Você está na página 1de 12

minha vida

minha rua
meu
projeto
projeto
Ricardo Pereira de Sousa

1
A U T O R

Ricardo Pereira de Souza

ILUSTRAÇÕES

Ricardo, Tatiane, Danúbia,


Adriana, Roberta, Bernardo,
Luís Carlos

2
Eu sou o Ricardo, tenho 13 anos e sou estudante.
Vou a escola todos os dias. Primeiro, porque gosto
mesmo e depois, porque se eu não for, com certeza o
assunto irá parar na roda do projeto.

3
3
Já estou no projeto há um tempão... acho que uns sete
anos. Sei lá. Mas sabe? Eu gosto muito daqui... não sei
nem explicar. Gosto tanto que nem agüento esperar o
sábado e domingo passar.

4
Se eu pudesse,
gritaria do alto
m a i s a l to d e
um balão, pra
tod o m u n d o
ouvir, que eu
“amo esse pro-
jeto!”
5
5
Minha história é parecida com a história de
qualquer garoto da minha idade. Estudo, brinco,
passeio, ajuda minha mãe... mas só de ir ao pro-
jeto me sinto muito importante... importante e
feliz demais!!!!

6
Todos sabem muito bem onde eu moro: no Bairro Pas-
saginha, que tem esse nome porque antigamente para
atravessar um córrego, que passava dentro do bairro a
única maneira era por uma passagenzinha estreita que
cortava o córrego. Assim de tanto o povo falar que ia
pela “passaginha”, o bairro ficou com esse nome. 7
7
Uma vizinha, já velhinha, me disse que quando veio pra
cá, nem casas havia direito, nem rua... e que aqui já foi um
lugar muito tranqüilo. Nem consigo imaginar, vendo essa
correria louca todos os dias. Disse também que as casas
não tinham portas... dá pra acreditar? Só tinham telas para
impedir que bichos entrassem. É difícil até imaginar uma
casa com tela em vez de porta.

8
Minha rua tem nome de flor - cravo,
pra ser mais exato. Mesmo sendo
flor, não fico muito satisfeito, porque
sei que é flor de enfeitar defunto...

9
9
Aliás, jardim seria o nome ideal para o meu bairro.
Aqui, as ruas, quando não têm nome de flor, têm nome
de passarinho. Vê se pode? Cravo, orquídea, pintas-
silgo, tico-tico, beija-flor e por ai vai.
10
Quem dera reinasse a paz dos jardins por aqui. Algu-
mas ruas vivem em pé de guerra, e a tranqüilidade – o
que é mesmo que é tranqüilidade?

Alguém da rua tico-tico briga com alguém da rua cravo, que


briga com outro da rua orquídea, que, por sua vez, briga com
alguém da rua beija-flor, que pra se vingar, dá uma pedrada
na vidraça da casa que fica na rua tico-tico... aí pronto! A con-
fusão tá armada. Não há flor que amenize a situação, nem
canto de pássaro que faça esfriar os ânimos... 11
11
Eu pelo menos não perco
tempo caçando briga... eu
tenho coisas melhores pra
fazer. De manhã vou pro
projeto, à tarde, depois do
almoço, eu tô na escola... e
de noite eu durmo. Ou mel-
hor, de noite eu sonho...
Sonho com um bairro
mais tranqüilo, com pes-
soas mais amigas e preocu-
padas umas com as outras,
enfim, lugares como o pro-
jeto, espalhados por cada
canto dessa cidade, por
todo mundo!!!

fim

12

Você também pode gostar