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ARTE, COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO: ANÁLISE DE
IMAGENS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DA
DISCIPLINA
DOCENTE RESPONSÁVEL:
PROFª.DRª. GIULIA CRIPPA
DISCENTE:
THIAGO FAVARETTO TAZINAFO
RIBEIRÃO PRETO
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DEZEMBRO - 2007
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1 - INTRODUÇÃO:
1
Cf. http://www.mulholland-drive.net/studies/10clues.htm
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Cidade dos Sonhos - “Mulholland Drive” (EUA-FRA, 2001), de David
Lynch (diretor/roteirista)
2 - ENREDO:
O filme abre com duas cenas das quais é difícil nos lembrarmos na primeira vez
que o vemos e, no entanto, são cruciais para entendermos o que se passa mais adiante: um
concurso de dança, à qual se sobrepõem a imagem de Betty (Naomi Watts) entre um
casal de idosos, dos quais falaremos mais tarde. Em seguida, há um corte para uma
tomada em primeira pessoa de um quarto. A câmera, ora desfocada, afunda no
travesseiro.
Fade out, corta para o título e, agora sim, começa a narrativa propriamente dita.
Um carro percorre o trajeto sinuoso de Mulholland Drive à noite. O motorista e um
colega conduzem a passageira, na verdade, para a morte, pois a viagem é uma cilada
encomendada para assassinarem essa mulher, uma atraente e bem-vestida jovem senhora
de cabelos negros (Laura Elena Harring). No entanto, o carro é envolvido num acidente,
ao qual apenas essa mulher sobrevive. Atordoada e amedrontada, esconde-se no jardim
de uma casa e adormece.
Um jovem homem pede a seu amigo que o encontre numa lanchonete, a Winkie’s.
Lá, ele afirma que sonhara com esse lugar. No sonho, o qual tem se repetido, o homem é
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possuído por um sentimento de terror profundo e a impressão de que algo muito ruim está
acontecendo. Aparentemente, isso está relacionado com um sujeito que vive atrás da
lanchonete. Por isso, o homem pedira a seu amigo para vir, de modo que, juntos,
pudessem se certificar de que não há ninguém lá e, assim, o homem possa livrar-se da
apreensão que o acomete, desde que começara a ter esse pesadelo. Eles pagam a conta e
dirigem-se ao local, apenas para ver que, realmente, existe alguém atrás da lanchonete.
Ao deparar-se com a assustadora figura do homem/ monstro, o pobre rapaz entra em
colapso.
Ao receber, por celular, a notícia de que poderiam fechar o estúdio, Adam decide
ir para casa mais cedo, apenas para flagrar sua mulher na cama com o limpador de
piscinas. No confronto, acaba sendo espancado e botado para fora de casa pelo piscineiro.
Adam esconde-se num hotel barato no centro da cidade. Sua secretária liga para
avisá-lo que, inexplicavelmente, está falido. Diz também que um homem que se
apresentara apenas como “cowboy” havia marcado um encontro com ele num local
afastado. Supostamente, ele estaria relacionado aos estranhos acontecimentos do dia
(exceto a traição da mulher) e, por isso, Adam confirma o encontro.
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Ao mesmo tempo, um homenzarrão a serviço da máfia visita a mansão dos
Kesher à procura de Adam. Encontra apenas a mulher e o piscineiro, os quais o atacam,
mas são facilmente dominados.
Ao ligar para sua tia logo após desfazer as malas, Betty descobre que Ruth não
conhece nenhuma Rita. Ao confrontá-la, esta acaba lhe contando a verdade sobre a
intrusão e a perda de memória. Rita procura por documentos em sua bolsa, mas, ao invés
disso, depara-se com uma grande quantidade de dinheiro em notas, bem como uma
estranha chave azul estilizada.
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comenta que a amiga parece ter saído sem avisar, já há alguns dias. Betty e Rita vão ao
outro apartamento e tocam a campainha, mas ninguém atende. Resolvem, então, invadir
pela janela e, no quarto, descobrem o cadáver putrefato de Diane Selwyn.
[Para fins didáticos, dividiremos o enredo em duas partes, de forma que, agora,
começa a segunda parte da história.]
A vizinha pega um cinzeiro, uns pratos e vai embora. À mesa, vemos uma chave
azul – comum, não estilizada como a que abrira a caixa. Diane tem uma alucinação com
Rita, a qual chama de Camilla, sugerindo – o que virá a ser confirmado – que Rita é, na
verdade, Camilla Rhodes. “Camilla, you’ve come back!”- diz ela, apenas para perceber
que, para onde quer que tenha ido Camilla, ela não havia voltado. Em tempo, Camilla,
diferentemente de Rita, tem uma postura bastante confiante e sedutora.
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A cena seguinte é, mais uma vez, no apartamento de Diane. Ela está se arrumando
para sair. Sua aparência é melhor, mas não sorridente ou radiante como Betty. Um abajur
de luz vermelha ilumina a cômoda onde o telefone toca, a mesma imagem que aparece na
sub-trama dos mafiosos. Depois de uma longa demora... Diane atende. É Camilla,
agradecendo a Diane por ter concordado em ir a uma festa na casa de Adam, e avisando
que o motorista está esperando em frente ao condomínio.
Durante o jantar, Diane conta sua história a Coco: sua tia, Ruth, havia morrido e
lhe deixado algum dinheiro, que ela usou para se estabelecer em L.A. e tentar a carreira
de atriz, sonho que ela julgara possível após ter vencido um concurso de dança; assim, ela
fez um teste para “Sylvia North Story” – o filme que Adam estava rodando na primeira
parte da história, quando ele troca olhares com Betty/Diane – mas Bob Rooker deu o
papel para Camilla Rhodes; de qualquer forma, elas ficaram amigas, de modo que.
Camilla, uma estrela em ascensão, usava de sua influência para obter papéis (menores)
para Diane [note que, na segunda parte, o diretor do filme é Bob Rooker e não Adam
Kesher].
Após contar brevemente sua história, Diane parece sentir-se humilhada pelo gesto
compreensivo de Coco. Em seguida, uma mulher conversa com Camilla e elas se beijam.
É a mesma mulher que outrora se chamava Camilla Rhodes e que os mafiosos exigiam
que Adam escolhesse para protagonizar seu filme. Diane começa a chorar contidamente.
Na festa, além de Coco e a atriz da máfia em “novas versões”, vemos também, pelos
olhos de Diane, o cowboy e Luigi, um dos irmãos Castigliani (aquele que é extremamente
exigente para com espressos). Adam e Camilla anunciam o casamento, e Diane pranteia
indisfarçadamente.
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caixa azul em suas mãos. Ele a põe num saco e o solta. Uma versão em miniatura do
casal de idosos sai da caixa.
3 - ANÁLISE E DISCUSSÃO:
3.1 – INTRODUÇÃO:
Como já foi dito, a história pode ser dividida em duas partes: a narrativa “real” e a
narrativa “onírica”. A primeira diz respeito às imagens antes dos créditos (ver dica 1) e
depois que Diane acorda, i.e., quando Betty desaparece da história. É a parte
extraordinariamente triste do filme. É na parte “real” que entendemos as motivações das
fantasias de Diane. Estas aparecem em sonho, do momento em que Rita está no carro em
Mulholland Drive (créditos iniciais) até quando o cowboy chama Diane de volta à
realidade.
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É sensacional a forma como o cineasta recria, por meio da associação de imagens,
a verdadeira associação de idéias que operamos, justamente, no sonhar. Um exemplo está
em Luigi Castigliani. O dono do estúdio lhe oferece um dos mais conceituados espressos
do mundo e, ainda assim, o homem o cospe no guardanapo. Na fase “real” da história, no
momento em que Adam e Camilla estão prestes a anunciar seu casamento, Diane está
tomando um espresso, quando se depara com um convidado particularmente carrancudo
em outra mesa. Ela associa o café ao homem, e assim virá a surgir Luigi Castigliani em
seu sonho; de forma semelhante, o misterioso cowboy do sonho é um simples convidado
vestido de vaqueiro na festa; A garota que beija Camilla na festa vem a tornar-se a
Camilla Rhodes do sonho, aquela que o diretor só escolheu “por força maior” (e não por
culpa da própria Diane), e assim por diante.
- Tia Ruth morre e deixa uma certa quantia de dinheiro para Diane
- Diane vence concurso de dança
- Com o dinheiro da herança, Diane se muda de Ontário, no Canadá, para L.A.
- Diane não consegue nenhum papel importante, mas se envolve com Camilla, por
quem se apaixona
- Camilla desponta como atriz, parcialmente devido a favorecimentos sexuais para
com homens e mulheres
- Camilla e Adam decidem se casar; para tanto, ela deve abrir mão de Diane
- Diane, sentindo-se traída, humilhada e possuída por ciúmes e inveja, contrata
um assassino para matar Camilla
- O crime é consumado, e Diane é considerada suspeita pela polícia
- Dominada pelo remorso e pelo medo, Diane entra em profunda depressão
- Diane passa os dias em meio a lembranças, fantasias e alucinações; a primeira
parte da história (cerca de dois terços do filme) se passa nos sonhos fantasiosos de Diane,
nos quais ela constrói para si uma auto-imagem ideal e um mundo reparador.
- Vencida pela culpa, Diane comete suicídio.
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3.2 - As Dicas de Lynch:
(Transcritas do original e por mim traduzidas.)
1) Pay particular attention to the beginning of the film: at least two clues are revealed
before the credits.
1) Preste especial atenção ao começo do filme: ao menos duas pistas são reveladas antes
dos créditos.
3) Can you hear the title of the film that Adam Kesher is auditioning actresses for? Is it
mentioned again?
3) Você consegue ouvir o título do filme para o qual Adam Kesher está testando as
atrizes? Ele é mencionado de novo?
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10) Where is Aunt Ruth?
Eu havia decidido, inicialmente, não me ater às 10 dicas, pois essas parecem ter
sido apenas, segundo boatos, uma exigência da produção para minimizar o fracasso
financeiro. Conhecendo seus filmes e tendo acompanhado suas entrevistas, tenho visto
Lynch recusar-se a explicar suas reais intenções com este ou aquele filme, preferindo
deixar as conclusões para o próprio espectador. Desse modo, não acho que essas seriam
as dicas que ele mesmo daria se realmente quisesse explicar alguma coisa, de forma que
seria melhor seguir sozinho nessa empreitada. Entretanto, para fins de organização do
texto, de modo a deixá-lo menos caótico, serão utilizadas as 10 dicas como um roteiro
semi-estruturado de análise, partindo de cada uma delas para expandi-la em diferentes
níveis de interpretação.
Antes disso, porém, temos a imagem de Diane entre o casal de idosos, sob a luz
de flashes e holofotes. É um momento de alegria e glamour, o único que Diane jamais
teve. A imagem é sobreposta aos dançarinos, e a montagem é feita de maneira a sugerir
uma relação temporal entre as imagens: Diane vence o concurso de dança. O fato de o
casal estar presente sugere uma relação de parentesco ou tutelagem, de forma que
podemos pensar nos velhinhos como sendo os avós de Diane. Essa hipótese é
corroborada pelo fato de serem eles os seus “carrascos” no final, ficando por representar
o “peso na consciência” de Diane ou, de um ponto de vista psicodinâmico, o superego.
Voltarei a esse ponto mais adiante.
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2) Notice appearances of the red lampshade.
(Note as aparições do abajur vermelho.)
Eu decidi incluir minhas próprias traduções das dicas precisamente por ter me
deparado com uma tradução particularmente ruim desse item. “Red lampshade” havia
sido traduzido como “sinal vermelho”. Ironicamente, isso me levou a uma descoberta
interessante, pois, procurando por qualquer objeto vermelho no filme, pude notar, na
seqüência em que o matador luta com a mulher obesa, que essa trabalha num escritório
que tem a seguinte placa (vemelha): “Health & Plus Enzymes”. Enzimas? Uma loja de
enzimas?! Alguém deve estar sonhando...
3) Can you hear the title of the film that Adam Kesher is
auditioning actresses for? Is it mentioned again?
(Você consegue ouvir o título do filme para o qual Adam Kesher está testando as
atrizes? Ele é mencionado de novo?)
Sonho: Adam está filmando “Sylvia North Story”. Ele se encanta à primeira vista com
Diane mas, de mãos atadas como está, é obrigado a escolher Camilla Rhodes para o
papel. É por isso que Betty não consegue o papel. Afinal, talento é o que não falta para
Betty, como fica comprovado por seu teste, na qual a única pessoa sem talento parecia ser
mesmo o diretor, Bob Rooker.
Realidade: Bob Rooker dirigiu “Sylvia North Story”. Diane atendeu ao teste, mas ele não
viu talento nela. Camilla Rhodes conseguiu o papel.
Reparem como Diane se vinga em seu sonho. Bob Rooker é um imbecil. Adam Kesher é
sistematicamente frustrado e humilhado: a mulher o trai, ele apanha do amante, perde
controle sobre seu filme, vai à falência e, numa vingança especialmente pueril, fica todo
sujo de tinta...
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4) An accident is a terrible event... Notice the location of the
accident.
(Um acidente é um evento terrível… Repare no local do acidente.)
Essa é um tanto quanto trivial. O local do acidente que sofre Rita é a “passagem
secreta” por onde Diane adentra a festa com Camilla. Uma interpretação possível é que o
fato de Rita sobreviver à tentativa de assassinato no sonho manifesta o desejo de Diane
de reverter sua decisão. Alternativamente, o acidente em que se envolve Rita pode ser
uma metáfora para simbolizar o evento terrível que fora, para Diane, a festa.
O assassino profissional deixa uma chave para Diane como sinal de que o
trabalho fora concluído, ou seja, a chave simboliza a consciência de Diane sobre a morte
de Camilla.
Quando Diane pergunta o que abre a chave, ele ri. O homem acha graça na
ingenuidade de Diane, pois a chave não abre nada, é só um código. Poderiam ser
tampinhas ou coisa que o valha. Para Diane, porém, toda chave abre alguma coisa e,
assim, quando ela faz a pergunta ingênua, o aparecimento do mendigo na cena seguinte
atrás do Winkie’s surge como resposta auto-referente: A chave abre a caixa azul.
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7) What is felt, realised and gathered at the club Silencio?
Parece que o autor vinha nos alertando desde o começo de que nada do que se
passava era real. Uma cena extraordinária, e que marca, sem dúvida, a primeira grande
“perda de credibilidade” da narrativa, é o teste para “Sylvia North Story”. A cena abre
com um close na atriz cantando “Sixteen Reasons”. Lentamente, a câmera se afasta, e
descobrimos que estávamos vendo a atriz por um monitor em um estúdio. A câmera se
afasta mais, e vemos que o próprio estúdio é, na verdade, o cenário de um filme. A
câmera se afasta ainda mais e, para nosso espanto, vemos que o cenário do filme é, por
sua vez, o cenário de outro filme: Adam está filmando um filme sobre um filme sobre um
estúdio. Convém adicionar que as atrizes estão apenas dublando. No hay banda.
-Na cena em que Betty convence Rita a ligar para a polícia, aquela diz: “Será como nos
filmes: A gente finge ser outra pessoa.”
- Quando elas ligam para Diane, Betty diz: “É estranho ligar para si mesma”, ao que Rita
responde: “Talvez não seja eu”.
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8) Did talent alone help Camilla?
( Foi puro talento que ajudou Camilla?)
Certamente não. Durante o teste, em que Woody Katz tira vantagem de Betty
descaradamente, ele revela que queria fazer igual com a outra garota, “a morena”.
Ademais, Camilla parece relacionar-se promiscuamente com outras pessoas, o que sugere
que Adam estivesse sendo manipulado por ela em função de seus interesses profissionais.
Tia Ruth está atuando no Canadá. A expressão to act in Canada é uma gíria
maliciosa entre cineastas hollywoodianos que significa to be dead. Ou seja, tia Ruth está
morta...
Tenha sido esse trocadilho intencional ou não, o que pode provocar confusão é o
aparecimento de tia Ruth no momento em que a caixa é aberta. Como dissemos
anteriormente, se a caixa é uma metáfora para a consciência de Diane, o ato de abri-la
deve corresponder ao despertar. A transição entre o sonho e o despertar de Diane é, a meu
ver, a cena mais sutil do filme. Estamos no quarto de tia Ruth, e a câmera está fixa,
mirando o corredor e parte da parede. Então, a imagem muda para uma tomada em
movimento pelo corredor da casa de Diane, em direção ao seu quarto, exceto por um
breve momento, em que retorna a imagem parada no quarto de Ruth. Imagino que
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esse breve retorno represente a tentativa de Diane de retomar o sonho que, afinal, estava
tão prazeroso. Por esse ponto de vista, podemos interpretar o aparecimento final de tia
Ruth como uma tentativa de retomar o sonho desde o início.
A propósito: Ruth aparentemente fala francês (pois tem um livro cujo título é
“Tout Paris”), enquanto Camilla fala espanhol na festa, e essas seriam as conexões com a
performance trilíngue do mágico no Club Silencio.
Ao voltar da casa de Diane Selwyn, Rita decide mudar a própria imagem. Com a
peruca, a semelhança entre ambas é inegável. É como se Diane, em suas fantasias,
quisesse não somente submeter e possuir Camilla, mas efetivamente fundir-se a ela,
tornar-se uma só com seu grande amor mas, quando Betty se declara: “I’m in love with
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you.” - ela o diz duas vezes - Rita não responde. Tristemente, parece que nem mesmo nos
sonhos mais fervorosos de Diane seu amor seria correspondido...
4 - BIBLIOGRAFIA:
CABRERA, J. O Cinema Pensa: Uma Introdução à Filosofia Através dos Filmes. . Rio de
Janeiro: Rocco, 2006.
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