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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE
PRÁTICA 5: CAMPO ELÉTRICO

Prof. Nildo Loiola Dias

5.1 OBJETIVOS

- Obter experimentalmente linhas equipotenciais em diversas configurações de


eletrodos;
- Representar o campo elétrico a partir de linhas equipotenciais;

5.1 MATERIAL

- Fonte de tensão 12 VAC;


- Multímetro digital;
- Cuba transparente;
- Eletrodos metálicos com diversos formatos;
- Base metálica;
- Cabos (04);
- Garras tipo jacaré (02);
- Fios de cobre (sensores);
- Água;
- Folhas de papel quadriculado com indicação das posições dos eletrodos.

5.1 FUNDAMENTOS

A presença de uma carga em uma dada região do espaço modifica o espaço em


seu entorno. Esta modificação pode ser verificada colocando-se uma segunda carga,
⃗.
chamada “carga de prova”, positiva por convenção, que será submetida a uma força F
Dizemos que no ponto onde está a carga de prova existe um campo elétrico ⃗E , definido
por:


⃗E= F
qo (5.1)

O campo elétrico pode ser visualizado através das chamadas “linhas de força”. As
linhas de força são uma representação conveniente de um campo elétrico. Elas são
traçadas de forma que a tangente a uma dada linha esteja na direção do campo. A
intensidade do campo é indicada pela proximidade das linhas, de modo que as linhas mais

1
próximas indicam campos mais intensos. As linhas de força sempre se originam em
cargas positivas e terminam em cargas negativas (por convenção).

Na Figura 5.1 estão representadas as linhas de força para duas cargas de mesma
intensidade e sinais opostos.

Figura 5.1 - Linhas de força para duas cargas de mesma intensidade e sinais
opostos.
.

Fonte: https://www.significados.com.br/campo-eletrico/. Acesso em 01 de nov. 2022.

Assim como para o campo gravitacional é possível determinar uma energia


potencial gravitacional, também é possível determinar uma energia potencial elétrica para
uma carga de prova qo cujo valor dependa somente da posição desta carga no campo
elétrico.
A variação ΔU na energia potencial elétrica U, de um objeto carregado quando
este se move de um ponto inicial i para um ponto final f é:

ΔU = Uf – Ui = - Wif (5.2)

Onde Wif é o trabalho realizado pelo campo elétrico. Tomando-se a energia potencial nula
no infinito, a energia potencial elétrica U do corpo num ponto é:

U = - W∞ (5.3)

Onde W ∞ é o trabalho realizado pelo campo elétrico quando o objeto é movido do infinito
para o ponto em questão.
Definimos a diferença de potencial ΔV entre dois pontos num campo elétrico
como:

2
W∞
ΔV =V f −V i=−
qo (5.4)

Sendo qo a carga de prova sobre a qual o trabalho é realizado pelo campo elétrico. O
potencial num ponto é:

W∞
V =−
qo (5.5)

O lugar geométrico dos pontos que possuem o mesmo potencial é chamado de


superfície equipotencial. Um conjunto de superfícies equipotenciais pode ser usado para
representar o campo elétrico numa dada região. Conhecendo-se as equipotenciais para
uma dada distribuição de cargas, é possível traçar as linhas de força que representam o
campo elétrico gerado pela distribuição, Figura 5.2.

Figura 5.2 – Linhas equipotenciais tracejadas e linhas de campo em azul para duas cargas
de mesma intensidade e sinais opostos.

Fonte: adaptada de https://aulainterativa.ect.ufrn.br/campo-eletrico/. Acesso em 01 de nov. 2022.

De acordo com a Equação 5.4 o trabalho realizado pelo campo elétrico no


deslocamento de uma carga qo ao longo de uma trajetória que começa e termina sobre
uma mesma equipotencial é nulo; desta forma concluímos que o campo elétrico é sempre
perpendicular às equipotenciais. Se o campo elétrico não fosse perpendicular à superfície
equipotencial, ele teria um componente paralelo à mesma, este componente realizaria um
trabalho diferente de zero quando uma carga qo se movimentasse sobre a superfície
equipotencial.

BLINDAGEM ELETROSTÁTICA

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O campo elétrico no interior de um condutor em equilíbrio eletrostático é nulo.
Assim, para isolarmos um aparelho contra as influências elétricas, colocamos o mesmo
dentro de um dispositivo chamado blindagem eletrostática que nada mais é do que uma
superfície ou rede metálica.

5.2 PROCEDIMENTO

1- Monte o arranjo experimental (com a fonte de tensão desligada) como indicado na


Figura 5.3:
- Coloque a bandeja sobre a folha de papel quadriculado 1 (fornecida).
- Coloque os eletrodos na bandeja como indicado no papel quadriculado.
- Conecte os eletrodos à fonte de tensão, saída 12 V AC.
- Coloque água na bandeja de modo a formar uma lâmina de aproximadamente 1cm
de espessura.

Figura 5.3 – Arranjo experimental.

Fonte: o autor.

2- Ligue a fonte de tensão.


3- Conecte a entrada do multímetro (COM) ao terminal (sensor) fixo à base metálica.
A ponta do sensor fixo deve ser colocada no centro do quadrado sombreado com
o número 1 para que seja identificada a equipotencial que passa por 1. Depois a
ponta deve ser colocada no quadrado sombreado de número 2, e assim por diante.

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4- Conecte a outra entrada do multímetro (V) ao terminal (sensor) móvel e com este,
localize pontos de mesmo potencial, isto é, procure pontos onde a diferença de
potencial seja nula (coloque a ponta do terminal móvel sempre perpendicular à
superfície do líquido). Escolha a escala de 60 V AC no voltímetro. Marque os
pontos de mesmo potencial no papel quadriculado correspondente.
OBS: As letras em cada linha e a numeração em cada coluna foram colocadas
para facilitar a identificação das coordenadas de cada quadrado.
5- Forme linhas equipotenciais ligando os pontos de mesmo potencial e a partir
destas, trace as linhas de força do campo elétrico.
6- Repita o procedimento anterior para as outras configurações de eletrodos como
indicado nas folhas fornecidas.
7- Verificação da blindagem. Repita o procedimento com as barras paralelas, mas
desta vez coloque um anel metálico sobre a linha tracejada como indicado no
papel quadriculado correspondente. Observe que o anel metálico “blinda” o
campo elétrico (mesmo que parcialmente).
8- Inclua no seu Relatório as imagens das figuras obtidas para cada configuração,
mostrando as linhas equipotenciais e as linhas de força.

5.3 QUESTIONÁRIO

1- Como verificar experimentalmente se numa determinada região do espaço há um


campo elétrico?
2- Como verificar experimentalmente se numa determinada região do espaço há um
campo gravitacional?
3- Duas linhas de força nunca se cruzam. Por quê?
4- Duas superfícies equipotenciais diferentes podem interceptar-se? Justifique.
5- Em qual das configurações desta prática foi obtido um campo elétrico
aproximadamente constante? Justifique.
6- É possível isolar uma pequena região do espaço das forças elétricas? Como?

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