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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

LONDRINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

IMUNOLOGIA
APLICADA AO DIAGNÓSTICO
DO CÂNCER DE BEXIGA
Antonio Fernandes Neto
CÂNCER DE BEXIGA
70% são superficiais na apresentação inicial 
50% a 75% tem recorrência  no primeiro ano 
    quando tratado somente com ressecção
10% a 20% apresentam progressão da doença

Cistoscopia e Citologia são “gold standards”
– Cistoscopia ~ 75% sensível
– Citologia ~ 100% específico / 20 a 40% sensível
                  1 a 12% falso positivo / 20% falso negativo         
                                           
CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS (CCT)
É uma patologia de história natural
variável
Suas características histológicas não são
suficientes para predizer sua evolução
Torna-se, então, importante investigar o
potencial prognóstico de novos marcadores
BIOMARCADORES TUMORAIS
DEFINIÇÃO
QUALQUER PARÂMETRO
BIOQUÍMICO CUJA DETECÇÃO EM
TECIDO OU LÍQUIDO BIOLÓGICO
POSSA INDICAR A PRESENÇA DE UM
TUMOR
IMPORTANCIA
DETECÇÃO PRECOCE DA RECIDIVA
MONITORIZAÇÃO TERAPÊUTICA
PROGNÓSTICO DA NEOPLASIA
BIOMARCADORES PARA 
TUMORES DE BEXIGA
Test Quantitative Qualitative FDA – Sensitivity Specificity
approved

NMP22 Yes Yes 68 - 100 61 - 85

FDP Yes Yes 82.1 86 - 96

BTA Yes Yes 54 - 83 72 - 95

BTA TRAK Yes Yes 54 - 78 95 - 97

BTA stat Yes Yes 80 - 90 72 - 95

TRAP1 Yes 85 - 100 80


(telomerase)

Hyaluronic Yes 86 - 92 86 - 92
acid/hyaluroni
dase

Cell surface Yes 86 - 95 90


antigen
(ImmunoCyt)
RECENTEMENTE TEM-SE ESTUDADO
O GENE p53
Localizado no braço curto do cromossomo 17
(É onde mais freqüentemente são encontradas as mutações em câncer humano)

Presente nas células normais na forma não-


mutante
Monitora a integridade do genoma
impedindo a proliferação de células com
DNA mutado
O GENE P53 Anatomia
É um gene supressor de tumor
devido à sua função reguladora do p53
da proliferação celular APOPTOSIS
Lesão no DNA

Forma mutada ou inativada da


proteina p53 aculula-se no
DNA não
núcleo Repara o DNA
reparado e impede a
propagação do erro
Reparo ineficiente
genético para as
do DNA células filhas
Aumento da DNA reparado
proteina p53 ativa
Célula cancerosa no núcleo da célula
Alto grau de mutação
Inibe o ciclo mitótico
Ativa genes envolvidos no
bloqueio da divisão celular
A PROTEÍNA p53

NAS CÉLULAS NORMAIS


A forma ativa da proteína p53 é muito baixa,
por ter vida média muito curta (em torno de 6
minutos)
Não é possível sua detecção pelos métodos
imunoistoquímicos
NOS TUMORES COM FORMAS MUTANTES DO GENE p53
 Expressam altos níveis da proteína inativa que se
acumula no núcleo
 Passíveis de detecção imunoistoquímica
A MUTAÇÃO DO GENE p53
São comuns no CCT

35%
IMUNOHISTOQUÍMICA
LÂMINAS DAS PEÇAS CIRÚRGICAS
Secções de 4µm são desparafinizados e
rehidratados
Recuperação antigênica
Cortes são incubados com anticorpo
primário contra proteína p53
Os cortes são corados para estudo dos
núcleos das células
1- Extrato nuclear sozinho
2-Imunoprecipitado normal
3-Iminuprecipitado com p53
EXPRESSÃO IMUNOHISTOQUIMICA DA PROTEINA
p53 NA LÁMINA DA PEÇAS CIRÚRGICAS
Classificada por categorias. Por
estimativa do percentual de coloração
dos núcleos nas células tumorais
A contagem de células positivas é feita nos

campos da lamina onde subjetivamente se


observa maior expressão da coloração
nuclear do p53
COMO INTERPRETAR O EXAME ?
Negativo (< que 19% de reatividade nuclear)
Positivo (> que 20% de reatividade nuclear) ou>10%
Demonstration of p53 Protein Status in Barrett's Esophagus

Baixo grau de
Controle
displasia com
negativo p53 negativo
A acurácia da detecção da mutação do p53 pelo
metodo
Baixo grau deimunohistoquimico foi estimada em 90,3%
Alto grau de
displasia com
conferindo ao método alta sensibilidade e displasia com
p53 positivo p53 positivo
especificidade
25 PRINCIPAIS ESTUDOS
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

Fujimoto et al. 1992

incidência de mutações do
p53 é maior em CCT invasivo
e de alto grau do que em
superficial de baixo grau.

Cancer Res, 52: 1393-8.


ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

Dias Neto et al., 2002


Mostrou relação (Inclusive nos pT1)
 Com o grau do tumor
 Com estádio
 Com maior incidência de metástases
 Com a menor sobrevida dos pacientes
Não mostrou relação
 Com a recidiva vesical de tumores
superficiais.
Acta Cir. Bras, vol.17 suppl.3, p.29-33
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

Al-Abadi et al., 1998


Mostrou relação com Grau
Grau I p53 + em 10 a 25% dos núcleos
Grau II p53 + em 25 a 75% dos núcleos
Grau III p53 + acima de 58% dos núcleos
Mostrou relação com estádio
pTa p53 + em 28% dos casos
pT1-2 p53 + em 73% dos casos
pT3-4 p53 + em 68% dos casos
Cancer Detection & Prevention. 22(1):43-50, 1998
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

Sarkis et al.,1993;Lipponen,1993; Wu et al., 2000

Não encontraram relação


 Com o grau
 Com estádio

Sarkis AS et al., 1993.J Natl Cancer Inst 1993; 85: 53-9.


Lipponen PK,1993. Int J Cancer 1993; 53: 365-70.
Wu TT, et al 2000. J. Urol 2000; 163: 758-60.
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

As discrepâncias podem correr por conta

De diferenças nas amostragens


Tipo de anticorpo utilizado
Estado de conservação das peças
Critérios de leitura dos núcleos
marcados
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

Sarkis et al., 1993.


Avaliaram a expressão nuclear do p53 em
tumores de bexiga superficial
 A expressão nuclear foi detectada em
42% dos pacientes pT1

 A progressão da doença ocorreu em 70% dos


pacientes em 5 anos, com expressão nuclear
positiva
J. Natl. Cncer Inst., v.85, p.53-9
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA BEXIGA

Sarkis et al., 1995.


Avaliaram o valor prognostico da expressão do
p52 em tumores invasivos
Foi observada relação
Sobrevida mais curta em indivíduos com alta
expressão
Não mostrou relação
Entre o p53 e os achados patológicos
J Clin Oncol; 13: 1384-90.
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA

Lipponen, 1993
Observou relação
Com progressão tumoral

Com pior prognóstico

Int Int J Cancer; 53: 365-70


DETECÇÃO IMUNOHISTOQUÍMICA DO p53
(SUPEREXPRESSÃO NUCLEAR) É FATOR
DE MAU PROGNÓSTICO
ASSOCIADO COM:
PROGRESSÃO TUMORAL

INVASÃO MUSCULAR

METÁSTASES
ESPECIALMENTE
EM TUMORES SUPERFICIAIS DE BEXIGA DO ESTÁDIO pT1 e pTis
ANÁLISE DE ESTUDOS CLÍNICOS SELECIONADOS
EXPRESSÃO NUCLEAR DO p53 EM CARCINOMA DE CÉLULAS
TRANSICIONAIS DA

Jakse et al., 1987; Birck et al., 1989; Pansadoro et al., 1995

Planejamento de tratamento no futuro


Possivelmente, os paciente portadores do
estádio pT1, GIII (que progridem em 33- 48%
em 5 anos) e p53 positivos, refratários ao
tratamento com BCG até o sexto mês, deverão
ser submetidos à cistectomia radical.
Jakse et al..,J.Urol., v.137, p.39-43, 1987
Birck et al., Br. J. Urol., v.17, p.109-116, 1989
Pnasadoro et al., J. Urol., v. 154, p. 2054-8, 1995
ONDE FAZER ESTE EXAME ?

INCEL

DRA. DANIELA DELAROSI

Londrina, Rua Antonio Amado


Noivo, 430; fone: 3339-2701
10 MINUTOS ?
OBRIGADO
CLASSSIFICAÇÃO pTNM
• ESTÁDIO pTa - confinado ao urotélio
• ESTÁDIO pT1 - invade membrana basal
até a lámina própria
não invade muscular
• ESTÁDIO pTis - carcinoma “in situ”
neoplasia superficial de
alto grau intraepitelial
• ESTÁDIO pT2 - invasão da muscular
• ESTÁDIO pT3 - infiltração da gordura perivesical
• ESTÁDIO pT4 - invasão de estruturas adjacentes
ESTÁDIO pT1
 30% DOS CASOS DE CÂNCER DE BEXIGA
SUPERFICIAL
 50% a 60% ‘é GRAU II e 30 A 40% GRAU III
 20% TEM INVASÃO LINFÁTICA
 15% ASSOCIADO AO CIS NO GRAU I
 59% ASSOCIADO AO CIS NO GRAU II
 77% ASSOCIADO AO CIS NO GRAU III
GRAU III
 50% a 80% RECIDIVAM
 33% a 48% PROGRIDEM EM 2 A 5 ANOS
 20% MORRE EM 5 ANOS

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