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O que é aReprodução

filosofia?
assexuada
Reprodução assexuada

A reprodução assexuada é um modo de reprodução


através do qual um único organismo origina outros
geneticamente iguais que são seus clones.

Os descendentes resultam de células formadas por


divisão mitótica e recebem cópias da totalidade do
material genético do organismo progenitor.
Reprodução sexuada

Através da união de dois


gâmetas – fecundação

Reprodução Gera clones – seres


geneticamente idênticos
Processo de formação entre si e ao progenitor.
de descendência

Reprodução assexuada

Sem fecundação e com


um único progenitor
Nos eucariontes tem
como base a mitose.
Fissão binária ou bipartição ou
cissiparidade ou divisão simples

Fissão ou divisão múltipla

Tipos de Fragmentação

reprodução Gemulação
assexuada
Esporulação

Partenogénese

Propagação vegetativa
Estratégias de reprodução assexuada
– Bipartição
• O núcleo da célula progenitora divide-se por mitose.
• Uma célula dá origem a duas células-filhas de dimensões
semelhantes.
• Os organismos formados crescem até atingirem o tamanho
característico da espécie.
• Ocorre sobretudo em seres unicelulares; por exemplo, bactérias,
paramécias e amibas.

Célula Mitose Divisão do


citoplasma Células-filhas
inicial

Seres unicelulares eucariontes Seres procariontes


Fissão binária BACTÉRIAS

Bipartição

Divisão de um ser vivo em dois


descendentes com dimensões
idênticas.
O progenitor perde a sua
individualidade, formando dois
clones.

Reprodução assexuada por bipartição na paramécia (EUCARIONTE UNICELULAR)


Fissão binária
ANÉMONAS
Bipartição

Em certas anémonas (animais


fixos com uma boca rodeada
de tentáculos urticantes), a
reprodução assexuada pode
ocorrer por um processo de
fissão binária longitudinal.
Fissão binária
Bipartição
Fissão PROTISTAS
ENDOPARASITAS
Divisão múltipla
• Divisão de um ser em múltiplos
• O núcleo da célula progenitora divide-
se muitas vezes, por mitose.
• A membrana da célula-mãe rompe e as
células-filhas são libertadas (citocinese
é posterior a mitoses sucessivas da
célula-mãe).
• Ocorre, por exemplo, em plasmódios
(organismos unicelulares que causam
a malária).
Célula-mãe Mitoses sucessivas Libertação
das células-filhas
Fissão PROTISTAS
ENDOPARASITAS
Divisão múltipla
Fissão
Divisão múltipla
ALGUMAS
Fragmentação MACROALGAS

• O organismo divide-se em
diversos fragmentos,
espontaneamente ou por
acidente. PLANÁRIA ESTRELAS
• Cada fragmento regenera e DO MAR
origina um organismo completo.
• Ocorre, por exemplo, em
planárias, macroalgas e estrelas-
do-mar.
Fragmentação

Reprodução por fragmentação ocorre em animais


como as planárias
Fragmentação
LEVEDURAS
Gemulação

• O progenitor (unicelular ou pluricelular) produz uma gema


ou gomo (pequeno prolongamento do organismo) que
contém a informação genética.
• A gema desenvolve-se originando um descendente de CORAIS
menores dimensões, que pode separar-se e ter vida livre ou
permanecer anexado ao progenitor formando uma colónia.
• Posteriormente, o descendente cresce até atingir o
tamanho característico da espécie.
• Ocorre, por exemplo, em leveduras (fungos unicelulares),
hidras, esponjas, anémonas, corais e em algumas plantas.
• O progenitor mantém a sua individualidade.
Gemulação

Formação da gema Desenvolvimento Separação Crescimento


(numa hidra) da gema do descendente do descendente
do progenitor

Levedura-
filha
Núcleo
Mitose

Levedura-mãe
Vacúolo

Nas leveduras forma-se uma pequena saliência globular na célula-mãe, o gomo ou gema;
ocorre uma divisão desigual do citoplasma, originando duas células de tamanhos diferentes.
Reprodução assexuada por gemulação em leveduras (esquerda) e na hidra
(direita).
Gemulação
Esporulação FUNGOS

O progenitor produz, por mitose, células


especializadas muito leves e resistentes
– esporos.
Os esporos (células reprodutoras leves
e resistentes à dessecação - esporos
assexuados ou mitósporos) são
produzidos em grande quantidade e
os esporos desenvolvem uma camada protetora
depois libertados; germinam apenas que lhes permite resistir a condições adversas
quando as condições são favoráveis,
originando novos indivíduos.
Ocorre, por exemplo, em fungos.
Esporulação

 Os esporos são células reprodutoras com pouco citoplasma e rodeadas por uma parede muito resistente e que
não são exclusivos da reprodução assexuada.
 A sua resistência e leveza permite que possam ser dispersos até grandes distâncias do organismo onde foram
formados e que permaneçam viáveis por muito tempo (por vezes anos).

Esporos

Hifas

Formação de Dispersão dos Germinação dos Formação de um novo


esporos por mitose esporos esporos indivíduo
Esporulação

Estes esporos são formados por mitose


em estruturas especiais, os esporângios.

Esporângios de um fungo (bolor do pão – Rhizopus sp.).


Esporulação ALGUMAS
ALGAS

Formam-se esporos flagelados –


zoósporos – que se podem
deslocar ativamente na água
Partenogénese Rainha Zangão

• O organismo desenvolve-se a partir de um óvulo (gâmeta feminino) não Óvulos Espermatozoide

fecundado.
• É uma estratégia usada por algumas espécies quando o número de
machos na população é muito reduzido.
• Conduz à formação de indivíduos que não são verdadeiros clones da sua
mãe uma vez que as células reprodutivas não resultam de mitose.
• Ocorre, por exemplo, em abelhas e pulgas-de-água, mas também em
vertebrados como alguns peixes e os dragões de Komodo.
Zangão Operária Rainha
Propagação ou BOLBOS RIZOMAS
multiplicação
vegetativa
NATURAL
• É um processo de reprodução exclusivo das plantas.
• Formação de novas plantas a partir de tecidos especiais de uma planta – meristemas
TUBÉRCULOS
- cujas células mantêm a capacidade de diferenciação.
• Ocorre quando as estruturas multicelulares se fragmentam, separando-se da planta-
mãe e dando origem a uma nova planta.
• Ocorre a partir de órgãos da planta progenitora, como:
caules subterrâneos – tubérculos (batateira), bolbos (cebola) e rizomas (lírio);
caules aéreos – estolhos (morangueiro);
raízes – mangal.
Propagação ou
multiplicação vegetativa

NATURAL
Tubérculos Rizomas Estolhos Raízes
(caule subterrâneo) (caule subterrâneo) (caule aéreo)

Batateira Lírio Morangueiro Mangal


Propagação ou
multiplicação
vegetativa
ARTIFICIAL
Existem variados métodos
artificiais utilizados no setor
agroflorestal para a multiplicação
vegetativa de plantas:
• Estacaria Estacaria Enxertia

• Mergulhia
• Enxertia Alporquia

• Alporquia
Propagação ou
multiplicação
vegetativa
ARTIFICIAL
ESTACARIA

Plantação de porções
de caules ou de folhas
(estacas).
Propagação ou
multiplicação
vegetativa
ARTIFICIAL
MERGULHIA

Parte de um ramo da planta


é enterrado até que se
formem raízes, quando
então é separado da planta
que lhe deu origem.
Propagação ou
multiplicação
vegetativa
ARTIFICIAL
ENXERTIA

Unem-se partes
de duas plantas
da mesma
espécie ou de
espécies
próximas.
Propagação ou
multiplicação
vegetativa
ARTIFICIAL
ALPORQUIA

É feito um pequeno corte em


um dos ramos da planta, que é
recoberto com terra húmida até
que crie raízes, quando então é
separado da planta que lhe deu
origem.
Propagação ou A micropropagação vegetativa é uma técnica laboratorial onde são retirados pequenos
fragmentos de tecido de uma planta que são cultivados in vitro, num meio nutritivo
controlado por hormonas vegetais até desenvolverem pequenas plântulas.

multiplicação Estas são depois transferidas para o solo, ainda em ambiente controlado (estufas).
Mais tarde são transferidas para o local onde se desenvolverão até atingirem a fase
adulta.
vegetativa
ARTIFICIAL
MICROPROPAGAÇÃO

Nas técnicas de micropropagação


vegetativa são utilizados meios nutritivos
específicos, hormonas vegetais,
temperatura e humidade controladas e
condições de assepsia, para que
pequenas porções de tecido vegetal
possam desenvolver todas
as partes de uma nova planta
(raiz, caule e folhas).
Propagação ou
multiplicação
vegetativa
ARTIFICIAL
MICROPROPAGAÇÃO

Processo laboratorial que produz milhares de clones a


partir de pequenos fragmentos de uma planta
selecionada (explantes).
Potencialidades da reprodução assexuada

• Basta um progenitor.

• Menor gasto energético na reprodução.

• Processo mais rápido para originar descendência numerosa


e para colonizar novos ambientes.

• Preservação de variantes génicas favoráveis em ambientes


estáveis.
Limitações da reprodução assexuada

• Reduzida variabilidade genética das populações.

• Maior vulnerabilidade a novas situações ambientais.


Experiências de clonagem de vegetais
Em 1950, trabalhos realizados por Steward e seus colaboradores, permitiram
verificar que, quando colocavam células diferenciadas, retiradas da raiz da
cenoura, num meio de cultura com todos os nutrientes necessários, era
possível produzir uma planta adulta completa.

Das experiências de Steward, pôde concluir-se que:


• Uma célula diferenciada é capaz de reverter o processo de diferenciação,
tornando-se novamente indiferenciada.
• Estas células podem originar qualquer tipo de célula especializada
necessárias para a produção de uma nova planta.
• Isto implica que o processo de diferenciação não envolve,
necessariamente, alterações irreversíveis na molécula de DNA.
Experiências de clonagem em animais
As tentativas de Steward em reproduzir o processo em animais resultaram em fracasso. As células animais diferenciadas,
quando colocadas em meio de cultura, apresentam dificuldades em dividirem-se, não sendo capazes de originar um ser vivo
completo.
Dois embriologistas americanos, Robert Briggs e Thomas King, levaram a cabo, na década de 50 do século passado, uma
série de experiências para saber se seria possível que o núcleo de uma célula com algum grau de diferenciação, transportado
para uma célula totipotente, originasse um novo organismo.
Experiências de clonagem em animais
Mais tarde, tendo por base os trabalhos de Briggs e
King, outra equipa de cientistas, liderada por John
Gurdon, utilizou a rã Xenopus laevi como modelo
biológico para as suas experiências.

Gurdon conseguiu obter um novo organismo


normal, a partir de um núcleo transplantado de uma
célula totalmente diferenciada (especializada).
Estes trabalhos valeram-lhe atribuição do prémio
Nobel da Medicina, em 2012.
Experiências de clonagem em animais
• Neste caso, células de embriões muito jovens (com células
pouco diferenciadas), tornavam possível o desenvolvimento de
um novo embrião.
• Células já com elevada diferenciação (intestinais) apenas 2%
desenvolveram capacidade de formar um novo embrião.

Destas experiências foi possível concluir que a capacidade que


uma célula tem em originar outros tipos de células especializadas é
tanto maior quanto menor for o seu grau de diferenciação.
CLONAGEM ANIMAL

Em animais a clonagem reprodutiva


pode ser conseguida através de
diversas técnicas, destacando-se
duas:

• Separação de blastómeros.

• Transferência de núcleos de células


somáticas (não germinativa).
Clonagem
reprodutiva
animal artificial
SEPARAÇÃO
DE BLASTÓMEROS

CÉLULAS
EMBRIONÁRIAS

As células de um embrião resultantes das primeiras divisões do ovo/zigoto


denominam-se blastómeros.
Estas células são separadas e cada uma delas pode gerar um novo indivíduo
(clones).
Clonagem TRANSFERÊNCIA DE
NÚCLEOS DE CÉLULAS
SOMÁTICAS
reprodutiva - SCNT

animal artificial
Formação de embriões por extração do núcleo de
uma célula somática dadora e sua implantação
num oócito anucleado (com o núcleo previamente
extraído).

A esquerda ovelha da raça


Finn Dorset e a direita ovelha
da raça Scottish Blackface
Clonagem TRANSFERÊNCIA DE NÚCLEOS DE CÉLULAS SOMÁTICAS
- SCNT

reprodutiva As técnicas de clonagem reprodutiva ganharam notoriedade com a ovelha Dolly, o primeiro
mamífero a ser clonado, em 1996. Os cientistas tornaram pública a experiência somente a

animal artificial 22 de fevereiro de 1997, quando a Dolly já tinha sete meses de vida.
A Dolly desenvolveu-se até à idade adulta. Contudo, começou a apresentar diversos sinais
de envelhecimento precoce e doenças degenerativas que conduziram à sua morte.
Só um, dos duzentos e setenta e sete embriões produzidos inicialmente, completou o seu
desenvolvimento.
A ovelha Dolly recebeu esse nome como uma homenagem à cantora Dolly Parton.
Clonagem Alguns casos conhecidos de clonagem animal (houve mais dos que os
enumerados na lista que se segue):
reprodutiva 1938 – Hans Spermann (Nobel da Medicina, 1935) transferiu um núcleo de uma
célula para um oócito;
animal artificial 1952 – Primeira tentativa de clonagem (Filadélfia – EUA) com sapos (não
sobreviveram);
1958 –Briggs e King – transplantaram para oócitos anucleados núcleos de
embriões de sapos – insucesso;
1970 –Briggs e King – transplantaram para oócitos anucleados núcleos de
embriões e verificaram que davam larvas normais;
1981 –1ª clonagem anunciada com ratos – fraude;
1985 –Porcos transgénicos com hormonas de crescimento;
1996 – Ian Wilmut do Instituto Roslin de Edimburgo, da Escócia cria o
primeiro clone de um ser vivo: ovelha Dolly;
Clonagem 1998 –Wakayama clonagem de um rato e clones de clones de clones (50);
2000 –clonado touro (bezerro 86 Squared) com capacidade de resistência a
reprodutiva infeções; porca clonada no Japão (Xena); vitela (Suzy); Cinco porcos da mesma
empresa que criou a Dolly (Millie, Christa, Alexis, Carot e DotCom)
animal artificial 2000 –Tetra –1º primata a ser clonado (Rhesus);
2001 – clonada 1ª gata de estimação a que chamaram CC (CopyCat)
2002: Um búfalo, na Tailândia.
2003: 1- O primeiro clone de mula nasceu a 4 de Maio; 2 - Cientistas italianos
criam o primeiro cavalo clonado; 3 - Ratazana, Ralph, em França.
2004: Moscas e um veado.
2005: Snuppy, um cão, na Coreia de Sul.
2006: Vários cavalos.

O primeiro bovino clonado em Portugal nasceu no dia 24 de Março de 2009


em Angra do Heroísmo, foi uma fêmea e chamou-se "Cloneta".
Clonagem Desde que Dolly foi criada, muitos outros animais foram clonados utilizando-se a
mesma técnica de transferência de núcleo. Eis alguns exemplos:
reprodutiva
animal artificial

Ralph, 2003

Gato CC (copy cat), 2001


Macaco Tetra 2000

Vacas Noto e Kaga, 1998

Cão snuppy, 2005


Cinco porcos da mesma empresa que criou a Dolly
(Millie, Christa, Alexis, Carot e DotCom), 2000
Exploração da reprodução assexuada
para fins económicos
– Animais

A clonagem reprodutiva animal artificial permite:


• a obtenção de cópias de animais com benefícios na
agricultura e medicina;
• a criação de animais geneticamente modificados que
produzem proteínas humanas;
• a criação de indivíduos de espécies em risco de
extinção.
• manter animais reprodutores com características
excecionais

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