e depois do deslocamento:
Kf = Ki = 0, logo,

Wap = −WCE
Como o WCE = q∆V ,

Wap = q∆V
TESTE 2
página 81

Na figura do Teste 1 uma força é usada para deslocar


o próton do ponto i para o ponto f na presença de
um campo elétrico uniforme com o sentido indicado.
(a) A força exerce um trabalho positivo ou negativo sobre o próton?
R. Positivo, pois F ~ é paralelo a ~d
(b) O potencial do próton aumenta ou diminui?
R. O potencial elétrico é uma propriedade do campo elétrico. A
diferença de potencial entre dois pontos é, portanto, o negativo
do trabalho realizado pela força eletrostática para deslocar
uma carga unitária de um ponto para o outro. Uma diferença
de potencial pode ser positiva, negativa ou nula, dependendo dos
sinais e dos valores absolutos de q e W .
~ eletrica é antiparalela a ~d
F
Superfícies Equipotenciais

superfície equipotencial

Pontos vizinhos que possuem o mesmo potencial elétrico for-


mam uma superfície equipotencial

O campo elétrico não realiza nenhum trabalho líquido W sobre


uma partícula carregada quando a partícula se desloca de um ponto
para outro de uma superfície equipotencial.

W = 0 se Vf = Vi
Superfícies Equipotenciais

V1 = 100 V, V2 = 80 V, V3 = 60 V e V4 = 40 V.
Superfícies Equipotenciais
Por simetria, as superfícies equipotenciais produzidas por uma
carga pontual ou por qualquer distribuição de cargas com simetria
esférica são uma família de esferas concêntricas.
Superfícies Equipotenciais
No caso de um campo elétrico uniforme as superfícies são uma
família de planos perpendiculares às linhas de campo.
Superfícies Equipotenciais
As superfícies equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas
de campo elétrico e, portanto, a E~ , que é sempre tangente a essas
linhas. Se E não fosse perpendicular a uma superfície equipotencial
~
teria uma componente paralela à superfície, que realizaria trabalho
sobre a partícula quando ela se deslocasse na superfície.
Cálculo do Potencial a Partir do Campo
Considere um campo elétrico qualquer, representado pelas linhas de
campo da figura, e uma carga de prova positiva q0 que se move do
ponto i ao ponto f , percorrendo a trajetória mostrada na figura.

Em todos os pontos da trajetória uma força eletrostática q0 E


~ age
sobre a carga enquanto ela sofre um deslocamento elementar d~s. O
trabalho elementar é dados por:

~ · d~s = q0 E
dW = F ~ · d~s
Cálculo do Potencial a Partir do Campo

Para determinar o trabalho total:


Z Z f
W= dW = q0 ~ · d~s
E
i

Como W
q0 = −(Vf − Vi ):
Z f
Vf − Vi = − ~ · d~s
E
i
Se tomarmos o potencial no ponto i como sendo nulo (ponto i no
infinito):
Z f
Vf = V = − ~ · d~s
E
i
Exemplo 24-2 (a)

A Figura mostra dois pontos i e f na presença de um


campo elétrico uniforme E ~ . Os pontos estão sobre a
mesma linha de campo elétrico (que não aparece na
figura), separados por uma distância d. Determine a
diferença de potencial Vf − Vi , deslocando uma carga
de prova positiva q0 do ponto i ao ponto f ao longo
da trajetória indicada, que é paralela à direção do
campo.
Z f Z f
Vf − Vi = − ~ · d~s = −
E Eds
i i
Z f
Vf − Vi = −E ds = −Ed
i
Exemplo 24-2 (b)

Determine a diferença de potencial


Vf − Vi ; deslocando a carga de prova
positiva q0 de i para f ao longo da
trajetória icf mostrada na figura.
Z f
Vf − Vi = − ~ · d~s
E
i
Dividindo a integral de caminho em
duas partes, de i até c e de c até f
Z c Z f Z f
Vf − Vi = − ~ · d~s −
E ~ · d~s = 0 −
E E · ds cos 45
i c c
Z f
d
Vf − Vi = −E cos 45 ds = E cos 45 = −Ed
c sen45
Exemplo 24-2 (b)
Potencial Produzido por uma Carga Pontual

Z f
Vf − Vi = − E · ds
i
Considere um ponto P situado a uma
distância R de uma partícula fixa de
carga positiva q.
Supondo que uma carga de prova q0 é
deslocada do ponto P até o infinito. E
escolhendo uma reta como trajetória.
Z ∞
Vf − Vi = − E · dr
i
Usando Vi = V (R) = V , Vf = V (∞) = 0
1 q
e E = 4πε0 r
2
Potencial Produzido por uma Carga Pontual

q 1
Z ∞
0−V = − dr
4πε0 R r2

1
 ∞
q
−V =
4πε0 r R

1
 
q
−V = 0−
4πε0 R
1 q
V=
4πε0 R
Potencial Produzido por uma Carga Pontual

O potencial elétrico V produzido por


uma partícula de carga q a uma
distância r da partícula. é

1 q
V=
4πε0 r

Uma partícula de carga positiva produz


um potencial elétrico positivo: uma
partícula de carga negativa produz um
potencial elétrico negativo.
Potencial Produzido por uma Carga Pontual

1 q
V=
4πε0 r
Potencial Produzido por um Grupo de Cargas Pontuais
n
1 n
qi
V= ∑ Vi = 4πε0 ∑ ri
i=1 i=1
,
Para n cargas pontuais.
Teste 4: A figura mostra três arranjos de dois prótons. Coloque os
arranjos na ordem do potencial elétrico produzido pelos prótons no
ponto P, começando pelo maior.

Para (a):
1 2 qi 1 e e
V= ∑ = +
4πε0 i=1 ri 4πε0 d D
O mesmo para (b) e (c), logo, Va = Vb = Vc
Exemplo 24-3 – Superfície Equipotencial
Exemplo 24-4 (a)
(a) Na figura elétrons (de carga −e) são mantidos fixos com
espaçamento uniforme, sobre uma circunferência de raio R. Em
relação a V = 0 no infinito, quais são o potencial elétrico e o
campo elétrico no centro C da circunferência?

1 12 qi
V= ∑ ri
4πε0 i=1
1 e
V = −12
4πε0 R

E =0
Exemplo 24-4 (b)
Se os elétrons são deslocados ao longo da circunferência até
ficarem distribuídos com espaçamento desigual ao longo de um arco
de 120°, qual é o potencial no ponto C ? O campo elétrico no
ponto C sofre alguma mudança?
Problema 15
Página 100

Na figura, qual é o potencial elétrico no ponto P devido às quatro


partículas se V = 0 no infinito, q = 5, 00 fC e d = 4, 00 cm?

1 4 qi
V= ∑ ri
4πε0 i=1
1 q q q q 
V= + − −
4πε0 d d d 2d

1 q  5, 0 × 10−15
 
V= = 9, 0 × 109 ≈ 5, 62 × 10−4 V
4πε0 2d 2 × 4, 0 × 10−2
Problema 16
Página 100

Na figura, partículas de cargas q1 = +5e e


q2 = −15e são mantidas fixas no lugar,
separadas por uma distância d = 24, 0 cm.
Tomando V = 0 no infinito, determine o valor
de x (a) positivo e (b) negativo para o qual o
potencial elétrico sobre o eixo x é Zero.
(a)0 < x < d  (b)x < 0  
q1 q1 q1 q1
d1 = 0 d1 = 0
1 1
V (x) = 4πε 0 d1 + V (x) = 4πε 0 d1 +
q q
x + d−x = 0 4πε0 −x + d−x = 0
5e −15e 5e −15e
 
V (x) = 4πε 0

x + d−x = 0 −x + d−x = 0
5e −15e 5e −15e

x = 4 = 6, 0 cm
d
x = − d2 = −12, 0 cm
Potencial Produzido por um Dipolo Elétrico
Potencial Produzido por um Dipolo Elétrico

No ponto P o potencial será dado por:


2
V= ∑ Vi = V(+) + V(−)
i=1

1
 
q −q
V= +
4πε0 r(+) r(−)
r(−) − r(+)
 
q
V=
4πε0 r(+) r(−)
Potencial Produzido por um Dipolo Elétrico

Os dipolos que ocorrem naturalmente, como os que


estão presentes em muitas moléculas, têm dimensões
reduzidas. Logo, estamos interessados em pontos
relativamente distantes do dipolo, tais que r >> d,
onde d é a distância entre as cargas. Assim:

r(−) − r(+) ≈ d cos θ


e

r(−) r(−) ≈ r 2
substituindo estes dois valores no resultado do slide
anterior:
Potencial Produzido por um Dipolo Elétrico

No ponto P o potencial terá valor aproximado:

q d cos θ
V=
4πε0 r 2

onde o ângulo θ é medido em relação ao eixo do


dipolo, como na figura. O potencial V também pode
ser escrito na forma:

1 p cos θ
V=
4πε0 r 2

onde p(= qd) é o módulo do momento dipolar elétrico


~p definido na Seção 22-5. O vetor ~p tem a direção do
eixo do dipolo e aponta da carga negativa para a
carga positiva. (ângulo θ é medido em relação a ~p .)
Potencial Produzido por um Dipolo Elétrico
Muitas moléculas, como a da água, possuem um momento
dipolar elétrico permanente. Em outras moléculas
(conhecidas como moléculas apolares) e em todos os átomos
isolados os centros das cargas positivas e negativas
coincidem (figura(a)), portanto, o momento dipolar é zero.
Quando um átomo ou molécula apoiar é submetido a um
campo elétrico externo o campo distorce as órbitas
eletrônicas e separa os centros das cargas positivas e
negativas (figura b). Como a carga dos elétrons é negativa.
eles são deslocados no sentido oposto ao do campo.
Esse deslocamento dá origem a um momento dipolar ~p que
aponta na direção do campo. Nesse caso, dizemos que o
momento dipolar é induzido pelo campo e que o átomo ou
molécula é polarizado pelo campo(ou seja, passa a ter um
lado positivo e um lado negativo). Quando o campo é
removido o momento dipolar induzido e a polarização
desaparecem.
Potencial Produzido por uma Distribuição Contínua de
Cargas

Quando uma distribuição de cargas é contínua (como é o caso de


uma barra ou um disco uniformemente carregado) não podemos
usar o somatório para calcular o potencial V em um ponto P. Em
vez disso, devemos escolher um elemento de carga dq, calcular o
potencial dV produzido por dq no ponto P e integrar para toda a
distribuição de cargas.
Vamos tomar novamente o potencial no infinito como sendo nulo.
Tratando o d emento de carga dq como uma carga pontual,
podemos usar a Eq. 24-26 para expressar o potencial dV no ponto
P devido a dq, logo
Potencial Produzido por uma Distribuição Contínua de
Cargas

1 dq
dV =
4πε0 r

(dq positivo ou negativo)


onde r é a distância entre P e dq.
Para calcular o potencial total V no ponto P, integramos a
equação para todos os elementos de carga:

1 dq
Z Z
V= dV =
4πε0 r
Potencial Produzido por uma Linha de Cargas
Na figura uma barra fina não-condutora de
comprimento L possui uma densidade linear de
cargas positivas λ . Vamos determinar o
potencial elétrico V produz1do pela barra no
ponto P. situado a uma distância
perpendicular d da extremidade esquerda da
barra. Usando:
1 R dq
r , dq = λ dx e r = (x + y )
dV = 4πε 2 2 1/2
0
1 λ dx
Z
dV =
4πε0 (x + y 2 )1/2
2

Como a carga da barra é positiva e tomamos como referência


V = 0 no infinito, sabemos da Seção 24-6 que dV na Eq. 24-34
deve ser positivo.
Agora estamos em condições de calcular o potencial total V
produzido pela barra no ponto P integrando dV ao longo da barra
de x = 0 a x = L.
Potencial Produzido por uma Linha de Cargas

1
Z Z L
λ
V= dV = dx
0 4πε0 (x + y 2 )1/2
2

Z L
λ dx
V=
4πε0 0 (x 2 + y 2 )1/2

Usando a tabela: dx
= ln x + (x 2 + b 2 )1/2 + C , Apêndice
R 
(x 2 +b 2 )1/2
E.

λ h  iL
V= ln x + (x 2 + d 2 )1/2
4πε0 0

λ h   i
V= ln L + (L2 + d 2 )1/2 − ln d
4πε0
Potencial Produzido por uma Linha de Cargas

" #
λ L + (L2 + d 2 )1/2
V= ln
4πε0 d

Como V é uma soma de valores positivos de dV , deve ser um


número positivo, mas será que a equação fornece sempre um
número positivo? Como o argumento do logaritmo é maior que 1
para qualquer par de valores de L e d, o logaritmo é um número
positivo e V é realmente positivo.
Potencial Produzido por um Disco Carregado
Cálculo do Campo Elétrico a Partir do Potencial

Vimos que era possível calcular o potencial em um ponto f a partir


do conhecimento do valor do campo elétrico ao longo de uma
trajetória de um ponto de referência até o ponto f Nesta seção
vamos discutir o problema inverso, ou seja, o cálculo do campo
elétrico a partir do potencial
A figura mostra seções retas de uma família de
superfícies equipotenciais muito próximas umas
das outras; a difere a de potencial entre
superfícies adjacentes é dV .
Suponha que uma carga de prova positiva q0
sofra um deslocamento d~s de uma superfície
equipotencial para a superfície vizinha.
Cálculo do Campo Elétrico a Partir do Potencial
Podemos escrever o trabalho de duas maneiras, conforme vimos até
agora:

W = −q0 dV ~ · ~d = q0 E cos θ ds
W =F
logo,

dV
E cos θ = −
ds
Como E cos θ é a componente de E
~ na direção de d~s, assim:

dV
Es = −
ds
O índice indica o eixo. Assim, o campo elétrico E
~ se da ao longo
deste eixo, logo.
Cálculo do Campo Elétrico a Partir do Potencial

=⇒ A componente de E ~ em qualquer direção do espaço é


o negativo da taxa de variação do potencial elétrico com a
distância nessa direção

Se tomamos o eixos como sendo, sucessivamente, os eixos x, y e z,


verificamos que as componentes de E
~ em qualquer ponto do espaço
são dadas por:

dV dV dV
Ex = − Ey = − Ez = −
dx dy dz
Cálculo do Campo Elétrico a Partir do Potencial

No caso da situação simples em que o campo elétrico E


~ é uniforme

∆V
Es = −
∆s
onde s é a direção perpendicular às superfícies equipotenciais. A
componente do campo elétrico é sempre nula na direção paralela a
superfícies equipotenciais.
Problema 39 – Pág 102

Qual é o módulo do campo elétrico no ponto


(3, 00iˆ− 2, 00jˆ+ 4, 00k̂) m se o potencial elétrico é dado por
V = 2, 00xyz 2 , onde V está em volts e x,y e z em metros?

dV dV dV
Ex = − Ey = − Ez = −
dx dy dz
Energia Potencial Elétrica de um Sistema de Cargas
Pontuais

A energia potencial de um sistema de cargas pontuais fixas


é igual ao trabalho que deve ser executado por um agente
externo para montar o sistema, começando com as cargas a
uma distância infinta umas das outras.
Energia Potencial Elétrica de um Sistema de Cargas
Pontuais
Para um par de cargas

Para determinar a energia potencial elétrica desse sistema de duas


cargas devemos montar mentalmente o sistema, começando com as
duas cargas em repouso e a uma distância infinita uma da outra.
Quando trazemos a carga q1 do infinito e a colocamos no lugar não
realizamos nenhum trabalho, porque não existe nenhuma força
eletrostática agindo sobre q1 .
O trabalho para trazer q1 é nulo.
Porém, quando trazemos q2 do infinito e a colocamos no lugar
realizamos um trabalho, já que q1 exerce uma força eletrostática
sobre q2 durante o deslocamento.
Energia Potencial Elétrica de um Sistema de Cargas
Pontuais
Para um par de cargas

O potencial da partícula 1 é:
1 q1
V1 =
4πε0 r
Assim, a energia potencial elétrica do par de cargas pontuais:
1 q1 q2
U = W = q2 V =
4πε0 r
Energia Potencial Elétrica de um Sistema de Cargas
Pontuais
Para 3 cargas – Exemplo 24-6

A figura mostra três cargas pontuais mantidas fixas no lugar por


forças não-especificadas. Qual é a energia potencial elétrica U
desse sistema de cargas? Suponha que d = 2 cm e que
q1 = +q, q2 = −4q e q3 = +2q
U = U12 + U13 + U23 
1 q1 q2 q1 q3 q2 q3
U = 4πε + +
0
 r12 r13 r23

1 (+q)(−4q) (+q)(+2q) (−4q)(+2q)
U = 4πε0 d + d + d
10q 2
U= 4πε0 d
(8,99×109 N·m2 /C 2 )(10)(150×10−9 C )2
U= 0,12m
U= −1, 7 × 10−2 J
Potencial de um Condutor Carregado

Uma carga em excesso colocada em um condutor se distribui


na superfície do condutor de tal forma que o potencial é o
mesmo em todos os pontos do condutor (tanto na superfície
como no interior). Isso acontece mesmo que o condutor te-
nha uma cavidade interna e mesmo que essa cavidade interna
contenha uma carga elétrica.
Potencial de um Condutor Carregado – Dentro do condutor

Zf Essa equação é válida até a


Vf − Vi = ~ · d~s
E superfície da casca.
i
Vamos agora supor que uma carga de prova seja introduzida na
casca através de um pequeno furo e deslocada até o centro da
casca. Não é necessário executar nenhum trabalho para realizar
esse deslocamento, já que a força eletrostática é nula em todos os
pontos do lado de dentro da casca. Assim, o potencial em todos os
pontos do lado de dentro da casca é igual ao potencial na superfície
da casca: Vi = Vf

Condutor esférico de raio r = 1, 0


m e q = 1, 0 µC
1 q
V superfície = 4πε0 r
= 9.000, 0 V
Potencial de um Condutor Carregado – fora do condutor

Zf
Vf − Vi = ~ · d~s
E
i

1 q
V superfície = 4πε0 r
Centelhamento de um Condutor Carregado
Nos condutores não-esféricos uma carga
superficial não se distribuí uniformemente pela
superfície do condutor. Nos vértices e arestas a
densidade de cargas superficiais (e, portanto, o
campo elétrico externo, que é proporcional à
densidade de cargas superficiais) pode atingir
valores muito elevados.
O ar em torno desses vértices e arestas pode se ionizar, produzindo
as centelhas que golfistas e montanhistas observam na ponta de
arbustos, tacos de golfe e martelos de alpinismo quando o céu está
carregado.
Essas centelhas, como o cabelo em pé, podem ser um sinal de que
um relâmpago está para acontecer.
Nessas circunstâncias, é mais prudente abrigar e no interior de uma
casca condutora, local onde o campo elétrico com certeza é zero.
Um carro (a menos que se trate de um modelo conversível ou com
carroceria de plástico) constitui uma proteção quase ideal.
Centelhamento de um Condutor Carregado

Uma forte descarga


elétrica atinge um
automóvel e chega
à terra através de
uma centelha que
parte da calota do
pneu dianteiro
esquerdo (observe o
clarão), sem fazer
mal ao motorista
Condutor em um Campo Elétrico Externo
Condutor em um Campo Elétrico Externo

A mulher estava em uma plataforma de


observação do Sequoia National Park
quando uma grande nuvem de
tempestade passou no céu. Muitos
elétrons de condução do corpo da
mulher foram repelidos para a terra pela
base da nuvem, negativamente
carregada, o que deixou o corpo da
mulher positivamente carregado.

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