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Fundada em 1964, a organização tem como propósito anunciado usar a luta armada para derrubar o governo
para instalar um regime marxista no país.
Suas táticas mudaram, no entanto, em 1990, depois que forças paramilitares passaram atacar os focos
rebeldes. Pressionada, a guerrilha envolveu-se no tráfico de drogas colombiano para levantar dinheiro para
sua campanha.
Alguns analistas afirmam que o grupo perdeu seus ideais políticos para administrar o lucrativo negócio. Na
segunda metade da década de 1990, os guerrilheiros iniciam uma campanha de seqüestros que, para esses
observadores, tornaram-se um fim em si mesmo.
O presidente Álvaro Uribe assumiu o poder em 2002 prometendo derrotar os rebeldes. Para tanto, o líder
direitista lançou uma ofensiva nunca vista no país, forçando os guerrilheiros a deixarem as áreas urbanas do
país.
Ainda assim, Uribe tem mostrado disposição em negociar com as Farc. Para isso, ele exige que os rebeldes
deponham suas armas. Como ainda controla largas porções do território colombiano, a guerrilha se recusa a
negociar com Uribe.
O grupo é comandando por um secretariado, cujo líder máximo é Manuel Marulanda, também conhecido
como "Tiro Fijo". Estima-se que a guerrilha possua 16 mil soldados.
Um pesadelo de mais de seis anos terminou para a colombiana e ex-candidata à Presidência Ingrid
Betancourt no dia 2 de junho, ao ser libertada do cativeiro imposto pelas Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (Farc), o grupo narcoterrorista que a mantinha aprisionada. Em
janeiro, as também colombianas Clara Rojas e Consuelo González haviam sido foram libertadas,
depois de também serem privadas de direitos básicos e vivendo em campos de concentração no
meio da selva colombiana. Seus relatos mostraram ao mundo como age a organização de facínoras
que pretende ser reconhecida pelo mundo como um agente político legítimo. Em 2008, a
organização também teve seus maiores líderes mortos e perde cada vez mais seu poder de fogo.
Entenda as origens do conflito na Colômbia, e porque a classificação de cunho político jamais
poderá ser aplicada às Farc.
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As Farc surgiram precisamente em 1964. Desde então, 45.000 colombianos morreram pelas mãos de
seus integrantes. Só nos últimos cinco anos, mais de 5.000 pessoas foram assassinadas em 930
chacinas.
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Seqüestros, tráfico de drogas, extorsão e assassinatos são as principais técnicas que constam na
cartilha das Farc. Estupros de reféns e tortura vêm a reboque, como descreveu Consuelo González,
uma das cativas libertadas em janeiro. Suas vítimas são acorrentadas pelo pescoço, obrigadas a
marchas forçadas no meio do mato e submetidas a cirurgias improvisadas com facas de cozinha. Não
satisfeitas, as Farc transformaram a Colômbia na líder do ranking mundial das vítimas de minas
terrestres – em sete anos, 9.500 pessoas foram atingidas pelos artefatos. No mais, recrutam boa parte
de seus novos membros entre garotos de 10 a 14 anos de idade. Após se embrenharem na selva, os
jovens são isolados do mundo exterior, da família e perdem o próprio nome, substituído por um
"nome de guerra".
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As Farc dominam hoje todas as fases para a obtenção da cocaína na Colômbia, a maior produtora
mundial da droga. O envolvimento do grupo com o narcotráfico começou no início da década de 90,
quando uma ofensiva para erradicar as plantações de folha de coca na Bolívia e no Peru levou os
cartéis colombianos a se associar com a guerrilha para o plantio nas áreas rurais sob controle dos
esquerdistas. O negócio fez uma tremenda diferença. De guerrilheiros pobres, que tinham perdido a
mesada de Cuba, as Farc se tornaram milionárias. Segundo as estimativas oficiais, a atividade rende
aos narcoguerrilheiros 590 milhões de dólares por ano.
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É difícil obter um número preciso. Nos últimos doze anos, cerca de 7.000 seqüestrados passaram
pelos cativeiros das Farc. Hoje, há mais de 700 reféns em poder dos guerrilheiros, que aguardam o
pagamento de resgate em dinheiro. Destes, pelo menos 25 reféns são considerados prisioneiros
políticos, que as Farc querem trocar por terroristas presos. Não há mais muito sentido econômico nos
seqüestros, já que os terroristas têm no narcotráfico uma fonte rentável de financiamento.
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Serviu principalmente para fortalecer a imagem do presidente colombiano Álvaro Uribe no combate
ao narcotráfico e ao contrário fazer descer a do venezuelano Hugo Chávez, aliado das Farc. Tanto
Ingrid como a famíla dela não se cansaram de agradecer os esforços de Uribe na ação em que foi
libertada juntamente com três americanos e outros 13 colombianos.
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Sua maiores baixas foram exatamente nas mais altas patentes desde o início de 2008. Em 1º de
março, Raúl Reyes, segundo em comando, foi morto em ataque aéreo. Seis dias depois, Ivan Rios,
tesoureiro das Farc, foi morto por um guarda-costas, que recebeu a recompensa de 2,7 milhões de
dólares oferecida pelo governo colombiano. Para provar sua morte, o guarda-costas entregou ao
governo a mão direita (cortada depois de morto), documentos de identidade e o computador pessoal
do chefe. E ainda março – mas só divulgado em junho – morreu de infarto o fundador e “el supremo”
das Farc, Manuel Marulanda, o Tirofijo. Além disso, cada vez mais guerrilheiros se entregam ao
governo.
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9. Qual é a posição do governo colombiano sobre o grupo?
Desde o primeiro dia na Presidência da Colômbia, Uribe investiu com firmeza – e tropas especiais
treinadas com a ajuda dos Estados unidos – na tarefa de recuperar o controle de seu país não apenas
dos comunistas, mas também dos narcotraficantes e das milícias paramilitares de direita. Quando
assumiu o cargo, em 2002, estimava-se que a guerrilha comunista circulasse à vontade ou tivesse o
controle efetivo de 40% do território colombiano. Essa área era basicamente de florestas e montanhas
de difícil acesso. Seu governo empurrou os terroristas aos grotões e conseguiu diminuir o número de
seqüestros aumentando o contingente policial e criando unidades especializadas em combater
especificamente esse tipo de crime. Graças a Uribe, os índices de criminalidade colombianos
atingiram em 2005 os níveis mais baixos em 20 anos. Há nele uma motivação pessoal nesta luta: seu
pai foi assassinado pelas Farc em 1983.
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O governo colombiano tem na maior potência do mundo o seu principal aliado na luta contra os
narcoguerrilheiros: os Estados Unidos. Uribe é o melhor amigo da Casa Branca na América do Sul, o
que lhe permitiu implementar uma cooperação militar com Washington que tem rendido bons frutos.
Apesar de ele ser um dos raros presidentes que podem ser levados a sério nos países fronteiriços com
o Brasil, o governo Lula é daqueles que tratam Uribe com frieza. O presidente brasileiro não deixou
de classificar, porém, os atos das Farc como “abomináveis” no início de 2008.
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Na linha de frente do cenário internacional, as Farc têm o apoio de Hugo Chávez. O caudilho
venezuelano sustenta que a organização tem um projeto político legítimo, que ele associa ao seu
próprio socialismo bolivariano. Sua proposta de retirar o nome das Farc da lista de grupos terroristas
internacionais recebeu um único apoio – o do presidente Daniel Ortega, da Nicarágua, cujo passado
inclui a tomada do poder pela força das armas. Fora isso, há em lugares da Europa uma visão
romântica da guerrilha, especialmente por parte dos governos da França e da Espanha, que
pressionam Uribe para negociar um acordo que liberte os reféns mais conhecidos. Passam longe de
apoiar os criminosos, contudo.
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Os colombianos também não têm dúvida sobre o assunto: as mais recentes pesquisas de opinião
realizadas no país mostram que 93% da população se opõe às Farc. Desde 2000, quando o Instituto
Gallup começou a monitorar o conceito do grupo terrorista entre os colombianos, a rejeição se
mantém acima dos 87%.
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Além das Farc, os colombianos ainda são obrigados a conviver com outros dois grupos igualmente
violentos, embora não tão poderosos. O primeiro é o Exército de Libertação Nacional, o ELN, criado
em 1962 por um grupo de jovens colombianos que foram a Cuba aprender técnicas de guerrilha. O
ELN já foi o principal movimento da Colômbia, mas perdeu seu poder com a derrocada do regime
cubano, e hoje conta com apenas 3.000 homens. Mais numerosas que eles são as tenebrosas
organizações paramilitares que, a pretexto de combater os dois grupos guerrilheiros, adotaram os
métodos dos rivais e aplicaram-nos contra a mesma população que já sofria nas mãos de Farc e ELN.
Estima-se que as Autodefensas Unidas de Colômbia (AUC), o maior grupo paramilitar, conte hoje
com até 30.000 homens.