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A Simbologia na Missa

Jornada de Estudos Montfort

SPES
Quadro Sinóptico
1. Introdução
a. Importância da Liturgia
b. Importância da Liturgia para os Modernistas
c. Definição de Símbolo

2. Simbologia dos Objetos Litúrgicos


a. Paramentos
b. Cores
3. Símbolo da Missa em geral
Referência com os sacrifícios da Lei Mosaica.

4. Símbolo da Missa em suas partes


a. Intróito
b. Leituras
c. Ofertório
d. Cânon
e. Comunhão

5. Conclusão
A Santa Missa é o ato de virtude de religião mais excelente e solene da Liturgia.
Compreendê-la e amá-la é dever de todo católico, especialmente quando a heresia
modernista atenta contra sua essência e finalidade.
Introdução

Liturgia etimologicamente designa uma obra ou ofício público.

1- para os gregos é um ofício imposto pela autoridade para o bem público -
(publicum opus, officium).

2- Na Sagrada Escritura significa o cuidado com os pobres II Cor, IX 12.


E mais freqüentemente o ministério público religioso – Atos, XIII 2 “estando eles a
celebrar o culto do Senhor (Ministrantibus autem illis Domino).

3- Na Igreja grega, “Liturgia” é sinônimo de “Sacrifício Eucarístico”

4- Na Igreja latina, o termo “Liturgia” era equivalente ao de Missa. Depois foi-se


alargando a sua significação, abrangendo fórmulas e cerimônias empregadas na celebração
do ofício divino. E assim veio a designar qualquer função sagrada, pública, executada pela
Hierarquia.

Liturgia é o culto público da Igreja.

Culto é o exercício da virtude da religião, que é conexa à virtude da justiça.


A virtude da religião consiste dar a Deus o culto que Lhe é devido.
Finalidade e Objeto

Finalidade ou objeto formal da Liturgia:

1o – Gloria de Deus
2o – Santificação das almas

“Suscipiat Dominus sacrifícium de manibus tuis ad laudem


et gloriam nominis sui – ad utilitatem quoque nostram,
totiusque Ecclesiae suae sanctae” (Ordo Missae)

“Receba Senhor por tuas mãos este sacrifício, para honra


e glória de Seu nome, para o nosso bem e o de toda a sua
Santa Igreja.”
Princípio da Religião e do Culto

1a Assertio: Homo iure naturae tenetur ad religionem

Inteligência Verdade Suma Verdade

Homem
DEUS

Vontade Bem Sumo Bem

2a Assertio: Homo iure naturae tenetur ad cultum

O homem é uma criatura racional, portanto conhece as relações que vigoram a partir da nautureza
natureza entre si e Deus, entre criatura e Criador. Ora esta ordem natural postula que devemos deferir
a Deus um culto.

O conjunto dos atos com os quais se cultuam a Deus é chamado religião.

“Religio est virtus reddens debitum honorem Deo” S.Teol 1-2 q.60.
Este culto pode ser:
1- Interno ou Externo
2- Individual ou Coletivo
Atos Litúrgicos

Apenas podemos falar em atos litúrgicos se os mesmos estiverem


revestidos das seguintes características:

- Exterior e coletivo
- Ato oficial da Igreja (estar inserido dentro dos livros
litúrgicos)
- Praticado por um representante da Hierarquia

Todo ato litúrgico se exterioriza através de:

- Fórmulas = palavras (a forma dos Sacramentos = Eu te


absolvo de teus pecados; orações, leituras, salmos, cânticos, hinos,
etc)

- Cerimônias = gestos (inclinações, genuflexões,


prostrações, etc)
Importância da Liturgia

É justamente esta característica que torna a Liturgia tão


importante. Pois através de seus atos transmitem-se
idéias, símbolos.

Tal poder de difusão de idéias não poderia passar ileso à


ação modernista. Deveras foi o que ocorreu. Os
modernistas aproveitaram da Liturgia para fazer chegar
até o fiel mais simples suas teses heréticas.

“A oração litúrgica é o catecismo do povo, a vulgarizadora


dos ensinamentos dogmáticos da Igreja. É a religião falada
e vivida”. (D. Beauduin, La Croix, 5 de agosto de 1911).
Definição de Símbolo

Símbolo é o inteligível no sensível.

“É uma coisa que, conhecida, nos leva ao conhecimento de


outra distinta dela mesma” (Sto Agostinho, De Doctrina
Christiana, II, cap. 1)

A Igreja, visível, deve ter um culto visível.

A Liturgia é, portanto a expressão da fé. (Lex Orandi, Lex


Credendi)
Ora, a fé é explicitamente professada por certos atos do culto:
-
Exposição do Santíssimo Sacramento
- Veneração do Crucifixo, relíquias imagens
- Genuflexões, inclinações
Irmã Carmen Hernandez – Neocatecumenato
Irmã Teresa de Lisieux – Carmelita
Não há eucaristia sem assembléia. É a assembléia inteira que
Jèsus, restez en moi, comme au tabernacle, celebra a festa e a eucaristia; porque a eucaristia é a exaltação da
ne vous éloignez jamais de votre petite assembléia humana em comunhão; porque é o lugar exato no qual
hostie... se manifesta que Deus agiu nesta Igreja criada, nesta comunhão.
É desta assembléia que surge a eucaristia"
Sacrifício – Ato mais excelente de Religião

O ato mais excelente da virtude da Religião é o Sacrifício.

Em que consiste em geral do sacrifício?

- O sacrifício, em geral, consiste em oferecer a Deus uma


coisa sensível, e destruí-la de alguma maneira, para reconhecer o
supremo domínio que Ele tem sobre nós e sobre todas as coisas.”
(Catecismo Maior de S. Pio X)”.

“Que é a Santa Missa?

A Santa Missa é o Sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus


Cristo”.
Missa para Bouyer
“Essa idéia de que a Missa seria uma
contemplação de Nosso Senhor
unicamente na Paixão, sem nenhum
pensamento voltado para a sua
Ressurreição e a glória final de todo o
seu Corpo Mísitico, com a redução de
todo o mistério litúrgico a um simples
memorial da Paixão, não é senão a
conclusão última de desvios
tipicamentes medievais”
Simbologia da Missa

A Missa é o ato central da Liturgia daí a Igreja cuidar para que os objetos que servissem ao altar fossem os mais
convenientes.

Já no antigo testamento Deus mesmo ordenou a Moisés:

-“O Senhor falou a Moisés dizendo: Dize aos filhos de Israel que me tragam as primícias; ouro, prata, cobre, jacinto,
púrpura, escarlate tinto duas vezes, peles de carneiro tintas de vermelho, peles tintas de roxo e madeira de cetim,
azeite para acender as lâmpadas, aromas para o óleo da unção e perfume de bom cheiro; pedras de ônix e outras
pedras preciosas. E me farão um santuário e eu habitarei no meio deles. Devem fazê-lo conforme em tudo ao modelo do
tabernáculo, que eu te mostrarei; e ao de todos os seus vasos, para o culto; e o fareis deste modo.
(...) Fazei uma arca de madeira de cetim revestida de ouro puríssimo.
(...) Farás também dois querubins de outro batido nas duas extremidades.
(...) Prepararás também pratos, copos, incensórios e taças de ouro puríssimo em que se deverão oferecer as libações.
(...) Farás também um candelabro puríssimo trabalhado a martelo, a sua haste e os seus ramos, os copos, esferazinhas
e açucenas, que sairão dele.
(...) Farás sete lâmpadas e pô-la-ás sobre o candelabro, a fim de que dêem luz para a frente.

O tabernáculo, porém, fá-lo-ás assim:


Dez cortinas de linho retorcido, de jacinto, de púrpura, de escarlate tinto duas vezes as quais serão de bordados
vários.

(...) Farás uma veste sagrada para Arão, teu irmão, para indicar a sua dignidade e para lhe servir de adorno (...) para
que exerçam as funções do meu sacerdócio. Êxodo 25-28
Altar e Seus Ornamentos

1- Altar – Símbolo do Calvário

i. Origem: os sacrifícios foram celebrados desde sua origem em


cima de pequenos montes, ordinariamente construídos de pedra e elevados (altus)
acima do nível da terra .

ii. Altar-túmulo: A veneração para com os mártires e as


perseguições romanas ao culto católico levaram a realização da Missa nas
Catacumbas utilizando como altar o próprio túmulo dos mártires.

iii. Pedra de ara: altar portátil, pedra natural, unida, bastante


grande para que nela se possam colocar a hóstia e o cálice. Nesta pedra encontram-
se as relíquias de 2 santos, ao menos 1 mártir. A pedra de ara é colocada sobre uma
mesa de pedra ou de madeira, a que por extensão se dá também o nome de altar.
Ornamentos do Altar
i. Supedâneo: o altar não deve pousar imediatamente no pavimento.
ii. Baldaquino: o altar deve ser coberto dum dossel.
iii. Retábulo: decorações que cercavam a urna das relíquias que
apóia-se na parede.
iv. Cruz: colocada imediatamente sobre o altar.
v. Castiçais: as luzes eram consideradas como tributo de honra
prestado às personagens ilustres. O número de castiçais são seis, que se acendem de
acordo com a importância da Festa ou do celebrante.
vi. Relicários e Flores: O cerimonial dos Bispos recomenda que para
adorno do altar nos dias de festa, se coloquem entre os seis casitçais relíquias
devidamente autenticadas e flores.
vii. Toalhas: desde os primeiros tempos as oblações eram envolvidas
em panos de linho puro, por razões de necessidade e para simbolizar o sudário em que
foi envolto o Corpo de Jesus.
viii. Frontal: Como o altar é a parte central existe desde os primeiro
tempos do Cristianismo o costume de o cercar de todo o resplendor possível.
Vestuário Litúrgico

Os Paramentos

•Amito
• Alva
• Cíngulo
• Manípulo
• Estola
• Casula
As Cores Litúrgicas

1. Branca: Símbolo da Pureza. É a cor própria do Ssmo. Sacramento.


Quando da paz concedida à Igreja no século IV, a cor das vestimentas
era o branco.

2. Vermelha: Caridade e sacrifício do martírio.

3. Verde: Esperança, riqueza dos campos e a fecundidade dos


trabalhos espirituais.

4. Roxa: Penitência. Usado nos dias de jejum e nas solenidades de luto

5. Preta: Luto. A cor preta substitui o roxo já no século V, quando o


patriarca Acácio de Constantinopla, para demonstrar a grande aflição
pelo edito que imperador Basilisco ousou publicar contra o Concilio de
Calcedônia, cobriu-se de negro e revestiu o altar e a cátedra de negro.
O Cálice

1. Deve ter o copo dourado.

2. Sanguíneo: pequeno pano que serve para purificar o cálice e os dedos


do sacerdote

3. Patena: pequeno pratinho redondo dourado que serve para depositar a


hóstia.

4. Pala: pequeno quadrado recoberto por linho que serve para cobrir o
cálice.

5. Véu do Cálice: que serve para cobrir todo o cálice.

6. Bolsa do Corporal: bolsa que contém o Corporal

7. Corporal: é um tecido de linho de forma quadrada que serve para


receber imediatamente o Corpo de Jesus Cristo e as partículas que
podem desprender-se
O Cálice
Sacrifícios na Lei Mosaíca
Sacrifícios Cruentos da Lei Mosaica:

1o Holocausto: imolação da vítima com total consumação pelo fogo, reconhecendo deste
modo o soberano domínio de Deus.

2o Hóstias Pacíficas: oferecia-se a Deus em reconhecimento dos benefícios ou para pedir


graças

3o Sacrifício pelo Pecado: instituído para a expiação de das faltas e para obter o perdão.
Oferecia-se ou pelo particular, ou pelo sacerdote ou pelo povo.

Sacrifícios Incruentos da Lei Mosaica:

1o Oferenda da flor de farinha misturada ao azeite e incenso, queimada no altar dos


incensos.

2o O sacrifício do bode expiatório: no dia da expiação solene o povo apresentava dois bodes,
embora um fosse degolado, o outro era oferecido vivo. O sacerdote impunha suas mãos na
cabeça da vítima, confessava os pecados da nação, carregava-os no animal imundo e lançava-
o no deserto.

3o O sacrifício do pássaro posto em liberdade: para purificar uma casa infestada pela lepra,
tomavam-se dois pássaros puros; imolava-se um num vaso cheio de água, no qual se vertia seu
sangue, e, outro era imerso até a cabeça na água misturada com sangue, com um madeiro de
cedro, hissopo e púrpura; após aspergir a água, soltava-se o pássaro puro, livremente.
Santa Missa e a Última Ceia
N. Senhor após ter cumprido a ceia O sacerdote desce até o pé do altar
legal, humilha-se lavando os pés de seus para lavar-se e purificar-se faz a
apóstolos. Os manda lavar mutuamente e confissão mútua com os assistentes –
depois volta para o lugar que ocupava. Confiteor – e depois volta a subir ao
altar.
Jesus Cristo voltando ao seu lugar O sacerdote faz no altar a instrução
instrui os Apóstolos e lhes dá o pública e preparatória (Epístola,
compêndio de sua doutrina dizendo: Eu Evangelho e Pregação)
deixo-vos o exemplo para que, como eu
vos fiz, assim façais vós também.

O Senhor tomou o pão e o vinho em um Eis o ofertório com as orações e


cálice e os abençoou. bênçãos que o acompanham.

Jesus Cristo deu graças elevando os Eis o Cânon da Missa e a fórmula da


olhos ao céu, partiu e deu aos discípulos consagração.
dizendo: “Isto é o meu corpo”, depois
lhes deu o cálice dizendo: “Isto é o meu
sague”.
“Tomai e comei”; “Tomai e bebei” Eis a comunhão.

Nosso Senhor entoou um hino de O sacerdote termina o sacrifício com a


reconhecimento. ação de graças.
Santa Missa e a Paixão
Procissão de Entrada Nosso Senhor saiu do Cenáculo e O Sacerdote dirigi-se ao
dirigiu-se ao Horto das Oliveiras. santuário

Intróito Nosso Senhor orou com a face O Sacerdote ao pé do altar diz o


Orações ao Pé do Altar prosternada em terra. Confiteor humildemente inclinado.

Subida ao Altar Nosso Senhor amarrado é levado O Sacerdote revestido com as


até Jerusalém ligaduras de suas vestes (cíngulo,
manipulo, estola) sobe o altar.
Movimentos para leitura e Nosso Senhor é levado de O sacerdote passa de um lado a
orações tribunal em tribunal instruindo o outro do altar para multiplicar e
povo, seus acusadores e seus difundir a instrução preparatória
juizes.
Ofertório Jesus é despido e oferece seu O Sacerdote descobre o cálice e
corpo para a flagelação. faz a oferta do pão e do vinho.

Consagração Nosso Senhor é cravado na Cruz. O Sacerdote pronuncia as


palavras da consagração.
Elevação Nosso Senhor é suspendido entre O Sacerdote eleva a hóstia
o Céu e a Terra. consagrada.
Fração da Hóstia Nosso Senhor morre. O Sacerdote parte a hóstia
consagrada ao meio.
Comunhão Nosso Senhor é sepultado. O sacerdote comunga.

Orações depois da Comunhão Nosso Senhor Ressuscita. O Sacerdote pede o efeito da


vida eterna.
Ite Missa Est Nosso Senhor sobe ao Céu. O Sacerdote despede o povo com
a benção final.
Evangelho Final Vinda do Espírito Santo O Sacerdote reza o Evangelho de
São João que nos exorta a sermos
filhos de Deus movidos por seu
Espírito.
A Missa em Suas Partes

1 – Do Asperges

A Rubrica do Missa prescreve que todos os domingos antes da


Missa o celebrante revestido com os ornamentos sagrados,
exceto a casula, deve benzer a água e em seguida aspergir
sobre o povo. São Basílio já comentava que esta tradição era
Apostólica.

Para a aspersão o sacerdote utiliza a água – cuja virtude é lavar


- e o sal, que preserva da corrupção. Faz vários Sinais da Cruz,
para simbolizar que esperamos os efeitos destes símbolos na
onipotência da Santíssima Trindade.

A água e o sal são exorcizados, para afugentar o espírito


maligno, lavar de toda impureza e conservar na graça de Deus.
Canta-se o salmo 50 – Misere mei Deus...
“Asperges me et mundabor
Super nivem dealbabor”.
Sl 50

“Asperge-me e serei limpo


Serei mais branco que a neve”
A Missa em Suas Partes
2- Procissão de Entrada

A procissão de entrada – da sacristia ao altar - representa o Salvador


entrando neste mundo, manifestando a vontade de oferecer-se e começando
seu sacrifício desde a Encarnação.

Os acólitos – coroinhas – que levam candelabros acesos significam a luz


que ilumina todo homem que vem a este mundo. Os profetas e Apóstolos.

O Sacerdote:
1o Como Representante de Deus – deve andar com passos graves e não pode
abandonar o santuário, lugar do sacrificador.
2o Como Representante do Povo ocupa o lugar médio.
3o Como Pecador inclina-se profundamente
4o Como Sacerdote levanta-se e permanece em pé, todavia como o Publicano “a
longe stans” ficando longe do altar.
A Missa em Suas Partes

3- Do Princípio da Missa pelo Sinal da Cruz

O Sacerdote faz sobre si o sinal da Cruz. O uso do sinal da cruz


remonta aos tempos apostólicos. Compêndio da Fé – Santíssima
Trindade, Encarnação, Paixão e Morte de N. Sr.
A Missa é a renovação do sacrifício da cruz!

4 – Introibo ad Altare Dei

Introíbo ad altare Dei Sacerdote temeroso por causa dos pecados


anuncia que irá subir até o altar de Deus.

Introíbo ad altare Dei Sacerdote desejoso pede para que Deus o


ilumine na subida do monte santo.
Introíbo ad altare Dei Sacerdote exultante no auxilio de Deus
subirá até o altar de Deus.
A Missa em Suas Partes

Confiteor

O Sacerdote pede perdão inclinado, como Cristo que prostrou-se por


terra.
Confiteor – Confesso. A confissão é o único meio pelo qual Deus nos
perdoa. Ele o faz solicitando a intercessão de Nossa Senhora, dos Anjos
e Santos.

Sacerdote Sobe o Altar

Então, o sacerdote e o povo não vão estar mais confundidos no mesmo


nível. Deixa a posição de homem para tomar a de sacrificador. Antes
despede-se do povo – Dominus vobiscum – sem virar para o mesmo.

Eleva as mãos para o alto e diz Oremos, suplicando a intercessão dos


Santos Mártires que estão no altar.
A Missa em Suas Partes
Intróito, Kyrie e Glória

Intróito quer dizer entrada – Antífona tirada dos Salmos. Simboliza os


gritos e desejos dos antigos Patriarcas que esperavam o Messias.

Reza o Kyrie no centro do altar. É composta de 9 invocações, para indicar o


canto dos anjos que se dividem em 9 coros. É uma homenagem a Ssma.
Trindade. Seu número é distinto para professar a distinção das três divinas
pessoas, porém são iguais para professar a igualdade de natureza. Um só
Deus em 3 pessoas.

Glória

Passado o tempo da expectação do Salvador é chegada a plenitude dos


tempos com o nascimento de Nosso Senhor.
Esta oração é da mais remota antiguidade. Encontra-se completa nas
Constituições Apostólicas atribuída ao Papa Clemente I com o título de
oração da manha, porque foi esta oração que despertaram os pastores para
irem a Jesus Cristo.
A Missa em Suas Partes

2a Parte da Missa – Instrução

Compreende: a coleta, a epístola, o gradual, o aleluia, o tracto, o


Evangelho, o sermão do padre e o Credo.

Para ler o Evangelho o sacerdote passa para o lado esquerdo do


altar. O lado esquerdo é o lado do demônio e dos réprobos. O
Evangelho é posto deste lado, pois Cristo venceu o demônio e veio
para resgatar aqueles que estavam em seu domínio.
Ut digne et competenter
Annuntiem Evangelium suum
A Missa em Suas Partes
3a Parte da Missa – Ofertório e Princípio do Sacrifício

Compreende todas as orações até o prefácio.

O Sacerdote descobre o cálice – representa o Pretório quando Jesus foi despojado de suas vestes. Sugere
que despojemos o homem velho e de seus atos corrompidos para merecer ser vestido com o homem
novo.Oferenda do pão e do vinho.

Pão porque dá vida e o vinho porque dá alegria.


Pão azimo sem mistura, representa a suma pureza de Deus. “Comamos não o trigo antigo, senão os ázimos de
sinceridade e de verdade” (1 Cor 52).
Os primeiros monges de Cluny preparavam desde a farinha até a produção das hóstias. O Papa S. Zeferino no
século III os chama de coronas devido a sua forma.

Mistura uma gota de água no cálice com o vinho:


1o – expressar que o povo fiel, diz S. Cirilo representado pela água, se una à Jesus Cristo
2o – a gota de água não é capaz de desvirtuar o vinho que irá transformar-se no Sangue de Cristo, mas pelo
contrário, transforma-se em vinho. É que o sacerdote pede: “dignai-vos sermos consorte em sua divindade”.
3o – O sacerdote benze a água para dispor a Igreja militante a unir-se a Jesus Cristo. Nas Missas de Defuntos
não o faz, pois o mesmo não precisa de bênçãos.
4o – Significa também a lágrima de nosso arrependimento a todo sangue precioso derramado por nossa causa.

Invocação do Espírito Santo

Lavabo
A Missa em Suas Partes

4a Parte da Missa – Do Cânon até a Consagração precedida


pelo Prefácio.

Esta quarta parte da Missa contém as orações e as cerimônias


desde a Secreta até o Pater exclusive.

Este é o momento mais precioso e mais sublime do sacrifício:


vai operar-se a consagração, a imolação da Vítima e com a
presença de um Deus entre nós, a oblação verdadeira da
imolação real do Calvário.

Ação que o Sacerdote já não falará por si mesmo, senão em “in


persona Christi”.
A Missa em Suas Partes
Per omnia saecula saeculorum.

Sursum corda – convite para elevar o coração até Deus.

Gratias agamus Domino Deo nostro – sim, demos graças a Deus pelos seus imensos benefícios.

Por tudo isto é Dignum et Justum.

O sacerdote aproveita esta aclamação e reforça – Vere dignum et justum est. É digno e justo uma alma racional
feita a imagem e semelhança divina louvar seu Criador.

Aequum – é eqüitativo dar a cada um o que é devido.

Portanto, é verdadeiramente digno, justo, eqüitativo e salutar que nós vos demos graças em todo tempo e lugar.

Per Jesum Christum Dominum nostrum. Por Ele nos veio as graças da Redenção.

Coeli – os céus, os cidadãos do céu – assim como dizemos o mundo para os habitantes da terra.

A voz do sacerdote parece perder-se nestes detalhes da imensidade do céu. Ela não segue a ordem rigorosa da
hierarquia angélica.

O coração do homem permanecerá vazio em meio de tanta alegria? Não, este coração cheio de reconhecimento
diz: Cum quibus et nostras voces.

Bate no peito três vezes e entoa o Sanctus.

Silêncio do Cânon – mistério e respeito, imagem de N. Senhor.


A Missa em Suas Partes

Canon da Missa

Consagração do Pão

Consagração do Vinho

Comunhão

Benção Final
• “Em certas formas de catolicismo
moderno, sem nenhuma dúvida, se
colocou um acento exagerado
sobre a presença real, fez perder o
justo sentido da eucaristia, como
comunhão, sacrifício, ação de
graças e memorial, e mesmo
desviou mais do que exaltou o
sentido cristão do próprio Mistério”
• Comunhão:
– “Esta palavra não deve ser
entendida em seu sentido moderno,
recepção do sacramento por um
crente individual. Deve ser
entendida como a palavra koinonia
foi sempre empregada pelas Padres
da Igreja, como significando a
comunhão com outros numa
participação comum nos mesmos
dons.”
Ite missa est!

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