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MORATO
Inicialmente foram identificadas demandas diferentes para cada atrativo, com o Salto
Morato recebendo grande parte dos visitantes e a Figueira sendo vista apenas como
uma curiosidade. Estes fatores indicaram que o acesso ao Salto Morato deveria
compor a zona de uso intensivo da Reserva. Já o acesso à Figueira por receber um
fluxo menor de visitantes seria enquadrada na zona de uso extensivo da área.
A seguir são relatadas e discutidas as experiências observadas na Reserva.
Trilha da Figueira
O acesso à Figueira dava-se originalmente por uma estrada interna da antiga fazenda,
com cerca de 2000m de extensão. Apesar da Figueira ser um atrativo singular, o
acesso através de uma estrada, que passava em grande parte por pastos
abandonados, não oferecia oportunidades recreativas satisfatórias aos visitantes
interessados no contato com a natureza. Diante deste quadro, optou-se em construir
uma nova trilha para acessá-la, passando por trechos de florestas íntegras, o que
possibilitava atividades contemplativas e interpretativas no seu trajeto.
Após a implementação da nova trilha, juntamente com as vantagens em termos
recreativos e interpretativos, foram observados alguns problemas com relação à
operacionalização e manutenção. Um dos principais fatores negativos foi o fato de
vários trechos estarem traçados na planície aluvial, em vales ou ainda em cristas
(cumeeira). Nos segmentos de planície aluvial e vales, a drenagem ineficiente
acarretava em grande necessidade de manutenção de piso. Além disto, em épocas
chuvosas, o que coincide com a temporada de visitação, estes trechos permaneciam
intransitáveis, impedindo o acesso dos visitantes ao atrativo. A parte da trilha que esta
locada em cristas, era comum apresentar também problemas de drenagem e terminar
por formar uma calha direcionando a água das chuvas, o que resultava em perda
freqüente da trilha por processos erosivos. Além do mais, esses trechos também não
ofereciam um bom panorama visual da floresta, além de estarem em uma região mais
vulnerável a impactos físicos com freqüência queda de galhos e troncos dificultando o
percurso. Diante disso, eram empregadas atividades rotineiras de manutenção e foram
construídas varias estruturas para o manejo da água, tais como valas de drenagem,
barreiras de água, diques entre outras. Essas ferramentas amenizavam os problemas,
mas o alto custo de manutenção e a necessidade de pessoal para manter tais
segmentos continuaram, assim como as interdições em decorrência das chuvas.
Desta forma, avaliando o planejamento financeiro e propostas de atividades práticas
realizadas em cursos de planejamento, implantação e manejo de trilhas em unidades
de conservação, estes trechos da trilha foram transpostos para o meio das encostas,
evitando os topos de morros e considerando princípios básicos de planejamento de
trilhas, tais como: tipo de solo, declividade, cotas, padrões de drenagem, exposição do
segmento, riscos, entre outros.
Com a implementação dos novos trechos, a diminuição da necessidade de
manutenção foi sensível. Também houve ganhos em termos recreativos, tanto pelo
melhor acesso quanto pelo término das restrições temporárias em decorrência das
chuvas.
As atividades de mudança e readequação do traçado geraram principalmente uma
grande demanda de mão de obra e só puderam ser realizadas com o esforço dos
guarda-parques, voluntários, estagiários e participantes dos cursos de Planejamento
Implantação e Manejo de Trilhas e Manejo em Unidades de Conservação. Como as
atividades de manutenção de trilhas é uma rotina em uma unidade de conservação, os
gestores devem ficar atentos para o volume de trabalho implícito numa atividade de
implementação e readequação de uma trilha.
CONCLUSÃO
TEXAS A&M UNIVERSITY. See: Texas Outdoors: A Vision for the Future. Witt &
Brown et al.1998. Disponível em www.rpts.tamu.edu/tpwd/contrib.htm Acesso em 10
out. 2006.