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Metrologia Dimensional

Controle Geométrico:
Tolerâncias Dimensionais e
Sistema de Ajustes

Prof. Meinhard Sesselmann


Referências Bibliográficas:
1. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NRB 6158 - Sistema de
tolerâncias e ajustes, Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
2. PUGLIESI, M. & BINI, E. & RABELLO, I. D. Tolerâncias, Rolamentos e
Engrenagens, 1ª ed., São Paulo: Hemus, 2007. ISBN: 9788528905809.
3. AGOSTINHO, O. L. & RODRIGUES, A. Princípios de Engenharia de Fabricação
Mecânica – Tolerâncias, Ajustes, Desvios, 1ª ed., São Paulo: Edgard Blucher,
1977. ISBN: 9788521200505.
4. FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, Telecurso 2000: Profissionalizante –
Metrologia, Rio de Janeiro: Globo, 1995.
5. PROVENZA, F. Tolerâncias ISO, São Paulo: Editora F. Provenza, 1976.
6. GUEDES, P. Metrologia Industrial, Lisboa: ETEP Edições Técnicas e
Profissionalizantes, 2011.
7. SUGA, N. Metrologia Dimensional: a Ciência da Medição, 1ª ed. , São Paulo:
Mitutoyo do Brasil, p. 243, 2007. ISBN 9780955613302.
Conteúdo Programático
• Introdução

• Tolerância Dimensional

• Tipos de Ajuste

• Sistema de Tolerância e Ajuste ABNT / ISO

• Especificação de Tolerâncias por Meio do Tipo de Ajuste

• Lista de Exercícios 01 –Tolerância Dimensional


Introdução
Renascimento (1450) / 1ª Revolução científica (1540):
- Da Vinci, Kepler, Torricelli, Pascal, Descartes, Leibnitz, Copérnico;
- Metodologia científica para estudar os fenômenos naturais.
1ª Revolução industrial (XVIII):
- Indústrias baseadas em novas ciências como a química e a eletricidade;
- Produção artesanal.
2ª Revolução industrial (XVIII e XIX):
- Morse, Edison, Tesla, Pasteur, Bayer, Ford, entre outros
- Novo impacto da aplicação da ciência na indústria e produção seriada
Ex.: produção de “riffle” na guerra civil americana, linha de montagem
da Ford;
- Em 1920: 2 milhões de veículos iguais num ano;
- Hoje: a Embraco produz 25 milhões de compressores/ano;
- Conceito fundamental = intercambiabilidade: substituição de peças sem
repares e ajustes (norma internacional antes da 1ª Guerra Mundial).
Implicações
• Muito difícil executar peças com as medidas rigorosamente exatas.
• Todo processo de fabricação está sujeito a imprecisões.
• Sempre acontecem variações ou desvios das cotas indicadas no
desenho.
• A qualidade produzida não é constante, mas varia de forma
aleatória (No melhor dos casos!).

• SOLUÇÃO  As medidas das peças devem poder variar, dentro de certos


limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade.
 INTERCAMBIALIDADE.

• INTERCAMBIALIDADE  Capacidade de substituição de uma peça


danificada por um exemplar novo tomado aleatoriamente em um
estoque sem que haja a necessidade intervenção ou adaptação da
mesma.

• Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caracterizam o que


chamamos de TOLERÂNCIA DIMENSIONAL.
Conformidade x Não-Conformidade
• Tolerância (Intervalo de Especificação):
• É o conjunto de valores que uma característica da qualidade
pode apresentar sem gerar no produto modos de
funcionamento tecnicamente inaceitáveis.
Controle Geométrico
• O objetivo do controle geométrico é dar suporte à gestão de processos
de fabricação na obtenção da qualidade geométrica dos produtos.

• Para isso, contribui:


... na avaliação de conformidade de produto, permitindo a
segregação do produto não-conforme;

... no controle dos processos de fabricação, permitindo a redução


da variabilidade e com isso o aumento da fração conforme;

... na pesquisa e no desenvolvimento de novos produtos e


processos.
Controle Geométrico
• Desenho Técnicos de Engenharia:
• Desenhos descrevendo produtos da engenharia mecânica tem dois
tipos de especificações:
• Especificações Geométricas;
• Especificações de Material.
Controle Geométrico
• Tipos de Especificações Geométricas:
Conceitos
A prática tem demonstrado que as medidas das peças podem variar, dentro
de certos limites, para mais ou para menos, sem que isso prejudique a qualidade.
Tolerância:
- Variação permissível da dimensão da peça, dada pela diferença entre dimensões
máxima e mínima
- Outros conceitos:
- Dimensão nominal (D): indicadas nos desenhos técnicos;
- Afastamento superior (As/ as): diferença entre a dimensão máxima e a nominal;
- Afastamento inferior (Ai/ ai): diferença entre a dimensão mínima e a nominal;
- Campo de tolerância (IT): valor entre o afastamento superior e o inferior;
- Dimensão efetiva: valor obtido medindo a peça;
- Dimensão máxima (Dmax): valor máximo admissível para a dimensão efetiva;
- Dimensão mínima (Dmin): valor mínimo admissível para a dimensão efetiva
Parâmetros Característicos
• Dimensão Limite:
• As duas dimensões extremas permissíveis para um
elemento, entre as quais a
dimensão efetiva deve
estar.
• Dimensão Máxima:
• A maior dimensão admissível de um elemento.
• Dimensão Mínima:
• A menor dimensão admissível de um elemento.
• Dimensão Máxima:
• dmax – eixo
• Dmax – Furo
• Dimensão Mínima:
• dmin – eixo
• Dmin – Furo
1) Tamanho T do campo de tolerância:

Sistema de tolerâncias e ajustes


- Normalizado pela ABNT (NB-86)
- Temperatura de referência = 20° C
- Conjunto de princípios, regras e tabelas que
possibilita a escolha racional de tolerâncias e
ajustes de modo a tornar mais econômica a
produção de peças mecânicas intercambiáveis
- Sistema de tolerâncias
- Qualidade de trabalho: 18 “graus de tolerância”
previstas pela norma IT = ISO Tolerance
Sistema de tolerâncias e ajustes
- Sistema de tolerâncias
- Tolerâncias fundamentais: sistema estudado inicialmente para a
produção de peças mecânicas com até 500 mm de diâmetro; depois foi
ampliado para peças com até 3150 mm de diâmetro
Tabela 1.1
Uma dimensão é fabricada dentro de uma faixa de
tolerâncias.
2) Posição do campo de tolerância em relação à linha zero:

• Linha Zero (Neutra):


• Linha reta que representa a dimensão nominal e serve de
origem aos afastamentos em uma representação gráfica de
tolerâncias e ajustes.

• OBS.: Afastamentos acima da linha neutra são positivos.


Afastamentos abaixo da linha neutra são negativos.

• Posição da Zona de Tolerância:


• É a menor distância entre a linha zero e a zona de tolerância.
• Esta posição pode ser medida entre a linha zero e o limite
inferior ou entre a linha zero e o limite superior, dependendo
de qual é a menor medida.
• Afastamentos:
• São desvios aceitáveis das dimensões nominais, para mais ou
menos, que permitem a execução da peça sem prejuízo para
seu funcionamento e intercambiabilidade.
• Eles podem ser indicados no desenho técnico como mostra a
ilustração a seguir:

• Afastamento Superior ( as – eixo / As – Furo ):


• Diferença algébrica entre a dimensão máxima e a
correspondente dimensão nominal.

• Afastamento Inferior ( ai – eixo / Ai – Furo ):


• Diferença algébrica entre a dimensão mínima e a
correspondente dimensão nominal.
Campos de tolerância: posições em relação à linha zero designada por
uma ou duas letras, as maiúsculas para furos e as minúsculas para eixos.
Representação simbólica: letra do campo + número indicativo da qualidade
Ex.: H7, h6

Obs.: quando indicados simultaneamente, os símbolos do furo e do eixo


correspondente, deve aparecer em primeiro lugar o símbolo do furo.
Ex.: H7 / h6
Regras para o Cálculo dos Afastamentos
Ver tabela 1.2 de valores dos afastamentos de referência para eixos

1. Conhecido um dos afastamentos (o de referência), o outro é calculado pela


adição ou subtração da tolerância:
as – T = ai ai + T = as

2. Para os afastamentos inferiores (Ai) dos furos de A até H, Ai = as do eixo da


mesma letra com sinal trocado (+)

3. Para os afastamentos superiores(As) dos furos:


• N com qualidade ≥ 9 : As = 0
• J até N com qualidade ≤ 8 e P até ZC com qualidade ≤ 7 :
As = afastamento inferior ai do eixo da mesma letra com o sinal trocado,
aumentada
da diferença entre as tolerâncias T de duas qualidades (qualidade original
menos a
da qualidade imediatamente mais fina).
• J até ZC demais qualidades : As = ai do eixo da mesma letra com sinal
trocado (-)
Sistema de ajustes
Furo base (“furo padrão”)
• a linha zero constitui o limite inferior da tolerância do furo
• os furos H são os elementos básicos deste sistema.

Eixo base (“eixo padrão”)


• a linha zero constitui o limite superior da tolerância do eixo
• os eixos h são elementos básicos deste sistema
Exemplo: Analise a vista ortográfica cotada e faça o que é pedido.
1. Complete os espaços com os valores correspondentes:
• Afastamento superior:
• Afastamento inferior
• Dimensão máxima:
• Dimensão mínima:
2. Dentre as medidas abaixo, assinale com um X as cotas que não
podem ser dimensões efetivas deste ressalto:
20,05 ( ) - 20,04 ( ) - 20,06 ( ) - 20,03 ( ) - 20,01 ( )

a S  0 ,05 mm
aI  0 ,03 mm

d max  20 ,00  0 ,05  20 ,05 mm


d min  20 ,00  0 ,03  20 ,03 mm
• Exemplo: Analise a vista ortográfica cotada e faça o que é pedido.
1. Complete os espaços com os valores correspondentes:
• Afastamento superior:
• Afastamento inferior
• Dimensão máxima:
• Dimensão mínima:

a S  0 ,20 mm d max  16 ,00  0 ,20  15 ,80 mm

aI  0 ,41mm d min  16 ,00  0 ,41  15 ,59 mm


• Exemplo: Analise o pino e indique o que é pedido.
1. Complete os espaços com os valores correspondentes:
• Afastamento superior:
• Afastamento inferior
• Dimensão máxima:
• Dimensão mínima:

a S  0 ,02 mm
aI  0 ,02 mm

d max  12 ,00  0 ,02  12 ,02 mm

d min  12 ,00  0 ,02  11 ,98 mm


Exemplos de cálculo:
Determinar os afastamentos do eixo g6, de Ø 40mm.
- Afastamento superior do eixo: as = -9μm.
- IT6 (Ø 40mm) = 16μm.
- Afastamento inferior do eixo: ai = -9 –16 = -25μm

Determinar os afastamentos do furo G7, de Ø 40mm.


- Afastamento superior do eixo g: as = -9μm.
- Afastamento inferior do furo G: Ai = +9μm (sinal e afastamento trocado)
- IT7 (Ø 40mm) = 25μm
- Afastamento superior do furo G7: As =+9 +25 = +34μm

Determinar os afastamentos do furo N6, de Ø 40mm.


- Afastamento inferior do eixo n: ai = +17μm.
- IT6 (Ø 40mm) = 16 μm; IT5 (Ø 40mm) = 11μm
- Afastamento superior do furo N6: As = -17+(16-11) = -12μm (regra para
furos)
- Afastamento inferior do furo N6: Ai = -12-16 = -28μm

Determinar os afastamentos do furo P9, de Ø 40mm.


- Afastamento inferior do eixo p: ai = +26μm; IT9 (Ø 40 mm) = 62μm
- Afastamento superior do furo P9: As = -26μm (sinal e afastamento
• Tolerância:
• Diferença entre dimensão máxima e a dimensão mínima,
ou seja, diferença entre o afastamento superior e o
afastamento inferior.

• OBS.: A tolerância é um valor absoluto, sem sinal.

tF = Dmax - Dmin (Furos ) te = dmax - dmin (Eixos )


tF = AS - AI (Furos ) te = aS - aI (Eixos )
Exemplo: Calcule a tolerância da cota indicada no desenho.

t e  a S  aI  0 ,20   0 ,41  0 ,41  0 ,20  0 ,21mm


d max  16  0 ,20  15,80 mm
d min  16  0 ,41  15,59mm
t e  d max  dmin  15,80  15,59  0 ,21mm
Ajuste:
• Modo de se conjugar duas peças introduzidas uma na
outra.
• Através do ajuste pode-se assegurar que as peças
acopladas terão movimento relativo entre si ou estarão
firmemente unidas.
• Relação resultante da diferença, antes da montagem,
entre as dimensões dos dois elementos a serem
montados.

• Nota: Os dois elementos em um ajuste têm em comum


a dimensão nominal.
Sistema prático
Na prática são usados três classes de acoplamentos:
Com folga; Incerto e Com interferência
• Ajuste – Eixo:
• Termo convencional utilizado para descrever uma
característica externa de uma peça, incluindo também
elementos não cilíndricos.

• Ajuste – Furo:
• Termo convencional utilizado para descrever uma
característica interna de uma peça, incluindo também
elementos não cilíndricos.
Terminologia de Ajustes
• Superfície de Ajuste:
• Toda superfície de contato entre peça acopladas, sejam elas
fixas ou móveis.

• Ajuste Cilíndrico:
• Ajuste entre superfícies de ajustes cilíndricas circulares.
• Ex: Aro interno do rolamento com o eixo correspondente.

• Ajuste Plano:
• Ajuste entre pares de superfícies de ajuste planas.
• Ex: Ajuste entre guias prismáticas de uma máquina-
ferramenta.

• Ajuste Cônico:
• Ajuste entre superfícies de ajustes cônicas circulares.
• Ex: Pinos cônicos de centragem entre duas peças.
Ajuste Cilíndrico
Ajuste Cônico

Ajuste Plano
Tipos de Ajustes
• Ajuste com Folga:
• Ajuste no qual sempre ocorre uma folga entre o furo e o eixo
quando montados, isto é, a dimensão mínima do furo é SEMPRE
maior que a dimensão máxima do eixo.

AI  a S
Dmin  d max

• Folga:
• Diferença positiva entre as dimensões do furo e do eixo, antes
da montagem, quando o diâmetro do eixo é menor que o
diâmetro do furo.
Tipos de Ajustes – Ajuste com Folga
• Folga Máxima:
• Diferença positiva entre a dimensão máxima do furo e a
dimensão mínima do eixo.
• Folga Mínima:
• Diferença positiva entre a dimensão mínima do furo e a
dimensão máxima do eixo.

Fmax  Dmax  d min


Fmax  AS  aI

Fmin  Dmin  d max


Fmin  AI  a S
Tipos de Ajustes – Ajuste com Folga
Exemplo: Demonstre que o sistema possui FOLGA.

Análise
Dmin  dmax
25,00  24 ,80
Furo 
AS  0 ,21mm  Dmax  25  0 ,21  25,21mm Folga
AI  0 ,00 mm  Dmin  25  0 ,00  25,00 mm
Eixo
a S  0 ,20 mm  dmax  25  0 ,20  24 ,80 mm
aI  0 ,41mm  dmin  25  0 ,41  24 ,59mm
Tipos de Ajustes
• Ajuste com Interferência:
• Ajuste no qual ocorre uma interferência entre o furo e o eixo
quando montados, isto é, a dimensão máxima do furo é
SEMPRE menor que a dimensão mínima do eixo.

AS  aI
Dmax  d min
• Interferência:
• Diferença negativa entre as dimensões do furo e do eixo, antes
da montagem, quando o diâmetro do eixo é maior que o
diâmetro do furo.

Prof.: William Xavier d’Alcântara


• Interferência Máxima:
Diferença negativa entre a dimensão mínima do furo e a dimensão
máxima do eixo.
• Interferência Mínima:
Diferença negativa entre a dimensão máxima do furo e a dimensão
mínima do eixo.

I min  Dmax  d min


I min  AS  aI

I max  Dmin  d max


I max  AI  a S

Prof.: William Xavier d’Alcântara


Tipos de Ajustes – Ajuste com Interferência
Exemplo: Demonstre que o sistema possui INTERFERÊNCIA.

Análise
Dmax  d min
Furo
25 ,21  25 ,28
AS  0 ,21mm  Dmax  25  0 ,21  25 ,21mm

AI  0 ,00 mm  Dmin  25  0 ,00  25 ,00 mm
Interferência
Eixo
a S  0 ,41mm  d max  25  0 ,41  25 ,41mm
aI  0 ,28 mm  d min  25  0 ,28  25 ,28 mm
Tipos de Ajustes
• Ajuste com Incerteza:
Ajuste no qual pode ocorrer uma folga ou uma interferência entre
o furo e o eixo quando montados, dependendo das dimensões
efetivas do furo e do eixo, isto é, os campos de tolerância do furo e
do eixo se sobrepõem parcialmente ou totalmente.

AI  a S e aI  AS
Dmin  d max e dmin  Dmax
Tipos de Ajustes – Ajuste Incerto
Exemplo: Demonstre que o sistema possui INCERTEZA.

Análise
Dmax  d min e dmax  Dmin
30 ,25  30 ,02 e 30 ,18  30 ,00
Furo 
AS = +0 25
, mm ® Dmax = 30 + 0 ,25 = 30 ,25 mm Incerto
AI = 0 ,00 mm ® Dmin = 30 + 0 ,00 = 30 ,00 mm
Eixo
aS = +0 ,18 mm ® dmax = 30 + 0 ,18 = 30 ,18 mm
aI = +0 ,02mm ® dmin = 30 + 0 ,02 = 30 ,02mm
ESCOLHA DO AJUSTE

Os principais fatores que influenciam a escolha do ajuste são:


• acabamento superficial das superfícies em contato.
• comprimento de contato.
• movimento relativo entre as peças.
• velocidade de funcionamento.
• tipo de material das peças.
• temperatura.
• lubrificação.
• quantidade de peças
• custo da produção
RECOMENDAÇÕES PARA ESCOLHA DO AJUSTE

1. Evitar qualidade de trabalho muito rigorosas, utilizando na fabricação das peças as


tolerâncias mais amplas possíveis, de acordo com as condições de trabalho do
conjunto.
2. Verificar a possibilidade de execução das peças, de acordo com as limitações dos
processos de usinagem recomendados ou disponíveis.
3. Optar por tolerâncias mais amplas para o furo e mais apertadas para o eixo, devido
a maior facilidade de usinagem e medição.
4. Coerência entre as tolerâncias do furo e do eixo.
5. Utilizar sempre que possível os ajustes recomendados, devido à certeza de
funcionamento adequado.
6. Seguir sempre as recomendações dos fabricantes e as tabelas constantes em livros
especializados em ajustagem mecânica e normas técnicas.
EXEMPLO: Estudar o seguinte ajuste: 55 F7/h6
Dados:
Solução:

EIXO: 55 h6

• dimensão nominal: D = 55mm


• qualidade: tabela 1.1 para D = 55mm/IT6(preciso) => Te = 19μm
• posição do campo de tolerância: h (vide tabela 1.2)
• afastamento superior: as = 0 μm
• afastamento inferior: ai = as – Te = -19 μm

• dimensão máxima [mm]: Dmáx = D + as = 55 + 0 = 55


• dimensão mínima [mm]: Dmín = D + ai = 55 + (-0.019) = 54.981
• tolerância de fabricação [μm]: Te = as - ai = 0 - (-19) = 19

indicação:
FURO: 55 F7

• dimensão nominal [mm]: D = 55mm


• qualidade: tabela 1.1 para D = 55mm/IT 7(preciso) => Tf = 30μm
• posição no campo de tolerância: F
• afastamento inferior: tabela 1.2 as = -30μm = - Ai => Ai = +30μm
(como tabela 1.2 é pra eixos: trocar sinal e tipo de afastamento!)
• afastamento superior: As = Ai + Tf = +60μm

• dimensão máxima [mm]: Dmáx = D + As = 55 + 0.060 = 55.060


• dimensão mínima [mm]: Dmín = D + Ai = 55 + 0.030 = 55.030
• tolerância de fabricação [μm]: Tf = As - Ai = 60 - 30 = 30

indicação:
AJUSTE 55 F7/h6 (desenho abstrato)
• ajuste eixo base
• ajuste com folga, livre, normal
• folga máxima [μm]: Fmax = As - ai = 60 - (-19) = 79
• folga mínima [μm]: Fmin = Ai - as = 30 - 0 = 30
• medida nominal Mn [mm]: 55
• tolerância eixo Te [μm]: 19
• tolerância furo Tf [μm]: 30
As = 60μm

Tf F7
Fmax = 79μm
Ai = 30μm
Fmin = 30μm
Linha zero
Te h6
ai = -19μm

Mn
AJUSTE 55F7/h6 no desenho
Tipos de Ajustes
Aplicações Industriais de Ajuste:
Interferência Leve:
• Utilizados em
acoplamentos fixos que
só podem acoplar-se ou
desacoplar-se a golpe de
martelo pesado.
• A transmissão de torque
dever ser garantida por
chavetas e/ou estrias.
• Ex.: Anéis internos de
rolamentos montados
em eixos para cargas
normais.
Tipos de Ajustes
Aplicações Industriais de Ajuste:
Incerto Forte:
- Utilizados para peças que
tenham acoplamento fixo e cuja
desmontagem não seja tão
frequente, podendo desacoplar-
se a golpes de martelo comum de
mão em pequenas peças e
martelo pesado nas grandes.
Ex.: Embuchamento de rodas,
rotores de turbinas e bombas
centrífugas.c
Tipos de Ajustes
• Aplicações Industriais de Ajuste:
• Incerto Leve:
• Utilizados em peças que
devam acoplar-se e
desacoplar-se a mão ou golpe
suave com martelo de
borracha.
• Ex.: Anéis internos de
rolamentos de esferas para
pequenas cargas e anéis
externos de rolamento
fixados nas carcaças..
Tipos de Ajustes
• Aplicações Industriais de
Ajuste:
Ajustes com Folga Leve:
- Peças que quando bem
lubrificadas pode-se montá-las
e desmontá-las com a mão.
Ex.: Anéis distanciadores,
colunas móveis de furadeiras.
Tipos de Ajustes
• Aplicações Industriais de
Ajuste:
Ajustes com Folga Semi-Rotativo:
Utilizados em peças que
devam ter uma folga bastante
mínima.
Ex.: Engrenagens
deslizantes em caixa de câmbio.
Tipos de Ajustes
• Aplicações Industriais de Ajuste:
• Ajustes com Folga Rotativo:
Utilizados em acoplamentos que necessitam folga perceptível.
Ex.: Mancal principal em furadeiras e tornos.
Tipos de Ajustes
• Aplicações Industriais de Ajuste:
Ajustes com Folga Rotativo Forte:
Utilizados em acoplamentos que necessitam uma ampla
folga.
Ex.: Mancais de turbo-geradores.

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