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Robinson Crusoé

(cap. 1 a 20)
LÍNGUA PORTUGUESA

6º ano
PARADIDÁTICO:
ROBINSON CRUSOÉ
Primeiras Viagens
Robinson Crusoé nasceu no
ano de 1632, filho de um
comerciante pacato e próspero e de
uma mulher de família conhecida no
condado de York. Era o mais jovem
dos três homens, de cinco filhos. Aos
18 anos, os pais desejavam que
estudasse Direito e casasse. Mas seu
espírito aventureiro falava mais
forte, então resolveu aceitar o
convite do amigo de embarcar para
Londres, pois o pai deste era o
comandante do navio.
Sem se despedir de seus pais, viajou. Mal se
afastou do porto, e já enfrentou seu primeiro
temporal. Seus remorsos foram terríveis, jurou voltar
para casa, logo que o temporal passasse. Porém, no
dia seguinte, tudo voltou ao normal. Após cinco dias
tranquilos, esqueceu de sua promessa. No entanto, no
oitavo dia, houve outro vendaval. Todos ficaram ainda
mais assustados. Foram recolhidos pelo povo de
Yarmouth. Os anfitriões lhes deram dinheiro para
retornarem, mas Robinson preferiu embarcar até
Londres.
Ao chegar a Londres, Robinson encontrou um
comandante de navio que pretendia voltar à Guiné. Pediu
emprestado dinheiro para uns parentes e propôs
sociedade com esse comandante. Foram muito bem-
sucedidos nessa viagem.
Porém, inesperadamente, o comandante morreu.
Robinson deixou 200 libras com sua viúva para que ela
aplicasse o dinheiro e seguiu viagem no mesmo navio,
desta vez, capitaneado pelo imediato.
Robinson escravo
Depois de poucas semanas, o navio foi atacado por um navio
pirata de Salé. Os prisioneiros foram vendidos como escravos, mas
Robinson ficou cativo do chefe dos piratas.
Passar de próspero comerciante a escravo foi um duro golpe
no seu orgulho e no seu espírito. Lembrava sempre das palavras de
seus pais.
Porém seu amo, apesar de muçulmano, não era cruel com
seus servos e tinha especial carinho por Robinson.
A fuga de Robinson
Certo dia, o amo de Robinson, depois
de organizar todo o navio para uma pescaria com seus
amigos, adiou a partida e pediu que Robinson, Ismail e
Xury fossem pescar peixes para o jantar.
Era uma grande oportunidade para fugir.
Então Robinson começou a jogar o anzol sem isca, para
que levassem o navio mais além. Quando estavam a
uma légua da terra, Robinson pegou Ismail e o atirou
no mar.
Robinson sabia que o mouro era um ótimo
nadador, que logo estaria na praia. Pediu fidelidade a
Xury, que jurou com tamanha lealdade, e seguiu
viagem.
Navegaram em direção a Gibraltar.
Pretendia navegar pela costa até o Senegal, onde muitos navios
ingleses costumavam aportar.
Quando os mantimentos escassearam, tiveram que se arriscar em
terra. Enquanto procuravam suprimentos, surgiram selvagens. Tentaram uma
comunicação com eles. Parecia que tinham entendido, pois retornaram com
carne e pequena quantidade de milho.
Não sabiam como recompensá-los, quando duas onças saíram da
mata. Robinson atirou em uma que morreu na hora. Em troca da onça morta,
os selvagens lhes deram água e mais mantimentos.
Depois de onze dias, avistaram um navio europeu, que os recolheu.
Robinson no Brasil
Robinson ficou tão feliz em se encontrar entre europeus, que ofereceu
tudo que tirara da adega como pagamento.
O capitão se ofereceu para comprar um barquinho e Xury como
escravo. Então Robinson esclareceu que Xury não era escravo. Mas o próprio
rapaz aceitou servir ao capitão por dez anos, ao final dos quais seria liberto.
Estavam indo em direção ao Brasil.
O capitão fez uma proposta a Robinson, de se tornar plantador de
cana.
Após três meses na Bahia, Robinson deu uma procuração para o
comandante Wels para que seu ouro fosse transferido de Londres para Lisboa.
Uma parte foi revertida em mercadorias, e o resto, guardado em moeda.
Robinson estava vivendo uma vida tranquila, quando,
insensatamente, acabou entrando num negócio de tráfico de escravos...
Um navio negreiro
A viagem era clandestina e muito cautelosa. A venda pública de escravos
era proibida.
Estava atraído loucamente por essa aventura. Pediu que seus
vizinhos cuidassem de suas plantações, deixando como testamenteiro o
comandante português que o salvara em alto-mar.
A viagem teve início dia 1º de setembro de 1659, oito anos depois de ter
partido da casa de seus pais.
O navio contava com quatorze tripulantes além dele.
Ao cabo de doze dias de viagem, o navio foi pego por um furacão. Um
tripulante morreu de febre e outro foi arrastado por uma onda.
Quando passou, o navio encontrava-se avariado e fora da rota. A
esperança era alcançar uma ilha no Caribe.
Antes de alcançar alguma ilha, outro furacão os apanhou. Um dos
marinheiros avistou terra e arriaram um bote. Porém o bote se encheu de água.
À medida que se aproximavam da costa, mais a tempestade ficava forte.
O naufrágio
O bote acabou virando.
Robinson usou toda sua força para nadar na direção da terra. Uma
onda o jogou contra uns rochedos e ele quase acabou desmaiando. Depois de
conseguir subir nas pedras, descansou e avistou o navio que havia encalhado.
Não encontrou nenhum de seus companheiros vivos. Encontrou água
doce e bebeu até se fartar. Mascou fumo e subiu na árvore para dormir.
No dia seguinte, foi até o navio. Logo quando entrou, correu à
despensa.
Improvisou uma jangada e saiu retirando tudo que tivesse utilidade
para um náufrago. O tempo era escasso; precisava retornar em segurança à
praia.
Remou furiosamente, dando impulso na direção da foz de um riacho.
Soltou o cão e os gatos que havia trazido do navio, que saíram nadando para a
praia. Enterrou um dos remos como uma âncora improvisada e esperou a
maré baixar, para chegar a salvo na areia com todas as suas preciosidades.
Ilha ou continente?
Robinson tinha urgência em descobrir um lugar seguro para proteger
aqueles objetos, além de procurar resposta para sua dúvida se haveria algum
sobrevivente.
Ao chegar ao cume de uma colina, descobriu que estava numa ilha.
Anoitecia rapidamente, então tratou de descarregar a jangada e
formar, com madeiras, uma espécie de jaula, onde pudesse passar a noite
protegido.
Outras visitas ao navio
No dia seguinte, foi a nado e improvisou nova jangada com madeira do
navio. Carregou com várias sacas de pregos, machados, pedra de afiar, mais
pólvora e armas. Também recolheu toda a roupa que havia dispensado na
véspera, além de colchões e cobertores.
Montou uma tenda de campanha, sob a qual guardou tudo que
pudesse estragar. Por fim, estendeu o colchão e as cobertas e teve um sono
profundo, de fadiga do bom trabalho.
Enquanto o navio não sumisse, pretendia visitá-lo e recolher tudo que
pudesse. Empreendeu uma terceira viagem ao navio, dessa vez trazendo cordas,
lonas e o barril de pólvora que se havia molhado.
Depois de treze dias desde o naufrágio, tinha feito onze viagens até o
navio. Mas, quando estava para começar a sua décima segunda viagem, o vento
começou a ficar forte. Resolveu se arriscar e nadou até o navio, seguindo para a
cabine do comandante. Levou outros objetos e moedas. Antes que começasse a
chover, colocou o saco nas costas e se atirou na água. Nadou até a praia.
Durante o furacão, o navio desapareceu.
Uma nova casa
Ao pé de uma colina íngreme, encontrou uma espécie de terraço que
ficava do lado da sombra do morro. Era um lugar apropriado para defesa, pois
podia ver ao longe se surgissem inimigos.
Reforçou sua segurança com uma paliçada que protegesse a entrada da
tenda. A cerca ficou tão forte que homem algum poderia arrancá-la, nem fera
alguma conseguiria saltar o muro. Fez um depósito entre as pedras e sua
moradia no local mais alto. Resolveu que o mais seguro seria construir uma
escada, que pudesse recolher depois de entrar na tenda.
A cada dia, ia escavando mais e mais a caverna, e assim abriu, atrás de
sua tenda, um depósito bastante satisfatório para guardar a pólvora.
Confeccionou saquinhos de lona, onde separou a pólvora e a espalhou em
diferentes lugares da caverna e em outros esconderijos na rocha.
Durante os quinzes dias de trabalho, saía da toca algumas horas para
fazer exercícios e tentar caçar alimentos.
Trabalhos e pensamentos
Depois de armazenar a pólvora, resolveu conhecer a ilha.
Sabia que sua situação não era boa, pois estava em uma ilha deserta,
fora das rotas de navegação.
Todos os dias acrescentava um risco no poste e, ao cabo de sete dias,
riscava um traço horizontal, para marcar o domingo e, no primeiro dia de cada
mês, fazia um talho maior. Assim manteve um calendário exato da sua
aventura.
Tinha três Bíblias e alguns livros, que serviram de companhia.
Também tinha um cachorro, seu grande companheiro nos primeiros
tempos.
Robinson elaborou uma lista preciosa, que o ajudou a vencer a
obsessão de passar horas olhando inutilmente o horizonte, à espera de um
resgate que sabia ser quase impossível.
Confortado assim espiritualmente, procurava usar seu tempo em
tarefas que melhorassem suas condições de vida.
O diário
Depois que reforçou a muralha com
uma proteção suficiente para se resguardar
de qualquer ataque, Robinson resolveu usar
do papel que restava para registrar suas
memórias, escrevendo um diário.
Robinson adoece
Certo dia, Robinson acordou com calafrios e frequentes arrepios.
Sentia-se febril.
Estava doente e isso o apavorava. Rezava com frequência e pedia
misericódia a Deus. No quarto dia, acordou um pouco melhor, mas fez esforço
ao caçar. Então a doença piorou. Não conseguia nem se levantar da rede.
Chorava muito e se lamentava a Deus.
Dizia que estava pagando por sua vida desorientada e porque fizera
muito seus familiares sofrerem. O medo era pavoroso.
A febre diminuiu um pouco. Resolveu tentar um tipo de medicação
usada pelos nativos do Brasil. Obrigou-se a tomar muitos goles daquela
mistura, durante vários dias.
Encontrou um livro de orações e começou a lê-lo. Com as orações e o
medicamento, ao final de tantos dias de doença, a febre cedeu.
Foi um mês terrível, porém seu espírito estava mais sereno e sua alma
mais aliviada.
Reconhecendo a ilha
Depois que a doença passou, era tempo de conhecer o melhor
possível a sua ilha. Já fazia dez meses que naufragara e as chances de ser
encontrado eram remotas. Precisava localizar um lugar melhor para construir a
nova casa e procurar alternativas de fontes de alimento.
Encontrou um vale tão adorável e tranquilo que construiu uma
espécie de caramanchão. Passou um mês ali.
Chegou o dia 30 de setembro, data do primeiro aniversário do seu
naufrágio. Conferiu as marcas talhadas no poste e nesse dia fez um rigoroso
jejum, dedicando seu tempo a preces e a uma confissão sincera de seus
pecados diante de Deus. Passou o resto do dia lendo orações.
Aos poucos, durante o resto do ano seguinte, foi lentamente
costeando o mar, até dar a volta completa em Desespero.
Não quis se arriscar explorando outras regiões, pois sua vida corria
bem na ilha, aumentou seu rebanho de cabras, tivera sucesso com a secagem
das uvas e contava com seu cão como companhia.
Às vésperas do segundo ano do naufrágio, deu-se de presente um
filhote de papagaio.
A canoa
Sua maior preocupação era nunca estar ocioso. Começava seus dias
cumprindo seus deveres para com Deus, lendo um trecho da Bíblia ou orações.
Isso lhe dava, além de distração, um grande consolo.
Saía depois à caça de alimento e nunca deixou de fazer exercícios
diários, mesmo quando o tempo estava feio. Só podia contar consigo mesmo e
aquele período de febre e doença lhe aterrava. Sentia que precisava cuidar
bem de si.
Certo dia, resolveu construir uma canoa à maneira que vira os índios
do Brasil construírem as deles. Levou boa parte do seu quarto ano na ilha
construindo a barca.
Porém, que decepção! Construiu uma canoa pesada demais e não
havia força em seus braços para empurrá-la até a beira d’água. Foi frustrante
ver que tanto trabalho resultara inútil.
Uma pegada na areia
Preparou uma segunda canoa, tomando cuidado para escolher bem o
local da construção. Pretendia navegar apenas costeando sua ilha.
Abasteceu a canoa com muitos alimentos e levou o mosquete e
munição. Começou a viagem no dia 6 de novembro do sexto ano de seu
naufrágio.
Uma correnteza o jogou para longe da ilha. Ao se ver longe da ilha,
percebeu como aquele pedaço de terra podia ser abençoado e querido.
Foram muitas horas de desespero e de tentativas com a vela que
improvisara, até que uma correnteza o atirou de novo à costa.
Estava numa região que nunca visitara antes. Teve uma visão terrível,
encontrou uma pegada na areia que não era sua.
Uma visão macabra
Já estava há quinze anos na ilha, tinha conseguido um bom rebanho de
cabras e sua plantação de arroz e cevada iam bem. Como as roupas europeias
iam estragando, improvisou trajes com pele das cabras e usava chapéu de folhas.
Usava também um guarda-chuva, como tinha visto no Brasil.
Quando se dispôs a voltar à praia onde encontrara a pegada, acabou
topando dessa vez com uma ossada humana.
Em outros anos, também presenciou a chegada dos selvagens. Prometeu
a si que, se tivesse alguma oportunidade, tentaria no futuro salvar a vítima de
algum daqueles demônios.
Outro naufrágio
Depois de vinte anos morando em sua ilha, perdera as esperanças de
que outro navio o encontrasse. Foi com grande espanto que, após um terrível
furacão, ouviu o som inconfundível de um tiro de canhão.
Quando a manhã chegou, procurou pelo navio. O tempo estava péssimo
e não podia distinguir se o vulto era o de um navio mesmo. Imaginou se eles não
teriam jogado âncora, reuniu seu arsenal e procurou pelos náufragos.
O tempo melhorou, então foi a bordo. Foi uma visita amarga, porque
achou logo cadáveres de dois infelizes. Orou por eles. Então ouviu latidos e
encontrou um cão.
Nos dias seguintes, tratou de levar tudo que pudesse para terra.
Surge Sexta-Feira
Os canibais continuavam sendo sua maior preocupação naqueles
últimos anos de desterro. Havia resolvido que, se os encontrasse, tentaria
enfrentá-los.
Certa vez, vieram cerca de trinta selvagens em várias canoas. Com
binóculo, viu quando tiraram dois prisioneiros de uma das pirogas. Um deles
foi logo derrubado na areia com um golpe. Rapidamente, os canibais atacaram.
Robinson não se conteve, rapidamente organizou um plano. Poderia
ajudá-lo. Teve que fazer sinais insistentes para que o jovem ultrapassasse o
riacho, e ele compreendeu.
Era tamanho o cansaço do infeliz, que dormiu na hora em que se
jogou entre as pedras.
Deu seu nome de Sexta-Feira, por ter sido salvo numa sexta-feira.
Primeiras providências
Sexta-Feira era um rapaz simpático, de bom físico, talvez com 26 anos
de idade. Não parecia feroz e, quando sorria, lembrava um europeu. Seus
cabelos eram negros e lisos e sua pele não era escura como a dos africanos,
mas de uma cor azeitonada.
Depois que fizeram o enterro das vítimas dos canibais, levou Sexta-
Feira até sua fortaleza e arrumou roupas para ele.
Queria instalar bem seu novo amigo, mas também temia que seus
instintos canibalescos lhe trouxessem perigo.
Assim, Sexta-Feira ficaria próximo o bastante dele, mas isolado pela
corda que recolhia antes de dormir no local superior da casa.
O aprendizado de Sexta-Feira
Robinson dedicou boa parte de seu tempo ao
novo amigo. Ensinou-lhe palavras em inglês e logo
podiam ter alguma comunicação.
Robinson se arrependeu da desconfiança
inicial. Sexta-Feira se mostrou tão leal, alegre e
participativo em aprender as tarefas e o ajudar em
todas elas, que viu não ser necessário tomar nenhuma
precaução contra ele. Seu comportamento o
convenceu de que Deus deu a todas as criaturas,
civilizadas ou selvagens, a mesma capacidade de
inteligência e sentimentos, bastando para isso que a
pessoa abra seu coração. Um canibal pode saber o que
é gratidão e lealdade.
Atividade no caderno
1. Quem era Robinson Crusoé e o que aconteceu na sua
primeira viagem?
2. O que aconteceu com Robinson quando foi aprisionado
pelos piratas de Salé?
3. Como Robinson conseguiu fugir da escravidão?
4. Como Robinson conseguiu recompensar os selvagens que
o ajudaram?
5. Qual foi a proposta feita pelo capitão português a
Robinson?
6. Em que negócio Robinson entrou que era considerado
ilegal?
Atividade no caderno
7. O que aconteceu depois de doze dias de viagem?
8. Quando a tempestade passou, qual foi a primeira
providência tomada por Robinson?
9. Quantos e quais foram os animais resgatados por
Robinson no navio?
10. Quantas viagens Robinson fez até o navio?
11. Depois que construiu sua tenda, o que assustou
Robinson durante uma tempestade?
12. O que fez Robinson para organizar seus pensamentos e
sentimentos?
Atividade no
caderno
13. Como Robinson conseguiu se curar da doença?
14. Onde Robinson construiu sua outra casa?
15. Como Robinson passou o dia 30 de setembro, data
do seu primeiro aniversário de naufrágio?
16. Às vésperas do segundo ano do naufrágio, como
Robinson se presenteou?
17. Por que Robinson considerou sua primeira canoa
uma decepção?
Atividade no
caderno
18. O que Robinson encontrou quando voltou à praia na
qual havia descoberto uma pegada?
19. Como foi chamado por Robinson o selvagem que
salvara? E por quê?
20. Como era o selvagem?
21. Qual foi a primeira providência tomada por
Robinson quando levou o selvagem para sua fortaleza?
22. Onde instalou o selvagem em sua fortaleza?
TAREFA DE CASA:
CONTINUAÇÃO DA
ATIVIDADE NO
C AD E R N O

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