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HOMEOPATIA

Instituto de Medicina Tradicional

1º Ano Curso Geral de Naturopatia e Ciências Tradicionais e


Holísticas

Elaborado por: Carlos Manuel Duarte Nunes, Aluno Nº 5199

Lisboa, 8 de Janeiro de 2010

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HOMEOPATIA

Instituto de Medicina Tradicional

1º Ano Curso Geral de Naturopatia e Ciências Tradicionais e


Holísticas

Elaborado por: Carlos Manuel Duarte Nunes, Aluno Nº 5199

Prof. Samuel Manafaia, Docente da disciplina de Introdução ao


Estudo da Medicina Tradicional e Medicinas Complementares
Alternativas

Lisboa, 8 de Janeiro de 2010

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ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
2 - BREVE HISTÓRIA DA HOMEOPATIA..............................................................................5
3 – HOMEOPATIA E OS SEUS CONCEITOS..........................................................................6
3.1 - LEI DOS SIMILARES..................................................................................................6
3.2 - LEI DA DOSE MÍNINA................................................................................................8
3.3 - A TOTALIDADE DOS SINTOMAS.............................................................................8
3.4 - LEI DA DIRECÇÃO DA CURA...................................................................................9
3.5 - FORÇA VITAL............................................................................................................10
3.6 - REMÉDIO ÚNICO......................................................................................................12
4 - CORRENTES NA HOMEOPATIA ....................................................................................12
5 - O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO.............................................................................14
6 - CONCLUSÃO.....................................................................................................................15
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................17
Sites de Pesquisa.......................................................................................................................17

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1- INTRODUÇÃO

Este trabalho destina-se a apresentação na disciplina de Introdução ao Estudo da


Medicina Tradicional e Medicinas Complementares Alternativas.
Tem como temática a Homeopatia e como objectivo geral compreender o que é a
Homeopatia.
Para tal estruturei-o em 5 partes, que compreende os conceitos, correntes na
homeopatia, força vital, remédio único e medicamento homeopático.
Recorri para a sua elaboração à pesquisa bibliográfica e na Internet.

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2 - BREVE HISTÓRIA DA HOMEOPATIA

Christian Friedrich Samuel Hahnemann, fundador


da homeopatia, nasceu em Meissen, Alemanha, a
10 de Abril de 1755. Licenciou-se em medicina em
Agosto de 1779.
Por volta de de 1782, começou a falar em
renunciar à prática da medicina, por não estar de
acordo com as práticas da época, preocupava-o
poder estar a fazer mais do que bem. Nessa
altura, a doença era vista como um invasor do
organismo, que deveria ser combatido com um produto químico ou com um método
que se considerasse favorável. Assim os pacientes eram sujeitos a sangrias,
purgantes, heméticos, ventosas e à administração de grandes quantidades de
produtos químicos como o arsénico e o mercúrio. A medicina e a acção farmacêutica
eram praticadas em ambiente de concorrência, sendo frequente os pacientes
consultarem vários profissionais. Quando o doente morria, os profissionais que o
haviam tratado, culpavam-se entre si. Se o doente recuperasse, todos se diziam
responsáveis pelo êxito do tratamento.
O crescente desalento, face aos métodos de tratamento da sua época,
nomeadamente a venissecação (flebotomia) repetida, levou Hahnemann a acabar
por abandonar a prática da medicina, mudando-se com a família para Dresden,
dedicando-se à escrita de 1785 a 1789.
Ao traduzir um livro do médico escocês, William Cullen, achou estar em desacordo
com este, no que respeitava à acção da droga de quinino ( feita a partir da casca da
chinchónea peruana, com nome latino de China), recém-introduzida para combater a
malária.
Resolveu testar a droga em si próprio, verificando assim, que esta provocava
sintomas muito semelhantes aos da doença , experimentou outras substâncias, com
os mesmos resultados. Nos 6 anos seguintes, testou, com a ajuda de
“experimentadores” (indivíduos saudáveis, voluntários, que experimentavam as
substâncias activas) e comprovou que, nestes, os resultados eram idênticos.

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Convenceu-se que tinha identificado um método físico de selecção de remédios com
base no conceito de “o similar cura o similar”, mais tarde reconhecido como a Lei
dos Similares. Percebeu, também, da necessidade de individualizar os tratamentos,
pois, nem todos os pacientes iriam reagir ao tratamento da mesma maneira.
Também Hipócrates defendia este princípio, podendo dizer-se que as raízes da
homeopatia vêm já do seu tempo, pai da medicina ocidental, pois este já defendia
este princípio no século V a.c. Também Paracelsus, 300 anos antes de Hahnemann,
tinha declarado que administrado em pequenas doses, “o que faz o homem ficar
doente também o cura”.

Hipócrates Paracelsus

Ao método de prescrever pela Lei dos Similares, chamou Homeopatia, do grego


“homoios” (similar) e “pathos” (doença).
Toda a doutrina homeopática, as suas bases e a sua filosofia, está descrita no
“Organon”, livro escrito por Hahnemann e que é considerado a Bíblia de todo o
homeopata.

3 – HOMEOPATIA E OS SEUS CONCEITOS

3.1 - LEI DOS SIMILARES

A lei básica da homeopatia, à qual se deve o seu nome, como referi, é a Lei dos
Similares, “similia similibus curanter” (os semelhantes são curados pelos
semelhantes), segundo o qual, para se curar de uma doença, o corpo doente deve

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receber uma substância que provoque os mesmos sintomas quando administrada a
um corpo saudável. Esta lei defende que o Homem possui forças medicinais e
terapêuticas que começam a funcionar quando o corpo está em alerta para
combater situações que colocam a sua saúde em perigo. O nosso corpo possui um
médico interno que é responsável pela saúde do próprio corpo, por isso, cada
indivíduo reage de maneira diferente. O tratamento da mesma doença não será o
mesmo para indivíduos diferentes. O remédio irá estimular o sistema imunitário e de
defesa do organismo de modo a iniciar um processo de auto-cura.
Na obra que inaugura a homeopatia, “Ensaio Sobre um Novo Princípio de Avaliação
do Poder Curativo de um Fármaco”, publicado em 1796 no Hufeland's Journal,
Hahnemann escreve pela primeira vez sobre este princípio:
“Ao experimentar os medicamentos no organismo humano, deve-se proceder
com a racionalidade possível. Só assim, poderemos descobrir a verdadeira
natureza, o real efeito da substância médica. Na patologia a curar e especialmente
se for crónica, deve-se aplicar o medicamento passível de estimular outra patologia,
criada artificialmente tão similar quanto possível, e a doença que desejamos ver
curada sê-lo-á – similia similibus – similar cura similar. Ou seja, para curar uma
doença, temos que procurar medicamentos que possam suscitar sintomas similares
no organismo humano saudável.”

Neste ensaio é descrito, também, o “efeito primário dos medicamentos”, promotores


de alterações nos diferentes sistemas orgânicos, e o “efeito secundário do
organismo” (reacção vital ou homeostática), que actuam como resposta
neutralizadora dos distúrbios primários provocados pelos fármacos, na tentativa de
retornar ao “equilíbrio do meio interno” (força de conservação ou homeastase)
anterior à intervenção medicamentosa. Ao observar a ocorrência deste fenómeno
fisiológico natural em diversas classes de drogas, Hahnemann, enuncia o
“mecanismo de acção das drogas” na sua obra, Organon da Arte de Curar,
parágrafo 63:

“Toda a força que actua sobre a vida, todo o medicamento afecta, em maior
ou menor escala, a força vital, causando certa alteração no estado de saúde do

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Homem por um período de tempo maior ou menor. A isso se chama acção primária.
[…] A essa acção, nossa força vital se esforça para opor sua própria energia. Tal
acção oposta faz parte da nossa força de conservação, constituindo uma actividade
automática da mesma, chamada acção secundária ou reacção”

3.2 - LEI DA DOSE MÍNINA

Hahnemann no seu trabalho original administrou doses substanciais de remédio aos


seus doentes de acordo com a prática corrente, causando, por vezes, agravamentos
possivelmente por reacções tóxicas perigosas. Ele experimentou, diluindo os seus
remédios na esperança de aumentar a segurança. As vantagens da diluição simples
eram claramente limitadas, o medicamento rapidamente ficava demasiado fraco
para poder ser eficaz. Então submeteu cada diluição a uma série de agitações
vigorosas, ou sucussões, descobrindo que diluições progressivas não só eram
menos tóxicas como também mais potentes. Como Hahnemann chegou a esta
conclusão não se sabe exactamente, possivelmente devido aos seus conhecimentos
de química e alquimia.
A concentração do principio activo do medicamento diluído é, muitas vezes, tão
baixo que nenhuma molécula é mensurável, motivo pelo qual muita gente tem
enorme dificuldade em aceitar que os remédios homeopáticos possa eventualmente
actuar.

3.3 - A TOTALIDADE DOS SINTOMAS

Fora o princípio da lei dos similares e das doses mínimas, uma terceira
característica torna a homeopatia diferente da medicina convencional. O homeopata
procura entender a totalidade dos sintomas. Este considera os sinais e os sintomas
da doença como uma representação da tentativa do organismo de se tratar a ele
próprio. Os sintomas, em vez de serem vistos como inimigos, são como uma janela
que permite ver os esforços do organismo para se tratar.
A doença já existe num nível dinâmico ou energético, antes do aparecimento e

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mudanças mensuráveis e observáveis. A doença é, antes de tudo, uma ruptura da
energia do sistema, manifestando-se por sinais e sintomas que o organismo
apresenta ao terapeuta durante o exame. Essas mudanças dinâmicas somente
podem ser curadas por uma medicina dinâmica. Os medicamentos dinâmicos
afectam a energia do sistema, a força vital activa no organismo. Quando essa
energia é equilibrada, os sinais e sintomas da ruptura resolvem-se
espontaneamente. O medicamento homeopático comunica as informações a esse
sistema, que ajuda a auto-regulação.
São valorizadas as características, os sintomas individuais subjectivos do paciente.
O diagnóstico médico do paciente é menos importante para a prescrição
homeopática do que o temperamento deste ou as sensações por ele relatadas. Os
homeopatas descrevem um estado do paciente que precisa de ser tratado;
descrevem-no como um sinónimo do estado produzido durante as provas com os
medicamentos homeopáticos mais similares possíveis.

3.4 - LEI DA DIRECÇÃO DA CURA

Este princípio, estabelecido por um discípulo de Hahnemann,


Constantin Hering (1800-1880). O restabelecimento de um
doente ou seja, a restauração da ordem interna no curso de
um tratamento homeopático, segue um esquema previsível,
os sintomas principais deslocam-se dos centros funcionais
vitais "mais importantes" para os "menos importantes", quer
dizer, dos órgãos vitais para a pele e de um modo geral, dos
centros mentais e afectivos para os físicos.

Vendo o todo e não a soma das partes e nunca sintomas isolados.


São básicas e úteis.

1. A melhoria do caso tem lugar de cima para baixo .

2. A melhoria das enfermidades vem de dentro para fora - Os fenómenos vitais


normais tem naturalmente um sentido centrífugo, exonerativo, e curativo.
Quando se impede a manifestação livre dos sintomas, suprime-se. A

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supressão levada cabo por qualquer procedimento pode ocasionar na
enfermidade um caminho oposto. Os sintomas exonerativos mais frequentes
são na pele (equizemas, herpes, vesículas pruriginosas, abcessos,
furúnculos, úlceras, urticária, etc.), nas mucosas (catarro nasal e bronquial,
fluxos nasais, diarreias, inflamações e ulcerações).
Pode ainda surgir o aparecimento de verrugas, pólipos, impedindo desta
forma uma localização mais profunda e grave da doença, ou o aparecimento
de sintomatologia mais marcada com suores e febre.

3. Os sintomas (de uma enfermidade) desaparecem na mesma ordem em que


aparecem, aliviando-se primeiro os orgãos mais importantes ou vitais, depois
os menos importantes, as mucosas e a pele no final - Os sintomas
manifestam-se primeiro na esfera psíquica, depois no corpo.

4. “À medida que desaparecem os últimos sintomas aparecidos, vão


reaparecendo sintomas antigos” - Kent refere-se a sucessivas enfermidades
que padece o ser humano durante a sua vida, tanto aos sintomas de uma
doença em particular; como às doenças que adquire ao longo da vida.

3.5 - FORÇA VITAL

O termo “Força Vital” tem tido várias significantes ao longo dos tempos.
É consensual ser um elemento dinâmico e vibrador ao qual corresponde uma
qualidade bioenergética inerente a si mesma. Ela pode ser comparada ao “Chi”
chinês ou ao “Ki” japonês.
O vitalismo tem uma longa história nas ciências médicas.
Hipócrates sugeriu que esta força era a própria “Natureza” no corpo, denominando-a
de “physicu”, do latim, o qual originou o termo físico com capacidade de cura.
Também Galeno e Paracelsus apoiavam a idéia da força vital, denominando-a de
“archeus” (início). Finalmente Hahnemann definia como “dynamis”.
Segundo o vitalismo, o corpo inclui uma hierarquia de partes – células, tecidos,
órgãos – sistemas que são totalmente independentes, tanto na ordem crescente ou

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descendente, e cuja relação entre si é controlada por uma entidade reguladora, a
força vital, que em condições normais é responsável pelo funcionamento, ordenado
e harmonioso, do corpo e pela coordenação das defesas do organismo contra a
doença.
A homeopatia é uma filosofia vitalista, segundo a qual o organismo vivo está sujeito
a leis diferentes das que se encontram na física, química ou nas ciências biológicas.
Leis essas que foram determinadas pela observação e não pela dedução de
princípios teóricos.
Para os homeopatas a doença é uma expressão da força vital de cada indivíduo.
Hahnemann encarava o processo de doença como um enfraquecimento dos
mecanismos fisiológicos normais de adaptação e compensação, correlacionando
este desequilíbrio interior às diversas manifestações sintomáticas da individualidade,
utilizando esta totalidade de sinais e sintomas como o único referencial para
diagnosticar este “padecimento da força vital” para prescrever os medicamentos
homeopáticos mais semelhantes à individualidade do paciente.
“[...] a totalidade dos sintomas, desta imagem reflectida no exterior da
essência interior da doença, quer dizer , da afecção da força vital, deve ser o
principal e o único meio pelo qual a doença dá a conhecer o remédio que necessita,
a única coisa que determina a eleição do remédio mais apropriado, e assim, numa
palavra, a totalidade dos sintomas deve ser a principal e verdadeiramente a única
coisa que o médico deve ocupar-se em cada caso de doença e removê-la por meio
da sua arte, de modo a que se transforme em saúde a doença.” (Organon, §7)
Os sinais e sintomas da doença não são o impacto de um estímulo patogénico num
doente, mas a reacção a ele – as tentativas do organismo para repor a ordem.
Essas tentativas representam a actividade curativa da força vital, que pode ser
estimulada pela administração de um remédio adequado.
Crê-se que a força vital actua em três níveis, ou planos, vibratórios diferentes:
1. Mental: onde se registam as alterações na compreensão e na
consciencialização. Como por exemplo a confusão, ilusões, falta de
concentração, letargia, distracção.
2. Emocional: Em que se regista alterações em estados emocionais, como, a
angústia, a ansiedade, a apatia, a inveja, o medo, a irritabilidade, a alegria, a

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alegria, o amor, a tristeza.
3. Físico: onde se registam alterações nos órgãos e sintomas corporais, como
por exemplo, mau funcionamento orgânico, doenças orgânicas, lesões, sono.

3.6 - REMÉDIO ÚNICO

Ainda que Hahnemann, tenha feito experiências com a idéia de prescrição múltipla,
o seu princípio final foi o de usar um único remédio para tratar os males do doente,
porque acreditava convictamente que os pacientes não podiam sofrer de mais uma
doença de uma vez. Os sintomas, ainda que diversos, estavam todos eles ligados a
uma única causa. Hahnemann escreveu no Organon “Em caso algum, quando se
esteja a fazer um tratamento, é necessário – e portanto nem permitido – administrar
a um doente mais do que uma única substância médica simples, de uma vez”. Os
homeopatas clássicos seguem esta regra, com todo o rigor.
Em primeiro, o homeopata, avalia se a natureza individual do paciente está a “pedir”
a intervenção do medicamento, pois esse é um dos meios que este tem para auxiliar
a pessoa, mas não o único. Sendo necessário, usa-se um medicamento de cada
vez, tendo em conta a totalidade sintomática do paciente. Só assim será possível
verificar os seus efeitos, a resposta terapêutica e avaliar a sua eficiência ou não.
Após a primeira prescrição é que se pode fazer a leitura prognostica e verificar se é
necessário repetir a dose, mudar de medicamento ou aguardar a evolução do
tratamento.

4 - CORRENTES NA HOMEOPATIA

Dentro da prática da homeopatia, devemos considerar três grandes Correntes:


A Unicista - O seu objectivo é o de tentar encontrar o medicamento similar do
paciente, ou seja, prescrever uma só substância, que será o seu complemento!
Teoricamente é o ideal, aliás para onde tende quem pratica Homeopatia, o

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perfeccionismo! Será o equivalente na acupunctura, a colocar uma só agulha, para
equilibrar o paciente. Na prática, obriga o homeopata a uma procura e um estudo
contínuo e aprofundado. A escola Brasileira, Espanhola, Grega e Mexicana, são as
que preferencialmente a seguem, com uma proximidade e respeito pela tradição
Hahnemaniana.

A Pluralista - É a que utiliza várias substâncias alternadamente. Talvez a mais


utilizada, pelas patologias apresentarem frequentemente, diferentes facetas na sua
evolução (devido a factores individuais), o que leva o homeopata a modificar a sua
prescrição consoante os sinais e os sintomas se vão modificando. Esta variação
obriga a uma maior vigilância do paciente (até para salvaguarda do próprio
homeopata...), o que na prática se torna um pouco cansativo, quer para o clínico,
quer para o doente. Nas situações agudas revela-se muito eficaz.

A Complexista - Como a própria palavra indica, utiliza complexos ou misturas de


remédios homeopáticos. Muito utilizada pela escola alemã Homotoxicológica do Dr.
Reckeweg (além de outras), que publicou um livro com as suas bases, em 1952. É
muito utilizada devido ao seu fácil manejo (“prescrição”); é como “tentar acertar num
pássaro com um cartucho, em vez de usar um só chumbo”. Também devido ao
modo de vida actual, em que as pessoas andam sempre a correr, ansiosas, sem
tempo nem paciência para tratamentos “complicados”, exigem uma terapêutica
simples e de actuação rápida; não se importando com efeitos nefastos, mesmo que
o homeopata lhos explique!

Dr. Heinrich Reckeweg

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5 - O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO

Existem mais de três mil remédios homeopáticos preparados a partir de substâncias


extraídas da natureza, provenientes do reino animal, vegetal e mineral. Estas
substâncias tanto podem ser tóxicas quanto inertes, desde que, quando
experimentadas, ofereçam a melhor similitude aos sintomas da doença a ser tratada.
As preparações básicas dessas substâncias recebem o nome de tintura mãe e a
partir dela são iniciados os processos das diluições sucessivas.
A preparação do medicamento homeopático obedece a normas precisas e definidas
pelas diversas farmacopéias (tratados sobre a composição e preparação de
medicamentos) homeopáticas, a partir das orientações básicas enunciadas por
Hahnemann já em 1810, na primeira edição do Organon. A preparação do
medicamento homeopático processa-se em duas etapas, diluição e dinamização,
que conferem a potência de cada medicamento. A etapa de diluição (ou trituração
em lactose, para as substâncias insolúveis em água ou no álcool) consiste em
dissolver uma quantidade da substância pura medicamentosa em quantidades
determinadas de cada veículo (1:10 na escala decimal, D1, e 1:100, 1CH na escala
centesimal, a mais usada). O veículo mais empregue consiste numa solução de
água e álcool, mais comum numa diluição de 70%. A etapa de dinamização consiste
numa seqüência de 100 movimentos verticais de agitação da mistura, ou sucussões,
que conferem a cada preparação diluída uma potência específica. Para obter a
microdosagem, realizam-se sucessivas diluições da matéria inicial ou tintura-mãe.
Para consegui-la, mistura-se uma parte da tintura-mãe com 99 partes de diluente
(álcool). Prepara-se assim a primeira diluição centesimal (1CH). A mistura de uma
parte dessa diluição com outras 99 partes de álcool produz a segunda diluição
centesimal (2 CH), e assim sucessivamente. O número de ordem da diluição
expressa, portanto, o número de operações realizadas, que pode chegar a nove (9
CH) ou mais.

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O medicamento homeopático é absorvido por via sublingual, o que torna a sua
administração bastante facilitada. Além da apresentação sob a forma de pós,
comprimidos, tabletes e sob a forma líquida, a homeopatia dispõe de uma forma
exclusiva de apresentação especialmente atraente e prática: os glóbulos, pequenas
bolinhas constituídas de sacarose ou de uma mistura de sacarose com lactose. Os
glóbulos são impregnados deixando-os em contato com a diluição da potência
pretendida, tomando a designação da diluição em que foram embebidos.
Causa surpresa no meio científico de que substâncias diluídas e agitadas em série,
sujeitas ao processo de dinamização, em concentração inferiores ao número de
Avogrado, possam despertar alguma resposta em situações biológicas ou seres
vivos, sendo este o principal alvo das críticas ao modelo homeopático.

6 - CONCLUSÃO

A homeopatia é uma abordagem terapêutica particular, que utiliza remédios,


extremamente diluídos , de modo a estimular a capacidade de auto-cura do
paciente.
Baseia-se na Lei dos Similares, segundo a qual os remédios podem produzir, em
indivíduos saudáveis, os mesmos sintomas que curam nos doentes. A homeopatia
tem como base, também, uma filosofia holística, vendo o paciente como um todo, de
maneira sistemática, para restaurar a saúde, nos níveis físico, emocional, mental e
social.

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A homeopatia surpreende pelas quantidades diminutas de remédios utilizadas, na
sua maioria das vezes inferiores às concentrações moleculares que os cientistas
conseguem medir, podendo no entanto os seus efeitos serem demonstrados.

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BIBLIOGRAFIA

KAYNE, Steven B, HOMEOPATIA – ASPECTOS CIENTÍCOS, MÉDICOS E


FARMACÊUTICOS – Teoria e Prática, 2ª Edição, Lusodidacta, Lisboa, 2007, ISBN
978-989-8075-02-4
NUNES, João Ribeiro, NOVAES, João, As Bases e Filosofia Homeopática no
Organon de Hahnemann, Litexta Editora, Lisboa/Porto, 2001, ISBN 972-578-151-1
PEREIRA, Marcílio F. da Costa, Enciclopédia de Medicina Natural, Madras Editora,
São Paulo – Brasil, ISBN 85-7374-404-9
LOCKIE, Andrew, 101 Sugestões Homeopatia, Livraria Civilização Editora, Porto,
2000, ISBN 972-26-1745-1
TEIXEIRA, Mz., Homeopatia: ciência, filosofia e arte de curar, Revista Médica São
Paulo, 2006, Abril-Junho;85(2): Pág. 30-43
Homeopatia – Wikipédia, a enciclopédia livre, em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homeopatia, em 18/12/2009.

Sites de Pesquisa

www.homeopathicum.com;

www.homeopatiaportugal.org
www.mybestlife.eu

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