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GABARITO Caderno do Aluno Sociologia – 3a série – Volume 4

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1

O PROCESSO DE DESUMANIZAÇÃO E COISIFICAÇÃO DO


OUTRO

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1. A escravidão no Brasil terminou, oficialmente, em 1888, com a promulgação da Lei
Áurea, pela princesa Isabel.
2. Se a resposta for dada em sala de aula, ela pode ser variada, desde a afirmação de que
a escravidão não existe mais no país até que, ainda hoje, há trabalho escravo. Se ela
for dada depois da leitura do texto, os alunos deverão confirmar a existência de
trabalho escravo no Brasil.

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1. Segundo a legislação trabalhista brasileira, Pedro, por ter menos de 14 anos de idade,
não poderia trabalhar. Além disso, a função que ele exercia é considerada insalubre e
de alto risco para a sua idade, e as condições de alojamento e de alimentação não
eram adequadas para o exercício das suas funções. Além disso o desmatamento da
Floresta Amazônica, para transformá-la em área de criação de gado, hoje tem sérias
restrições ambientais.
2. Essa informação quer dizer que Pedro, de alguma forma, encontrava-se privado da
condição de liberdade, ou seja, não podia, por alguma razão, deixar a fazenda onde
trabalhava.

Páginas 4 - 5
1. A resposta deve expressar a compreensão do texto pelo aluno, especialmente sobre o
seu ponto central, que se refere às novas formas de escravidão no Brasil
contemporâneo.

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2. O texto aborda o aliciamento de pessoas por atravessadores que fazem promessas


enganosas, levando esses trabalhadores para fazendas distantes. Lá, as condições de
moradia e de trabalho são muito ruins e só então eles ficam sabendo que devem
pagar não só as despesas com a viagem e o adiantamento feito às suas famílias, como
são obrigados a comprar suas ferramentas de trabalho e pagar pela alimentação, tudo
a um preço muito mais alto. O trabalhador, assim, fica retido por causa dessas
dívidas e não pode deixar a fazenda, correndo o risco de sofrer agressões, ou até
mesmo de morrer.

Exercícios

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1.

Prática Definição e características

Escravidão É definida como o estado ou a condição de um indivíduo


sobre o qual se exercem total ou parcialmente os atributos de
direito de propriedade.

Atos similares à Servidão por dívidas, ou seja, quando alguém é obrigado a


escravidão (1)
oferecer seus serviços ou de terceiros sobre os quais tenha
autoridade, sem que haja definição sobre a duração do
trabalho, tampouco o seu valor ou tipo (ausência de
contrato).

Atos similares à Servidão por lei, costume ou acordo que obrigue uma pessoa
escravidão (2)
a trabalhar sem poder mudar sua condição.

Atos similares à Práticas em que mulheres, crianças ou adolescentes são


escravidão (3)
cedidas ou vendidas em casamento, por morte do marido ou a
terceiros, para fins de exploração ou não.

2. A escravidão contemporânea não se reduz à condição de propriedade ou à perda da


liberdade, mas envolve, principalmente, a questão da exploração do trabalho. Nesse
sentido, uma condição fundamental para o exercício da cidadania são as garantias
básicas da dignidade humana. Por essa razão, são consideradas formas análogas à
escravidão o trabalho forçado e o trabalho degradante.
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3. Espera-se que o aluno tenha uma compreensão do que é “trabalho forçado” e


“trabalho degradante” antes da leitura e discussão do texto apresentado a seguir e das
explicações do professor, para que, então, ele possa comparar sua resposta à
definição no Caderno do Aluno.

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1. O aluno deve expressar o que compreendeu dos textos lidos e da explicação do
professor e apontar o que caracteriza a escravidão na sociedade contemporânea, o
que permite diferenciá-la daquela do período antes da abolição: o trabalhador não é
mais propriedade de outra pessoa, o que não significa que não esteja preso ao patrão,
não disponha de direitos e seja explorado.
2. Para essa atividade o aluno deve fazer uma pesquisa sobre exploração sexual e
tráfico de pessoas e trazer o material encontrado para a sala de aula.

Exercícios

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1. As duas práticas estão relacionadas da seguinte forma: há demanda em diversas
regiões do mundo por mulheres, adolescentes e também crianças para serem usadas
sexualmente, seja como prostitutas, seja como protagonistas de material
pornográfico, alimentando, assim, as redes internacionais de pedofilia. Dessa forma,
propiciam a existência do tráfico de pessoas.
2. Exploração sexual: é a prática que compreende o abuso sexual por parte de adultos
e a respectiva remuneração em espécie ao menino, à menina, a terceiros ou a várias
outras pessoas. Nessa situação, a criança é tratada como um objeto sexual para o
prazer de um adulto e como uma mercadoria, pois a relação é consumada mediante
pagamento.
Tráfico de pessoas: constitui recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou
recolhimento de pessoas por meio da força, da ameaça ou de outras formas de
coerção, como a fraude, o engano ou o abuso de autoridade.

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1. São pessoas do sexo feminino, com idade entre 15 e 25 anos, pardas ou negras, com
filhos, oriundas das classes mais baixas, com pouca escolaridade e morando em
bairros periféricos sem infraestrutura urbana, que exercem atividades que não
necessitam de qualificação, recebendo baixa remuneração.
2. O principal fator de atração é o oferecimento de ganhos vultosos e rápidos no
exterior.

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A avaliação desta atividade deve levar em conta a realização da pesquisa, a


criatividade na elaboração do trabalho e se o texto permite atingir o objetivo de
esclarecer, alertar e orientar as pessoas a respeito do trabalho escravo.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2

REPRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA E DA DESIGUALDADE SOCIAL

Páginas 10 - 11
1. Sim. O texto 2 refere-se à tentativa de assalto de um ônibus, ocorrida em 2000, cujo
autor foi um menino de rua, testemunha e sobrevivente dos acontecimentos descritos
no texto 1, quando, em 1993, sete menores foram assassinados a tiros pela Polícia
Militar em frente à Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.
2. 1. Assassinato da mãe de Sandro. 2. O menino se junta a uma gangue de meninos,
primeiro no Méier, depois na Zona Sul. 3. Agressão e detenção de Neilton. 4.
Apedrejamento da viatura policial. 5. Polícia ameaça companheiros de Neilton. 6.
Chacina da Candelária, com morte de sete menores de rua. 7. Tentativa de assalto do
ônibus 174, que se transforma em sequestro.
Sim, é possível identificar relações entre esses episódios. A extrema exposição à
violência levou o protagonista do sequestro a vivenciar, durante a maior parte de sua
vida, a condição de “não cidadania” e exclusão social, em que esteve sempre em
grande risco de vida. Embora não seja possível atribuir o assalto e o sequestro do
ônibus exclusivamente ao episódio da Candelária, o comportamento violento de
Sandro está relacionado à violência a que foi submetido durante toda a sua vida.
3. A resposta é pessoal e depende da compreensão dos textos pelo aluno. A avaliação
deve considerar a coerência dos argumentos com a discussão proposta e a correção
gramatical.

Etapa 1 – Não cidadania e processos de reprodução da violência e da


desigualdade social

Páginas 12 - 13
1. As respostas são muitas, mas o centro da discussão leva às precárias condições de
vida desses meninos, seja quando estavam em suas casas, seja na rua, o que os torna

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vulneráveis ou mais expostos à violência, como a que matou a mãe de Sandro na


favela ou os assassinatos cometidos na Candelária pela polícia.
2. Observe o grau de compreensão do conceito pelo aluno antes da leitura e da
discussão do texto apresentado e das explicações do professor, para que, então, possa
comparar a resposta à definição do Caderno do Aluno.
3. Apesar da visão de senso comum que tende a associar vulnerabilidade e exclusão
social à delinquência, estar em situação de vulnerabilidade social não faz
necessariamente com que as pessoas se envolvam com a violência ou se tornem
criminosas. Apenas uma pequena parcela da população mais pobre compromete-se
com a criminalidade.
4. Espera-se que o aluno estabeleça hipóteses explicativas para os episódios da Chacina
da Candelária e do sequestro do ônibus 174, com base nas discussões realizadas até
este momento em sala de aula, nos conteúdos apreendidos e nas explicações do
professor. Essa questão antecipa a exposição da Situação de Aprendizagem 3 e
consiste em um exercício de reflexão em que os alunos são convidados a construir
suas primeiras explicações sociológicas de fenômenos sociais.

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É na relação com o outro que a identidade é construída. A atribuição da identidade de


criminoso é dada pelos outros, os cidadãos, ou pelos responsáveis pela segurança
pública. São eles que rotulam os suspeitos ou os criminosos, atribuindo-lhes identidades
virtuais, segundo esquemas de tipificação.

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Na dissertação o aluno deve demonstrar a sua compreensão do que foi discutido, das
explicações do professor, tendo como referência, também, o texto sugerido. O ponto
central diz respeito à “não cidadania” e à reprodução da violência resultante da
atribuição por umas pessoas às outras de identidades de “cidadão” e de “não cidadão”,
ou seja, aqueles que são considerados cidadãos legítimos e aqueles que não dispõem dos
mesmos direitos.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3

O PAPEL TRANSFORMADOR DA ESPERANÇA E DO SONHO

Páginas 15 - 16
1. O “você” na música se refere aos militares que assumiram o poder em 1964, após um
golpe político que afastou os governantes legitimamente eleitos e instaurou a
ditadura.
2. Não se trata de uma situação feliz, mas sim tensa, em que a repressão política e a
censura impedem a livre expressão e a crítica. Tudo isso dificulta a realização das
pessoas e a manifestação da esperança cantada na música.
3. As palavras são escuro, sofrimento, amor reprimido, pessoas olhando para o chão,
proibir, pecado, tristeza, lágrima, penar.
4. Perdão, euforia, canto, águas brotando, gente se amando, florescer, risos, renascer,
poesia, claridade.

Páginas 16 - 17
1. Se o hoje permanece latente, significa que ele permanece não manifesto, ou seja,
permanece como que oculto ou encoberto, mas já contendo em si as possibilidades
de superação da opressão e das carências sociais e políticas, como desafios e
rebeldias que se constituem como prenúncio do futuro.
2. O possível no texto, refere-se ao que é o historicamente possível. O presente, o hoje,
já contém em si aquilo que pode ser, já contém as possibilidades do futuro, do
amanhã. Dado o cenário de contradições, o possível indica o que a sociedade pode
ser, mas não é. A sociedade não realiza o que poderia ser porque há fatores de
bloqueio a essa possibilidade, isto é, a repetição; ou seja, a reprodução das condições
sociais se sobrepõe à inovação.

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Páginas 17 - 19 
1. Ele usa o termo no sentido positivo, ou seja, a utopia como algo que pode ser
realizado, desde que os indivíduos ajam de forma a abalar a ordem existente.
2. Para Mannheim, a utopia consiste em um sistema de pensamento elaborado em
determinado contexto histórico, por indivíduos ou grupos que percebem suas
necessidades e carências e, por isso, formulam outras ideias e valores que negam
aquela realidade, com o objetivo de transformá-la.
3. Resignação significa aceitar as coisas, a realidade, como elas são; é conformar-se e
submeter-se e, dessa forma, colaborar para que elas continuem a ser o que são. Nesse
sentido, é o oposto da utopia, pois a utopia implica a não aceitação, a luta pela
transformação da sociedade e recuperação dos direitos de uma cidadania plena.
4. Construir utopias ajuda os indivíduos a evitar a resignação ou o conformismo, a
elaborar sonhos e retomar a esperança, e a fortalecer a luta pela transformação da
sociedade.
5. Somente a ação dos indivíduos e o seu engajamento na luta pela transformação da
realidade social podem torná-los sujeitos da história, capazes de construir o seu
próprio futuro. Mas isso não significa que eles estejam voltados apenas para seus
sonhos particulares, envolvidos em uma luta solitária, mas, sim, para os sonhos e
utopias que envolvem a sociedade em que vivem e que dependem para sua
concretização da união das pessoas.

Páginas 19 - 22
1. Quer dizer grande alma.
2. Textos como Bhagavad-Gita, o Novo Testamento, especialmente o Sermão da
Montanha e as obras de John Ruskin e de Henry Thoreau ajudaram Gandhi a
elaborar a sua utopia expressa na ideia da não violência, no desprendimento das
coisas materiais, na valorização do trabalho manual e na resistência à injustiça do
governo.

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3. Ele começou a se sensibilizar com os problemas dos indianos na África do Sul


quando, em uma viagem de trem em que se sentara na primeira classe, foi abordado
por um senhor que se recusava a sentar no mesmo vagão em que ele estava, por
causa de sua cor, e exigia que ele fosse para o vagão da terceira classe. Como Gandhi
se recusou, foi atirado para fora do trem por oficiais.
4. Gandhi tornou-se vegetariano, começou a jejuar, a fiar a sua própria roupa, fundou
comunidades autônomas na África do Sul e na Índia, pregou abstinência de carne,
sexo e álcool. Pregava contra a dominação inglesa, e o boicote aos produtos ingleses,
por meio da não violência e da desobediência civil. Defendeu o fim da intocabilidade
dos dalits, chegando a limpar as suas latrinas, e a convivência pacífica entre hindus e
muçulmanos.

Páginas 22 - 23
1. A política da não violência colocou o governo britânico em posição desagradável
diante da opinião pública mundial, devido à repressão e às prisões constantes de
Gandhi e seus seguidores. Como praticante da satyagraha, Gandhi evitava a
violência em sua luta contra o sistema colonial. Jejuava, editava panfletos e jornais,
mobilizando o país em torno de suas ideias. Organizava greves, durante as quais os
trabalhadores não só não deveriam trabalhar, mas também jejuar e rezar.
2. Para Gandhi, o jejum era uma forma de fazer o outro, no caso o governo inglês,
perceber o que era correto e concordar com ele.
3. A não cooperação era uma tática que recomendava o boicote a tudo o que fosse
inglês, de tribunais até empregos, escolas, roupas etc.
4. Como o sal era controlado pelos ingleses, que o vendiam a preços muito altos,
Gandhi propôs, então, uma marcha para o litoral, - logo conseguindo a adesão de
milhares de pessoas. Ao encontrar o mar, Gandhi orou e com uma panela pegou um
pouco de água. Com a evaporação da água, conseguiu um pouco de sal,
transgredindo, assim, a lei que proibia os indianos de produzirem sal. A partir desse
ato, todos os indianos pobres ao longo da costa passaram a fabricar o seu sal.
Milhares de pessoas foram presas, e mais uma vez Gandhi sensibilizou a sociedade

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indiana e a opinião pública mundial, levando o governo inglês a cogitar sobre a


independência da Índia.
5. Os indianos ganharam autoconfiança e afirmaram as políticas da não violência e da
não colaboração propostas por Gandhi, enfrentando o governo inglês e suas leis,
lutando para a superação das carências sociais e políticas, preconceitos e exclusão
social. Mostraram, assim, a possibilidade de se tornar senhores de si e sujeitos de sua
própria história.

Páginas 24 - 25
1. O Ato das Terras Nativas tirou os negros de suas casas e estabeleceu que eles
deveriam morar em áreas “especiais”. Essas áreas nada mais eram do que pequenas
reservas dentro do território africano. Com esse ato, a minoria branca ficou com 87%
do território e a maioria negra, com apenas 13%. Os africanos negros eram proibidos
ainda de comprar terras fora dessas reservas, o que impossibilitava que os
agricultores tivessem sua própria terra. Dessa forma, criou-se um exército enorme de
mão de obra barata que não tinha acesso à terra.
2. A Lei do Passe restringia a movimentação da população negra pelo país, pois, por
meio dela, os negros foram obrigados a ter uma espécie de passaporte para poder
circular e somente uma pequena parte deles podia viver nas cidades. Os negros
africanos só podiam entrar nas cidades para trabalhar, eram obrigados a deixar suas
famílias nas reservas e tinham de fazer longas jornadas de ida e volta ao trabalho.
Sem o passaporte, não se conseguia emprego nem se podia viajar. Eles deveriam
levá-lo sempre consigo, pois sua apresentação poderia ser exigida a qualquer
momento, por qualquer branco. Aquele que não estivesse com o seu podia ser preso
ou até perder o emprego.
3. Na África do Sul havia uma legislação que segregava os negros e outros grupos
étnicos. Há autores que afirmam que o apartheid foi estabelecido como legislação
por meio do Ato das Terras Nativas, de 1913, e da Lei do Passe; e também há autores
que marcam o seu início apenas no ano de 1948, quando a palavra passa a ser usada
oficialmente para designar uma política que o governo denominou de
“desenvolvimento separado”, mas que, na verdade, só serviu para implantar uma
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política ainda mais segregacionista em relação aos negros e a outros grupos


considerados não brancos. O regime de apartheid só terminou no final da década de
1990, depois que Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul e iniciou o
processo de fim desse regime.
4. Desde 1927 era proibida toda relação sexual entre negros e brancos fora dos laços do
matrimônio. Mas a segregação institucionalizada como política de governo com um
nome definido começou em 1948, com a vitória do Partido Nacional. Em 1949,
então, foram proibidos os casamentos entre negros e brancos e, logo depois, toda
relação inter-racial sexual passou a ser proibida.

Páginas 25 - 27
1. A Campanha do Desafio e o Congresso do Povo, na África do Sul, e a Marcha do
Sal, na Índia, tiveram como objetivo manifestar de forma não violenta a rebeldia e o
boicote da população contra as leis injustas que expressavam a discriminação e a
exclusão que a atingia. Nos três casos, eles não lutaram sozinhos, mas contaram com
o apoio de milhares de pessoas.
2. Mandela viajou recrutando voluntários, afirmando a política da não violência de
aceitação do sofrimento sem retaliação. Ele foi preso diversas vezes, mas conseguiu
mostrar o potencial da população para alcançar seus objetivos e, no Congresso do
Povo, reuniram-se representantes dos mais diversos grupos.
3. A Carta da Liberdade, de 1955, era um documento que não só a população negra,
mas também a indiana e até dissidentes brancos escreveram como um manifesto que
oficializava sua indignação com a situação existente. Ela foi escrita em várias línguas
e resultou da união de vários congressos: o CNA, o Congresso Indiano, o Congresso
dos Sindicatos e o Congresso dos Democratas (este último formado por brancos) no
Congresso do Povo. Durante o Congresso do Povo, 3 mil delegados se reuniram e a
Carta da Liberdade foi lida em público. Todos os seus itens foram aprovados por
aclamação. No segundo dia de reunião do Congresso, policiais armados subiram ao
palco e confiscaram todo o material a ser usado e o encontro foi suspenso. Esse
documento foi tão importante que serviu como plataforma política dos adversários do
apartheid, 30 anos depois do Congresso do Povo.

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4. A Campanha de Desafio, de 1952, consistiu numa campanha que desafiava a Lei do


Passe. Os dirigentes do CNA declararam que, se o governo não revogasse várias leis
ligadas ao apartheid, o partido iniciaria uma campanha de boicote da legislação. Para
isso, Mandela viajou pelo país recrutando voluntários. A estratégia era a de não
violência e de aceitar o sofrimento sem retaliação. Em 1952, eles iniciaram a
campanha cantando e gritando por liberdade. Rapidamente, ela espalhou-se pelo país,
mas sob forte esquema de repressão da polícia. A campanha havia começado em
junho e, ao final dela, em dezembro, mais de 8 mil manifestantes estavam na cadeia.
Mandela foi preso, condenado a ficar afastado de Johannesburgo por dois anos e a
não participar de reuniões políticas. Apesar do aparente fracasso da campanha, já que
não se revogou nenhuma lei, ela, na verdade, tornou-se uma forma de mostrar o
potencial do povo sul-africano e de estabelcer entre eles não apenas o sonho e a
esperança, mas a possibilidade de uma utopia concreta de uma sociedade igualitária.

Páginas 28 - 31
1. O discurso incitou nas pessoas uma atitude não violenta, pois, apesar de apontar as
discriminações, a falta de liberdade e de direitos, Martin Luther King pede que a
ação seja guiada praticamente, sem atos criminosos, mantendo a dignidade e a
disciplina.
2. A resposta depende da escolha dos alunos, mas eles poderão indicar, por exemplo, a
segregação racial, a pobreza em que vivem os negros, a ausência de direitos civis,
sociais e políticos, a violência policial, a falta de perspectivas de mobilidade social, a
existência de guetos etc.
3. O sonho americano é o sonho da democracia americana, sonho de liberdade, justiça e
igualdade racial, de que todos os homens são criados iguais, de que é possível que
eles alcancem a fraternidade entre todos, brancos e negros, e de que estes não serão
escravos em seu próprio país.

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GABARITO Caderno do Aluno Sociologia – 3a série – Volume 4

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Atividade individual que depende da escolha do aluno. A avaliação deverá levar em


conta a pesquisa e a adequação da música ao tema sugerido.

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Atividade de livre escolha do aluno, com base nas discussões feitas em classe, nas
suas explicações e nos textos lidos.

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