O Voluntariado como forma de Protagonismo Juvenil

Adolescentes de hoje: jovens que buscam, mas no sabem exatamente o que procuram, nem como iro encontrar o que desejam. Indivduos que, apesar dos diferentes rtulos que uma sociedade lhes empresta, cada vez mais, demonstram um mesmo desejo de viver em mundo melhor. H algum tempo, esses adolescentes tm carregado o esteretipo de passivos e irresponsveis, porque no se envolvem com questes consideradas verdadeiramente relevantes. Afinal, como exigir a participao daqueles que no so nem estimulados, nem preparados a participar? Segundo dados do IBGE, o Brasil tem hoje 34 milhes de adolescentes na faixa de 10 a 19 anos e, se o ritmo de crescimento da populao for mantido, os adolescentes continuaro sendo o grupo etrio predominante, pelo menos at o ano 2010. Mais do que nunca, aquilo que os jovens pensam, sentem, dizem e fazem tem relevncia no s para eles mesmos, mas para toda a sociedade. Uma pesquisa realizada, pelo Centro de Pesquisa Motivacional, junto a 1481 jovens das cinco maiores capitais brasileiras, indicou que embora apenas 7% dos entrevistados estavam envolvidos em algum tipo de ao voluntria, mais de 50% desejaria se engajar neste tipo de atividade. O que a sociedade ganha com o voluntariado jovem? A incluso dos adolescentes na soluo de problemas colabora no s para o desenvolvimento da auto-estima e da autonomia, mas contribui tambm para a organizao e o fortalecimento da sociedade. So exemplos desses ganhos, a melhoria do nvel de informao e formao da populao jovem, desenvolvimento de lideranas, soluo de problemas e necessidades da comunidade, articulao e amadurecimento da sociedade civil, e construo de um novo imaginrio social de cidadania com base na responsabilidade, cooperao, solidariedade e compromisso. O jovem no apenas o beneficiado, mas tambm o promotor da transformao social. Intervenes no campo da ecologia e proteo ambiental, sade e direitos humanos, sexualidade e afetividade, contribuies ativas e solidrias para o sucesso da aprendizagem escolar e transformao da escola, apoio a crianas em creches, hospitais e associaes de bairro so exemplos de reas em que os adolescentes podem e esto atuando.
Mrcia Campos Psicloga com formao em psicologia social. Coordena e acompanha programas de desenvolvimento pessoal e social de adolescentes em redes pblicas de educao e sade, e em entidades no governamentais.