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Uma introdução à Bioeletrografia

Vanderlei Dallagnolo1
Blumenau, 06 de março de 2006

1 INTRODUÇÃO

Durante muitos séculos místicos e outras pessoas disseram que tudo o que existe
e, em especial os seres humanos, possuem um halo energético ao seu redor. E muitas
pessoas teriam a capacidade de observar esse halo. Ao longo dos séculos muitos nomes
foram dados a esse halo, tais como aura, corpo sutil, entre tantos outros.

Muitas pessoas confundem a Bioeletrografia com estes conceitos místicos e/ou


exotéricos (não confundir com esotérico). E apesar das inegáveis coincidências ou
correlações (filosoficamente falando), não se tratam dos mesmos objetos.

Apesar de o nome mais comum ser Kirliangrafia, para efeito do presente artigo
adotamos a denominação Bioeletrografia por estar mais de acordo com as novas pesquisas
e padrões internacionais. Quando nos referimos a um padrão em específico neste artigo, nos
referimos ao Padrão Newton Milhomens.

2 KIRLIANGRAFIA

A Kirliangrafia, hoje denominada Bioeletrografia é uma técnica que nos permite


visualizar o campo eletromagnético de seres vivos e de outras substâncias como os
minerais. Essa visualização se dá através de fotos ou películas fotográficas onde é impressa
a luz emitida pela substância (ou ser vivo) que for submetida ao Efeito Kirlian (ou Efeito
Landell).

A figura a seguir é um exemplo de uma bioeletrografia.

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Vanderlei.dallagnolo@gmail.com

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FIGURA 1 – FOTO KIRLIAN DE PONTA DO DEDO INDICADOR DA MÃO
DIREITA
FONTE: acervo do autor

A bioeletrografia segundo o padrão que estamos observando no presente artigo é


obtida geralmente através da impressão obtida pela ponta de um dos dedos (geralmente o
indicador) da pessoa. Ela apresenta a seguinte configuração, um halo luminoso
multicolorido, circundando uma área escura (polpa digital). O halo de uma pessoa saudável
fisica e psicologicamente apresenta geralmente a seguinte configuração de formas e cores:
- halo completamente fechado
- regiões rosadas na parte superior e inferior da foto (cerca de 2/4 do halo)
- regiões azuis nas laterais (cerca de 2/4 do halo)
- halo homogêneo e sem cortes, marcas, estrias, etc
- na parte interna do halo, em torno de todo ele, uma certa porção pode ser na
cor branca (mas não em excesso)

Além das cores da descrição acima em diferentes tonalidades, também podem ser obtidas
nas fotos deste padrão as cores:
- verde
- amarelo
- vermelho
- laranja
- marrom
- lilás

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3.1 HISTÓRIA

Atribui-se a descoberta do Efeito Kirlian a um pesquisador soviético chamado


Semyon Davidavitch Kirlian. No entanto, como tantas outras descobertas da ciência, este é
mais um caso onde não foi um pesquisador isolado que em dado momento fez a descoberta,
nem necessariamente o precursor que levou o crédito. Na verdade, o pioneiro das pesquisas
sistemáticas e científicas foi um brasileiro chamado Padre Roberto Landell de Moura2. O
Padre Landel de Moura foi impedido de continuar suas pesquisas, na época devido a uma
postura preconceituosa da Igreja Católica Apostólica Romana.

FIGURA 2 – PADRE R. L. DE MOURA


FONTE: http://www.kirlian.com.br/info_por_0024.asp

Mais tarde, realmente Semyon D. Kirlian re-descobriu o efeito e re-inventou a


máquina Kirlian. Suas pesquisas e a de outros cientistas soviéticos foram divulgadas ao
mundo a partir da década de 60. E então a Bioeletrografia passou a ser também estudada
por outros pesquisadores em outras partes do mundo.

A partir da metade final da década de 60 o Prof. Newton Milhomens inicia seus


estudos em Bioeletrografia com uma máquina de sua própria autoria. O Prof. Newton
Milhomens empreendeu um intenso trabalho de estudo e análise das bioeletrografias.
Através de seu trabalho, o Prof. Newton inicialmente padronizou diversas variáveis que
influenciam na obtenção da bioeletrografia (tempo de exposição do filme, marca do filme,
pressão dos dedos, etc). Depois passou para a pesquisa com as fotos de pessoas.

O primeiro fator que ele observou que pode alterar a bioeletrografia de uma
pessoa é o estado emocional. No decorrer de sua pesquisa ele observou como as fotos das
pessoas, sob determinados estados psicológicos e de saúde deixam impressões diferentes
nas fotos de acordo com as particularidades deste mesmo estado.

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Padre Roberto Landell de Moura também foi o pioneiro na verdade das tecnologias de rádio transmissão,
telefonia, fibra ótica, entre outras. Apesar do desconhecimento da população em geral. Mais detalhes sobre
vida e obra deste grande cientista pode ser acessadas em
http://www.numaboa.com.br/criptologia/historia/landell.php

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Então, no início da década de 80 publicou o primeiro trabalho do mundo onde é
demonstrado um método para interpretação de bioletrografias chamado Fotos Kirlian -
Como Interpretar3

Em 2000, o Prof. Newton Millhomens foi homenageado em um congresso em São


Petersburgo (Rússia) por ter sido o primeiro pesquisador do mundo a conseguir
diagnosticar problemas de saúde orgânica e psíquica através das bioeletrografias.
Atualmente o Padrão Newton Milhomens é um dos três padrões aceitos internacionalmente
para bioletrografias.

3.2 MODELO GDV

O Modelo GDV é o nome dado ao modelo científico mais aceito atualmente para
explicar o Efeito Kirlian (ou Efeito Landell). A expressão GDV, na verdade é uma sigla em
inglês que significa Gas Discharge Visualization (que pode ser traduzida como
Visualização de Descarga Elétrica em Meio Gasoso).

Como sabemos, toda a matéria no Universo é composta por átomos. Uma análise
simplificada de um átomo nos mostrará que ele é composto de um núcleo (com prótons e
nêutrons) e de uma eletrosfera (eletróns que orbitam o núcleo).

FIGURA 3 – ESTRUTURA DE UM ÁTOMO


FONTE: http://www.kirlian.com.br/info_por_0004.asp

Portanto, a partir desta premissa podemos concluir que o corpo humano e de


demais seres vivos também é formado por átomos.

Quando átomos perdem elétrons, esses elétrons livres passam a ser chamados de
íons (íons negativos) e os átomos que os perderam também passam a ser chamados de íons
(íons positivos). Toda vez que um elétron livre volta a fazer parte da eletrosfera de um
átomo existe a emissão de um fóton (produz-se luz).

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MILHOMENS, Newton. Fotos Kirlian: Como Interpretar. 6.ed. rev. ampl. São Paulo: IBRASA, 1998

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O corpo humano é formado por células, que por sua vez são formadas por átomos.
Obviamente que, uma célula sadia será diferente de uma célula doente. E se determinada
parte do corpo está com alguma deficiência, esse estado com o passar do tempo se refletirá
e será observável sobre as demais.

As células de nosso organismo através de seus processos internos emanam gases,


que são expelidos através das papilas digitais (no caso do Padrão Newton Milhomens é a
ponta dos dedos que é fotografada). Estes gases, emanados pelo organismo a ser
fotografado, serão ionizados pelo processo da máquina Kirlian e a luz emitida ficará
impressa na pelicula fotográfica.

3.3 APLICAÇÃO

Do mesmo modo que uma célula doente é diferente de uma célula sadia, portanto
as emanações da célula doente serão diferentes em constituição e/ou intensidade daquela
célula sadia. Se a emanação é diferente, diferentes concentrações de gases serão ionizadas e
consequentemente diferentes impressões restarão na película fotográfica.

Portanto, se duas pessoas apresentam o mesmo problema de saúde, significa que


apresentam na verdade, o mesmo desequilíbrio em seu organismo. Esse desequilíbrio
resultará em uma impressão semelhante da película fotográfica na bioeletrografia. E
também resultará em uma impressão diferente daquela que resulta da bioeletrografia de
uma pessoa saudável. Com base neste raciocínio o Prof. Newton Milhomens pôde através
de extensa investigação empírica descobrir os padrões que se apresentavam nas fotos e os
correlacionou com os problemas físicos ou psicológicos.

FIGURA 4 – FOTO COM FALHA INDICANDO ESTADO DEPRESSIVO


FONTE: http://www.kirlian.com.br/info_por_0061.asp

A figura acima exemplifica esse diagnóstico. É a foto de uma pessoa em estado


depressivo. A característica da foto que denota isto é a falha no halo que se encontra à
direita (deveria ser azul).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo objetivamos fazer apenas uma breve introdução ao assunto. Mas a
aceitação desta hipótese remete a diversas ou inúmeras implicações.

De um ponto de vista totalmente prático e atual percebemos que a Bioeletrografia


é um grande avanço em termos de técnica de diagnóstico. É um método rápido, sensível e
de maneira alguma invasivo.

A abordagem energética que permite o emprego desta técnica sobre o objeto que
estiver sendo analisado, está em consonância com as mais novas descobertas científicas.
Pois se a base de tudo é a energia, é na energia e em seus processos relacionados que
devem ser buscadas as origens dos fenômenos e eventos.

Hoje, existe a crescente aceitação de que grande parte dos distúrbios que
comprometem a saúde das pessoas têm origem psicossomática. Mesmo se admitindo a
hipótese de que a mente seja algo imaterial (não físico), a manifestação de quaisquer de
seus efeitos em nossa realidade, terá origem energética, pois é a energia que “move” o
mundo material.

Muitas vezes a ciência em sua evolução parece chegar às mesmas conclusões que
os sábios e místicos do passado. Aparentemenente, a Bioeletrografia é mais um destes
casos.

5 REFERÊNCIAS

MILHOMENS, Newton. Fotos Kirlian: Como Interpretar. 6 ed. ver. ampl. São Paulo:
IBRASA, 1998.

Site Oficial da IUMAB - Brasil (International Union of Medical and Applied


Bioeletrography). Disponível em: <http://www.kirlian.com.br>. Acesso em: 06 de março
de 2006.

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